Esme

As duas semanas que passaram foram incríveis, pois é!

Não é a semana que é incrível. Mas sim o cam.

Ele é estranhamente lindo, educado angelical, e até me chama de anjo, mas de anjo não tenho nada.

Mas pensando melhor eu não posso me apaixonar assim por um homem normal, pra começar e se ele quiser casar comigo, não posso entrar na igreja, e ainda se ele quiser encostar-se às minhas costas, eu vou mata-lo.

–shô ideias malditas!- disse em voz alta na rua. Algumas pessoas me olharam e normalmente me chamaram de maluca, porque ser diferente não é ser normal.

Cheguei no posto médico, hoje vou ficar de plantão! Isso está lotado, estou com medo de pegar uma tuberculose.

Bem capaz, desse mal eu morro, afinal eu só morro por um mal.

uma mulher me corta os pensamentos.

–será que tu pode me atender? Minha filha esta com asma!- quanto tempo será que estou assim?

3 horas depois

Juro, se fosse normal estaria rastejando por este lixão, este lugar me dá arrepios, é nojento, faz um bom tempo que não vê um paninho úmido.

Essas horas passam igual uma corrida de tartaruga, bem que o cam podia aparecer por a... olha quem acabou de chegar!

–oie!- seus olhos verdes esmeraldas brilharam, sua boca parecia mais vermelha e sua pele mais branca.

–pensando em mim?

–deixa de ser convencido!- dou um tapa em seu ombro- como o senhor sua exatas...- olhei para o relógio- dez horas sem mim?

–péssima!- ele diz seco, sem parar de olhar nos meus, sorri torto.

–aconteceu alguma coisa cam?

–não!- ele sentou no balcão- e com você?

– se você não descer dai vai!- o empurrei- folgado!

–algum problemas srt esme?- pergunta a senhora, minha querida e simpática enfermeira chefe, seu semblante estava péssimo, até olhar para cam, começou a sorrir, seus olhos brilharam- pode deixar esme, eu mesmo atendo o senhor! Aproveita e descansa!

–bem capaz senhora whate! Eu mesmo atendo ele, com imenso prazer!- puxo o cam pela mão, fecho a porta da sala e digo:

–então seu Cameron, veio fazer seu curativo em seu peito? Nem sei como você sobreviveu!

– eu sei!- ele falou, esboçando um sorriso e levando seu olhar para longe.

–seu bobo!- viro-me de costas para ele e encaro a janela, desviando de seus olhos confortantes, como eles brilham tenho uma impressão de já tê-los vistos antes.

–ai!- minha cabeça doeu.

– que foi doutora?- falou ele no meu ouvido, pondo sua mão fria em meu ombro.

Virei-me.

Encarei seus olhos, uma visão veio em minha mente

Muitas lágrimas e escuridão, seu cabelo escuro e oleoso, parecia que água não havia conhecido, seus urros pareciam de dor, mas logo percebi que eram de desgosto, sua cabeça entre as pernas, um passarinho soava triste num salgueiro chorão, que ficava a sua frente, seus braços fortes seguravam com força suas perna, o canto do pássaro fazia-lhe bem, era como se cada nota soada pelo pássaro consolava sua dor, e aos poucos, o belo rapaz ainda não identificado por meus olhos. Ia levantando a cabeça.

Quando o mesmo levantou a cabeça e encarou o pássaro, pude ver seus olhos verdes esmeralda, o sorriso largo e vasto apareceu em seus lábios... era ele.

Era...

Pisquei uma, duas, três vezes, até focar meus olhos e vi que cam me encarava.

– o que foi?- perguntei.

– eu que te pergunto menina! Tu estás branca igual papel!

–é! Sei lá! A pressão deve ter baixado!

–quer que eu chame a...

–não estou bem! Sento na cadeira, respiro fundo, preciso de ar em meus pulmões.

Eu estou sonhando com ele... e o pior, de pé!

Não.