The Archetypes escrita por Lady Winter


Capítulo 1
Capítulo 1: State of Dreaming


Notas iniciais do capítulo

Apenas o início da história, esperamos que todos gostem. (:
O título é o nome de uma musica que você pode ouvir enquanto lê.



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Okay, já haviam acontecido muitas coisas estranhas com elas, mas aquela era a maior delas. Ser atacada por um bicho com cara de homem, corpo de leão, cauda e asas de dragão já era demais. O incrível é que esse tipo de coisa só acontecia com elas.

Mas acho melhor voltarmos para mais cedo desse dia, para entendermos um pouco mais das pessoas em questão.

Amanda estava dirigindo o carro, afinal, ela era a mais velha. Do seu lado, sua prima Sabrina, ambas ouvindo a banda coreana Girl’s Generation, a qual adoravam há algum tempo. Genie, era a música que tocava. Elas cantavam e riam, como as legítimas retardadas que eram. Amanda dirigia até a escola Santa Isabel, da Califórnia, para levar sua prima. Após isso, ela iria para USC, aonde fazia Arquitetura. Pelo menos eram os seus planos.

Ao começar Run Devil Run, Mandy (como era carinhosamente chamada) estacionou seu mini cooper na porta da SIS.

– Ah, essa era minha favorita. – disse a mais nova, em meio a risos. – Você vem me buscar?

– Sim, não fico até mais tarde hoje. – ela riu. – Tenha um bom dia.

– Você diz como se vir para esse inferno fizesse eu ter um bom dia. – bufou. – Boa aula. – abriu a porta e saltou, puxando a mochila preta junto. Estava fazendo o primeiro ano do colegial, e sabia que teria mais 3 anos pela frente. Sim, isso a incomodava, ainda mais naquela escola.

Andou pelo corredor procurando o armário 231, que possuía há dois anos, e deu de cara com seu amigo Gary.

– Olha pra frente garota. – ele ria.

– Aff. Cala a boca aleijado. – e o pior foi que ambos riram. Amizade desse tipo é a mais estranha possível. Gary recebia os olhares de grande parte das garotas, e até que tinha uma razão, pois qualquer uma admitiria que ele era bonito – mesmo com o jeito afeminado. Possuia olhos e cabelos escuros, era alto e forte, mas era “manco”. Detalhes a parte

– Pronta para mais um dia dessa vida?

– Nem me fale. Que eu tenha forças para aguentar mais uma aula do Sr. Jefferson. – respirou fundo e sentiu um arrepio ao dizer o sobrenome do professor. Ele era tenebroso.

Porém, creio que detalhar todo o dia de aula dela ou de Amanda seria muito entediante. Então vamos pular para a parte que interessa.


Na saída da escola, esperava na frente da entrada pela prima, quando percebeu algo estranho. Sentia alguém encará-la pelas costas, de um jeito tão mortal que não ousou olhar para trás. Apenas continuou lá, parada, como se nada tivesse acontecido. Ouviu algumas vozes, que não demorou a conhecer. Sr. Jefferson e Gary. Não queria ficar mais ali, então assim que o mini cooper estacionou, abriu a porta e desandou a entrar, soltando um suspiro aliviado.


– Tá tudo bem ai? – Amanda perguntou, olhando curiosamente para a garota.

– ....Sim sim, eu só estou feliz em ter saído de lá. – soltou uma risada sem graça, aumentando o rádio que tocava E.V.O.L, música de uma cantora chamada Marina and the Diamonds. Cantarolou, tentando esquecer o que acontecido, e focou o pensamento no apartamento que morava e em seu cachorro Omega. Respirou fundo, e logo aquilo ficou no passado.

Amanda dirigia, cantando junto. Passavam pela estrada solitária que sempre tinham de usar para chegar no apartamento que residiam. Distraídas e inocentes, sem saber o que as esperava naquele momento. E um vulto.

Voltamos para o início da história. O vulto avançou em frente ao carro e elas só tiveram tempo de rolar para fora.

– Mas que PORRA É ESSA? – Amanda gritou, e então enxergaram. Cabeça de homem, corpo de leão, cauda e asas de dragão. Era um...

– MANTICORE! – gritou alguém atrás das meninas e elas logo reconheceram a voz como a de Gary. Que andava normalmente com suas pernas. De bode.

– ........... – Sabrina piscou algumas – várias – vezes ao ver o amigo ali na sua frente. E mais ainda ao perceber que o rosto do monstro era o do seu professor de Biologia, Sr. Jefferson. Esperava acordar a qualquer momento com seu filhote Omega lambendo seu rosto e a chamando para brincar. Mas isso não aconteceu. Aconteceu... Bem ao contrário.

Gary soltou um barulho estranho – mais tarde soube-se que aquilo era um balido – antes de desviar de um golpe da criatura a frente.

– Minhas! – o ser disse, rosnando. Sabrina não estava em pânico. Nem estática. Estava sentindo algo que nunca sentira na vida. Era uma sensação intensa. Antes que pudesse se quer pensar, ouviu a prima dizer:

– Gary, suba no capô e o distraia. Sabrina, preciso que você o imobilize. Eu vou dar um pouco de veneno para ele. – ela disse isso com tanta simplicidade, como se cada palavra já houvesse sido exatamente calculada antes. Tanta certeza e precisão naquela estratégia fizeram com que os outros dois sentissem apenas vontade de lutar.

O menino bode subiu no capô e começou a soltar insultou como “Cabelo sem chapinha”, “inseto” e “escorpiriquito”, trazendo toda a atenção do monstro para ele. A garota mais velha andou até as costas do ser com cuidado. A adrenalina percorria seu corpo, e ela nunca havia sentido isso antes. Olhou para a prima, que assentiu, retirando a jaqueta que usava e jogando na cabeça do tal manticore, que começou a berrar loucamente. E então, Amanda puxou a cauda dele – que por sinal era gigantesca – e pressionou com toda a força que podia na pele do “animal”.

Ele começou a saltar como um touro, e todos se afastaram o máximo que podiam.

– Não é o suficiente, isso só vai atrasá-lo! – o bode berrou.

– Então vamos sair daqui. – Amanda arrastou todos para o carro, que agora possuía um grande amassado na frente. Lamentou um pouco, mas assim que todos se colocam dentro do veículo, dirigiu o mais rápido que pode para o norte. Minutos foram passados apenas preenchidos pela respiração ofegantes dos jovens. E logo, a mais velha colocou-se a falar.

– Gary. Que merda foi aquela? – ela soltou todo o ar que havia prendido, engolindo em seco ao sentir a adrenalina que ainda estava presente em seu corpo.

– Eu explico mais tarde. Amanda, dirija até Long Island. – simples assim. Ele não respondeu nenhuma das perguntas, apenas disse um “mais tarde eu explico” e um “dirija para Long Island”. LONG ISLAND, NOVA YORK. HELLO? Basicamente 44 horas, do outro lado do país!

– Long Island? Você ficou LOUCO? – Amanda disse, respirando fundo. – Temos que ir pra casa, chamar a polícia, ou sei lá.

– A polícia não vai adiantar. – a mais nova finalmente abriu a boca, falando de um modo irreconhecível. Rouca e séria. Após essa frase, os outros se calaram e a ruiva, Amanda, continuou a dirigir.

– Podemos ao menos passar em casa para pegar nossas roupas? – ela se manifestou alguns minutos depois, e recebeu uma resposta afirmativa do rapaz, que por acaso mastigava uma latinha de Pepsi de um modo nervoso.

– Sejam rápidas. – ele disse ao estacionarem na frente do prédio, e apenas recebeu uma bufada como resposta.


___ x ___



– Isso é loucura! – Amanda disse num tom que provavelmente faria o Sr. Johnson, o idoso que morava no apartamento ao lado, soltar um grunhido. – Primeiro aparece um manticore na nossa frente, depois o seu amigo da escola com patas de cabra, e agora temos que dirigir até Long Island!


– Bode. – a mais nova corrigiu, guardando as roupas na mochila.

– Que seja! E o que você está fazendo? Você vai MESMO ir com ele? – encarou a menina que soltou um suspiro.

– Ele sabe o porquê daquela coisa ter nos atacado. Além disso, ele é meu amigo. – ela murmurou, e pegou uma mochila vermelha entregando para prima. Se encararam por alguns minutos e logo ambas suspiraram, se colocando a guardar as coisas na mochila.

Após terminarem, deixaram a chave debaixo do tapete principal e saltaram pelas escadas até o carro.

– Até que enfim. – Gary disse, entrando novamente no carro, dessa vez no banco do motorista.

– O que você está fazendo? – Amanda cruzou os braços e o encarou como quem diz “Não vou deixar um bode dirigir meu carro”.

– Dirigindo, ué. Ou você sabe ir até Long Island? – o argumento foi fatal, pois ela bufou e foi para o banco do passageiro. A mais nova entrou no de trás, jogando as mochilas no chão e se ajeitando no banco.

– Você pelo menos tem carta?

– Eu tenho 19 anos. É claro que eu tenho carta. – engatou a marcha.

– Você tem 19 anos e está no ensino médio? – foi a vez da mais nova perguntar, totalmente estática.

– Claro que não. – ele gargalhou – Eu já terminei o colégio. – pisou no acelerador.

– E o que drogas você está fazendo no primeiro colegial? – Amanda perguntou, olhando para a janela.

– Protegendo vocês. – disse, indiferente. E de repente as meninas começaram a gargalhar.

– Você? Nos protegendo? – a morena ria.

– Faça-me o favor. – Amanda revirou os olhos em meio aos risos.

– Ei! Me deem um crédito, se não fosse por mim, o manticore teria comido vocês. – ele parecia indignado, mas soltou um sorriso, com os olhos focados na estrada.

– Desculpe. – a ruiva suspirou e sorriu gentilmente. – Explique isso melhor, “herói”. – ele respirou fundo, e se colocou a falar.

– Meu nome é Gary. Eu sou um sátiro. – ele fez uma pausa até perceber que isso era óbvio, então continuou. – Eu venho do Acampamento Meio Sangue. Meu dever é proteger semideuses e leva-los até lá, onde estarão seguros.

– Espera. – elas se entreolharam. – Você quer dizer que nós somos semideusas?

– Sim.

– Tipo filhas de deuses?

– Yeap.

E então elas começaram a rir de novo. Só que dessa vez, muito.

– Ah sim. Eu posso até acreditar na existência de deuses gregos, mas dizer que eu sou filha de um, é absurdo. – a mais nova disse, cruzando braços.

– Você conhece seu pai? – ele perguntou, olhando para trás, e a garota ficou quieta. – Desculpe. – suspirou. – Sei que isso é difícil pra você.

– Certo. Só porque não conheço minha mãe e ela não conhece o pai dela, não significa que somos filhas de deuses. – Amanda disse tranquilamente, voltando a olhar pra frente.

– Ah sim. E o fato de vocês terem TDAH? E dislexia? E serem isoladas desde... Sempre? Terem sonhos estranhos, fazerem coisas que não conseguem explicar. – após alguns momentos de silêncio, ele conclui. - É, isso diz bastante. – cantarolou, voltando a olhar pra frente, colocando a marcha na terceira e logo ligando o rádio, que tocava YMCA. Ele começou a cantar e recebeu alguns olhares, ouvindo risadas baixas. – O que? Eu adoro essa música. – voltou a cantar, e isso apenas as fez rir mais.


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Notas finais do capítulo

Esperamos que tenham gostado :D



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