New Life escrita por Meredith Martins


Capítulo 2
Divisão de quartos, busca e acidentes


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Utau P.O.V.

Os olhares confusos que todos deram para Shion, já que aparentemente não tinha pimenta na comida, foi justificado com uma pequena mentira minha e dos meus cúmplices.

Flashback on:

Hidori me lançou um olhar de “merda” e eu simplesmente olhei pra Shion com toda a cara-de-pau que eu consegui juntar e disse.

–Arrá! Então ai que foi parar meu prato!

–Seu prato? – Kukai perguntou confuso.

Ikuto olhava pra mim e Hidori com um sorrisinho, ele já tinha percebido que o “veneno” chamado pimenta não tinha sido posto na comida dele e sim da víbora chamada Shion.

–Hai, nós só colocamos pimenta na comida da Utau. Ela ama pimenta, né Utau?

Eu confirmei com a cabeça.

–Ah, bom Utau-chan você quer trocar os pratos? – Shion perguntou com aquele sorriso idiota no rosto.

–Não, ainda bem que gostou, pode ficar.

–Desde quando você gosta de pimenta Utau? – Meu pai perguntou, franzindo a testa, ele tinha percebido, merda merda merda.

Aja naturalmente Utau.

–Desde semana passada quando você me levou no restaurante de comida japonesa e eu experimentei aquela pimenta gororoba verde, lembra?

Essa foi a pior mentira que eu já contei.

Meu pai pareceu pensativo por um momento.

–Você não lembra pai? Quando você levou a Utau-chan pra conversar sobre o término dela com o Kim. – Eu olhei para o dono da voz, meu irmãozinho Ryo, já disse que amo meus irmãos?

–Hai hai, lembrei agora. – Meu pai disse sem-graça.

Eu pisquei pra Ryo e Ikuto deu um sorriso de diversão.

Flashback off

Fora aquilo o jantar foi completamente normal para minha família: Ficamos conversando e brigando o tempo todo.

Eu percebi que a família da Shion não era nem um décimo como a nossa, eu e meus irmãos somos qualquer coisa ruim que você puder imaginar, mas nós sempre ajudamos uns aos outros e temos jeitos bem esquisitos de demonstrar, mas todos se amam muito na nossa família.

Foi sobre isso que meu pai queria falar conosco no “quartel-general” do Hidori quando ele disse pra Shion que precisava conversar com a gente sobre as mudanças. Francamente.

–O que vocês acharam? – Meu pai perguntou, dava pra ver a expectativa no olhar dele.

–Normal. – Ryo deu de ombros.

–Tch – Yuki estalou a língua, mas tudo bem, todos já esperavam isso.

–Eles são chaaaaaaaaaatos – Hidori falou, saindo debaixo do lençol e, como ele estava deitado, apoiando o queixo na mão.

O “quartel-general” é basicamente uma cabana que o Hidori tem no porão, que é enorme e ele insistiu pra trazermos pra essa casa. Então nós estamos todos deitados na cabana de barriga pra baixo e conversando com uma lanterna, um dos muitos costumes da nossa família é sempre que algo acontece ou que alguém está com um problema nós vamos pra lá, o único defeito é que é apertado, não pra mim, mas meu pai e Ikuto parecem ficar bem desconfortáveis deitados ali pelo fato de não conseguirem esticar as pernas.

–Eu concordo com o Hidori. – Eu falei dando de ombros.

–Porque vocês dois acham isso? – Meu pai perguntou.

–Eles não fazem nada! – Hidori respondeu.

–É – Tadase falou – Eles são tão... Parados, parados tipo bem mais parados que eu e eu devo ser o mais paradão dessa família inteira.

–Se com “não fazem nada” vocês querem dizer “não tentar envenenar a nova esposa do seu pai” então eles realmente não fazem nada – Meu pai piscou pra mim e Hidori que coramos. Então ele percebe? Eu dei um sorriso maldoso.

–Ela gostou, não foi? – Eu pisquei pra ele.

Meu pai riu.

–Bom, não acho que vamos nos acostumar com pessoas tão diferentes da gente – Yuki bufou.

–Vamos nos acostumar Yuki, só não sei se eles vão se acostumar com a gente – Ryo falou com um sorriso maldoso.

–Olhem crianças, o que eu quero de vocês é que façam eles se sentirem em casa, todos já devem ter percebido que eles não são nem um pouco tão unidos quanto vocês, façam eles gostarem de estar aqui e não tentem assustar/expulsar ou sabotar nenhum deles, entenderam? – Meu pai disse e todos confirmaram com a cabeça. Ele afagou a cabeça do Hidori que estava ao lado dele. –Ótimo, amo vocês.

xXx

Depois da nossa reunião particular nós subimos e fomos “socializar” com nossos novos “irmãos” como disse meu pai.

Mal sentamos na sala e meu pai chegou com um quadro enorme com os quartos de cada um, desde que chegamos ainda nem tínhamos ido ver os quartos.

Nossa casa tinha 8 quartos então a divisão do meu pai estava mais ou menos assim:

Quarto 01 – Amu e Utau.

Quarto 02 – Ryo e Hidori.

Quarto 03 – Yaya e Ami.

Quarto 04 – Ikuto e Kukai.

Quarto 05 – Tadase e Yuki.

Quarto 06 – Rima.

Quarto 07 – Shion e Aruto.

Quarto 08 – Babá.

Depois do tempo normal que levamos para ler o que estava escrito começaram os protestos de “como assim babá?”; “Porque a Rima é a única sozinha?”; “Cadê a minha privacidade?”; “Eu vou dividir meu quarto com isso?”

–Wow wow wow, calminha ai crianças, peguem a bola e... – Ela foi puxar a “bola da palavra” e foram todos pra cima, eu peguei primeiro.

–Antes de tudo: Porque eu tenho que dividir meu quarto e a baixinha ali pode ficar sozinha? – Eu joguei a bola de volta para Shion, fazendo menção de botar um pouco mais de força, pena que eu sou fraca mesmo, ela segurou na maior facilidade.

–O quarto da Rima-chan é o menor Utau-chan, nós dividimos vocês pela idade e ia ser meio estranho colocarmos pessoas de 13 juntas com de 16.

–Mas Amu é irmã dela! – Eu protestei.

–Todas vocês são irmãs – Shion deu mais um sorriso que embrulhou meu estômago.

–Me dá essa bola aqui – Hidori se levantou e pegou a bola, recebendo um olhar feio do meu pai. – Porque diabos nós temos uma babá? Nós nunca tivemos uma babá antes!

–Bom, Hidori-kun... A babá é para os pequenos, eu sei que você é um homem feito, mas mesmo assim... – Ela foi interrompida.

–Não é isso! Não precisamos de babá porque a Utau já é nossa babá e de graça e não é uma velha horrorosa que controla o nosso horário de dormir!

Quando Shion ia protestar todos ouviram um despertador tocando.

–Que merda é essa? – Eu perguntei.

–Linguagem mocinha – Shion a repreendeu eu revirei os olhos e acompanhei com o olhar enquanto os filhos da Shion se dirigiam para as escadas.

–Pra onde eles estão indo? – Tadase perguntou.

–Dormir oras, esse é o nosso toque de recolher – Shion sorriu.

Quase como que automático eu e meus cinco irmãos olhamos para o papai que deu um sorriso sem-graça.

–Ora ora crianças, vão para o quarto, amanhã vocês arrumam tudo, por enquanto é hora de dormir.

–Ainda não são nem onze horas, pai! – Ryo protestou e Shion lançou um olhar de reprovação para Aruto.

–Você deixa seus filhos dormirem até onze horas?

–Na verdade ele nos deixa dormir até duas da madrugada e faz pipoca – Hidori sorriu, sabendo que estava colocando o pai na pior com essa cobra.

–Bom, converso com vocês amanhã, subam crianças! – Shion deu outro sorriso morgado dela e nós subimos as escadas.

xXx

Normal P.O.V.

Hidori acordou com um despertador que lembrava o toque de recolher, ele foi direto para sua caixa onde ele tinha um hamster de estimação, então ele abriu pra dar comida, ninguém sabe da existência daquele hamster pelo simples fato de que o pai dele nunca deixou ele ter um hamster.

Ele abriu a caixa e sorriu ao ver o seu hamster ou “Hidori segundo”, como ele gostava de chama-lo, e colocou um pouquinho de comida para o rato.

Hidori teve um susto ao ouvir a porta batendo e olhou pra trás.

Ele suspirou aliviado ao perceber que era só o Yuki que tinha saído do quarto.

–Escapamos dessa não foi Hi... – A frase dele foi cortada quando ele percebeu que seu ratinho de estimação havia sumido.

–Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah! – Ele ouviu um grito.

–Uta... – Então ele pensou e olhou para a caixa, pra Utau dar um grito daquele logo pela manhã ela provavelmente tinha encontrado o Hidori número 2.

Quando Hidori entrou no quarto de Utau ele se surpreendeu ao ver a irmã dormindo. Então não foi ela que gritou, ele resolveu procurar no banheiro.

Melhor cena de todas.

Amu estava em cima da pia com o cabelo todo assanhado e com a escova de dentes na boca enquanto abraçava as pernas e olhava pro chão.

Ela olhou pra Hidori.

–O que você quer aprendiz de anticristo?

–Hm... Por acaso você viu um ratinho por aí? – Ele perguntou enquanto vasculhava o chão com os olhos.

–O que?! Aquele rato é seu?!

Hidori confirmou com a cabeça, ainda procurando o bixinho.

–Olha, eu sei que você provavelmente não gosta de mim e que a cena com a sua mãe ontem não ajudou em nada, mas eu realmente preciso do Hidori Segundo.

Amu levantou uma sobrancelha pra ele e ele realmente parecia estar falando serio. Ela suspirou.


xXx

Amu P.O.V.

Tá, alguém me explica de novo porque diabos eu estou de pijama, em uma casa enorme, procurando por um rato do tamanho da minha mão com um menino fofinho que mais parece o aprendiz de anticristo.

–Ali está ele! – Hidori sussurrou, apontando pro seu outro irmão, Ikuto, e me puxando pra trás da parede.

–Nós não precisamos nos esconder de um rato – Eu sussurrei de volta pra ele.

–Não do rato, baka! Do Ikuto!

Foi ai que eu vi melhor.

O rato estava no sapato do Ikuto.

–O que estamos espiando? – Uma voz doce, porem que eu já conhecia e associava perfeitamente a outra encapetada. Pra falar a verdade, Utau e Hidori eram bem parecidos e não só de personalidade: Os dois tinham o cabelo e a pele da mesma cor e rosto de dois anjos, acho que esse negócio de ser estupidamente bonito era algo de família. O que os diferenciava mais era a cor dos olhos, os de Utau são roxos e os de Hidori são azuis, porém são de mesmo jeito, só muda a cor.

Utau estava com um pijama de ursinhos e despenteada, mas ela estava linda provavelmente ao contrário de mim que estava na mesma situação, porém com um pijama rosa.

–Meu rato está com Ikuto! – Hidori sussurrou pra ela.

–Hm... Acho melhor você pega-lo então – Ela falou com uma voz sonolenta – Desde quando você tem um rato?

–Olhem, ele adormeceu! – Eu disse apontando pra Ikuto.

Utau deu de ombros.

–Bom, acho que é hora de alguém pegar aquele treco.

Os dois olharam pra mim.

–Eu?! Porque eu?! Eu nem conheço ele direito!

–Eu sou muito pequeno e não foi a Utau que prometeu me ajudar. – Hidori disse e deu um sorriso maldoso. Eu bufei.

–Tá certo, que seja.

Eu andei até Ikuto, o rato estava exatamente na cabeça dele, as pernas dele estavam abertas então eu dei um jeito de entrar e me esticar pra puxar o rato, exatamente nesse momento o motivo da discórdia resolveu pular, fazendo Ikuto levar um susto e se mexer de certa forma que me deixou cair em cima dele.

Porque essas coisas só acontecem comigo?!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Deixem reviews.
Isso vale pros fantasminhas que eu vejo que estão aí pela quantidade de leitores :D