Enquanto isso no planeta Kinmoku, a princesa Kakyuu havia conseguido reconstruir seu reino e ressucitar seus súditos e assim, tudo ficara em paz. Bem, na verdade, nem tudo. As Sailor Starlights estavam com problemas, ou melhor dizendo, com seus receptáculos.

– Fighter, como você está? – perguntou Sailor Star Maker.

– Estou enfraquecendo e tenho muitos pesadelos. Seiya está se afastando. – disse Sailor Star Fighter com uma expressão triste, sentada em uma das janelas do palácio.

– Eu sei. Taiki também está se afastando e...

– E Yaten também! – disse Sailor Star Healer se aproximando.

– É por causa delas. – Maker disse com um olhar perdido.

– Sailor Moon. Sailor Venus. Sailor Mercúrio. – disse as três juntas.

Fighter estava sentada em uma das janelas que dava para um jardim de margaridas e isso a fez se lembrar de sua última conversa com Seiya.

[Flashback ON]

Fechei meus olhos e me concentrei. Era assim que eu fazia para falar com o Seiya. Eu não podia fazer isso sempre quisesse, pois exigia muito de nossa energia vital. Seiya apareceu diante de mim, ele não parecia estar nada bem.

– Seiya, o que está havendo? Eu estou enfraquecendo.

– Perdoe-me, Fighter. Não consigo mais amar apenas Kinmonku e a princesa. Meu coração está dividido.

– Como assim, Seiya? Não me diga que...

– Sim! É isso mesmo, Fighter. Estou assim por causa da Bombom, ou Sailor Moon. Como preferir. – disse ele dando um sorriso de leve.

– Então você ainda não a esqueceu. – disse Fighter olhando para baixo.

– Não há como esquecê-la! Eu a amo desesperadamente. E não sou só eu... Taiki e Yaten também se apaixonaram por garotas da Terra!

– Eu temia que este dia chegasse. Um guardião de Kinmonku não pode de forma alguma se apaixonar por alguém, além de seu planeta e princesa ou pelo menos, não com meu espírito em seu corpo. A não ser que...

– O que é?! – disse Seiya com um olhar esperançoso.

– Nada. Eu não disse nada, Seiya.

Seiya se aproximou um pouco mais e olhou para cima e sorriu.

– Sabe, Fighter, eu me apaixonei pela Bombom sem querer. Aqueles olhos azuis que expressam tanta bondade, seu cabelo loiro e com penteado engraçado. Seu jeito especial me encantou. É como se algo me conectasse a ela, mas não sei o quê! Houve uma vez em que saímos e eu a levei em uma floricultura e...

– Eu sei, eu me lembro disso. – disse Fighter interrompendo-o.

– Desculpe-me, Fighter! Sei que isso te incomoda, mas não entendo a razão.

– Quem sabe um dia você entenda. De qualquer forma, você sabia das regras para tornar-se uma Starlight. Sabia que estaria preso a esta missão por tempo indeterminado.

– Eu sei. Mas não se pode mandar no coração, Fighter. Estou completamente dividido e não sei o que fazer.

– Eu sei, eu acho. Enquanto isso, descanse, Seiya! – disse ela com um leve sorriso.

[Flashback OFF]

– Fighter! Fighter, está ouvindo? – Maker a chamava.

– Desculpe, Maker! Eu estava perdida em meus pensamentos.

– O que acha que devemos fazer? – perguntou Healer.

– Precisamos voltar à Terra.

– O QUÊ?! – Maker e Healer gritaram.

– E como faremos isso, Fighter? Kinmonku precisa de nossa proteção! – disse Maker.

– Será temporário e quanto a proteção eu darei um jeito. Eu preciso descobrir uma coisa que pode arruinar a todos ou tornar todos felizes.

Maker e Healer se olharam sem entender muita coisa. Fighter se levantou e se dirigiu até o jardim real. Ela precisava conversar com sua princesa e saber algo sobre o passado.

Kakyuu estava sentada em uma fonte em um dos jardins do palácio. Ela estava feliz por ter recuperado seu planeta e todos os seres vivos. Fighter começou a observá-la de longe, sabia que seria difícil explicar a situação de Seiya.

– Princesa, podemos conversar? – disse ela se aproximando.

– Claro que sim, Fighter! Estava sentindo sua falta. Afinal, você é a minha melhor conselheira. – ela disse sorrindo.

– Eu sei. Princesa... como foi o passado de Seiya? – perguntou Fighter fitando-a com firmeza.

Ela ficou surpresa, abaixou a cabeça e demorou alguns segundos para responder.

– O pai de Seiya era um capitão da guarda real. Ele me fez prometer que cuidaria do garoto, então achei que seria melhor se ele começasse o treinamento de Starlight, porém, ele era muito pequeno. – disse ela com o olhar perdido.

– Então, Seiya já fora escolhido para ser uma Starlight? – Fighter perguntou surpresa.

– Sim. Isso é pré-destinado. Não importa se você é homem ou mulher, desde que seu coração pulse como uma estrela, será o escolhido. Os escolhidos também trazem uma tatuagem em forma de uma estrela de 7 pontas em suas nucas. Seiya era um bebê quando a estrela surgiu.

– Então, Seiya não tinha ideia da obrigação que teria de cumprir, não é?

– Exato. Eu mal pude conhecer Seiya. Apenas você. – disse Kakyuu com um leve sorriso.

Fighter sorriu de volta, pensou um pouco e disse:

– Se o Seiya quisesse ser um guardião, mas na sua forma original, ele poderia? – Fighter perguntou esperançosa.

– Sim, mas há um grande risco, Fighter. Seiya pode morrer. – Ela olhou para a sailor com muito medo.

– Mas por quê? – Fighter perguntou assustada.

A princesa abaixou a cabeça e disse:

– Afinal, por que está me perguntando estas coisas?

– Bem... é por isso que vim até aqui. Eu e as outras sailors precisamos voltar a Terra e resolver alguns assuntos pendentes. – Fighter disse com calma.

– Voltar a Terra? Hum... Acho que sei o que pode ser. Aquela garota, Sailor Moon, encantou o Seiya, não é? – disse ela com um olhar triste.

– Sim. – Fighter concordou. – E mais duas. Mercúrio e Vênus!

– Está bem, Fighter. Kinmoku está em paz e não vejo motivo para impedi-las. Mas lembre-se, a vida deles corre perigo. Então, pense bem antes de qualquer coisa, está bem?

– Não se preocupe, princesa. Eu não irei decepcioná-la! – Fighter disse com entusiasmo.

– Além do mais, há muitos fantasmas do passado que podem retornar. Bem, vou para o meu quarto. Tenha uma boa viagem! – disse Kakyuu se levantando e indo em direção ao seu aposento.

Fighter ficou parada e pensativa nas últimas palavras da princesa. Seria uma nova batalha? Ou apenas segredos do passado?

Fighter correu até onde as sailors estavam e disse com alegria:

– Meninas, aprontem-se! É hora de voltar para a Terra!

– EBAAA! – Todas comemoraram e partiram em direção do planeta azul.