Crônicas De Um Casal De Semideuses escrita por Emily di Angelo


Capítulo 3
Conto 1 - CADÊ O SOL - parte 3 (FINAL)


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela grande demora. Tive diversos problemas e compromissos e tive que largar a fan fiction por um tempo.

Mas estou de volta. Nos próximos dias também estarei atualizando minha outra fic Titanic (http://fanfiction.com.br/historia/368888/Titanic/).

Mas agora a parte final do primeiro conto:

(E já estarei postando a próxima história)



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POV ANNABETH

(NO CAPÍTULO ANTERIOR)

Subimos de volta a carruagem e decolamos em direção a Chicago. Os bois mugiam, fazendo esforço para subir, seus cascos trotavam no ar, e as correias estavam esticadas na mão da deusa.

–Podemos ter turbulência no caminho. – gritou, para se fazer ouvir através do vento.

–Principalmente se Éolo não quiser visitas. – continuou depois de um tempo.

 

=_+_=_+_=_+_=

 

Chegamos em Chicago às três da manhã. Eu estava preocupada com o tempo, nós tínhamos que entrar no templo de Éolo, resgatar Hélio e voltar para Manhattan. Claro que Éos nos daria um pouco mais de tempo, mas não sabíamos quanto. E se não conseguíssemos, nem Zeus sabe dizer o que aconteceria.

No caminho Selene explicou que a fortaleza de Éolo fica migrando entre dois lugares, Chicago, a cidade dos ventos e Pikes Peak, bem no Oeste, onde são registrados os ventos mais fortes dos Estados Unidos.

Logo vimos a grande rocha lilás, flutuando acima de Chicago. Não chegava a ser do tamanho do Olimpo, era bem menor, porém era tão grande quando um estádio. Uma frágil ponte de pedra ligava a grande fortaleza de Éolo ao topo do maior prédio da cidade a Sears Tower.

Os touros albinos da deusa sobrevoaram lentamente o topo da fortaleza. Eu tinha a impressão de que milhares de pássaros estavam entrando na enorme rocha, mas, quanto mais nos aproximávamos, eu percebia que não eram pássaros. Eram uma infinidade de objetos, papeis, notas de dinheiro, desenhos e tickets de estacionamento.

–Selene, o que são aquelas coisas entrando na Fortaleza de Éolo? – perguntou Percy, quando também percebeu a presença dos objetos.

–Tudo o que se perde no vento em algum momento chega até as mãos de Éolo...

Pousamos no topo da fortaleza, de vez em quando éramos atingidos pelos papeis voadores que entravam por tubos.

Fui até a borda e percebi que estávamos no topo de uma grande muralha de bronze, dentro de seus limites estava uma enorme cidadela, rodeada de colunas gregas, muito parecido com os monumentos de Washington, a única diferença é que, no topo da cidadela, havia uma grande quantidade de satélites e antenas.

–Outh! – gritou Percy atrás de mim. Virei rapidamente para ver o que tinha acontecido. Ele analisava um filete de sangue que escorria de seu braço, a manga do casaco e da camisa que ele usava por baixo tinham sido rasgados e eu conseguia ver um pequeno, mas profundo, corte.

–O que aconteceu? – perguntei preocupada.

–Acho que foi um cartão de crédito... Não tenho certeza passou muito rápido.

–Você tem que sair aqui de cima, é muito perigoso. Desçam por essa escada ela levará para o interior da muralha, procurem por uma aurae chamada Mellie, ela vai poder ajudar vocês a acharem Hélio. Evitem a todo custo a entrada principal da cidadela, se Éolo souber que vocês estão aqui... Digamos que ele não está muito contente com vocês semideuses.

Selene levantou voo, dizendo que nos esperaria no topo da Sears Tower.

Eu e Percy descemos pela escada indicada, nos infiltrando no interior escuro da muralha, Percy tirou a tampa de sua caneta, fazendo ela se transformar na Contracorrente, logo um leve brilho amarelo iluminou os degraus, tornando mais fácil a nossa descida.

Chegamos à base e quando saímos do interior da muralha estávamos completamente cercados.

–Vocês acham que iriam entrar na fortaleza do senhor Éolo sem serem descobertos. Bertie pegue as armas deles.

Um forte vento passou por nós, minha faca e a Anaklusmos foram arrancadas de nossas mãos. As auraes que nos cercavam começaram a nos conduzir em direção à porta da Fortaleza.

–Vamos, senhor Éolo estava esperando por vocês.

Olhei para Percy, desconfiada.

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Ele nos esperava em uma espécie de estúdio de televisão, uma grande tela azul estava atrás dele. Seu cabelo branco era todo arrepiado como o de um grande cientista maluco.

–Ora, ora, se não são os grandes salvadores do Olimpo. Acho que devo agradecer por terem derrotado Cronos.

A expressão de Annabeth fechou, ela ainda sofria muito com os acontecimentos de Agosto passado.

–Vieram me acusar de ter “roubado” o Sol, não é?

–Como você sabe disso? – perguntou Percy.

–Tudo o que é lançado ao vento chega até mim. Mesmo que sejam palavras.

–Então pelo que entendi o senhor não está com Hélio? – constatou Annabeth.

–Claro que não! Eu não tenho motivo nenhum para roubar Hélio. E... um momento.

As luzes do estúdio acenderam, Éolo colocou um fone de ouvido, pegou um pointer e foi para a frente da tela azul. Uma série de monitores ligaram na frente de Percy e Annabeth. As imagens mostravam Éolo em frente a um grande mapa dos Estados Unidos, nuvens e “sóis” estavam espalhados pelos estados americanos indicando a previsão do tempo. Éolo começou a falar.

E agora, o tempo a cada doze minutos! – falou uma voz vinda de alto-falantes flutuantes no estúdio. – Eis o nosso homem do tempo do Canal do Tempo Olimpiano: Éolo.

–Olá, Olimpianos! Sou Éolo, o Senhor dos Ventos, com o tempo a cada doze minutos! Como podem observar no mapa temos uma zona de convergência do Pacífico Norte sobre San Diego, o que pode acarretar em um frio fora de época para essa região... Espere um pouco, Deméter pediu calor para San Diego para não prejudicar a colheita do milho... Só que Jun... Digo... Hera, diz que toda costa Oeste deve ter chuva e frio. Athena está mediando as duas deusas. Um instante para conseguirmos um veredicto... Frio e chuva para toda Costa Oeste, menos para San Diego para não prejudicar a colheita do milho.

Percy e Annabeth assistiam estupefatos o deus fazendo trinta previsões para cada cidade.

–Para Nova York temos previsão de sol e calor amanhã.

–Que bom! – disse Percy – Nosso passeio para a Estátua da Liberdade vai ser perfeito.

–Lembre-se que temos que achar Hélio antes, senão não vejo como ter “sol e calor” amanhã.

–Espere um pouco... – falou Hélio – Athena pede muita chuva... Na verdade uma tempestade para Manhattan amanhã... Poseidon quer tempo nublado com chuviscos no final da tarde. Os dois estão brigando. Vamos esperar a resolução. Eu não sei o que tem haver com um encontro... Furacão para Nova York amanhã.

–Fala sério! – resmungou Percy – Nossos pais melaram nosso encontro.

Annabeth revirou os olhos.

–Afrodite entrou na disputa, Sol e calor para Manhattan. EU VOU FICAR LOUCO ASSIM! Amanhã é sol e calor para Nova York com pancadas de chuva ao final da tarde e furacão semana que vem! Deu chega. Voltamos daqui a doze minutos, pois tenho certeza que tudo mudará!

As luzes se apagaram.

–Athena e Poseidon estão inspirados hoje. Nunca vi sua mãe participando tanto da previsão do tempo. – disse Éolo, olhando para Annabeth – Ela normalmente dá poucos palpites. Mas ela e Poseidon estão discutindo sobre um tal de encontro... Deixa para lá. Voltemos à nossa conversa. Vocês semideuses sempre achando que Éolo é o culpado, Éolo é isso, Éolo é aquilo. – disse o Senhor dos Ventos, amargurado. – Espero um aumento há anos, tenho que aguentar isso que vocês viram todos os dias de doze em doze minutos. E vocês semideuses ainda soltaram centenas de espíritos da tempestade que me atrapalham e eu ainda estou sem uma assistente porque acabei de demitir uma.

–Senhor Éolo, pedimos desculpas por desconfiar do senhor. – falou Annabeth – Só que nós estamos muito preocupados com Hélio. Apolo não sabe onde ele está e Éos disse que Hélio estava sendo perseguido. Será que o senhor, que tudo sabe e tudo ouve, não pegou alguma informação ao vento.

–Sim, peguei.

Percy e Annabeth ficaram olhando para Éolo. Ficaram assim por alguns segundos.

–O senhor pode falar para a gente? – perguntou Percy.

–Sim. Vocês foram enganados e traídos. Selene é a grande vilã, ela sequestrou o irmão, ele está em um compartimento secreto na carruagem dela. Vocês tem que ir rápido, se ela conseguir completar o plano...

–Que plano?

–Não há tempo. Vou mandar vocês para Selene.

Um vento muito forte nos ergueu, senti minha faca sendo colocada na bainha e vi Percy guardando uma caneta no bolso. Fomos lançados para fora da fortaleza. Borrões passavam ao nosso lado, estávamos voando muito rápido.

Pousamos em um parque. Mas não em qualquer parque, tínhamos pousado no Central Park.

–Não é possível, estamos de volta a Nova York. Nós voamos em cinco minutos de Chicago a Manhattan. – falou Percy.

–Rápido temos que achar Selene, falta pouco para o nascer do Sol.

Logo vimos a deusa, ela arregalou os olhos quando nos viu.

–Como?! Achei que Éolo iria matá-los.

–Ao contrário de alguns ele é fiel ao Olimpo. – disse Annabeth, tirando sua faca de bronze celestial da bainha. – Nos entregue Hélio.

–Nunca! O Sol deve sumir e a Noite eterna deve cobrir o mundo. Eu reinarei sozinha no céu e a senhora despertará de seu sono para punir os Olimpianos.

–Você ama o seu irmão! Você sofre por não conseguir ter ele do seu lado.

–Sim, eu sofro garota! Queria ter Hélio sempre ao meu lado. Mas ele fez sua escolha. Ele preferiu ser o rei do Dia, do que ficar ao meu lado. Ela abdicou de nosso amor para ter mais poder. E eu sofro por isso. Agora eu o destruirei por ele ter me deixado em segundo plano. A Senhora me prometeu poder sobre a Noite e o Dia. Reinarei ao lado dela.

–De quem você está falando? – perguntou Percy.

–Vocês logo descobrirão e iriam ter preferido morrer nas mãos de Éolo do que ter vindo atrás de mim resgatar Hélio.

Ela parou e olhou para baixo. Parecia estar tentando ouvir alguma coisa.

Tem certeza senhora? A senhora que pediu. – ela olhou para nós com raiva. – A Senhora falou que Hélio não atrapalhará seus planos. Vocês nunca conseguirão detê-la.

E soltando uma gargalhada maligna desapareceu deixando apenas um homem amarrado na nossa frente. Ele era muito moreno, tinha cabelos e barba muito espessos, fazendo parecer que ele tinha uma juba. Suas roupas de linho, estavam meio torradas. A grama ao redor começou a ficar amarela e mesmo estando a três metros dele, Percy e Annabeth sentiam o calor que ele emitia.

Logo uma Ferrari vermelha pousou ao lado do casal. Apolo saltou, seguido de Éos, a deusa do Amanhecer.

–Hélio! Ainda bem que te encontrei meu irmão.

–E então o que tinha acontecido com o meu velho amigo? – perguntou Apolo.

Percy e Annabeth começaram a contar a história, quando chegaram na parte em que Selene falava da tal “Senhora” Apolo e Éos se olharam preocupados.

–Não acredito que nossa irmã se rendeu a ela. – falou Éos.

–Ela ia me destruir para ajudá-la. – disse Hélio, melancólico.

–Tenho que voltar para o Olimpo, essas notícias são preocupantes. Papai precisa ouvi-las rapidamente. – Apolo entrou em seu carro e decolou para o Empire States.

–Quem é essa “senhora” que Selene estava falando. – perguntou Annabeth a Éos.

–Temo que não posso contar para vocês. Mas se ela realmente quer acordar... Logo vocês descobrirão. Agora vamos Hélio. Está na hora de começar nosso trabalho, hora de Amanhecer.

Os dois começaram a brilhar. Os semideuses fecharam os olhos, e quando abriram novamente, uma leve luz brilhava no horizonte, indicando o início de um novo dia.

–Nós conseguimos mais uma vez. – disse Percy abraçando a namorada.

–É... Nós somos demais. – riu a loira – Só espero que essa tal “Senhora” não esteja relacionada com a Profecia dos Sete.

–Nem brinca com uma coisa dessas Annabeth. Agora vamos dormir que a tarde nós vamos para a Estátua da Liberdade.

Só que um trovão rugiu e pingos de chuva começaram a cair no Central Park.

–Eu não acredito que ela fez isso! – gritou a filha de Athena – Valeu, mãe! Muito obrigada mesmo!

–Não se preocupa, vamos ir, mesmo com chuva.

Os dois se beijaram já completamente encharcados com a forte chuva que caía.

>>FIM<


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?

Espero que sim... Vejo vocês na próxima história.