“Sou uma menina boa, mas com péssimos pensamentos.”

Ao abrir o berrador, Rose quase caiu da cadeira quando ouviu a voz furiosa do pai. Todos os alunos do Salão prestaram atenção na garota.

– ROSE JEAN WEASLEY! – A voz de Rony era uma mistura de decepção com raiva. – EU FIQUEI SABENDO QUE VOCÊ ESTÁ NAMORANDO COM A MINI DONINHA QUICANTE. O QUE VOCÊ TEM NA CABEÇA? – Rose arregalou os olhos pra informação dita pelo pai. “Como ele sabia?”, pensava ela. – NÃO QUERO VER VOCÊ AGARRADA COM O FILHO DO MALFOY POR AI, SE PRECISAR NÓS TE TIRAREMOS DE HOGWARTS AGORA MESMO. Quer dizer... Eu vou te tirar de Hogwarts, sua mãe ainda não decidiu isso, mas vou convencê-la. TERMINE ESSE NAMORO! AGORA MESMO! OU PROMETO QUE SE VOCÊ NÃO FIZER ISSO, EU IREI AI E ACABO COM ELE PRA VOCÊ E SE POSSIVEL COM A CARA DO MALFOY TAMBÉM. ONDE JÁ SE VIU? UM GAROTO QUE NEM TEM PELOS NO PEITO AINDA FICA POR AI COM A MINHA PRINCESINHA. VOCÊ FOI AVISADA. – A carta se rasgou sozinha assim que Rony terminou o discurso. Todos tinham as expressões chocadas em seus rostos, perguntavam-se o que a ruiva iria fazer quanto á isso. Ouviu-se o barulho da porta do Salão se abrir, Scorpius surgiu aparentando preocupação.

– Rose! O que houve aqui? – Perguntara Scorpius chegando perto da ruiva.

– Eu quero saber como é que ele ficou sabendo disso? Argh! – Ninguém nunca tinha visto a Weasley desse jeito. Parecia que ela ia explodir.

– Calma Rose! Como o Scorpius ia saber o modo como o Ronald descobriu isso? – Anastasia tentou acalmar a ruiva.

– Ele sabe! Nós estávamos indecisos pra saber como contaríamos isso á nossos pais... E então? – Rose acusou Scorpius que ainda tinha a expressão preocupada.

– Eu... Eu posso ter... Mandado uma carta... – A voz de Scorpius saiu fraca.

– VOCÊ O QUE? – Rose estava desesperada.

– Eu mandei uma carta pra seu pai dizendo... “Estou namorando sua filha. Oi sogro!” – O rosto de Rose parecia que iria se transformar em uma espécie de monstro de filmes de terror, onde em seguida mataria o herói, mas ela suspirou firme, tentando buscar o ar que faltava ali.

– Eu disse que você deveria ter esperado. Eu disse a você que ele ia ficar uma fera comigo a não ser que contássemos corretamente, e o que você fez? Você acabou com nosso namoro. – A ruiva tinha uma expressão indecifrável no rosto.

– Rose! – Tentou Scorpius.

– Não Malfoy! Tá acabado... Sinto muito. – Rose saiu dali às pressas.

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– Rose! – A voz de Anastasia soou pela Torre de Astronomia. A ruiva estava sentada no chão com a cabeça apoiada nos joelhos. – Rose! Não se finja de desentendida, eu to aqui. – Anastasia sentou-se ao lado da ruiva. Ela não sabia o que dizer... Em Beauxbatons ela tivera várias seguidoras que faziam o que ela mandava, mas nenhuma amiga. Apenas uma. Uma garota que se parecia tanto com Rose que Anastasia havia se apegado á ruiva por causa disso. A garota tinha morrido por uma doença muito grave, ela mal tinha chegado aos 15 anos. Foi uma morte precoce e Anastasia sofreu tanto com isso que depois do acontecido nunca mais ousou querer se aproximar de ninguém até... Conhecer a ruiva. – Eu nem sei o que dizer. – Falou sinceramente.

– Não diga nada, meu pai vai me matar mesmo. – Disse a ruiva chorosa. Anastasia suspirou e buscou de si mesmo algumas palavras que provavelmente ajudariam à ruiva.

– Olha! Não tenho problemas com meus pais... – Anastasia engoliu em seco, ela tivera um pai e ele fora morto pelo “tio” de Rose. – Mas se eu tivesse esse tipo de problema, sabe o que eu faria? – Rose deu de ombros. – Eu passaria por cima deles. Qual é? Pais são feitos pra nos fazer felizes e se eles não aceitam um namorado carinhoso, amoroso e idiota como o Scorp... – Rose riu. – Eles não merecem serem pais de uma pessoa tão legal como você. – Anastasia não esperava, mas a ruiva lhe deu um abraço e ela apenas retribuiu.

– O que eu mais fico com raiva é que... Eu disse ao Scorp que contaríamos juntos... – Explicou Rose depois de se separar da garota.

– Realmente não foi a melhor forma de se contar a novidade. – As duas riram da idiotice que Scorp tinha feito. – Mas ele gosta de você... Todas as vezes que eu chegava da Beauxbatons, Scorp e eu conversávamos e... Ele passava as férias falando das meninas que tinha ficado... E em seu quinto ano, ele passou a falar só de uma... – Rose arqueou a sobrancelha. – Ele ficava o dia todo falando de uma garota ruiva cuja inteligência era surpreendente, no começo pensei que você nem era tudo isso, mas ai eu conheci você... E tudo de repente esclareceu, agora sei por que o Scorp falava tanto de você... Ainda fala... Acho que você não deve ficar separada dele, nem sei mais como é o Scorp sem você por perto... – As duas sorriam uma pra outra. – Agora pense nisso e vamos sair dessa fossa porque eu não sou garota de ficar filosofando pra qualquer um, ok? – A Riddle se levantou e ergueu a mão para a ruiva que prontamente aceitou.

– Obrigada! Sempre que quiser eu to aqui. – Rose foi sincera e as duas saíram dali.

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Hoje fazia uma semana que Anastasia tinha proposto o tal acordo com os Potter. Era uma manhã linda em Hogwarts, o sol quente, a grama fresca e pra quem gosta de Quadribol, o dia estava perfeito. Anastasia saiu do banho e depois de vestir uma roupa qualquer fitou o diário a sua frente, ela o abriu e viu as palavras já escritas por ela mesma há alguns dias.

Olá! Hoje eu ajudei a Rose, me sinto bem por isso. Nem sei por que fico escrevendo essas babaquices, mas... Sinto que estou me prendendo às pessoas daqui. Sinto-me bem perto delas, e isso eu não quero pra mim, porque por mais que a ideia de ter amigos seja boa, eu odeio ter que me afastar dos meus objetivos. Rose me disse que sempre estaria do meu lado pra me ajudar com meus problemas, mas me pergunto... “E se eu lhe contasse que sou filha de Tom Riddle? Ela ainda estaria do meu lado?”, bem... Acho que não!

– Hey Anastasia, que bom que acordou. Toma! Veste seu cachecol da Sonserina, o jogo é daqui a pouco. – Disse Claire chegando ao quarto e lhe jogando a peça.

– Acho que hoje vou ser neutra... Sabe... Ver quem ganha... – Respondera a Riddle deixando o cachecol de lado. Claire não disse nada, mesmo assim estranhou... Já que nenhuma Sonserina era neutra, ao contrário, elas sempre eram provocativas, principalmente num dia de jogo. – Vem, vamos descer. – As duas se dirigiram ao Salão Principal para tomarem café. - Hey! Você tá vendo o que eu to vendo? – Perguntara Claire apontando para a porta. Anastasia olhou e Molly apareceu de mãos dadas com Lorcan. Os dois se separaram e Claire chamou Lorcan. – Você tá namorando mesmo a Molly?

– Han... Na verdade, ontem nós ficamos, mas ainda não é nada sério. – Respondeu o Scamander indo se sentar.

– Acho que subestimamos o Lorcan, de lerdo ele não tem nada. – Soltou Anastasia, as duas riram. Rose chegou ao Salão e todas as pessoas olhavam pra ela devido a confusão com seu pai e o berrador. Scorpius chegou logo depois, os dois se encaram e se sentaram em suas mesas. Scorp bem longe de todo mundo, inclusive de Ana. – Sinto cheiro de problemas. – Anastasia olhava para o casal ainda separado. O Salão estava movimentado, ficava sempre assim quando tinha jogo.

– Hey Ana. – Anastasia revirou os olhos para o apelido que James insistia em falar. – Não vai me desejar boa sorte? – Perguntou chegando perto da moça.

– Anastasia! – Alvo chegou logo depois, os dois se encararam e Alvo voltou sua atenção à moça. – Ele tá te incomodando?

– Não, Alvo! E boa sorte James, para os dois. – Disse rindo de canto, os dois eram hilários quando estavam disputando a atenção da garota. Mas agora o clima era mais que tenso. Os dois saíram dali e o clima pré-jogo fez com que Scorp se levantasse da mesa da Sonserina e fosse até Rose. Ele subiu na mesa da Grifinória roubando a atenção de todo o Salão.

– HEY, ESCUTEM AQUI! Todos vocês devem ter visto a cena de uns dias atrás. – Scorpius parecia determinado. Anastasia nunca tinha visto-o assim.

– Scorp, o que você tá fazendo ai? Desce daí! – Rose sibilou através dos dentes.

– Não! Quero que você me escute! Eu nunca fiquei afim de uma garota como eu fiquei afim de você. E daí a ideia de namorar você me deixou tão feliz que eu queria poder contar pra todo mundo, mas ai surge seu pai e eu odeio isso. Odeio a ideia de ter que ficar escondendo tudo que sinto por você! Por isso eu escrevi aquela carta. Eu sei... Foi uma ideia terrível, mas foi à maneira que eu encontrei de acabar com tudo... – Scorpius desceu da mesa fitando os olhos esverdeados de Rose. – Eu te amo e a gente vai ficar junto pra enfrentar quem for contra gente. Me perdoa?

– Primeiro para de fazer essa cara de coitadinho, foi uma ideia totalmente estúpida de ter mandando aquela carta. Mas... Me desculpa também, eu devia tentar entender seu lado... Também te amo. – Os dois se beijaram e Anastasia foi uma das primeiras a aplaudir o casal feliz.

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O jogo finalmente estava prestes a acontecer. Rose, Claire e Anastasia estavam na arquibancada mais alta observando os garotos sobrevoando o campo e esperando o lançamento da Goles.

– Sejam bem vindos a uma das finais de Quadribol de Hogwarts. Mais uma vez, Sonserina e Grifinória. Quero que o jogo seja limpo e que todos os jogadores se comprometam á seguir todas as regras. Boa sorte a todos e... QUE COMECE O JOGO! – A professora de voo lançou a Goles e os Balaços foram soltos logo depois. Em seguida o pomo. Alvo e o apanhador da Grifinória prenderam suas atenções ao mesmo. Fred era o batedor e James era considerado o artilheiro do time. Scorpius também era o artilheiro e Alvo o apanhador.

– JAMES PEGA A GOLES E PASSA PELOS BATEDORES DA SONSERINA. O BALAÇO VAI CONTRA ELE, MAS ELE DESVIA E PONTO PARA A GRIFINÓRIA. – Narrava o aluno da Lufa-lufa. – SCORPIUS RECUPERA A GOLES, MAS JASON ROUBA A MESMA, ELE PASSA PRA JAMES E DE NOVO PONTO PARA A GRIFINÓRIA! – Os grifinórios iam ao delírio. - ALVO AVISTA O POMO, MAS FRANCIS TAMBÉM, OS DOIS DISPUTAM FERVOROSAMENTE ENQUANTO ISSO, SCORPIUS FAZ PONTO PARA A SONSERINA.

– Quem você acha que ganha? – Perguntou Claire do lado de Anastasia. A mesma não respondeu, estava ansiosa pra saber quem ganharia o acordo.

– Realmente não sei, mas eu já vi o Alvo jogando e ele ganhou do Harry, é bem capaz dele agarrar o pomo. – Opinou Rose.

– ALVO QUASE PEGA O POMO E JAMES FAZ OUTRO PONTO PARA A GRIFINÓRIA. – Continuava o narrador. Já tinha se passado quase uma hora de jogo. O pessoal da Grifinória cantava em coro: “Vai Grifinória. Vai, vai Grifinória!”.

– Fred mira naquele cara! Não com força! – Falou James passando por Fred rapidamente com a vassoura.

– E FRED WEASLEY ACERTA O BRAÇO DIREITO DE MARCOS SMITH. ESPERA! ESPERA! OLHA LÁ O POMO. – Gritara o narrador, todos olharam para a direção que ele apontava. Quando Marcos, o jogador da Sonserina foi acertado com o balaço que Fred rebateu todos do time olharam preocupados para o mesmo. E em questões de segundos, Francis Gilbert conseguiu agarrar o pomo. A Grifinória vibrou de felicidade. Os olhos de Alvo voaram de encontro aos de Anastasia. O acordo tinha acabado... James ganhou o jogo e ele, Anastasia e Alvo sabiam o que isso significava...

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Lysander Scamander