Kurt Hummel, O Mediador. escrita por BabyMurphy


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos Reviews. :D



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2

Não pense que a Califórnia é só Sol e praia. Não. Ela pode ser fria. E como pode. Pela manhã a névoa que se instala sobre tudo é congelante. E o melhor de tudo, é claro, é que tenho de ir à escola com essa névoa horrível. Mas é claro, que essa névoa é ótima perto dos invernos de New York.

Eu estava terminando de pegar as minhas coisas no quarto, completamente sozinho. Isso mesmo. Sozinho. Parece que aquele fantasma estúpido entendeu o recado. Se bem que eu me lembro de ter deixado a janela aberta ontem à noite. Espero que tenha sido meu pai que a tenha fechado.

Quando eu voltei do jantar ontem, que por sinal estava ótimo já que Carole sabe cozinhar, ele já havia ido. O quarto estava em um silencio total. Completamente escuro. Então eu abri a janela para ver o mar sob a lua, e dormi sem fecha-la. Lembro-me de sentir frio por um momento, mas logo depois passar. E então percebi que a janela estava fechada.

- Kurt. – Ouvi meu pai.         

- Sim? – Virei para olha-lo.

- Você vai no carro de Finn. – Ele entrou no quarto olhando tudo.

- Tudo bem. – Finn era o nome do meu meio irmão, mas eu ainda prefiro Girafa.

Saí do quarto com a mochila em um ombro. Desci as escadas e entrei no carro. Girafa até que dirigia bem, você sabe, para alguém do tamanho dele. Mas claro que o banco do motorista ficava bem para trás, de modo que suas pernas coubessem naquele espaço.

Bem, o que posso dizer da escola católica. Ela é, bem, uma igreja. É, daquelas que tem a cruz em cima e tudo. Com sinos e estátuas. Ao lado da torre da igreja tem um pavilhão, e Girafa disse que ali é onde estudamos. Ótimo, mais um lugar velho com grande tendência a estar cheio de fantasmas infortúnios.

- Bem vindo. – A voz da diretora ecoou na sala.

Parece que o costume daqui é que os alunos novos tem a escola apresentada pelo diretor, ou nesse caso, diretora. Ela não parecia nem um pouco religiosa. Diferente das outras mulheres que vi na escola, todas freiras, a diretora usava roupas normais.

- Kurt Hummel, correto? – Ela sentou em sua cadeira.

- Sim. – Disse olhando a sala.

Tinha troféus ali. Fotos de alunos e pilhas de livros. Uma parede cheia deles. Antigos, com capas velhas. Era uma sala comum de diretores de escola.

- Senhor Hummel, acho que já sabe as regras da escola. – Ela cruzou as mãos sobre a mesa.

- Claro.

Regras desnecessárias. Não podia usar roupas curtas, bem aí eu concordo. Porém, não podia sair das salas sem uma autorização. Não se podia chegar atrasado. Não podia perder a oração antes do inicio das aulas, pois contava faltas, e se tivesse faltas excessivas, você reprovaria de ano.

- Ótimo. – Ela se levantou. – Queira me acompanhar até o seu armário.

- Claro, mas... Me desculpe. Eu não sei o seu nome. – Falei meio sem jeito.

- Ah, desculpe. – Ela sorriu. – Me chamo Sue Sylvester.

Saímos da sala e entramos nos corredores já vazios. Caminhamos por um longo caminho de armário até chegar ao meu. 216.

Mas seria perfeito demais se meu armário estivesse normal. Você sabe. Comum. Sem ninguém ali. Ninguém que tivesse um brilho de outro mundo ao redor. Ninguém que não pertencesse mais a esse mundo. Sabe. O mundo dos vivos.

Continuei andando até pararmos diante dele. Havia uma garota ali. Ela era loira, bem magra. Bonita por sinal. Tinha os olhos cor de oliva. Por um momento, enquanto me aproximava achei que fossem verdes. Mas agora eles parecem mel. Ela tinha os braços cruzados sobre o peito e uma cara nem um pouco amigável.

- É esse garoto que estão trazendo para o meu armário? – Ela disse irritada.

Porém uma coisa eu notei. Ela não estava olhando para mim, e sim para a diretora Sue. Eu estranhei. Olhei para trás e vi a professora com uma cara cansada. Ela suspirou.

- Você consegue vê-la? – Perguntei a ela.

- Sim. E suspeitei que você também poderia. – Ela cruzou os braços. – Ou você seria um mediador, ou um bandido. Apostei na primeira hipótese.

- Pela minha ficha? – Arqueei uma sobrancelha.

- Não é comum um garoto invadir uma casa para entregar algo ao morador. – Ela olhou a menina atrás de mim.

- Quinn. Você precisa deixa-lo usar o armário.

- É claro que não. – Ela estava irritada.

- Mas é claro que sim. – Disse perdendo a paciência.

- Olha como fala, porcelana. – Ela se endireitou. Era menor do que eu, claro.

- Olha você como fala. Você está morta. Aceite e vá embora.

- Já tentei. Porém Quinn se recusa a ir. – Sue suspirou.

Olhei a garota com mais atenção. Ela tinha expressão frustrada e irritada.

- Pode me dar licença? – Pedi.

- Não. – Ela cruzou os braços mais uma vez.

Eu não tenho paciência para esse tipo de gente. Empurrei logo ela para o lado e abri o armário. E, sim. Para nós mediadores os fantasmas são feitos de matéria. Não podemos simplesmente passar por eles. Se formos em sua direção, vamos nos chocar contra eles. Isso às vezes é bom, sabe, quando você precisa dar um murro na cara de algum.

Fui para a sala de aula sobre o olhar mortal de Quinn. Mas pouco me importava o que aquela garota pretendia. Ela iria por bem ou por mal. E se estivesse no lugar dela, escolheria a primeira opção.

- Eu não sei por que ela continua aqui. – A diretora Sue disse ao meu lado. – Já conversei com ela, já tentei de tudo. – Ela parecia frustrada.

Paramos em frente a uma porta grande e grossa de madeira.

- Essa é a sua primeira aula, só vai sair daqui quando for para o almoço. – Sue me entregou um papel. – Mostre ao professor.

- Ok. Até mais. – Virei e entrei na sala.

O que posso dizer. Todos os alunos eram iguais a sua cidade. Limpos e claros. Eu estava com uma jaqueta preta e uma calça jeans escura. Todos os olhares pousaram em mim. Avistei dois lugares vazios. Um bem à frente e outro mais atrás. Eu estava pensando em ir me sentar quando...

- Esse é o Senhor... – O professor olhou no papel. – Kurt Hummel. Deem as boas vindas a ele.

Porém não esperei as boas vindas que não viriam. Sentei na carteira mais ao fundo atrás de uma menina negra. Todos seguiram meus passos e ouvi sussurros. Pelo menos em alguma coisa a Califórnia tinha de ser igual a New York.

As aulas eram comuns. Chatas e entediantes. Mas logo chegou a hora do almoço, para a alegria de todos. Durante uma das aulas comecei a falar com a garota negra a minha frente. Ela se chamava Mercedes. Ela era engraçada. Sentamos juntos no almoço.

- Então você é meio irmão do Finn. – Ela olhou para o meu meio irmão sentado mais à frente.

- Sim. – Disse sem importância. – Quem é aquele sentado com ele? – Perguntei curioso.

- Noah. – Ela parecia triste, assim como o garoto. – A namorada se matou depois de terem terminado e desde então ele fica assim, quieto.

- Qual era o nome dela? – Franzi o cenho.

- Quinn Fabray. – Ela disse pensativa. – Ela era linda.

- É, imagino. – Olhei o garoto mais um tempo.

Noah era do time de futebol. Tinha um moicano e era forte. Bonito. Ele tinha o olhar preso no lugar a sua frente. Vazio. Era possível ver de longe que ele não estava nem um pouco feliz.

Logo tivemos de voltar para nossas salas. Estávamos andando pelo corredor quando eu notei aquele brilho no meio da multidão. Os olhos oliva estavam presos em um único ponto. Um ponto acima de Noah.

Com a experiência que tenho eu sabia muito bem o que viria a seguir. E levando em conta o que ela olhava, eu sabia o que teria de fazer.

Sem pensar duas vezes eu corri em direção a Noah. Joguei-me contra ele no exato momento em que o forro do telhado cedia. Paramos lado a lado enquanto a poeira se dissipava. Ele me olhou assustado.

- Como... – Ele começou.

Mas eu só tinha olhares para uma certa loirinha invocada que me encarava com olhos mortais. Eu sabia muito bem porque ela não tinha ido para a luz. Ela ainda estava aqui para matar Noah, disso eu não tenho duvidas. 


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews ?
Como será que o Kurt vai se livrar da Quinn?
Até o próximo :3



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