Amu P.O.V.

–Então eu não posso nem mais dormir na minha própria casa sem correr o risco de ser estuprado? – Ikuto disse, com uma cara de tédio e um sorriso malicioso, eu senti meu rosto ferver.

– Eu... Hm... Ehr... – Aí eu vi o rato pelo chão – O rato! – Eu gritei e logo Hidori e Utau apareceram correndo pra pegá-lo, eu tentei disfarçar meu pequeno “acidente” e sai correndo atrás do rato também, deixando um menino com uma cara confusa e sonolenta pra trás.

Ele foi parar na cozinha, ok. Agora estamos completamente fudidos.

Aruto e Shion estavam na cozinha, assim como praticamente todos os filhos dos dois, nós conseguíamos ouvir os protestos de Tadase de que estávamos nas férias então por enquanto não precisávamos nos preocupar com acordar cedo, o que minha mãe não dá a minima já que ela botou um alarme para acordar todos bem cedo.

–Droga! Como vamos pegar ele? – Eu sussurrei para Utau e Hidori, que deram de ombros.

–E se a gente... – Utau começou a pergunta e olhou para o alarme de incêndio.

–Não, não, não, não e não! Eu não vou acionar o alarme de incêndio pra pegar um rato estúpido. – Eu disse e Utau arqueou uma sobrancelha.

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TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM

Todos saíram correndo da casa quando ouviram o alarme e Hidori começou a procurar o rato, ele tinha arranjado um pedaço de queijo, ele realmente parecia empenhado em pegar aquele bicho nojento.

Se eu soubesse que ia dar todo esse peoblema eu teria pego quando eu o vi no banheiro.

Depois que todos perceberam que foi um alarme falso, eles voltaram pra casa e Hidori ainda não tinha conseguido pegar o maldito rato. Enquanto Shion nos dava uma bronca sobre como “fazer trotes” é horrível e pode machucar alguém seriamente, nós avistamos o rato de novo.

Do lado da minha mãe. Subindo a mesa. Nós estávamos tão ferrados.

Nós três estávamos olhando pra trás dela e eu acho que ela percebeu.

–Olhem pra mim enquanto eu falo com vocês mocinhos!

–Ai meu Deus Shion, aquele não é o Ryo escalando o móvel?! – Utau gritou, apontando para o móvel que tinha a televisão.

–O que?! – Ela olhou pra trás, tempo suficiente para Utau pegar o rato e guardar no bolso e voltar para a posição normal.

–Ops, acho que foi um alarme falso – Ela deu um sorriso, meu Deus, como eles conseguem ser tão... Tão, sei lá! Manipuladores?! É, acho que essa é a palavra certa.

Eu estava em uma casa cercada de manipuladores.

xXx

Depois da bronca, mamãe chamou todas as pessoas da casa e avisou que ia cuidar do jardim e quem quisesse ajudar ela poderia ficar a vontade.

Depois disso os filhos do Aruto evaporaram.

Tipo, eles não estavam em nenhum lugar da casa inteira, então eu resolvi aproveitar minha folga e fazer o que faço de melhor.

Nada.

Meu sossego não durou muito já que assim que eu deitei no sofá o menino que parecia saído do filme “a profecia”, Yuki, saiu correndo com algo na mão, seguido por uma Yaya chorosa e gritante, que deixava qualquer um a beira de um ataque de estresse.

–Mas o que está acontecendo aqui?! – Eu gritei pros dois.

–Ele roubou o Ully! – Yaya choramingou. “Ully” é o ursinho preferido da Yaya.

–Não roubei não! Só peguei emprestado – Ele gritou pra ela de volta.

–O que você quer com o Ully, Yuki? – Eu perguntei olhando pra ele.

–Nada, eu só achei que ele seria bom para as minhas experiências – Ele deu um sorriso maldoso e tirou algo do bolso, um isqueiro. Yaya chorou mais alto, atraindo a atenção de um Hidori fofo e sonolento que estava indo em direção à cozinha e não percebeu o dilema que ocorria na sala da própria casa.

–O que está acontecendo aqui? – Ele levantou uma sobrancelha.

–Nada Hidori, vá pra cama. - Eu disse e ele não se convenceu.

–Ei! De quem é esse urso ridículo? Joga pra cá, Yuki! – Ele gritou e Yuki, por incrível que pareça, obedeceu.

O jeito de Yuki não era a únixca coisa que parecia saída de um filme de terror onde tem uma criança revoltada que sai matando todo mundo, ele tinha olhos vermelhos e cabelos negros, ele lembrava muito o menino do anime "Btooom!". Sim, o pirralho psicopata. Lembrava demais, só espero que seja só impressão minha.

–“Oi, eu sou um urso boboca, eu vou bater em mim mesmo” – Hidori começou a dizer enquanto fazia o urso bater em si mesmo, ele estava com uma cara de sono, eu ainda não conseguia entender como um ser humano tão maravilhosamente fofo conseguia ser tão malvado! Enquanto ele estava batendo no urso, o choro de Yaya aumentava cada vez mais e eu podia jurar que ia estourar meus tímpanos.

E eu não estou brincando.

–Me dá isso aqui, Hidori. – Eu grunhi pra ele, essa família estava realmente me estressando.

–Vem buscar – E eu fui, quando eu estava chegando perto dele, ele arremessou o urso para Yuki, do outro lado da sala que pegou o isqueiro e começou a ameaçar tocar fogo de novo, fazendo minha irmã chorar ainda mais. Eles figaram nessa brincadeirinha de jogar um para outro, já que eu e Yaya não conseguíamos pegar de jeito nenhum.

Perdendo para pirralhos, vergonhoso Amu, vergonhoso.

Quando ele jogou de volta para Hidori, quem pegou foi certa loirinha que também me dava nos nervos.

–Ah! Utau me dá esse urso. – Ela olhou para o urso com cara de tédio.

–Por quê? – Ela arqueou uma sobrancelha.

–Porque eu estou pedindo. Por favor, só faça! – Eu implorei enquanto o choro de Yaya aumentava.

Utau percebeu meu desespero.

–Nhãaaam, eu acho que posso usar isso pra alguma coisa – Ela deu outro sorriso maldoso e o choro de Yaya aumentou mais ainda.

Quando eu estava quase perdendo as esperanças de recuperar o urso de Yaya, alguém mais alto que Utau puxou o urso das mãos dela por trás, ela virou e corou. Pera, desde quando aprendizes de psicopata coram? Aw, Utau tem uma quedinha pelo meu irmão, seria fofo se não fosse trágico.

Ou se não fosse sei lá, meio incesto, mas enfim.

–Bom, acho que agora chega né? – Kukai deu o sorriso usual dele e jogou o urso de volta pra Yaya, que agradeceu e saiu correndo, seguida pelos dois encapetados. Ele bagunçou o cabelo de Utau.

–E-ei! – Ela protestou.

–Bom, eu estou indo jogar futebol, avisem para mamãe. – Ele piscou e com isso foi embora.

E eu fui finalmente tentar fazer o meu tão querido passatempo de ficar quieta no meu canto olhando pro teto e fazendo absolutamente nada mais.

Claro que não ia durar muito tempo, mas não custa nada sonhar, certo?