A Viajante escrita por MFR


Capítulo 26
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MORT

Tentava organizar meu quarto de uma forma humana. Quando eu era criança minha mãe dizia que isso podia nos acalmar.

Sinceramente, eu desprezava essa terapia.

Eu estava acostumada a deixar as pessoas que eu conheço, mas eu me sentia mal por ter que separar Nessie de Percy, Annabeth e Nico, e separar eles de Katniss e Peeta, e eles de Eragon e Saphira.

– Acorda! - Grito para mim mesma.

Jogo o que segurava, abano a mão e tudo fica organizado.

Tinha passado muito tempo longe de Viajantes e acabei esquecendo como as coisas aconteciam

Os Viajantes faziam amigos, às vezes apresentavam amigos para outros e esses amigos arcariam com as consequências de viajarem para outras dimensões, doenças, mortes e corações partidos tudo seria problema deles (nunca gostei disso).

Pego as minhas malas e das de Sal, ele odiava fazer as malas dele, algo como uma grave falha em sua educação de Viajante.

Saio corredor a fora.

Como pedido as malas do que iam embora estavam enfrente as suas portas, respiro fundo e desço as escadas com um monte de malas flutuando atrás de mim.

Deixo tudo na enorme porta e vou tomar café.

Todos estavam desanimados, mas era um desânimo misturado a alegria de ainda estarmos juntos.

Me sento ao lado de Eragon e espero todos terminarem de comer.

– Não vai comer nada? - Percy pergunta.

– Você já comeu minha parte. - Digo olhando para o prato cheio de comida dele. - Aliás, isso me lembra algo que eu sempre quis saber.

– O que? - O semideus pergunta.

– Como você mantém o tanquinho comendo tanto?

– Como assim? - Percy pergunta.

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– Essa eu sei. - Nico diz - Benção de Afrodite.

– Deve ser - Concordo.

Nico pode ate não estar mais apaixonado por Percy, mas nem ele ia negar a beleza do filho de Poseidon.

– Vocês vão embora hoje mesmo? - Eragon pergunta.

Enquanto Sal responde observo Nessie, ela estava cabisbaixa e Nico segurava sua mão.

Sorriu com isso, era o ultimo dia que eles se veriam, era bom ficarem juntos agora.

Quando todos terminaram de comer ficamos nos olhando.

– Vamos. - Digo baixo.

Dou a mão a Salazar, mas acabo tendo que soltar, pois ele se prontifica a pegar quatro malas em cada braço. Cada um pega mais uma mala e seguimos para o pequeno porto onde um dos barcos de Eragon nos esperava (ele tinha quatro).

Uma coisa que sempre,sempre odiei foi despedida. Essa era a minha falha na educação Viajante.

Seria a ultima a me despedir de Eragon, pelo menos sabia que ele eu veria rapidamente.
Estava atrás de Nico na fila para me despedir do cavaleiro e então ouço o que Eragon diz na mente de Nico. Olho brava para Eragon, ele sorri e se adianta a me abraçar.

– Você não devia ter dito aquilo para ele. - Sussurro no ouvido do cavaleiro. Digo tão baixo que só Sal e Nessie ouviriam, e Nessie estava ocupada conversando com Saphira.

– Eu queria ter feito aquilo quando fui embora de Alagaësia. - Ele se defende.

Concordo com a cabeça.

– Voltaremos em algum tempo, - Digo. - mas se você e a Arya forem se casar, pelo amor ao seu pescoço me avisa!

– Tudo bem. - Ele concorda. - Vai organizar a cerimônia.

– Perfeito! - Me animo agarrando seu pescoço em outro abraço.

[...] HORAS DEPOIS

As últimas horas se passaram como um borrão.

Tínhamos viajado de Alagaësia direto para Panem.

Saímos do Distrito 12 depois de uma despedida cheia de biscoitos Mellark e viajamos para a ALFA

Chegamos na ALFA ao anoitecer e Sal decidiu passar a noite em nossa dimensão.
Ninguém da nossa família estava na dimensão, nem Amazonas, nem Viajantes. Uma pena, eu estava com saudade.

Faço comida para os meio-sangues (Nessie é uma meio-sangue, de certa forma) e depois os semideuses vão dormir exaustos pelas três mudanças de dimensão.

– Sempre gostei do cheiro das noites na ALFA. - digo.

Estava deitada no colo do meu noivo e Nessie assistia Fúria de Titãs, um filme meio estranho para uma menina que estava a ponto de se separar de sua paixonite semideusa.
Sal ri de mim.

– A noite tem cheiro? - Ele pergunta

– Sim, você não sente?

– Não!

Abano a cabeça

– Que tipo de Viajante é você que não consegue nem sentir o cheiro da noite? - Pergunto para mim mesma, implicando.

Ele me olha fingindo estar bravo e eu me aconchego mais no seu colo. Nessie ri.

– E você, Monstrinha? - Sal pergunta.

– Eu o que? - Ela pergunta sem tirar os olhos da TV.

– Como está se sentindo?

– Bem. - Ela responde se fingindo confusa.

– Você sabe que estamos falando de ir embora, Nessie. – Digo

Ela bufa, tira os olhos da TV e se senta mais reta.

– Eu estou... conformada.

– Conformada?

– Sim, essa palavra me define no momento.

– Sinto muito, Nessie. - Me desculpo.

– Eu vou ficar bem, relaxa. - Ela diz sincera - Sinto falta de casa, em algum tempo nem sentirei tanta falta.

Ela não mente ao dizer isso.

Nessie era uma ótima atriz, mas nem ela conseguia mentir para mim.

Sorrio, ela ia ficar bem, todos iam.

Depois que o filme acaba a quase vampira vai para o seu quarto.

Assim que ela dorme eu me levanto.

– Vem, me ajuda. - Digo para Sal enquanto ia para o elevador da casa.

Ele me segue.

– Ok, mas por quê? - Sal pergunta enquanto subíamos do primeiro para o ultimo andar.
– Presentes. - Explico.

– O que? - Ele pergunta confuso quando chegamos ao sótão.

Olho incrédula para ele e lhe dou um tapa na cabeça.

– Acorda, estúpido! - Digo. - Esqueceu os costumes dos Viajantes?

– Ai! - Ele reclama. - Eu não esqueci, mas achei que você já tivesse comprado.

Suspiro, eu amo dar presentes, mas esses estavam exageradamente difíceis.

– O que vai dar? - Salazar pergunta.

– O do Percy eu já arrumei faz tempo, está numa bolsa interdimencional, o da Nessie também. Só não sei o que dar para Annabeth e Nico! - Digo desesperada.

Achei que acharia algo aqui, um livro ou uma arma para os semideuses, mas nada me agradou.

Me largo num dos sofás.

– Deixa eu te ajudar. - Sal se prontifica.

Me contenho para não gritar "O QUE EU ESTAVA PEDINDO?!"

– Certo. - Concordo.

– Sempre que eu comprava algo para você eu pensava em duas coisas, o que você precisava com o que você gostava.

– E..? - Incentivo.

Simplesmente detestava quando ele começava a dizer algo e parava no meio... Bom, na verdade eu não detestava, achava até charmoso, e fofo, e lindo e... Ok, parei.

– O que o Nico e Annabeth gostam e precisam?

[...] NO OUTRO DIA

Eu e Sal passamos a noite na sala da casa dos hóspedes. Decidimos que só voltaríamos para nossa casa depois de deixarmos nossos amigos em suas dimensões.

Sem contar que eu e ele tínhamos passado quase cinco horas arrumando o presente de Nico e Annabeth, sim o presente, era só um.

Os primeiros a descerem no elevador foram Percy e Annabeth, logo depois veio Nessie e por fim Nico.

Resolvi caprichar no café da manhã, bolo azul com cobertura e recheio de brigadeiro para Nico e Percy, sangue fresco para Nessie, panquecas de banana para Annabeth e mais algumas coisinhas. Você acham que alguém ia mimar eles tanto quanto eu? Eu duvido.

Quando todos terminaram de comer e os pratos se lavaram sozinhos, pegamos as malas e fomos para a garagem.

– Que dimensão vamos primeiro? - Percy pergunta.

– A sua. - Sal responde.

– Por que a deles primeiro? - Nessie pergunta.

– Para que seu pai não mate o Nico por todas as vezes que ele te viu de babydoll. - Respondo.

Nico e Nessie ficam corados e Percy ri da cara deles.

Sal muda de assunto.

– Somos mais de cinco, mas acho que cabemos todos num carro...

– Não. - Interrompo. Me viro para Nico e jogo as chaves do meu Bugatti para ele. - Eu tinha dito que ia deixar você dirigi-lo uma vez.

O semideus fica boquiaberto.

– É serio? - Ele pergunta.

– Se você fizer um arranhão nele, eu quebro a sua cara. - Ameaço.

– Você sabe dirigir, não é? - Sal pergunta me entregando um capacete. Íamos de moto, EBA!

– Sei, meu pai tem alguns carros e um fantasma me ensinou a dirigir. - Nico responde.

– Que fantasma? - Pergunto.

– Aírton Senna. - Ele responde.

Processo essa informação por um segundo.

– Tente não morrer como o Aírton Senna, ok? - Digo.

Ele concorda.

Nessie, Percy e Annabeth vão no Bugatti junto com Nico e eu vou com Sal em uma das suas motos (uma MTT Turbine Superbike Y2K).

– Nos sigam. - Sal diz dando partida na moto.

E assim, na moto e no carro mais rápidos do mundo fomos da ALFA para o Acampamento Meio-Sangue.

O portal mais próximo do Acampamento estava fora de Nova Iorque, uma boa notícia para Nico que se mostrou um ótimo motorista (estranho) mesmo dirigindo a quase trezentos quilômetro por hora.

Mas para a tristeza dele a viagem acabou em menos de uma hora. Estacionamos a moto e o carro de forma mais escondida possível e subimos a colina.
Nico estava cabisbaixo, mas Percy e Annabeth pareciam felizes só por voltarem para casa (e por usarem roupas normais).

Quando chegamos ao Pinheiro de Thalia Percy faz um carinho em Peleu e eu observo Nessie admirando o Acampamento.

– Parece que é uma verdadeira despedida agora, não é? - Annabeth pergunta.

Reparo bem em Annabeth, eu não fazia isso muito, ela era forte e era garota, eu prestava atenção em Percy por ser bonito e em Nico e Nessie por eu sentir que tenho que protege-los, mas reparando em Annabeth e comparando com a primeira vez que a vi percebo uma mudança aqui e outra ali, mais magra, menos bronzeada, menos preocupada, esperta, como sempre.

– É, mas antes eu quero dar uma coisa para vocês. - Digo. - É um presente, se tentarem recusar eu jogo vocês dessa colina.

– Mort... - Percy começa.

– A ameaça é de verdade, Plâncton. - Digo friamente.

– Okay. - Ele concorda meio assustado

– É um costume dos Viajantes darem presentes para quem nos ajuda - Explico. - Primeiro o Percy, foi o presente mais fácil.

– Como assim? - Ele pergunta.

– Você já tinha pedido isso. - Digo e faço o presente aparecer, o queixo de Percy cai.

Logo depois de nos conhecermos Percy disse, brincando, que eu podia dar um jipe como o de Sal para ele, eu disse que se achássemos Sal eu lhe daria, ele acreditou na hora, mas parecia ter esquecido.

– O-o... O que?! - Percy gagueja estarrecido.

– É para você. - Digo jogando as chaves para ele. - É o mesmo modelo que o do Sal, mas sem as coisas mágicas.

– Meus deuses, Mort, obrigado! - Ele agradece olhando o seu Jipe azul.

– De nada, Percyto. - Pisco para ele. - Nessie eu vou te entregar o seu logo de uma vez. - Pego o presente de Nessie e o entrego.

– Ãh? - Ela pergunta confusa olhando para o tablet bronze.

– Não é um tablet normal. - Sal diz.

– Ele é uma biblioteca com todos os livros que viraram dimensões. - Explico. - Sei que você se interessa pelas dimensões, achei que ia gostar.

– Ah, eu amei! - Nessie me abraça.

– Não foi nada. - Riu. - Annabeth e Nico, eu quase não consigo arrumar algo para vocês.

– Mas conseguimos! - Sal comemora, ele tinha ficado um pouco bravo por ficar horas conversando no telefone para arrumar.

– Olha, foi realmente difícil achar alguma coisa, mas eu tive uma ideia. - Digo - Nico, eu não gosto da ideia de você vivendo no Submundo, Annabeth você é uma arquiteta. Juntei as duas coisas e comprei um apartamento.

– Um apartamento? Para mim? - Nico pergunta.

– Sim, mas não só para você. Percy e Annabeth viverão com você lá.

– É o que!? - Ele pergunta.

– Eu não vou deixar você viver sozinho! - Digo. - Annabeth, você vai cuidar da decoração do Apartamento, aqui está o cartão de uma grande loja de mobília e de objetos para casa, você vai ter um crédito de meio milhão de dólares nessa loja tudo para você decorar o apartamento.

– Mort, eu agradeço, mas somos meio jovens para vivermos sozi... - Annabeth começa.

– Nem você acredita nisso. – Digo

– Não é isso que eu quero dizer, não trabalhamos e dois semideuses dos três grandes numa só casa vão atrair duzentos monstros por hora.

– Ah, isso não é problema. - Digo. - Esses colares que eu dei para vocês vão, a partir de agora, impedir que os monstros te sintam, e quanto ao dinheiro... Bom, Sal deu uma conversadinha com Hades.

– Meu pai?

– Sim, eu nem tive que ameaça-lo para que ele desse uma mesada para vocês. - Sal explica.

– No fundo, no fundo, tipo lá no Tártaro, Hades se importa com você, Nico. - Digo entregando uma chave para ele.

Nico fica encarando a chave, mas depois diz:

– Obrigada por tudo, Mort. - Ele agradece muito sinceramente.

– De nada, fantasminha.

Já disse que odeio despedidas? Então, eu detesto despedidas.

A primeira que eu abraço é Annabeth, depois Percy e por fim agarro Nico.

"Se quiser, faça o que Eragon disse" Digo na mente dele.

Ele me olha confuso.

– Mas você disse...

– Dane-se! Não se veram mais! - Digo.

Ele acaba entendendo e assume uma cara de nervosismo.

Sabe quando as pessoas começam a ofegar de forma estranha? Tipo, um respirar fundo de preparação e um suspirar de desistência? Então, o Nico estava desse jeito.

Nico e Nessie são os últimos a se abraçarem, Nessie teria estendido o momento, mas Nico se afasta tentando esconder suas emoções.

A quase vampira se afasta com um sorriso triste.

Me irrito e penso em usar Nico como comida para o Peleu, mas para a sorte dele, sua respiração volta ao normal e ele se adianta em direção a Nessie que tinha se virado para descer a colina.

Nico a puxa pelo braço, ela deixa, segura o rosto de Nessie com as duas mãos e a beija. Obviamente, Nessie retribui. Não foi um beijo de cinema, era o primeiro beijo dos dois, mas até que eles estavam indo bem. Mostravam carinho.

Nico se afasta ofegando.

– Não podia ficar sem fazer isso pelo menos uma fez, mas acho que devia ter feito mais - Nico explica.

– Eu concordo, mas tudo bem, parece que lerdeza está no sangue. – Nessie diz indicando Percy. O filho de Poseidon dá um joinha sarcastico.

– É, isso acontece.

Falso! - penso - Você não a beijou antes por que eu sou uma monstra sem coração que impede lindos casais de ficarem juntos!

Os dois se afastam um pouco mais e Sal guarda sua moto numa bolsa interdimencional.

Nico solta Nessie por completo e ela sorri enquanto começava a descer a colina

– Tchau, galera. - Sal se dispede.

Ele tenta me puxar, mas eu fico estacada no lugar olhando de Nico para Nessie.

– Mort? - Nessie me chama.

Pense naquelas cenas quando um personagem aparece conversando com um anjinho e um diabinho. Uma parte de mim pensava: "Eles são tão fofos, pena que não podem ficar juntos" e a outra parte gritava: "DANE-SE AS REGRAS, FIQUEM JUNTOS!"

– Sal?... - Chamo docemente e olho pedinte para ele.

– Que foi? - Ele pergunta meio desconfiado.

– Nico e Nessie podem...

– Não. - Sal me corta. - Sinto muito, mas são as regras.

– Mas... - Tento.

– Mort, não!

– Por favor! - Grito.

– Mort, é proibido mudar de dimensão. - Sal me lembra me agarrando pela cintura.

– Mas...

– Não! - Sal nega me tirando do chão.

– SAAAL!

Ele me joga sobre seu ombro. Eu continuo a pedir.

– Deculpa, Nico e Nessie - Sal diz entre meus gritos - mas vocês sabem como funciona. - Sal diz a Nico.

– Eu sei. - Nico diz sorrindo.

– POR FAVOOOOR! - Continuo gritando.

Sal fica tenso e termina de se despedir.

Nessie começa a descer a colina.

Por que ela está descendo a colina? Não é para ela descer a colina! É para ela estar do meu lado! Por que ela não está do meu lado?

Nico e Nessie trocam um tchauzinho com um sorriso meio triste.

Vamos até o carro comigo ainda gritando.

Se eu estava sendo exagerada? Dane-se, eu posso!

Começo a chorar escondendo meu rosto nas mãos.

– Mort, sou eu que estou sem ele. Por que você que está chorando?

Por que eu odeio quando os casais que eu gosto não ficam juntos!

Continuo a chorar e berrar.

– Ela sempre é assim? - Nessie pergunta.

– Devia ver ela lendo Convergente. - Sal diz acelerando.

NÃO ME LEMBRA DE CONVERGENTE, CARAMBA!– Grito.

– O que é Convergente? - Nessie pergunta.

Um livro que acabou com meu coração! – Digo entre soluços.

– Ãh... É uma...

– Não pergunta... – Sal tenta impedir.

– ...dimensão? – Nessie termina de perguntar

Pior que é! E isso machuca ainda mais! Coitado do Tobias!– Os soluços ficam mais fortes e Sal muda de dimensão.

No caminho para a casa dos Cullen eu acabo por parar de chorar.

Ligo o som do carro, procuro It’s My Life do Bon Jovi, encontro e ligo o mais alto possivel.

– IT´S MY LIIIIIIIIIIIFE! IT'S NOW OR NEVEEEER! I AIN'T GONNA LIVE FOREVEEEER! – Começo a cantar/gritar e Nessie ri.

Entendam, eu posso cantar bem, mas qual a graça de cantar uma música que gosta se você não desafinar?

Infelizmente, chegamos a casa antes da musica acabar.

Me viro para Nessie.

– Pronta para enfrentar oito morcegos e um lobo raivoso?

– Agora estou bem mais preparada. – Ela diz sarcastica.

– Brilhante! – Ignoro o sarcasmo.

Descemos do carro. Os Cullen já estavam na varanda.

Nessie corre até os pais que a abraçam.

– Você está maior! – Edward diz.

– Obvio, ela é Renesmee Cullen. – Murmuro.

Todos os Cullen olham para mim.

– Mort. – Bella diz.

A frieza da voz dela...

– Bella! Linda como sempre, na verdade todos estão...

– Você quebrou a promessa. – Edward diz. – Você prometeu protege-la de qualquer perigo! Você disse que ela não ia para guerra.

– Diretos, hein? – Sal fala.

Respiro fundo.

– Olhe, eu não queria que ela fosse para guerra.

– Então por que a levou? – Bella diz

– Por que ela quis. – Respondo.

– Ah, simples assim?

– Não era uma guerra, foi só batalha de nada. – Digo.

Edward olha para Nessie.

– Você quase morreu.

– Dá para parar de ler a mente dela? - Pergunto

– Somos imortais, parceiro. – Sal diz.

– Gente, vamos relaxar. – Nessie intervem – Não querem saber sobre a viagem? Vocês não tem noção das coisas e pessoas que eu co...

– O que?! – Edward pergunta cortando.

Ah, ele viu a mente da Nessie.

– Ui. – Sal suspira.

– Você deixou a minha filha... – Edward se interrompe, acho que ele estava surpreso demais, talvez bravo demais.

– Edward, o que foi? – Esme pergunta.

– Ah-ah... – Ele gagueija, sim Edward Cullen gaguejou.

– Diga logo de uma vez! – Bella pede.

– Nessie – Ele começa – beijou, dormiu na mesma cama, se apaixonou por um semideus!

Todos os Cullen olham para Nessie, ela só faltava pular debaixo do carro de vergonha.

– Ah, qual é? – Ela pergunta. – Vocês fazem coisas muito piores...

– Nós temos dezenas de anos! – Edward diz.

– Minha mãe tinha dezesete quando se conheceram. – Nessie o lembra.

– Dez a mais que você. – Bella diz.

– Eu não sei... O por que... De vocês estarem bravos. – Nessie diz.

– Ah, não sabe? – Bella pergunta com sarcasmo.

O jeito que ela falou me fez lembrar da minha mãe, isso não era legal.

– Eu não vou mais vê-lo – Nessie diz calmamente. – Nunca mais! E-e... – Ela gagueija – E nos beijamos uma vez, uma!

Todos olham para Nessie que estava quase corada,

– Olhem, ela nunca sofreu perigo nenhum, a batalha foi facil, nenhum monstro conseguiria alcansar ela. – Começo - Meu pior erro foi só deixar Nico e Nessie se aproximarem. Querem ficar bravos comigo, ótimo! Não a culpem.

Bella e Edward trocam um olhar.

– Tudo bem. – Edward diz

– Me desculpe, eu não queria preocupa-los. Eu só queria um momento para mim. - Nessie.

– Mas por que, meu amor? – Bella pergunta.

– Eu amo minha vida, mas eu precisava disso. Sei lá, recarregar a bateria.

– Ninguém vive a baterias, Nessie. – Edward diz.

– Ah, Tony Stark tem algo parecido. – Digo.

Nessie revira os olhos.

– Eu estou bem. – Nessie diz – Não estava nem tão apaixonada pelo Nico assim.

– Mentira. – Dizemos eu e Edward juntos.

[...]

– Eu estou sonhando ou nós finalmente estamos na ALFA? - Pergunta descendo do Bugatti.

Estávamos na garagem da casa de hóspedes, acabamos de chegar na ALFA.

– Você não pode sonhar, então... - Sal diz se aproximando de mim.

Ele segura meu pescoço e me beija calmamente, mas, como sempre, alguém atrapalha.

– Olha só quem chegou! - Taro grita

Me separo de Sal e olho para meu irmão. Eles estava na porta da garagem junto com os demais Viajantes.

– Eu vou matar alguém hoje. - Digo para Sal.

Ele ri.

Ágata me empurra para poder abraçar Sal.

– Eu estava com saudade!. - Ela soluça no ombro de Sal.

Taro, Geórgia e Caius se aproximam do irmão. Geórgia também o abraça, mas logo Caius o puxa num abraço.

Meu queixo cai. Caius, a pessoa mais seria do Mapa Dimensional, aquele que quase não abraça Ágata, a namorada, em público, acaba de abraçar Salazar?!

– Acabo de perceber que abraços sempre quebram a lógica das dimensões. - Digo ainda estarrecida.

Salazar me manda um olhar enquanto Caius ainda o abraçava.

– Eu estava tão preocupado! E-eu até briguei com a Mort...

– Calma, mano, eu estou bem. - Sal diz enquanto começava a dar leves tapas na costa de Caius.

– Ah, eu não aguento isso, caras. - Taro diz e se junta ao abraço.

De repente todos estavam reunidos num abraço grupal.

Era muito bom abraçar meus irmãos, sentir o cheiro de cítrico do shampoo de Geórgia, sentir a textura do couro da jaqueta favorita de Caius.

Todos os Viajantes juntos.

Salazar, o mais velho, mais experiente, o melhor espadachim (o mais lindo), Caius, o mais sério e responsável, aquele que conseguia vencer enormes lutas só com seu arco, o mais protetor, Taro, o mais brincalhão, o mais confiável, o que conseguia armar e atirar enquanto a gente ainda tirava a arma do coldre, Geórgia, divertida, desorganizada, lançava facas com tanta facilidade quanto respirava e com uma mania irritante de mudar os tons de laranja do cabelo, Ágata, doce, alegre, a mais rápida de todas e a mais prestativa e Eu, temperamental, estressada, sarcástica, a melhor em magia e a ultima a ficar com seu companheiro.

Levanto um pouco a cabeça e olho sobre o ombro, na entrada da garagem três mulheres nos observavam, dois metros de altura, pele cor de porcelana, magras com poucas curvas, as Amazonas.

Sorriu para elas. Fazia tempo que eu não via minhas madrinhas, como costumo chamá-las.

Temp foi a primeira que eu conheci, nós damos mal dês de então, mas no fundindo eu gostava dela, de certa forma éramos as mais parecidas, Vid era a mais doce, meio histérica, com paixão por roupas, a que amava a gente e demonstrava de todas as formas possíveis, Temp é a mais seria, a com os melhores conselhos, foi em seu ombro que eu chorei por ter o amor de Sal. Eu amava elas, só não conseguia pensar nelas como minhas mães por que eu nunca esqueceria a minha verdadeira mãe.

Volto a atenção ao abraço, que parecia que não ia acabar tão cedo, Ágata parecia chorar de alegria, Caius não parecia nem um pouco a fim de se separar, Taro agarrava a gente exageradamente, Geórgia aproveitava o momento com o cabelo laranja abóbora (o que significava que ela estava feliz), Sal me observava sorrindo, sorriu de volta.

Tudo começou quando no dia 26 de maio de 2000 eu nasci na BETA, 13 anos e alguns meses depois um garoto perdido na vida se drogou e acabou me matando, mas um cara lindo, charmoso e perfeito me escolheu para viver com ele para sempre, ele resgatou minha alma e a juntou com a Prata, com o espírito da Prata. Vivi muitos anos felizes, ganhei poderes, entrei em todos os livros que sempre amei, ganhei uma família nova e uma grande paixão que demorou, mas foi correspondida.

Não melhoria nada na minha vida, eu tenho tudo o que preciso e quero. Eu sou uma Viajante.

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LEIAM AS NOTAS FINAIS/AGRADECIMENTOS

CRÔNICAS DOS VIAJANTES


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Notas finais do capítulo

A Viajante acabou!

Vou enche-los um pouco e explicar como A Viajante é para mim
Como alguns devem saber ela é a minha primeira história, quando comecei a escreve-la eu não tinha pratica nenhuma e pouco senso de português, mesmo com aquele começo horrível vocês continuaram lendo (obrigada!) e agora acabou, mas o carinho que eu tenho por essa história não vem só por ela ser a minha primeira. Eu coloquei meus sonhos nela, me fiz protagonista e descrevi o meu homem perfeito kkk
Quero agradecer a todos que leram, aos que comentaram, aos que NÃO comentaram (malvados), aos que favoritaram e a Isa Mary e a Lanannikelli que recomendaram.
Obrigada por tudo!
Agora, falando sobre a história, alguns disseram estarem tristes pelo fim da FIC, bom, eu não estou preparada para parar de escrever sobre o universo dos Viajantes, por isso eu vou fazer uma nova FIC.
CRÔNICAS DOS VIAJANTES, não será uma continuação para A Viajante, é uma nova FIC no mesmo universo.
A história será em forma de crônicas, escolhi essa forma para mostrar todos os Viajantes em diversas situações.
Como já disse a FIC não será continuação de A Viajante, as crônicas podem ser de antes, depois e durante ao que acontece nessa FIC.
Muitos livros, filmes, mangás entrarão nessa nova FIC, você pode não conhecer algumas dessas histórias, mas vão entender a crônica, confiem.
A FIC já esta postada com um capítulo, mas demorará umas semanas para eu postar o próximo. Depois do segundo capítulo as crônicas seram postadas a cada dez dias, mais ou menos.
Sigam o link, ou usem este endereço também: http://fanfiction.com.br/historia/506179/Cronicas_dos_Viajantes/



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