The Archetypes escrita por Lady Winter


Capítulo 3
Capítulo 3: Light Em Up


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é inspirado na música My Songs Know What You Did In The Dark, do Fall Out Boys. Boa leitura.



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Acordaram com o barulho dos semideuses se movimentando no chalé e se permitiram soltar um xingamento ao perceber que o sol ainda estava nascendo. Sabrina rolou para o lado, descendo da cama e checando se a prima, que estava dormindo na parte superior da beliche, já havia acordado. Voltou a sentar na cama, afundando o rosto nas mãos. Ouviu um barulho na parte de cima e pode ver a mais velha saltando de cima da cama com facilidade.

Sentiu alguém colocar o braço em volta ao ombro dela, e levantou uma sobrancelha.

– Bom dia. – Chris disse, com o braço no ombro de Amanda.

– Bom dia. – ela respondeu, se desvencilhando com facilidade e encostando na parede.

– Estão com fome? – perguntou, ao reparar que a mais nova saia da cama suspirando. – O café é daqui a vinte minutos. Se precisarem, os banheiros ficam no fim do acampamento.

– É, Gary me mostrou. – a ruiva disse, olhando para a mais nova. – Devemos ir tomar um banho. – disse, e ao receber um aceno positivo com a cabeça, pegou as mochilas que estavam lançadas ao chão. – Até mais tarde, Chris.

– Até mais tarde. Não esqueçam das camisetas. – ele murmurou, indicando um par de camisetas laranjas que estavam aos pés das camas delas, antes das garotas saírem andando, levando as camisetas e as mochilas. Elas foram até o banheiro em silêncio, e não demoraram a tomar banho, já que o banheiro estava relativamente vazio.

Colocaram calças jeans e as tais camisetas do acampamento, que eram laranjas com um pegasus usado como estampa. Um tênis para a mais velha, uma bota de montaria para a mais nova, e logo saíram, levando as mochilas, com um ar mais calmo e até alegre.

Alegre de curiosidade, eu digo. Feliz não as descreveria, afinal haviam deixado suas casas, familiares e escola – essa era a melhor parte -. Passaram no chalé 11 para deixar as mochilas e andaram em direção ao refeitório, enquanto Amanda fazia uma trança no próprio cabelo.

Se sentiram extasiadas ao ver o tanto de comida que havia no lugar. Era algo absurdamente exagerado, vendo o número de “campistas” que havia no lugar. A mesa era longa, e ia em volta de uma fogueira, cujo fogo brilhava do mesmo modo que queimava na fogueira da Casa Grande. Com cuidado, se aproximaram e se colocaram a colocar comida nos pratos. Perceberam que cada semideus jogava um pouco da comida no fogo, e murmurava algum tipo de oração, como uma oferenda. Mais tarde souberam que era exatamente isso, uma oferenda aos deuses.

A mais velha fora na frente. Jogou ovos mexidos e algumas torradas no fogo, fechando os olhos. Pediu que, independentemente de quem fosse a sua patrona olimpiana, não se separasse da prima. Era a única pessoa que tinha consigo, não queria ficar longe dela. Se colocou ao lado da fogueira, esperando a mais nova.

Sabrina não sabia o que pedir. Jogou um pouco da comida no fogo e suspirou. Se sentia um pouco ridícula falando com o fogo. Mas mesmo assim, se permitiu soltar um pedido. Pediu que, quem é que fosse seu parente olimpiano, a reclamasse.

O pedido era um tanto egoísta. Mas veja, viver sem um pai fora a pior coisa que a acontecera. É claro que tinha a mãe e a prima, mas ainda assim fora difícil. Ela queria saber o porque, o porque de não ter recebido se quer uma dica, um “feliz aniversário”, em todos esses anos. Balançou a cabeça, e foi, ao lado da prima, para a mesa de Hermes.

Após o café da manhã, composto por algumas conversas curtas com Chris e outros semideuses, Quíron apareceu no refeitório.

– Meio-sangues! Hoje nós teremos o campeonato mensal de escalada, e, como sabem, o vencedor receberá 50 dracmas como prêmio. – burburinhos se formaram. Amanda se lembrou de uma aula que teve. Dracmas eram a moeda grega antiga. Que irônico. – Semideuses, estejam lá, seja para assistir ou para participar, em 10 minutos.

– E, novatas. – uma voz grave se pronunciou e todos olharam para um senhor, com shorts, blusa larga e barba, que segurava uma coca diet e tinha um sorriso maldoso nos lábios. – Quero que participem. – disse, simplesmente, recebendo uma encarada brutal das meninas. – Vai ser interessante. – ele soltou uma risada de porco e andou até o local da parede de escalada.

– Mas o que... – a mais velha estava estática. Já não bastava descobrirem que podem ser filhas de deuses gregos, ainda tinham que subir uma parede de escalada. – Mas que filho da....

– Cuidado com o que falam sobre Dioniso. – Chris disse, atrás das meninas, sorrindo de canto.

– Depois não sabem o porquê de terem vinhedos agarrando seus pés. – uma risada foi ouvida, e a morena pode ver o garoto que havia esbarrado no dia anterior do lado do filho de Hermes.

– Você... – ela disse, olhando para o menino.

– Eu. Bom dia. – ele ainda ria, e pode se ver algumas pessoas atrás dele, observando as novatas.

– Olá. Vocês devem ser novas aqui. – uma garota loira se pronunciou. – Meu nome é Annabeth Chase, filha de Atena, muito prazer. – cutucou outras pessoas, indicando que elas deviam se apresentar.

– Gabriela Reversi, filha de Thanatos. Prazer. – ela sorriu, cumprimentando as meninas. Ela possuía um sorriso gentil, e deu um aceno para elas. Nunca adivinhariam que ela era filha do deus da morte, se ela não houvesse dito.

– Keitaro Urashima, filho de Zeus. – os olhos do garoto o deduravam, faiscantes, e as meninas se sentiam surpresas ao ver um filho de tal Grande Zeus, "Rei do Olimpo"

– Piper McLean, filha de Afrodite. – ela disse o nome da mãe com um pouco de desgosto, mas logo acenou com a cabeça para as moças. Os olhos, num tom indefinível, era o que mais chamava a atenção. Ela cutucou um menino ao seu lado e ele bufou.

– Nico di Angelo. – um silêncio tomou conta até ele receber um olhar sério de Piper, o fazendo revirar os olhos. – Filho de Hades. – aquilo não era necessário. A aura que envolvia o garoto fazia com que uma placa escrita “SOU FILHO DE HADES” não fosse tão óbvia.

– Leo Valdez. – o garoto de antes se apresentou de novo, com um sorriso idiota no rosto. – Filho de Hefesto. – acrescentou após receber um olhar de “Ah, não diga” de todos. Só faltava um garoto, de olhos num tom entre azul e verde, e ele balançou a cabeça como um cumprimento gentil.

– Percy Jackson, filho de Poseidon. – as meninas se entreolharam e começaram a rir, deixando o garoto com um rosto confuso.

– Eu já falei de você para elas. – Chris disse com um sorriso divertido, e todos começaram a rir também. Após o momento descontraído, as garotas decidiram se apresentar.

– Meu nome é Sabrina Paes. Essa é minha prima Amanda Cianci. Nós... Não sabemos quem são nossos pais. Ahn... Meu pai. E a mãe dela. – corrigiu, encolhendo os ombros.

 É, eu já te conheço.  Leo disse, olhando para ela.

– E eu te conheço. Infelizmente. – sorriu de canto

– Infelizmente? – seu rosto expressava uma feição confusa e inocente, o que fez a menina voltar a rir. 

– Bem, Sabrina, Amanda, acho que vocês tem que ir para a parede de escalada, antes que o Sr. D. venha até aqui. – Annabeth sorriu e indicou a tal parede. Que não era uma parede.

Era erguida em meio a um lugar descampado. Escadas, bases giratórias, madeiras de apoio empurráveis, cabos de aços conectados ao chão, bandeiras com a cor de cada chalé, e, no fim, encaixado cuidadosamente como uma chave, um disco sólido com a coloração vermelha.

– Está vermelho. Foi um filho de Ares que ganhou a última escalada. – disse Gabriela, dando de ombros. As garotas ainda estavam estáticas. Teriam que subir... Aquilo?

– Competidores! Em seus lugares! – Quíron disse em um tom alto, e Amanda se colocou a “correr” até a linha permitida, calculando cada movimento que poderia fazer. Chris estava ao lado dela.

– Boa sorte, mocinha. – ele ria.

– Digo o mesmo. – ela rangeu os dentes e olhou para a prima que agora estava ao seu lado. – Tenha cuidado.

– Eu me viro. – ela soltou um sorriso meio sarcástico. A concha soou, e todos começaram a subir. As quedas era umas piores do que as outras. Sabrina usava as escadas com cuidado, enquanto Amanda usava os cordões de ferro. A adrenalina era tanta que se esqueceram de que Chris também estava naquela “corrida”. Estava tudo dando certo, até o garoto que estava ao lado de Amanda cair, preso a um cordão. A base giratória o arrastava pelo chão, enquanto ele gritava. As primas se entreolharam.

– Suba pelo apoio de madeira, é o caminho mais curto. Cuidado com a última base. – Amanda gritou. – Boa sorte. – escorregou pelo fio, indo até o garoto, o soltando com dificuldade.

A mais nova rangeu os dentes, balançando a escada até alcançar a madeira mais próxima e subir o mais rápido que podia. Ouviu vozes surpresas e comemorações abaixo de si, mas continuou subindo, até perceber que Chris estava do outro lado da parede.

– Me desculpe por isso. – ele empurrou a madeira com força, com intenção de acertá-la, e ela logo desviou.

– Ah, você não fez isso... – os olhos dela começaram a faiscar. O clima decaiu, as nuvens começaram a se fechar e o ambiente ficou escuro. Ele olhou para a garota um tanto assustado. Gritos podem ser ouvidos enquanto uma cobra fina de sombras deslizava entre as madeiras até alcançar o pé de Chris. – Devia ser mais gentil com novatas, Rodriguez. – ela sorriu de um modo irônico, subindo as poucas madeiras que faltavam para o topo, puxando o disco do buraco, que tomava agora a cor negra.

Chris Rodriguez estava a algumas madeiras abaixo, segurando apenas com uma mão. A cobra de sombras havia sumido. Lá em baixo, podia ver a prima, que possuía um símbolo semelhante a uma coruja flutuando acima de sua cabeça. E na dela, um bidente negro envolvido em sombras.

– Salvem Amanda Cianci, filha de Atena, e Sabrina Paes, filha de Hades.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! (:



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