Annabeth estudava os corpos atentamente. Grover estava sentado em uma das camas. Percy procurava por pistas, mas em vão. Não havia nenhuma pista ali. Ela aproximou de um corpo de uma mulher e olhou sua expressão. Ela estava com a boca totalmente aberta, como se a última coisa que fizesse fosse gritar. Os olhos estavam vidrados e aterrorizados."Todos aqui tem a mesma expressão dela" concluiu a garota"Até Grover tem a mesma expressão que ela". A garota riu baixinho e ouviu Percy xingar.

–Droga, droga, droga!- exclamou ele- Nenhuma pista! Nenhuma! Onde estam os proprietários?

–A onde mais?-disse Grover- Pendurados nas paredes, junto com os outros. Podemos ir agora?

–Não!-falou Percy- Temos que ficar aqui e fazer mais investigações! Além disso...

–Grover tem razão.- cortou Annabeth- Algumas pistas estão na blibioteca. Tenho certeza. Vamos para lá.

Grover sorriu, levantou-se da cama e saiu correndo do quarto. Percy olhou para Annie

–O que você acha que tem na blibioteca, sabidinha?

–Bom, cabeça de alga- ela havia o apelidado assim porque ele gostava de praia e era lerdo- Eu vivo na blibioteca, sei que tem um livro lá que conta a história da família que é realmente dona disso aqui tudo. Anda, vamos.

Eles ficaram horas e horas procurando pelos corredores e nada. A garota parecia confusa. Ela tinha certeza que já tinha lido aquele livro "Eu tenho certeza!" Pensou "Eu quero que esse livro apareça na minha mão, AGORA!". E como se os livros a obedecessem, um exemplar grosso caiu nas mãos dela. Os garotos a olhavam, perplexos. Eles se sentaram em uma mesinha e Grover começou a passar as páginas do livro, até encontrar uma em que estava escrito em letras bem grandes e caprichadas:"A família Manrey". Ele passou o livro para Annabeth, que leu em voz alta.

–"Em 1934, um castelo foi construído a mando da família dos Manrey, para que o filho de Khatie e Welt Manrey pudesse crescer em um bom lar. O castelo ficou pronto em um ano, e todos o invejavam. Quem mais inveja aquele castelo, era o Sr. Flemin, dono de amplas terras e que se julgava o mais rico de tod Escócia. Ao ver o castelo, John Flemin ficou com raiva dos Manrey. Dois meses depois, o filho dos Manrey nasceu. Tomy era feliz no castelo e amava muito os pais. Certo ano, quando Tomy já tinha os seus 13 anos, o John invadiu o castelo e matou Kathie e Welt. Tomy, entendendo o ocorrido, fugiu para a China. Lá, foi adotado por uma família chinesa a quem Tomy demonstrou muito carinho." -Annie fez uma pausa- "Junto com seu tamanho, outra coisa ia crescendo em Tomy: a vontade de se vingar por seus pais. Aos 25 anos, Tomy se despediu da família adotiva e voltou para a Escócia. Ele já havia bolado um plano: iria desafiar Flemin para um duelo. Caso o velho vencesse, podia ficar com a casa e ficaria responsável por tudo que pisasse ali. Caso contrário, Tomy teria de volta o castelo. Já aos 50, John Flemin ainda desfrutava do castelo que havia tomado dos Manrey. Ao saber disso, Tomy resolveu ir imediatamente para o castelo e fez a proposta a Flemin, que aceitou de bom grado. Mas Tomy havia esquecido de uma coisa: era bom de raciocínio, mas péssimo em luta. Com John era o contrário. Eles batalhavam espada x espada. Flemin jogou Tomy no chão e riu, depois o matou. John havia ganhado e agora aquilo tudo era dele, e não tinha mais nenhum Manrey para incomoda-lo. Isso era o que ele pensava. Na China, Tomy havia se casado e tivera uma filha. Que já deveria ter 13 anos. Sabendo da notíciada morte do pai, Terry resolveu ir a Escócia com a mãe, Ramy. Lá, as duas conseguiram enganar John e envenena-lo até a morte. Ramy e Terry passaram a viver no castelo e que foi sendo passado de geração para geração, como herança. Alguns dizem que Flemin não aceitou sua morte e agora assombra o castelo. Mas são apenas boatos."

Os três se entreolharam. Aquilo não eram somente boatos. Eram verdades. E agora eles sabiam disso. Estavam cada vez mais perto de conseguir resolver aquele enigma.