A rua estava escura enquanto eu voltava para minha casa. A única luz acesa era a de uma lojinha, que estava um pouco à frente da minha localização, aparentemente bonitinha e inocente. Em alguns livros que eu já havia lido, soube que não posso confiar sempre nas aparências. Não voltei meus olhos novamente para aquela loja. Logo depois que passei na frente dessa loja, meu celular tocou. Imediatamente percebi algo estranho, pois esse não era o meu toque. Esse era mais sombrio e dava a linda noite uma cara amedrontadora. Peguei meu celular na mão e fui ver o número. Como o esperado: estava constando "número não identificado". Não atendi meu celular e continuei andando. Depois de 5 minutos, esse mesmo número me ligou novamente, sabia disso, pois começou a tocar a música sombria. Novamente, eu não atendi.

– A senhorita passou na frente da minha loja e não entrou. Não era agradável o suficiente para a senhorita? - Estranhei, pois dificilmente alguém fala assim hoje em dia.

– A loja era linda, mas eu estava sem tempo, pois a minha mãe está adoecida e não posso ficar muito tempo fora de casa. Mas por acaso poderia saber com quem falo?

– Que a sua vontade seja uma ordem. A Senhorita fala com o proprietário da loja Adrift, me chamo Temor. E se eu não me engano a senhorita se chama Karina, certo?

Nisso, já estava no meu quarto e liguei meu computador para falar com a minha amiga sobre tudo isso.

– Por acaso eu fui seguida até aqui? O que você quer de mim?

– Pode ficar tranquila, você não foi seguida por ninguém. Só peço para você ir ver se a sua mãe, acho que ela está tendo um infarte. Fique tranquila, te ligarei amanhã novamente.

Depois que o Sr. Temor desligou o telefone fui correndo para o quarto da minha mãe, pois caso nada tivesse acontecido a minha viagem até lá não estaria perdida. Realmente como ele disse, minha mãe teve um ataque cardíaco. Nós passamos a noite no hospital, mas como eu tenho que estar na escola de manhã eu pedi um atestado do médico para explicar o meu atraso, pois ainda tinha que passar em casa, me trocar e chegar na escola e isso demoraria em torno de 30 a 60 minutos. Fui correndo para casa e me troquei em 5 minutos. Cheguei na escola na 3ª aula. Assisti a mais 2 aulas e fomos para o intervalo. Comi um sanduíche natural e estava conversando com meus amigos quando meu telefone toca. Já tinha me acostumado com o toque. Fui para um canto onde não havia ninguém e atendi.

- Bom dia Srta. Karina. Teve um bom fim de noite e início de dia?

– Como você sabia sobre a minha mãe?

– Já lhe disse: sei de tudo um pouco. Mas quero fazer uma troca com você, por isso te liguei agora.

– O que você quer? Por acaso é algo que eu possa lhe oferecer?

– Com toda certeza. A sua alma é muito melhor que a da sua mãe. Portanto proponho a você: deixo a sua mãe viva e em paz, se você me der a sua alma.