O som da campainha ecoou por toda a casa da Haruno.

—Está esperando visita Sáh? – questionou Namie ao ouvir a campainha ser tocada mais três vezes.

A rosada apenas negou com a cabeça e logo levou mais um pouco de arroz à boca.

A campainha soou mais duas vezes, pelo visto a pessoa do outro lado da porta estava impaciente.

—Não podemos ignorar. – falou Itachi levantando-se. –Eu atendo, pode ficar aí Sakura. - e saiu da cozinha suspirando em cansaço. –Calma aí senhor impaciente. – disse encarando a porta.

Abriu a porta com certa força, o som estridente estava deixando o Uchiha irritado.

—Já abria a maldita porta, então você pode parar de apertar a campainha! – falou irritado levantando o olhar, mas seu cenho franziu e uma súbita vontade de fechar a porta o atingiu.

A demora para ela atender a porta estava deixando o Uchiha menor impaciente, sabia que estava em casa pelos dois carros estacionados rente a calçada. Entretanto não sabia o real motivo de vir atrás dela, mas quando pediu à Neiji que o ajudasse a colocar-se de pé, o Uzumaki voltou com certo brilho em seu olhos azuis e sem mais nem menos, praticamente o arrastou até o carro dele. Quando se deu por si Naruto estava parando porta em porta perguntando onde morava a médica de cabelos rosados.

E depois de quase três horas sentando no banco passageiro, o loiro aparece animado, dizendo que sabia onde a rosada morava. Agora estava parado de frente com a pessoa que ele nunca imaginaria atendendo a porta. Certo desconforto passou pelo seu corpo e Naruto percebeu isso. Ainda perguntaria ao mesmo o motivo de procurarem a Haruno de um jeito nada sutil.

—O que os dois idiotas estão pensando que estão fazendo? – questionou o mais velho Uchiha, fechando a porta e saindo com um olhar significativo direcionado ao irmão menos.

—Brincando de esconde-esconde que não é. – respondeu Sasuke emburrado, xingando o amigo loiro de todos os palavrões que conhecia, agora sim, não teria mais chance de tirar certas coisas a limpo de sua maneira.

—Não me venha com seu sarcasmo Sasuke. Falem o que estão fazendo para eu poder voltar ao meu almoço. – exigiu enquanto cruzava os braços sobre o peito.

O Uzumaki encolheu os ombros em forma de proteção, em sua cabeça já considerava a ideia de sair correndo, puxando o moreno pelo braço e pedindo desculpas por ter incomodado a essa hora do dia. A troca de olhares entre os dois morenos não eram muito amigáveis ao seu ponto de vista.

—Pergunte ao Naruto o motivo de estarmos aqui, afinal foi ele que me arrastou até a porta da casa da Sakura! – contrapôs Sasuke, suas mãos se fecharam em punhos em claro sinal de nervosismo, nunca imaginaria que um dia estaria em brigando com seu irmão sem saber o real motivo.

Suspirando pesadamente, Itachi desviou sua atenção ao loiro que estava do lado do moreno menor, olhando-o interrogativamente.

—Não aguento mais ver Sasuke confuso, as meninas brigando e principalmente a tensão que sentimos quando alguém fala sobre a Sakura-chan! – explodiu prevendo que a qualquer momento poderia elevar a voz por causa do nervosismo. –Tudo está muito confuso, nós viemos para Konoha para descansar e de uma hora para a outra tudo está virado de cabeça para baixo. – se assustou com seu estado, estava consciente que sua voz soava histérica. - Encontramos a Sakura-chan por coincidência aqui e depois disso tudo está fora do lugar! – a sensação de seu suor deslizando sobre a pele de sua nuca fez com que suas mãos se fechassem em punhos.

—Sinto muito se causei isso tudo Naruto! – a voz da Haruno deixou os três homens ali sem nenhuma reação.

~~*~~*~~*~~

As lágrimas acumulavam-se nos cantos dos seus olhos perolados em abundância, a sua visão ficou embaçada, Hinata estava cansada de sentir aquele sentimento estranho de como se algo estivesse no lugar errado. A confusão que estava sai cabeça parecia um furacão, ela deveria estar feliz por ter encontrado a amiga rosada, porém sentia-se triste. Não poderia culpar ninguém, já que todos ali eram vitimas de algo mal entendido, sim um mal entendido, pois conhecendo Sakura, abandonar Sasuke não estava em sua lista da vida.

Uma lágrima solitária escorreu em seu rosto até pingar no dorso de sua mão. Outras vieram a seguir. A Hyuuga chorava pelos amigos, principalmente por Sasuke e Ino que pareciam os mais abalados. Não se arrependia de suas palavras duras direcionadas à loira alguns minutos antes, Hinata sabia que a amiga loira encontraria uma opinião própria. O soluço contido em sua garganta ecoou pelo jardim do hotel.

—Hina.

A morena já sabia quem era.

—O quê? – respondeu ao chamado de costas para ela, disfarçando ao máximo sua voz embargada pelo choro.

—Podemos conversar?

—Depende do assunto que você quer abordar. – falou profissionalmente.

Um suspiro escapou dos lábios da loira, se ela desistisse ali nunca mais poderá olhar nos olhos da Hyuuga ou ter uma conversa normal sem hostilidade por parte da morena. A Yamanaka sabia o quão sensível Hinata era quando o assunto era a Haruno. Ou um dos amigos de BERÇO.

—Para com isso Hina. – pediu encarando as costas da morena.

—Parar com o quê Ino-chan? Eu não fiz nada! – contrapôs olhando-a por sobre os ombros.

A boca da Yamanaka escancarou-se em forma de um prato ao ver os olhos avermelhados da Hyuuga. Um bolo formou-se em sua garganta. Mesmo sem nada para dizer, Ino foi andando à passos receosos até o banco onde Hinata estava sentada.

—Por que vocês a protegem tanto? – questionou encarando os olhos da amiga morena. –Ela sumiu sem dizer nada e apareceu sem fazer barulho! Em meu ponto de vista isso não é amizade!

—Eu a protejo porque sei essa história está muito mal contada, e ao contrário de você, Ino-chan, não julgo as ações das pessoas sem antes entendê-las. – respondeu seriamente. –Ela não é a vilã! – em um solavanco levantou-se, ficando frente a frente com a loira que antes a encarava do alto.

A expressão de choro que tomou conta do rosto da loira foi tudo que viu antes de sair do jardim.

~~*~~*~~*~~

—Hina-chan!

A voz do amado chamava-a, mas não queria parar e escutá-lo, não antes de respirar o oxigênio puro.

—Hina-chan! – ouviu a voz de Naruto mais perto de si e quando se deu conta foi parada pelo agarre firme da mão do loiro em seu braço. –Hina-chan.

Os braços aconchegantes a envolveram em um abraço caloroso.

—Calma hime! Está tudo bem, tudo bem. – acariciou os cabelos azulados.

—Eu não entendo Naruto-kun! – as mãos macias da Hyuuga apertaram a camisa do Uzumaki. –Não entendo mesmo! – soluçou. –Dentro da minha cabeça está uma confusão, sei que tem algo muito mal contado na história e também sei que o que a Ino-chan está fazendo é errado!

—Não é só você que está confusa hime. – murmurou em seu ouvido.

Respirou fundo para controlar os soluços.

—Eu preciso de um tempo sozinha. – pediu encarando os olhos azuis do amado.

Sem alternativa, Naruto assentiu e a beijou.

—Quando sentir-se melhor estou aqui para conversar. – disse depois de se separarem.

—Obrigada Naruto-kun! – sorriu e foi correspondida com outro sorriso.

Naquele momento o loiro decidiu que iria atrás da Haruno para esclarecer algumas coisas e ele já sabia quem o acompanharia nessa procura pela médica.

~~*~~*~~*~~

Irritada pela incompreensão por parte da Yamanaka, a Hyuuga soltou o ar de seus pulmões pesadamente e foi procurar um lugar calmo para relaxar. Naruto poderia ouvi-la, mas agora o que mais queria era ficar sozinha. O noivo também poderia estar no mesmo estado em que ela se encontrava.

—Tia Hina!

Virou sobre os calcanhares e sorriu ao ver a pequena Hyuuga correndo em sua direção. Os cabelos presos em duas marias-chiquinhas balançavam pela corrida de Akemi e quando viu sua tia preferida agachar abrindo os braços esperando um abraço, gargalhou gostosamente.

—Vamos passear? Vamos tomar banho de piscina? Vamos ao parquinho? Vamos dormir? – Akemi lançava uma pergunta atrás da outra demonstrando toda sua empolgação, porém todas as perguntas saíam emboladas por sua idade.

Poucas vezes ficou na companhia de sua tia, e quando a viu andando, não pensou duas vezes e saiu correndo.

Que bom que você ainda é uma criança bem pequena Akemi-chan! A vida de adulto é cheia de problema, não deseje ficar grande logo. — pensou.

Embalou a pequena Hyuuga em seus braços e levantou-se. Hinata vendo o pacotinho cheio de vida que estava segurando, sorriu docemente e plantou um beijo carinhoso na testa da menina.

—Hyuuga Akemi, da próxima vez que sair correndo desse jeito, você vai para o cantinho da reflexão! – a voz séria da morena de coques fez Akemi encolher nos braços da tia. –Não corra filha, é perigoso. – advertiu enquanto um suspiro escapava de seus lábios.

~~*~~*~~*~~

O clima na entrada da casa da Haruno estava com uma camada grossa de tensão. Nenhum dos três rapazes ali presente atrevia-se a falar algo, pois as esmeraldas carregadas de tristeza de Sakura os encaravam.

—Eu sabia que fugir daquele jeito causaria certo desconforto entre vocês, e sei que estão chateados ou até bravos pelas minhas atitudes. Mas quando se descobre que a pessoa que você se entregou de corpo e alma pulava a cerca e já tem um filho com a outra, pensamos com o coração e não com a cabeça!

O Uzumaki lentamente desviou o olhar para o Uchiha menor, com uma expressão de horror e surpresa misturados. Já Sasuke encarava o rosto da rosada que demonstrava mágoa sem compreender nada do que a mesma havia dito, seus ombros ficaram rígidos ao sentir os olhos penetrantes de seu irmão sobre si.

E de repente Naruto estourou em gargalhadas. Uchiha Sasuke, o seu melhor amigo desde o primário, que era apaixonado pela rosada desde os doze anos de idade, pulava a cerca e já tinha um filho?

—Sakura-chan ótimo motivo para você abandonar o teme em pleno altar. - segurou a barriga. –Ai! Deu cãibra! – sentou-se como um índio na varanda. –Essa é a piada mais hilária que você contou. – levantou o olhar para Sakura que o encarava com os olhos arregalados e tristes.

—Eu avisei Sasuke! Amanhã a ordem judicial aparecerá em suas mãos sem falta! – disse Itachi irritado. –E você Naruto, - desviou o olhar para o loiro. –Se não sumir da minha frente em três segundos, eu faço questão de ajudá-lo a fazê-lo. – advertiu olhando-o mortalmente.

Naruto engoliu em seco e levantou-se rapidamente. Analisando bem a feição triste e magoada de Sakura e o olhar furioso e irritado de Itachi, um frio passou pela sua espinha e finalmente a ficha havia caído. Uma onda de culpa passou pelo seu corpo e envergonhou-se por ter caçoado do que a rosada havia dito.

—Sakura-chan, isso é verdade? – fez a pergunta óbvia sentindo-se mal.

—Não Naruto, o que ela acabou de dizer era uma piada, como você mesmo falou. – Itachi respondeu irônico.

—Ele está falando com a Sakura se você não percebeu Itachi! – contrapôs Sasuke, um pouco recuperado das palavras da Haruno.

—Não se intrometa onde não é chamado Itachi! – reforçou Naruto.

—Já chega! – a rosada se exaltou. –Vão embora agora mesmo! – mandou com a voz elevada uma oitava. –Se vieram no intuito de bancar crianças de oito anos peço que se retirem!

Virou sobre os calcanhares e abriu a porta de entrada de sua casa, mas antes de entrar, lançou um olhar gélido por sobre os ombros aos dois rapazes que vieram sem avisar.

—Faz um favor, desapareçam! – proferiu com tanta amargura que o Uchiha mais velho estremeceu.

A porta foi fechada violentamente, passando a mensagem de que a rosada estava brava aos três rapazes. O silencio que se propagou ali fora foi rompido.

—Vocês ouviram a Sakura, vão embora! – reforçou Itachi, depois de se recuperar. Em sua cabeça imagens de Sakura chorando ou deprimida apareceram, mas nunca imaginou ela com uma expressão tão amarga como agora pouco.

—Eu vim aqui atrás de respostas e até você explicar melhor essa história eu não vou embora! – o loiro bateu o pé, irritando-se. Além da Haruno tinha mais gente sentindo-se mal.

—Se ainda não entendeu que o Sasuke é infiel, o problema é seu! – retrucou irritado. –Agora, vão embora antes que eu seja obrigado a chamar a policia para tirem vocês daqui! – ameaçou, olhando-os em advertência.

—Vamos logo Naruto. Já causamos baderna demais. – falou Sasuke, encarando o irmão mais velho. –Eu compreendo tudo agora, troco o título de traidora que pus na Sakura e coloco interesseira no lugar.

Itachi ameaçou avançar em Sasuke, mas lembrou-se que se agredisse ele naquele momento, enfrentaria maus bocados por causa de Naruto que já estava pronto para entrar no meio dos irmãos. Afinal dois contra um era injusto.

—No ano que ela foi embora a empresa estava passando por um período difícil, por causa de um comprador que não pagou o que devia. Acho que a Sakura descobriu isso e temendo ficar sem as mordomias que já estava acostumada me largou para não passar certas dificuldades. – contou com um sorriso de canto. –Você já foi inteligente, Itachi. Mas isso evaporou de sua cabeça quando acreditou no rosto inocente dela!

Começou a andar em direção do carro com a ajuda da muleta, Naruto estava ao seu lado, encarando o nada.

—Que história maravilhosa aquela mente inventou! E você foi burro o suficiente em acreditar nessa palhaçada! – disse rispidamente. –Até algum dia. – despediu-se entrando no carro, sendo imitado pelo Uzumaki.

Itachi acompanhou com os olhos o carro de Naruto desaparecer na rua com as mãos fechadas em punhos fortemente, as deixando doloridas.

—O que foi que aconteceu com vocês? – as palavras saltaram de sua boca pesarosa.

Se Sasuke realmente traía Sakura e já tinha um filho que era fruto das puladas de cerca, ele não viria acompanhado de Naruto só para pedir explicações, pois saberia tudo isso e mais um pouco, porém, se for levar em conta a reação confusa do mesmo ao ouvir a rosada dizendo sobre o motivo do abandono, algo estava errado. Suspirou pesadamente percebendo que faltavam peças naquele quebra-cabeça complicado de ser resolvido.

Será que um de vocês está errado? — perguntou-se mentalmente. Será que Sasuke está tão magoado a ponto de chamar Sakura de interesseira por causa de uma série de acontecimentos que se coincidiram? — seus olhos se arregalaram.

—Sakura... - a chamou surpreso.

Andou rapidamente até a porta e quando girou a maçaneta, no intuito de abri-la, sentiu certo que fez o Uchiha abrir apenas uma fresta.

—Sakura!

As vozes conhecidas dos amigos e namorada chamavam pela rosada que parecia que estava encostada na porta.

—Namie. – chamou pela namorada.

—Itachi, temos problemas! – Okada respondeu ao chamado com o tom de voz alarmada.

—Eu percebi que temos problemas e que também preciso entrar. Suigetsu pegue a Sakura e a coloque no sofá. – mandou, falando por entre a fresta.

—Ok! – respondeu Suigetsu, e logo em seguida o moreno ouviu alguns passos. –Pode abrir a porta, a Sakura não está mais aí!

Suspirou aliviado. Se movesse a porta mais um pouco, Sakura estaria deitada no chão com o olhar vago, balançou a cabeça espantando essas cenas e andou com pressa até a sala.

Karin e Namie encaravam a amiga rosada preocupadas. O estado de choque em que Sakura entrava poderia durar de curtos a longos períodos de tempo, e sempre era o mesmo motivo: acontecimentos de dois anos e meio atrás.

As duas mulheres sentaram-se no mesmo sofá de Sakura, uma de cada lado dela e a abraçaram em uma demonstração de companheirismo, para tentar despertá-la do que esteja passando em sua cabeça. Enquanto isso Suigetsu foi à cozinha pegar um copo de água com açúcar para a Haruno e Itachi o acompanhou.

Suigetsu encheu o copo de água do filtro e logo adicionou duas colheres de açúcar, mexendo logo em seguida. Enquanto fazia isso, reparou que o Uchiha pensava em algo.

—Desembucha Itachi! – mandou.

—Ela ouviu o que Sasuke falou. – murmurou, mas o outro conseguiu ouvir.

—Sasuke? O que ele estava fazendo... – e a ficha caiu. –Dá próxima vez que ele aparecer eu vou atender a porta! – jogou a colher na pia com uma força desnecessária. –Então, o que ele disse?

—Chamou a Sakura de interesseira, porque na mesma época que ele iria casar com ela, a empresa estava com certos problemas financeiros. Sasuke juntou acontecimentos que coincidiram. – explicou.

—Eu vou matar seu irmão desgraçado! – apertou o copo que segurava.

—Só não conte isso a Karin, lembre-se que ela não pode passar nervoso.

Assentiu concordando e saiu da cozinha sendo acompanhado do Uchiha.

—Sakura, volte aqui!

Quando passou pela porta que dava na sala, a voz da ruiva o fez desviar a atenção para o único ponto rosa que subia as escadas.

—Eu preciso me trocar para o trabalho. – Sakura falou com a voz mansa e continuou subindo as escadas.

Os dois casais reparam que a Haruno falou e subiu as escadas no modo robótico.

—Que merda! – resmungou Itachi.

—Agora você vai contar quem veio aqui e o que aconteceu para deixar a Sakura daquele jeito. – disse Namie decidida.

—Pode desembuchar senhor Itachi! – reforçou Karin cruzando os braços.

—Eu conto, mas peço que não se exaltem principalmente você Karin.

—Para de enrolar e fala logo. – a ruiva contrapôs.

Deixando os ombros caírem em cansaço, o moreno começou.

—Foi sua mulher quem pediu Suigetsu! – levantou as mãos em rendimento quando perceber o olhar preocupado que recebeu do amigo. E contou tudo, desde o momento em que abriu a porta até o momento em que Sasuke foi embora.

~~*~~*~~*~~

O trajeto de volta ao hotel foi em total silencio. O Uzumaki dirigia concentrando na estrada, mas ainda as palavras de Sakura rondavam sua cabeça, Sasuke infiel e tem um filho, desde quando? Para Naruto isso era tão sem pé e sem cabeça que chegava a ser engraçado. Mas de repente os olhos verdes lhe vieram em mente e a mesma onde de culpa passou de seu corpo, havia magoado com palavras a amiga rosada que considerava uma irmã. Sentindo que a culpa não passaria, apertou o volante com muita forte e suspirou pesaroso.

Sasuke amaldiçoou-se como pode, porque justo agora a sua perna esquerda resolveu dar uma fisgada? Sua cabeça estava uma total bagunça e agora mais esse pepino para ele aguentar. Começou a acreditar seriamente que havia feito algo muito grave em sua vida passada para receber esse tipo de dor e confusão.

Você realmente não é flor que se cheire! — pensou encarando o teto branco do quarto que estava hospedado. Sentia que ainda tinha muitas pontas soltas para ele entender, e aproveitaria os seus últimos dois dias em Konoha e descobriria o que estava faltando, mesmo que isso exija medidas drásticas.

A porta de seu quarto foi aberta com tudo revelando uma Ino coberta de preocupação.

—Kohana desapareceu!

—Como assim? – perguntou em um tom de voz calmo ainda olhando para cima.

—Isso é sério Sasuke. Não encontro Kohana em nenhum lugar do hotel, perguntei para alguns funcionários e disseram que não a viam desde antes de ontem a tarde. – falou preocupada.

Achava que seu dia não poderia piorar, mas estava enganado, onde sua namorada se meteu?

—Por causa da briga de vocês, ela pode ter ido para outro lugar ou até mesmo ido embora. – deu de ombros.

—E você não está preocupado com o bem estar da sua namorada? –questionou Ino. O jeito que Sasuke tratava Kohana, muitas vezes a tirava do sério.

Com a Sakura era o exemplo de namorado/noivo perfeito! — resmungou em pensamento, olhando o Uchiha deitado na cama de casal encarando o teto, parecia que estava em outro mundo.

—Se ela não se meteu em encrenca, ou até agora não me ligou, deduzo que esteja bem. – virou-se na cama ficando de costas para a Yamanaka que estava parada na porta de olhos arregalados em surpresa.

—Como pode estar tão relaxado quando Kohana pode estar em perigo? Sasuke acorda! Ela sumiu! – exaltou-se.

—Eu não sou o pai dela para ligar em um em um dia para saber como ela está, onde está e o que está fazendo. Ino, Kohana já tem idade suficiente para se cuidar sozinha. – respondeu, demonstrando o quão estava irritado com a voz no tom normal, porém fria.

—O que ela fez com você Sasuke? A Sakura te transformou em uma verdade homem de coração gelado!

—Não a coloque na conversa, ela não tem nada a ver. – contrapôs.

—Lógico que tem a ver! Se ela não tivesse abandonado você no altar, agora todos nós, incluído você, não estaríamos passando por isso! Isso é tudo culpa da Sakura! – acusou alterada.

O som agudo do celular de Sasuke ecoou por todo quarto, cortando os segundos de silêncio que se instalou ali.

Bufou e virou o corpo, ficando de barriga para cima. Esticou o braço e alcançou o celular que estava com a tela ligada em cima do criado mudo ao lado da cama. Abriu a mensagem que acabou de receber com as sobrancelhas arqueadas.

—Acho que isso resolve o problema da Kohana. – tacou o aparelho em direção da loira que por pouco não o deixou cair.

‘’Amor, percebeu que sumi? Acho que sim, né. =) Não se preocupe, voltei para Tóquio antes de vocês, porque o trabalho me chamava! Te vejo no final de semana, muitos beijos da sua namorada que daqui a um mês sairá em uma revista como veio ao mundo!’’

Ao ler a mensagem de texto, um alívio passou pelo seu corpo. Então Kohana apenas voltou por causa do trabalho. Depois ligaria para amiga, tinha muito para conversa com a Shiroki.

—Resolvi sim, obrigada. – jogou de volta o celular para Sasuke que o pegou no ar e o colocou de volta no criado mudo. –Está na hora do almoço Sasuke! – avisou e se retirou do quarto.

Finalmente um pouco de silencio e paz! — pensou.