Ela imaginou que seus olhos estavam lhe pregando peças, era impossível.

–Liv...

–Você está morto...isso é brincadeira comigo.

Ela não estava com medo...estava nervosa. Elliot estava em sua frente, a barba por fazer, alguns anos mais velhos, mas nada tinha mudado.

–Eu só precisava conversar com você...você está bem? Você esta...pálida. Eu posso voltar depois se você achar melhor v

Ela piscou varias vezes, imaginava que aquilo era pegadinha de seus olhos. Ele se aproximou dela e ela deu dois passos para trás.

–Hum...quando você teve filhos?

–Entre.-ela se afastou e o deixou passar.-Desculpa pela bagunça, podemos conversar na cozinha.

Ela colocou Noah ao lado de Sophie e fez uma barreira de proteção com os travesseiros. Pegou o telefone e pensou se ligava ou não, mas a insegurança falou por ela. No segundo toque, o homem atendeu.

"-Liv? Está tudo bem?

–Não David...você precisa vim para cá.

–O que aconteceu?

–Por favor...você falou que mesmo separados você estaria do meu lado...eu preciso agora.

–Ei, calma querida. Eu vou guardar as coisas e darei um jeito de chegar rapidamente.

–Obrigada.

–Fique tranquila querida. "

Olivia voltou para cozinha e Elliot estava com Noah nos braços.

–Ele estava chorando e não ia deixa-lo ali.

–Er...obrigada.

Ela pegou o menino dos braços do homem. E o deitou em seu peito.

–Elliot, o que você queria falara comigo...na verdade, o que aconteceu?

–Olivia, eu não lembro de muita coisa e me falaram para eu procurar a ultima pessoa que eu lembrava...eu bati a cabeça e sofri um problema de memória, foi o que medico falou.

–Então você não lembra de nada?

–Não, apenas poucas coisas...alguns flashs e...de você, mas bem pouco.

–Elliot...muitas coisas aconteceram e não sei se ou a melhor pessoa para falar alguma coisa.

Olivia sentou-se no sofá e começou a ninar o menino. Elliot ficou observando, demorou uns 40 minutos para o menino dormir, ela se levantou e o colocou no quarto, depois pegou Sophie e a colocou no quarto também.

–Você não quer conversa?

Olivia saiu do quarto e encostou a porta.

–Não é isso, não é tão fácil assim. Tudo mudou. E muito.

Antes dele poder responder, o interfone tocou e Olivia liberou a entrada.

–Huang!

–O que aconteceu? O David me ligou e pediu para que eu viesse aqui.

–Eu preciso mesmo da sua ajuda...o Elliot...

–O que tem o Elliot? Olivia, você precisa parar com isso, são quase 8 anos.

–Olhe com seus olhos Huang.

Ela puxou ele pela casa e o levou ate a cozinha. O homem ficou pasmo, se aproximou de Elliot e o fitou.

–Huang...quanto tempo não te vejo.

–Elliot...

–Vai me olhar como se eu fosse um fantasma também?

–Desculpa. Podemos conversar?

Elliot o olhou e arqueou uma sobrancelha. Olivia estava encostada na porta da cozinha com os braços cruzados na altura do peito.

–Tem um quarto Huang, o terceiro a esquerda. É de hospedes, fique a vontade.

Olivia sentou no sofá enquanto Huang e Elliot foram para o quarto. Logo David entrou no apartamento, Emma dormia em seus braços.

–Eu vou coloca-la na cama e já venho.

Ele foi e a colocou na cama, pegou um remédio para Olivia e sentou ao lado dela.

–Sua pressão esta baixa, você esta pálida. Tome esse remédio.

–Obrigada. David, ele esta aqui.

–Quem Olivia? Se acalme.

–O Elliot, o Elliot esta aqui David.

–Em Manhattan?

–É, aqui em casa. No quarto de hospedes.

Olivia começou a chorar e David a abraçou.

–E agora? E a Emma, a Sophie e o Noah? E a gente?

–Calma Liv, vai tudo se resolver. Eu vou estar aqui com você e vou te apoiar em cada decisão. Cade os gêmeos?

–A gente ia dormir na sala, mas quando ele chegou...preferi coloca-los no quarto.

Ele a abraçou e beijou a cabeça dela.

–Nós vamos resolver tudo isso e eu vou estar aqui, não vou te abandonar.

–Eu não consigo mais pensar Davy, eu vou enlouquecer. O que eu vou fazer agora? Não consigo ter uma decisão.

–Ei, se acalme. Vamos ver o que o Huang fala. E o que o Elliot te falou?

–Que precisava falar comigo, ele teve um problema de memória e se lembrava de poucas coisas e de mim.

–Você está muito nervosa, vou pegar um calmante para você.

–Não David, eu estou bem.

Ela ia se levantando e ele a puxou pelo braço, a sentando ao seu lado novamente.

–Fique aqui. Se acalme ou vou te obrigar a tomar o calmante.