Olivia segurava a mão de David ao entrar no consultório.

–Vai da tudo certo.

–E se não der?

–Vai dar amor. Acredite.

Ele beijou a testa dela e puxou a cadeira.

–Senhor, senhora Haden. Sou a Doutora Katherine. Estou com os resultados de exames. Não há nada de errado com eles, depois do aborto, seu útero cicatrizou.

–Certo doutora, eu posso engravidar normalmente?

–Pode ser que tenha dificuldade de engravidar, mas caso seja o que o casal quer, podemos entrar com alguns medicamentos.

–Caso nem os medicamentos de certo, podemos fazer a fertilização in vitro ou a inseminação artificial?

–Sim, senhor Haden, mas acredito que sua mulher seja boa de saúde, vocês não terão nenhum problema. Apenas uma gravidez na idade dela, é preciso ser supervisionada.

A Doutora continuou falando sobre os tratamentos e as chances dela engravidar, os métodos.
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–Você estava nervosa?

–Com medo é o mais certo, se ela falasse que eu nunca poderia engravidar...

–A gente viveria normalmente.

–Você sabe que não...eu viveria me culpando por não poder te dar um filho, por ter matado o nosso...

David parou no meio da rua e segurou as duas mãos dela, da maneira mais carinhosa que poderia existir.

–Nunca mais repita isso. Você não matou nosso filho, você não tem culpa de nada. Cada vez que você fala isso, me machuca. Você não teve culpa de nada meu amor, então, não se culpe. Prometa pra mim.

Ela baixou a cabeça, como uma criança que estava sendo reprimida pelo pai. Ele levantou a cabeça dela e a beijou castamente nos lábios.

–Eu te amo demais pra ver você se culpar por isso.

–Eu também te amo.

–Independente de tudo, ate porque, você me deu a melhor coisa da minha vida. Você me deu a Emma, eu sei que não a fiz, mas ela é a coisa mais preciosa da minha vida. Ela e você.
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David abraçava a cintura de sua mulher, que dormia quase totalmente em cima de si. Ele escutou um choro na beira da cama e uma mão pequena em seus pés.

–Papai! Papai!

Ele tirou com cuidado Olivia de cima de si e agradeceu mentalmente por terem colocado uma roupa, mesmo que sua roupa fosse apenas um box preta.

–Estou aqui princesa. Quer falar o que houve?

Ele a pegou no colo e beijou seu rosto.

–Não precisa mais chorar, o papai esta aqui. Vamos fazer um combinado? Eu faço um copão de chocolate para você e você deita comigo e com a mamãe.

–Tá papai.

Os dois seguiram pra cozinha, ele a colocou sentada na bancada e pegou o copo com tampa pra ela, esquentou o leite e fez o chocolate pra menina.

–Tá tudo bem tá. Agora vamos deitar e você dorme com o papai.

–Promete não me deixar? Nunquinha?

–Nunca, nunca te deixaria minha filha.

Os dois seguiram pro quarto, Olivia estava deitada de costa pra eles, ele ligou o abajur e colocou Emma no meio da cama e logo deitou-se ao lado, depois que a menina tomou um pouco do chocolate, ela entregou a ele e logo deitou nos braços dele, enquanto ele acariciava o rosto dela e a fazia dormir.
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Olivia espreguiçou-se e viu que quem estava ao seu lado não era seu marido, ela virou e acariciou os cabelos castanhos. David dormia pesadamente, Olivia sabia que aquela era sua família e não poderia estar mais feliz.

–Bom dia mamãe.

A menina sussurrou e a abraçou.

–Bom dia princesinha.

–Papai tá dormindo, não vamos fazer barulho tá?

–Pode deixar meu amor. Fica aqui, abraçadinha a mamãe.

–Te amo mamãe.

–Também te amo princesinha.

–O que minhas duas mulheres estão fazendo sem mim?

–Papai! Bom dia!

Emma pulou em cima do pai e o beijou no rosto.

–Meu anjo, bom dia. Bom dia amor.

–Bom dia Davy!

Olivia deu um selinho rápido nele e ele a abrigou em seus braços também.

–O que minhas meninas querem fazer hoje?

–Ver Frozen!

–Não filha, vamos fazer outra coisa. De noite vemos o filme. O que você quer fazer Liv?

–Podemos ir no parque de diversão.