A Escolhida escrita por Pandora


Capítulo 35
Capitulo 37: A descoberta do amor


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, desculpem pela demora.
Esse capitulo ta um pouco meloso, mais acho que vocês vão gostar. Faria bem se vocês lessem o Capitulo 18 de A seleção, só para entender melhor.
Obrigada por todos os belissimos comentario. E esse capitulo é especialmente dedicado à Carol Webber Soares que está fazendo 15 anos.
Parabéns! Tive que pintar o sete, o oito o nove e o dez para conseguir postar esse capitulo hoje. Mais valeu a pena.


Enjoy

Ei so lembrando que o final desta temporada ja esta pensado, e a fic entra em reta final a partir do proximo capitulo.

Kiera liberou a um tempo em seu Twitter algumas frases de The One, vou botar uma no incio do capitulo. Eu to lendo The Guard, é incrivel!!!!!!!



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"Eu vi como o palácio foi transformado. Quase durante a noite , as árvores de Natal exuberantes forrado corredores do primeiro andar , guirlandas foram amarrados para baixo as escadas , e todos os arranjos florais foram alteradas para incluir azevinho ou visco.Ela se levantou de maneira calma até Gavril, que já a esperava para começar a entrevista."

–The One

"O corpo dele estava agora contra o meu , o seu baixo mão nas minhas costas , me segurando para ele."

–The One

Antes de ir, ela deu um sorriso para Marlee. Percebi que não era um sorriso alegre, mas sim um de nervosismo. Ela estava nervosa, assim como eu.

Seu trajeto na direção de Gavril foi baseado em ela apenas olhando para seus pés. Queria abraça-la e dizer para não se preocupar, que tudo iria ficar bem.

Quando ela finalmente pousou seus olhos em mim ao se sentar e pegar o microfone, agi por impulso dando-lhe uma piscadinha, em um sinal claro de que...tudo iria ficar bem.

Afinal...

Ela não tinha que vencer ninguém, pois já tinha me ganhado...

Oh céus! De onde tirei essa frase? Porque minha mente esta tão conturbada e meu coração tão frenético.

Ela estava tão linda que poderia passar horas olhando sua linda face, decorando cada traço, para guarda-los eternamente em minha memória...

— America Singer. Nome interessante o seu. Há alguma história por trás dele? — perguntou Gavril.

— Sim, de fato. Eu chutava muito durante a gravidez. Minha mãe disse que carregava uma lutadora na barriga e por isso me batizou com o nome do país que tanto lutou para se manter unido. É estranho, mas devo reconhecer que ela acertou: nós duas vivemos brigando.

Ela parecia tão determinada falando aquelas palavras...

Estava tão bonita, na verdade, ela estava tão linda que poderia passar horas olhando sua linda face, decorando cada traço, para guarda-los eternamente em minha memória...

De onde tirei isso...

— Parece que ela é uma mulher enérgica- Raciocinou Gavril.

— Ela é. Herdei boa parte de minha teimosia dela.

— Então você é teimosa? Um pouco geniosa?- Oh sim! Ele vai perguntar...e como ela é honesta, ela não vai mentir.

Comecei a rir, apenas de imaginar, ela tendo que contar a história, seria hilário. Ela olhou para mim, vendo minha expressão tentando suprimir minha risada.

— Às vezes- respondeu ela, ainda sem perceber que ele ia perguntar o que eu sabia que ia perguntar.

— Então por acaso não seria a garota que gritou com o príncipe?

Ele perguntou! Sua expressão estava impagável. Observei ela supirar se dando por vencida, e percebi que ela ia contar a verdade como eu tinha imaginado.

— Sim, fui eu. E minha mãe deve estar infartando neste exato momento.

Não me segurei e quebrando alguma regra de conduta, gritei para Gavril, afinal, a história não poderia acabar simplesmente ali.

— Faça-a contar a história toda!

Ele se virou olhando para mim, com olhos curiosos. Estava sendo bom brincar um pouco com America Singer.

— Ah! Qual é a história toda?

America até tentou me mandar um olhar feio, mas isso só a fez ficar mais bonita, e fazer a situação ficar mais ridícula do que já estava.

— Senti um pouco de... claustrofobia na primeira noite e fiquei desesperada para sair. Os guardas não me deixaram passar pelas portas. Eu estava a ponto de desmaiar nos braços de um deles quando o príncipe chegou e mandou que abrissem as portas.

— Humm... — grunhiu Gavril, inclinando a cabeça um pouco para o lado.

— Sim, e depois o príncipe ainda me seguiu para ver se estava tudo bem comigo... Mas eu estava tão nervosa que quando ele abriu a boca eu basicamente o acusei de ser vaidoso e superficial.

Não me segurei e comecei a soltar risadas, enquanto ouvia Gavril, minha mãe e o Rei, rindo também. Achei que ia ser repreendido por rir daquele jeito em publico, ou pior, em rede nacional. Mais não, eles estavam rindo junto, o que tornava a situação mais engraçada, e um pouco rara, já que poucas vezes vi o Rei rir.

— E ele a perdoou? — Gavril quis saber, um pouco mais sério.

— Por incrível que pareça — Ela respondeu simplesmente, como se não tivesse acertado a minha...coxa, alguns dias depois.

— Bem, agora que os dois fizeram as pazes, que tipo de atividade têm feito juntos? — Gavril estava de volta ao tema da entrevista.

— Geralmente andamos pelo jardim. Ele sabe que gosto de passear ao ar livre. E nós conversamos.

Foi um pouco vergonhoso, para mim, ela ter que ter feito apenas isso. Eu devia ter mais atividades com ela. Mais isso não importava muito, era ela quem eu...

O que eu realmente sinto por America Singer?

— Parece muito relaxante. Você diria que o jardim é sua parte favorita do palácio?

— Talvez, mas a comida é divina, então...

Gavril riu de novo.

— Você é a última Cinco na competição, certo? Acha que isso diminui suas chances de ser a próxima princesa?

— Não! — a palavra saltou da minha boca sem hesitações.

— Nossa! Quanta convicção!

Gavril pareceu ter adorado ouvir uma resposta tão enérgica. Ele prosseguiu:

— Então você acha que vai vencer?

— Não, não — respondi depois de pensar um pouco. — Não é isso. Não me julgo melhor que as outras meninas aqui. É só... Não acho que Maxon faria isso, que desprezaria alguém por causa de sua casta.

Humilde como sempre...ainda mais, ela me entendia tão bem...

Foi então, que percebi o que ela tinha falado a mais.

Ela tinha me chamado de Maxon, e não príncipe...amei isso.

Na verdade, amava como o som do meu nome saia de seus lindos lábios, amava a forma como ela o pronunciava, na sua linda voz...

O que está acontecendo comigo?

Ela olhou para mim, provavelmente procurando uma repreensão que não acharia, pois como já disse...amei isso. Sorri para ela, como se dissesse ela segunda vez naquela noite, que tudo ia ficar bem...e tudo estava ótimo.

— Ah, parece que você realmente ficou íntima do príncipe. Diga-me, o que você acha de Maxon?

O que ela acha de mim...finalmente chegamos a um dos meus motivos de nervosismos, chegamos enfim, ao cerne da questão.

Eu queria realmente saber, e sabia que ela percebeu isso quando olhou a sinceridade e a ansiedade em meus olhos.

Ela me entendia.

Ela poderia ter falado muitas coisas, ela poderia caçoar de minha risada ou falar do apelido carinhoso pelo qual eu queria ser chamado pela minha futura esposa, mesmo essa questão sendo uma coisa muito íntima e pessoal, na qual eu tinha confiado apenas nela para falar. Ela tinha a chance de mudar a sua atual situação e voltar à comédia.

“Eu poderia ouvir as piores noticias pelos seus lindos lábios”

Para os outros foi alguns segundos, mais para mim, foi uma eternidade até o que eu mais esperava ouvir saísse de seus lindos lábios:

— Maxon Schreave é a síntese de todas as coisas boas. Será um rei fenomenal. Ele deixa garotas que deveriam usar vestido saírem por aí com calça jeans e não se zanga quando alguém que não o conhece o julga de uma maneira completamente errada.

Percebi pelas bochechas de Gavril que ele estava sorrindo, sabai que seu sorriso não era por educação, mas sim por ter achado uma resposta diferente. E como eu estava? Totalmente intrigado! Como assim coisas boas? Como assim rei fenomenal? Porque ela não esta apaziguando sua vergonha por ter me chamado de Maxon em rede nacional, contando algo constrangedor sobre mim, ou até mesmo falando o mesmo que as outras garotas? Carinhoso e gentil?

Estranho...

— Quem se casar com ele será uma mulher de sorte. E não importa o que me acontecer, será uma honra ser sua súdita.

1- Súdita?

Ela NUNCA seria, foi ou será minha súdita.

2- Mulher de sorte? Achava que ela descreveria a garota como uma coitada.

Foi ai que percebi, e se ela...a America que eu conheço, fosse minha...mulher de sorte?

Engoli em seco por todas as opções. Sem contar a surpresa, por saber que ela não estava mentindo.

Naquele momento me senti realmente impressionado. Ela achava tudo aquilo de mim?

— America Singer, muito obrigado- depois disso não ouvi nada do que as outras garotas disseram depois, apesar de manter os olhos nos dois assentos ao lado do palanque. Também não tinha coragem de olhar para America. Tudo o que fazia era repassar mentalmente as palavras ditas na entrevista, várias vezes, ainda sem acreditar nas suas palavras.

***

Demorou um pouco, mas por fim decidi “visitar” America em seu quarto.

Esperava ver Mary, Anne ou Lucy, mais não, quem atendeu a porta foi America. Eu me preocupava com ela, e se ocorresse um ataque, ela poderia não ser alertada à tempo, e ficar em perigo.

— Seria muito bom você ter uma criada aqui durante a noite- Disse, esperando que minhas palavras não tivessem soado muito duras.

— Maxon! Sinto muito mesmo. Não queria chamar você pelo nome na frente de todos. Fui tão idiota.

Minha nossa...ela achava que eu estava bravo com ela? Ela não percebeu que meu sorriso no momento, queria dizer que estava tudo bem? Mais eu não ligava para isso, só me importava em estar ali com ela.

— Você acha que estou bravo por isso? America, você me chama pelo nome o tempo todo. Uma hora ia escapar. Gostaria que tivesse sido em um ambiente mais reservado — ressaltei, com um sorriso malicioso — mas não vou pegar no seu pé por isso.

Na verdade, eu amava quando ela falava meu nome em particular.

— De verdade?

— Claro, de verdade.

— Ai, eu me senti tão idiota hoje à noite. Não acredito que você me fez contar aquela história!

Tinha que admitir, foi hilário, e de longe, de perto, de meio...o melhor momento da noite, porém algo estava errado, sentia no meu interior...como se minha mente e meu...coração, gritasse que ele não deveria ser o único.

— Mas foi o melhor momento da noite! Minha mãe ficou muito impressionada. No tempo dela, as garotas eram mais reservadas que Tiny, e aí você vem e diz que me achava superficial... Ela não se conformava.

Cruzamos o quarto e fomos para a sacada. A lua estava cheia e alta, sendo refletida no rosto de America, ela estava tão linda...

— Bem, fico feliz que você esteja tão impressionado

Pulei no parapeito da sacada para ver melhor o rosto dela, sabia que ela não julgaria meus gestos. Sentia que podia ser eu mesmo com ela.

— Você é sempre impressionante. Acostume-se a isso.

O.que.eu.disse? Rebobina. Volta. De onde eu tirei isso? Não que fosse mentira, mas não achava que “impressionante” fosse necessário para descrevê-la. Foi como se minha mente gritasse por essas palavras, sem eu ao menos ouvir, e em um piscar de olhos...pronto...ja havia soltado as palavras.

Sabia que poderia me arrepender, mais precisava perguntar.

— Então... o que você disse...

— Que parte? Quando chamei você pelo nome, quando disse que brigava com minha mãe ou quando sugeri que a comida era minha motivação?- Embora seu ar de desdém fosse engraçado, ri para esconder o nervosismo para complementar a pergunta.

— A parte sobre eu ser uma boa pessoa...

— Ah, o que tem?

Ela mexeu no vestido, e pareceu envergonhada, mais mesmo assim, precisava me certificar de que ela não tinha exagerado em sua sinceridade. E ela parecer envergonhada, só atiçou mais e mais a minha duvida.

— Admiro que você queira soar sincera, mas não precisava ir tão longe.- Pronto, a bomba tinha sido jogada, agora espero pela explosão.

— Maxon, não fiz aquilo pelo programa. Se você tivesse perguntado um mês atrás qual era minha opinião sincera sobre a sua pessoa, minha resposta teria sido bem diferente. Mas agora conheço você de verdade. Você é tudo o que eu disse. E mais.

Me permiti um sorriso, ela achava mesmo aquilo tudo de mim.

— Obrigado

— Ao seu dispor.

Limpei a garganta, me perguntando se deveria falar, o que queria falar. Arrisquei.

— Ele também será um homem de sorte.

Saí do parapeito e me dirigi até o lado dela, naquele momento, estranhamente, não queria ver seu rosto ao ver ela falar...dele.

— Hein?

— Seu namorado. Quando ele cair em si e implorar seu perdão.

Pronta a bomba havia sido solta novamente, agora esperemos pela explosão.

— Ele não é mais meu namorado. E deixou bem claro que terminou comigo- Suas palavras foram objetivas. Porém, algo me deixou triste, a pontada esperança na sua voz. Ela ainda o amava.

— Impossível. Ele deve ter visto você na TV e se apaixonado mais uma vez. Embora, na minha opinião, você continue a ser areia demais para o caminhãozinho dele.

Não conseguia suportar a ideia dele, seja lá como seja, ainda gostar dela, e dele mesmo ter rompido o namoro com uma garota tão linda, apenas por orgulho. Bem, tinha o alistamento, isso podia entender. Ele não merecia nada dela. Nem um olhar, nem um abraço, nem um beijo...Caramba, o cara à magoou e ela ainda o amava. Eu não entendia, bem, também nunca tinha amado.

Bem, quem pode controlar o coração?

— A propósito, se você não quiser que eu me apaixone, não pode ficar assim tão linda. A primeira coisa que farei amanhã será mandar suas criadas costurarem uns sacos de batata para você usar.

Soltei a primeira frase sem pensar nas consequências que ela poderia acarretar. Imediatamente, tentei emendar uma tentativa de piada. Acho que deu certo, pois recebi em troca uma cotovelada brincalhona.

— Cale a boca, Maxon.

— Não é brincadeira. Você é bonita demais para o seu próprio bem. Quando sair, vamos ter que mandar alguns guardas para acompanhá-la. Nunca sobreviverá sozinha, coitada- algo em mim, pedia para dizer aquelas palavras. Impulso, talvez?

— Não posso fazer nada- ela suspirou- Não pedi para nascer perfeita.

Ela se abanou com as mãos e naquele momento, não sei como arrumei atenção para falar:

— É, não acho que seja possível evitar.

Ela riu. Mais eu não.

Minhas mãos suavam, e senti algo de diferente em meu estômago.

Estava alerta a cada traço de seu rosto. Ela era tão linda.

Seu olhos, atentos, contemplavam o jardim, e seus olhos...ah seus olhos...eles brilhavam com a luz que a lua irradiava, ao mesmo tempo que deixava sua face radiante de maneira bela.

Não conseguia tirar os olhos dela.

Quando ela se virou para provavelmente perguntar o que eu tanto olhava, percebi que estávamos perto suficiente para ocorrer um beijo.

Então a bomba explodiu.

Algo em mim se desencadeou de maneira brutal. Meu corpo, minha mente e minha alma imploravam por algo, nem eu sabia o que era. E então em um impulso, e em um gesto de extremo carinho, desejo e coragem, a beijei.

Não esperava isso de mim, de onde tirei essa coragem?

Eu não sabia que queria isso, mais só depois de ter feito, eu percebi que realmente queria. Oh céus! Eu queria. Era esse fato que eu senti que deveria ser mais importante que o momento engraçado na entrevista.

Foi como um estalar de dedos que percebi que esperava por esse momento a noite toda, embora não tivesse certeza se era o certo a se fazer.

Mil sentimento, emoções e desejos que nunca imaginei existirem em mim, agora gritavam, exigindo serem ouvidos. Cargas e mais cargas de eletricidade se moviam em meu corpo. Meu coração batia de maneira desenfreada e totalmente irregular, igual as batidas das asas de um bejia-flor, era como se...se...tivesse recebido uma cara de mil volts em meu coração. Uma festa se aglomerava dentro de mim, estava tudo tão descontrolado. Uma terceira bomba tinha sido jogada em meu peito, e o impacto de sua explosão poderia chegar a força de mil sois. Meu coração bate tão forte que dói, e eu não posso gritar e eu não posso respirar, mas também sinto tudo, cada veia e cada fibra, cada osso e cada nervo, tudo acordado e zumbindo no meu corpo como se estivesse carregado de eletricidade.

Era isso, eletricidade. Adrenalina. America me acordava e naquele momento, nunca me senti mais vivo.

Ela afastou-se mais cedo do que gostaria. Muito mais cedo. Então cai em mim, eu.estava.beijando-a! E...não, não, não...e se ela...não gostou?

E se meus sentimentos não forem recíprocos?

— Desculpe- falei com a voz baixa, e com o rosto vermelho pela vergonha de ter agido de tal forma, e pelo meu coração descompassado.

— O que você está fazendo?

Ela não gostou. Ela não gostou. Droga! Como fui tão idiota a ponto de achar que ela poderia me amar?

— Desculpe.

Virei de costas para ela não ver meu rosto em chamas.

Não devia ter feito isso...não deveria. Ela obviamente não gostou, e obviamente nossa amizade estava em jogo.

— Por que você fez isso?

Voltando tudo penso que ela talvez tenha gostado. E voltando mais um pouco percebo que já estava gostando dela, sem perceber.

— É que... o que você disse no programa... E ontem você me procurou... Seu modo de agir... Pensei que seus sentimentos tinham mudado. E eu gosto de você. Achei que já tivesse notado.

Qualquer dúvida de que ela não tinha gostado se reforçou ao ver sua expressão atordoada.

— E... Ah, o que fiz foi terrível? Você não parece nem um pouco feliz.

Uma dor se instalou em meu peito. Ela não gostava de mim.

— Sinto muito, demais. Nunca beijei ninguém antes. Não sei o que estou fazendo. Eu só... desculpe, America.

Decidi falar.

Eu queria que meu primeiro beijo fosse com ela, eu sentia que deveria ser com ela, mas não queria de forma alguma estragar o momento, porém acabei inevitavelmente estragando.

Como fui tolo. Não ganhei um amor, e perdi uma amizade.

Na verdade, não posso dizer se a amo. Não sei dizer se sim. Gosto dela.

Comecei a pensar em várias coias que poderia fazer para fazê-la me perdoar, quando, ela fez algo totalmente inesperado. Se aproximou de mim, quando achava que ia recuar, e esfregou a mão na minha testa de maneira delicada.

— O que você está fazendo?- perguntei confuso.

— Apagando essa lembrança. Acho que podemos fazer melhor.

Ela queria tentar de novo? Não conseguia acreditar. Ela se aconchegou mais em mim.

Ainda sem olhar para ela, me permiti um sorriso, pela sua proximidade e claro, por ela querer...tentar de novo.

— America, acho que não podemos mudar a história

Sabia que era errado, sabia que aquele era um grande erro, mais me permiti, pelo menos ter um fino fio de esperança. Sabia que minha expressão denunciava isso, e que poderia estar parecendo um tolo, mais não me importava.

— Claro que podemos. Afinal, quem vai saber disso além de nós dois?

A encarei meio confuso. Ela não estava brincando, ela queria mesmo tentar de novo.

Não fazia sentido...uma hora ela aparentava não gostar de mim e na outra...queria aparentava gostar. Ela queria, tanto quanto eu que aquele momento se repetisse. Mais mesmo assim era estranho.

Algo em mim se intensificou...confiança. Estava confiante que poderíamos tentar de novo e dessa vez, poderia, quem sabe...dar certo.

— Ninguém pede para nascer perfeito

Ela sussurrou e minha confiança apenas aumentou.

Afinal, eu não era perfeito, era normal eu errar.

Minha imperfeição me deu coragem.

Eu me aproximei, envolvendo minha cintura com seu braço e a puxando para mim. Nossos narizes se tocaram. E nossa! Aquela sensação foi maravilhosa. Nossos narizes se tocando, parecia tão...incrível. Toquei sua face, de maneira delicada, tinha medo que tudo aquilo fosse um sonho que começou ruim e foi ficando bom, e que se a tocasse de maneira mais próxima, aquela cena se transformasse em névoa, e eu acordasse. Eu não queria acordar.

— É, não acho que seja possível evitar

Dei o mais tímido dos beijos, tinha medo de fazer algo errado, ou que ela fugisse achando que eu Ra um tolo.

— Melhorou?

Ela concordou com a cabeça e a felicidade tomou conta do meu coração.

— Posso dizer uma coisa?- perguntei

Ela concordou com a cabeça.

— Não sou burro o bastante para crer que você esqueceu seu antigo namorado. Sei pelo que vocês passaram e que circunstâncias aqui não são exatamente normais. Sei que você acha que há moças aqui mais adequadas para mim e para a vida no palácio. Não quero me apressar e tentar ser feliz com qualquer uma. Eu só... só quero saber se é possível...

Meu desespero estava palpável em minha voz.

Se ela falasse sim, queria dizer que era possível me amar.

Se ela dissesse não, nada do que sinto mudaria. Porém tentaria a conquistar. Mais seria muito bom se ela falasse sim. Apenas um sim.

Mal acreditei quando as palavras saíram de sua boca.

— Sim, Maxon —ela sussurrou — É possível.

Meu coração batia de felicidade, ela poderia me amar.

E naquele momento eu senti que meu mundo poderia desabar mais tudo ficaria bem se ela sorrisse para mim, e senti que poderia aguentar tudo, tudo, apenas se ela segurasse minha mão...

Sentia que nada seria capaz de nos separar, se ela olhasse em meu olhos e dissesse que me amava.

Aquele “sim” se perpetuou em mim. E seu beijo, suas palavras...aquele momento se memorizou em mim, de maneira que nenhum outro se memorizou. Alguns são lembranças e aquele era uma memória que guardarei para sempre em minha mente e coração, e sei que ela também.

Minha paixão se eternizou em mim, de maneira irreversível. Não havia volta, ela se memorizou em mim, de uma forma que sei que nenhuma mulher jamais poderá se memorizar.

Foi, aí, neste sublime momento, enquanto a luz da lua banhava de maneira delicada seu quarto, que eu...

Foi ai, que eu tive a certeza de que a amava.


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