Nem Tudo É O Que Parece escrita por Mieko Yamada


Capítulo 10
O que acontece quando acordamos da morte?


Notas iniciais do capítulo

Gente me desculpem meeeeeesmo a demora, mas é que eu estou com uma crise de falta de ideias pra continuar, mt grande! Esse também é o motivo pro capítulo estar menorzinho e super sem sal.

Mas eu vou me esforçar pra conseguir fazer a história voltar ao clima fofo que ela tinha antes de virar das avessas!

Aliás... Eu adoraria que meus leitores me dessem ideias! Caso vocês tenham algo em mente, podem me dizer, que vou usar todas as ideias como base pro próximo capitulo! Lembrando, que eu quero dar um papel importante ao Jade... Se é que me entendem...



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Bep... Bep... Bep...

Minha cabeça doía muito, e esse era o único som que eu podia ouvir. Ainda não tinha aberto os olhos, não sabia o que eu veria quando os abrisse, eu temi por mim mesma naquele momento.

Bep... Bep... Bep...

Me esforcei um pouco para abrir os olhos, mas parecia que eu não tinha mais controle algum sobre o meu próprio corpo, eu me senti incapaz de realizar qualquer movimento, eu estava consciente, mas não conseguia me mover.

Pude ouvir o som de uma porta abrindo, e realmente me lamentei por não poder me mover para ver quem era.

Ouvi os passos se aproximando de mim, e me preparei para qualquer coisa que pudesse me ocorrer. Mas esse alguém colocou a mão em minha testa, e medindo a temperatura, passou a acariciar meu rosto. Eu podia ouvir de leve, o soluçar de quem quer que fosse a pessoa que estivesse ali, mas eu não fazia a mínima ideia de como demonstrar que eu sabia de sua presença.

Em seguida, senti a respiração descompassada desse alguém se aproximar de mim, e os lábios da pessoa tocaram minha testa, em um beijo carinhoso, quando em seguida pude sentir as lágrimas escorrerem por meu rosto, sendo limpas em seguida.

– Ah... Se eu soubesse que isso aconteceria, eu não teria te deixado sozinha. – Lamentou-se uma voz rouca e embargada pela tristeza, voz masculina na qual eu era incapaz de reconhecer.

Novamente a porta foi aberta e pude ouvir uma voz gentil, avisando quem quer que fosse sobre o tempo.

– Rapaz, o horário de visitas acabou. Eu sei que é difícil vê-la nesse estado, mas agora falta muito pouco, talvez amanhã ela acorde, não perca as esperanças. Ela é sua namorada? – Eu pude notar que a pergunta vinda, foi feita por uma enfermeira, no intuito de distrair quem quer que fosse.

– Ela? Não, não é. Poderia, se eu tivesse tido uma oportunidade de me declarar, mas acho que eu as deixei passarem. Quando ela vai acordar? Desde que ela está aqui, já vai fazer uma semana que ela está em coma induzido, ela já voltou a estar nutrida, e já foi feita a transfusão de sangue! Então... Até quando? – Disse ele, com um suspiro, parecendo que estava prestes a chorar novamente.

– O estado dela estava ruim, ela estava desidratada, além de estar em estado inicial de desnutrição, e de ter uma grande perda de sangue. Eu acho que é quase um milagre que em menos de uma semana, ela tenha se recuperado tão rápido. Nós já paramos de dar sedativos á ela, ela deve acordar em breve, não se preocupe, já estamos até preparando os procedimentos para lhe dar alta. Falta muito pouco. – Confirmou a enfermeira, das duvidas que eu mesma tinha ao meu respeito, e então ouvi novamente a porta fechar.

Fiquei algumas horas acordada até perder novamente a consciência.

Bep... Bep... Bep...

Novamente acordei com esse barulho irritante. Dessa vez eu estava disposta a dar tudo de mim para me mover, nem que isso me fizesse desmaiar de exaustão, afinal, ninguém perceberia nada mesmo.

Depois de um esforço tremendo, consegui finalmente apertar meus olhos com força, tendo finalmente o controle do meu próprio corpo. Abri meus olhos lentamente, estreitando-os por conta da luz com a qual meus olhos haviam desacostumado. Depois de alguns momentos recuperando a visão, me sentei, parando por alguns momentos enquanto a tontura passava. Olhei em volta e vi um quarto todo branco. Com persianas de cor creme bem claro, uma pequena TV que estava desligada, e um monitor cardíaco, com fios que estavam ligados em mim, medindo meus próprios batimentos.

Depois de certos instantes, acabei ficando em desespero, de estar sozinha trancada em outro lugar. Então gritei.

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! – Eu não sabia ao certo se aquilo era medo, raiva ou frustração, mas talvez fosse apenas uma mistura louca de tudo o que sondava minha cabeça.

A porta foi escancarada quase no mesmo segundo, revelando duas enfermeiras assustadas, e uma tia Agatha com olheiras profundas.

– O-o que ac-conteceu? – Foi a única coisa que consegui perguntar.

–Ah querida, depois que te encontramos você estava tão mal, e não acordou até agora. Ah, querida, como eu estava preocupada! – Disse minha tia começando a chorar e vindo até mim, me abraçar.

Depois disso, tudo foi organizado para que eu fosse levada para casa, e em uma hora, já estávamos de volta.

Quando chegamos, eu perguntei para minha tia o horário ao que ela me disse que eram 09h30min da manhã.

– Posso ir pra escola? Acho que ainda dá tempo, afinal eu tenho atestado médico. – Eu disse, sabendo que eu não aguentaria ficar mais tempo sentada, sem poder sair do lugar.

– Você acabou de sair do hospital, é melhor voltar pra casa e descansar! – Afirmou minha tia.

– Por favor, tia! Eu fiquei duas semanas trancada descansando, eu não aguento mais ficar parada, dentro de quatro paredes. – Eu supliquei.

– Certo, eu te deixo no colégio, ok? Aliás, somente os seus amigos, a diretoria e eu estamos sabendo do que aconteceu. Seus colegas de classe não foram informados de nada, para não causar escândalo. – Contou minha tia, finalmente parando em frente ao colégio, que não ficava muito longe de nossa casa.

– Obrigada tia, vou ver se ainda dá tempo de entrar nessa aula! – Eu falei com um sorriso, correndo pra dentro da escola, sentindo minhas pernas, há tanto tempo sem uso, formigarem. Mas deu tempo de ouvir minha tia pedindo que eu voltasse acompanhada.

Passei pelos corredores vazios, e parei na porta de minha sala, congelando ao pensar que ao abri-la, poderia ver Viktor, e eu não saberia o que fazer. Com a mão tremendo, empurrei a porta.

Ao abrir, a surpresa de meus amigos, ficou claro e evidente em seus olhares e rostos pálidos, que estavam todos pasmos, como se tivessem visto um fantasma, enquanto os outros cochichavam coisas absurdas, com hipóteses para explicar meu sumiço.

O primeiro a se manifestar, por incrível que pareça, foi Armin.

– UAAAAAAAU, você apareceu tão de repente que até parece àqueles personagens de jogos de terror, que aparecem do nada quando a gente menos espera! – Disse ele com aquele sorrisinho brincalhão que ele tinha sempre que zoava alguém.

Pensei que mais ninguém faria nenhum comentário, e quando eu ameacei dar mais um passo para dentro da sala, foi à vez de Alexy se manifestar.

O azulado levantou subitamente, e correu até mim, me abraçando com tanta necessidade que eu hesitei até mesmo em respirar, com medo de que qualquer movimento o fizesse me soltar. Por fim ele me largou, mas com as mãos em meus ombros disse apenas:

– Você está bem? – E com essas poucas palavras, ele conseguiu me fazer desabar, pois eu vi em seus olhos, que ele tinha muito mais para perguntar do que somente aquilo.

– Sim, estou. – Foi tudo o que consegui responder.

Entrei na sala e fiquei ali sentada, esperando que o professor desse continuidade na aula, coisa que ele fez sem me questionar.

A aula se seguiu, e apesar dos rumores rolando na sala de aula, nada foi diferente do normal.

Assim que o sinal bateu, Alexy me segurou não me dando tempo nem mesmo de pensar em sair da sala.

Rosalya, Risa, Lysandre e Armin também ficaram em sala, enquanto todos os outros alunos saíram velozmente, para suas casas.

Eles me bombardearam de perguntas, mas eu não sabia exatamente como responder todas elas, até que finalmente se acalmaram.

Me contaram que Viktor sumiu durante uns dois dias, depois que eu desapareci. E que quando ele voltou, ele agia muito estranho e reagia facilmente com qualquer coisa que envolvesse o meu nome. Alexy, que já sabia das ameaças, começou a desconfiar, e certo dia, junto com meus amigos, decidiu seguir Viktor até a casa dele, e invadi-la. Mas Risa ligou para a polícia, quando estavam a caminho, dizendo que encontraram um sequestrador, e passou o endereço de Viktor, e quando eles me acharam, poços minutos depois a polícia chegou e aos constatarem que eu estava presa em cativeiro, levaram Viktor pra prisão, e como ele já é maior de idade, vai ficar um bom tempo lá, pensando no que fez.

Acho que agora, só me resta uma coisa: continuar a viver normalmente, e resolver aquilo que eu tinha pra resolver antes de tudo acontecer...

Mas, parando pra pensar, será que eles realmente pensaram que eu morreria? E... eles me questionaram tanto, e mostraram tanta saudade... É isso que acontece quando voltamos da morte?


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Notas finais do capítulo

Velu por estarem lendo, e eu estou realmente muito feliz que estejam me acompanhando



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