Kurt Hummel, O Mediador. escrita por BabyMurphy


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

hey hey hey.. sabe quem está de férias??? Sabe quem vai atualizar toda semana???
EEEEEEEEEU particularmente amei esse cap. :3
enjoy



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11

Apesar de escuro, eu podia ver tudo a minha volta. Exceto meus pés.

Uma fumaça esbranquiçada tomava conta do chão. Densa e clara. Parecia tóxica. Imagine uma nuvem de veneno. Era exatamente isso. Eu estava preso no vácuo, entre uma dimensão e outra.

Não era possível ver um teto em si, apenas o fundo preto, ou seria azul? Pontos claros brilhavam ao longe. Se eu estivesse flutuando, acreditaria que estava no espaço sideral.

Verifiquei a corda em minha cintura e segui em frente. Caminhei menos de cinco minutos até chegar a uma espécie de portão. Havia um homem, novo, forte, parado em frente à entrada.

Pode soar engraçado, mas a “entrada do paraíso” tinha segurança.

– Com licença. – Disse ao me aproximar.

– Você é? – Ele me olhou sério. Sua voz era grossa e um tanto assustadora.

– Eu sou um mediador, Kurt, - Estiquei minha mão que foi completamente ignorada – eu estou procurando por alguém.

– É claro que está. – Ele sorriu com desdém.

– Eu só preciso de dez minutos, apenas isso... – Comecei a caminha, porém ele se meteu na minha frente.

– Olhe, não tem como entrar aí e sair em dez minutos. Entrou, é para sempre. – Ele deu de ombros.

– Tem de haver um jeito. – Elevei minha voz, sem intenção, claro.

– Olha garoto, - Ele abriu espaço e me mostrou um corredor enorme – está vendo, há portais em todos os lados. Quem entra aqui, escolhe um e nunca mais volta.

– Mas... – Ele colocou a mão em meu ombro.

– Você não é o primeiro a aparecer. Não tem jeito, apenas aceite sua perda. – O sorriso havia sumido de seu rosto. Agora ele me olhava com pena.

Eu fiquei olhando para aquele corredor, a fumaça era maior ali, não dava para enxergar nada. Eu não sei quantos minutos eu podia ficar longe do meu corpo, então meu cérebro mandou uma mensagem aos meus membros, para que eu desse meia volta e voltasse para o normal. Porém eles não obedeceram.

– Kurt? – Ouvi meu nome e de imediato meu corpo obedeceu.

Dei meia volta, os olhos arregalados, o corpo tremendo e um abismo na barriga.

– Ai meu Deus. – Corri naquela direção.

Minhas pernas pararam apenas quando senti os braços em minha cintura. Tudo o que eu queria estava ali, junto de mim. Enterrei meu rosto em seu pescoço e senti as lágrimas caírem.

Ótimo, Hummel, você é uma garotinha chorona.

– O que está fazendo aqui? Ele disse que não tinha volta e que... – Comecei a falar muito rápido, como de costume quando estou eufórico, me separei do abraço pra olha-lo.

– Se entrar no corredor é pra sempre. – Ele sorriu.

– Você não entrou no corredor? – Perguntei surpreso.

– Não. Eu estou vagando por aqui, não sei o tempo exato, mas é muito tempo. Estava procurando uma saída até que ouvi você. – Fixei meus olhos nos seus castanhos. O jeito que eles diminuíam e o jeito como as pontas enrugavam quando ele sorria.

– Por que não entrou lá?

– Porque eu fiz uma promessa, lembra ma belle? – E aconteceu.

Meu coração parou, sério. Eu não sei como, mas aconteceu, apenas aconteceu. É isso, finalmente. Eu precisei vir até outra dimensão ou o que diabos é isso para finalmente acontecer.

Tudo bem, não vou lhes dar esperanças. Ele apenas tocou minha bochecha, mas pra mim isso é grande coisa. E eu também acho que está na hora de eu admitir que estou apaixonado por um fantasma.

– É.. – Olhei para cima, para os lados – é claro que eu lembro.

– Então, você veio aqui me buscar? – Ele sorriu.

– Sim. – Senti minhas bochechas ferverem.

– Então, como voltamos, ma belle? – Coloquei a mão na cintura e senti a corda.

– Com isso. – Mostrei o nó em minha cintura e ele colocou a mão. O que foi uma péssima ideia.

– Então, vamos? – Dei a meia volta mais rápida da minha vida e comecei a caminhar.

Eu estava segurando a corda, para me guiar melhor. Mas chegou em um ponto que ela saiu da minha mão, sabe porquê? Porque alguém a arrebentou.

– Ah droga! – Disse sentindo a ponta da corda em minhas mãos.

– O que foi, ma belle? – Blaine parou ao meu lado.

– Isso que foi. – Mostrei a corda. – Alguém cortou a corda.

– O que? – Comecei a olhar para todos os lados.

– Isso é ridículo, quem faria isso? Tem certeza que ela era longa o suficiente, porque ela pode ter vindo inteira para cá e... – Enquanto Blaine falava avistei uma forma atrás de si.

– Blaine. – Disse ganhando sua atenção.

– O que? – Ele me encarou.

– A corda tinha mais de 70 metros. – Ele arregalou os olhos.

– Então... – Ele parou para pensar.

– Não acredito que você fez isso. – Gritei e Blaine se assustou.

– O que eu fiz? – Ele falou apavorado.

– Você não, ele. – Apontei para a figura atrás de Blaine, que tinha um sorriso irônico.

– Fiz isso pro seu bem, Kurt. – Maldito sorriso.

– Eu sempre suspeitei, sabe, mas no fundo eu queria acreditar que era loucura da minha cabeça.- Puxei Blaine para o meu lado.

– Quem é esse, Kurt? – Ouvi Blaine perguntar, mas no momento só tinha olhos para Sebastian.

– Você não precisava se exorcizar para vir aqui, Kurt. Você pode vir quando quiser, nós temos esse poder. – Ele abriu os braços. – Eu posso te ensinar tudo.

– Eu não quero nada de você.

– Você se exorcizou, Kurt? – Blaine se virou para mim.

– Sebastian, apenas nos mostre a saída, tudo bem? – Disse soltando o nó da minha cintura.

– Só se você sair comigo. – Ele olhou para Blaine e depois para mim.

– O que? – Blaine gritou. – Não, nós vamos achar a saída sozinhos, vem Kurt. – Blaine pegou a minha mão e me puxou.

– Blaine espera. – Disse e ele me olhou pasmo.

– Kurt, você não vai sair com isso. – Ele apontou para Sebastian. – Não sei quem ele é, mas não me parece uma boa pessoa.

– Obrigado. – Disse Sebastian.

– Ele não é, mas é o único jeito de sairmos. – Sussurrei para Blaine. – Certo, Sebastian, nos mostre a saída e eusaiocomvocê.

– Não apenas uma vez, e não é um encontro, Kurt. Não costumo dar segundas chances para os caras. – Ele sorriu. – Quero te ensinar mais sobre a mediação. Sei de muitas coisas que podem ser bem interessantes.

– Tudo bem. – Disse irritado.

– O que? – Blaine apertou minha mão.

– Calma aí, garoto. – Sebastian disse olhando Blaine. – Não vou devora-lo, só se ele quiser, é claro.

– Sebastian! Saída, agora. – Disse e ele sorriu.

– Sigam-me, meninos. – Ele saiu caminhando por entre a névoa densa.

Caminhamos muito, e muito, e mais um pouco até que ele parou, virou e riu.

– Acho que estou perdido. – Ele deu de ombros.

– Só pode estar brincando. – Blaine bufou.

– Calma, garoto. – Sebastian riu. – Eu estou brincando. Dê dois passos para a esquerda.

Blaine encarou Sebastian por alguns minutos e seguiu para a esquerda e então sumiu.

– BLAINE! – Gritei e corri atrás dele.

Quando me dei conta estava caindo de cara em mim mesmo. É estranho. Parece aqueles sonhos em que você está caindo em um penhasco e quando finalmente toca o solo você acorda.

No momento em que toquei meu corpo eu acordei, sentei e olhei a minha volta.

Estava tudo arruinado. O pequeno altar que tinha ali perto estava quebrado. O teto rachado e Taylor estava com o rosto inchado, a mão no braço suja de sangue.

– O que aconteceu? – Perguntei me levantando e saindo do circulo.

– Ela voltou e nos atacou. – Taylor disse com a voz embargada.

– Tina? – Perguntei olhando o braço de Taylor.

– Sim. – Sue apareceu ao meu lado, o rosto cortado e as roupas sujas. – Mas o menino aqui deu um jeito nela. – Sue bateu nas costas de Taylor que gemeu de dor.

– O que ela queria? – Perguntei.

– Não queria que você fosse atrás do bonitão ali. – Sue apontou Blaine, que estava olhando os destroços.

– Que? – Ele olhou para Sue.

– Nada, Blaine. – Disse rápido.

– Quando ela viu que você estava lá, ela cortou a corda e nos atacou, para que não tivesse como voltar. – Sue apontou o teto, onde antes havia um buraco.

– Eu achei que Sebastian tinha cortado a corda. – Pensei em voz alta.

– Sebastian? – Taylor arregalou os olhos.

– Esse era o nome do homem que estava com ela? – Sue perguntou.

– Sebastian é meu irmão, ele não estava com ela. – Taylor se agitou – Ele não é desse mundo.

– Taylor, - me agachei em sua frente – na verdade ele é sim, ele estava lá quando encontrei Blaine.

– O que? – Taylor ficar sem ar.

– Provavelmente era Mike que estava com ela. – Blaine parou do meu lado.

– Mike? – Perguntei.

– O homem pela qual ela era apaixonada e ia se casar antes que seu pai lhe arranjasse isso. – E apontou para si mesmo.

– Seja quem for, já não é mais problema. – Sue disse. – Eles foram embora, pra sempre.

– Azar o deles não ter alguém que os busque. – Blaine disse sorrindo.

– É, azar o nosso que tenha alguém que te busque. – Sue disse e saiu.

Blaine ficou pasmo olhando para ela.

Seguimos dali direto para o Hotel, levamos Taylor até a suíte e por sorte seus pais não tinham chegado. Apenas Sebastian estava lá.

– Nossas aulas começam na próxima semana, Kurt. – Ele disse quando fechou a porta.

– Não gostei dele. – Blaine franziu o cenho e não pude conter o riso.

Cheguei em casa e subi direto para o quarto. Tomei um banho bem demorado e tudo o que eu mais queria era dormir.

Saí do banho já de pijama e fui arrumar minha cama. Blaine estava sentado na janela, lendo um livro. Era tão bom ter tudo de volta ao normal. Estava terminando de guardar as coisas que estavam em cima da cama quando reparei Blaine me encarando.

– Olha, eu só quero dormir, tudo bem? – Disse guardando algumas roupas no guarda roupas. – Foi um dia muito cansativo.

Ele fechou o livro e começou a vir em minha direção.

– É sério, ok? – Comecei a suar frio. – Não quero conversar, apenas dormir.

E ele continuava se aproximando, até que parou em minha frente.

– Acho que não precisamos conversar, ma belle.

E foi assim que ganhei meu primeiro beijo de fantasma.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Beijo KLAINE uhuuuuuuu :3
KAPOSKPAOKSOPKA até a próxima, xoxo'