Era mais um ano de colheita. As mães arrumavam seus filhos com as melhores roupas possíveis, mesmo que em algumas famílias a renda fosse bem baixa.

Os pais saíam de seus empregos mais cedo, suas minas, seus pomares, assim como as crianças e adolescentes que trabalhavam nesses mesmos lugares.

Todos esperavam a grande hora da colheita. Não importava o distrito. Mesmo com muitos sendo bastante corajosos, outros tinham muito medo de morrer na arena.

O que seria esse ano? Uma ilha deserta? Uma cidade robótica? Quem ganharia os jogos?

Eram dúvidas e mais dúvidas. Muitas famílias tinham grande esperança de seus filhos voltarem. Outras famílias não tinham tanta esperança assim, confiavam, mas não tinham fé o suficiente. Já algumas, na verdade a grande maioria, tinha plena e absoluta certeza que seus filhos não voltariam. Que aquele só seria mais um ano de tristeza, de sofrimento. Por saber que o filho que cuidou durante 12, 13, 14 ou mais anos morreria ali, de um jeito realmente na arena.