No outro dia, Akemi acordou com o telefone de sua casa tocando, ouviu os passos de sua mãe no corredor indo atender e deitou de novo, quando já estava pegando no sono novamente, sua mãe entrou em seu quarto dizendo:
–Filha acorda. -Ela disse ajeitando os cabelos.
–Ah mãe, eu to de férias! Ainda são 09h17min da manhã. -Akemi disse meio dormindo e olhando o relógio em seu criado mudo.
–Mas sua Tia deu a loca e vai chegar pro almoço. HOJE!-Ela disse puxando a coberta de Akemi.
–Então, falta muito tempo até o almoço. -Akemi disse puxando a coberta.
–Mas ta tudo bagunçado lá embaixo. Você não lavou a louça do jantar que eu pedi né mocinha. E acho bom você dá uma faxina nesse quarto. -Ela disse puxando a coberta de Akemi de novo.-E coloca uma roupa pra gente ir no mercado. RÁPIDO!
Akemi pulou da cama com o grito de sua mãe:
–Ta já levantei. Agente vai naquele mercado super lindo ou nesse aqui perto de casa?
–Nesse mercado lindo aí que você falou. Esse aqui perto de casa não tem todos os ingredientes que eu preciso pra minha comida. Eu vou trocar de roupa e você trate de se arrumar depressa, não temos o dia todo. -Ela disse e bateu a porta.
–Nossa tudo isso pra receber a Tia Helena? Eu acho que o que tem aqui é o suficiente!-Akemi falava sozinha arrumando sua cama.
Depois que terminou de arrumar a cama, foi lavar o rosto e escovar os dentes. Colocou uma calça jeans skine clara, e uma regata dos Mamonas Assassinas. Voltou pro banheiro e passou lápis de olho e um batom rosa. Fez um coque no cabelo e deixou a franja de lado. Quando estava sentada na cama, amarrando o tênis, ouviu o berro de sua mãe do outro quarto:
–AKEMI JÁ TA ACABANDO?
–QUASEE.
Akemi pegou o celular e foi pro quarto de sua mãe:
–Vamos?
–Vamos. -Ela respondeu pegando a bolsa e apagando a luz.
Na casa de Castiel...
–Mãe eu já disse que não precisa, eu não quero ir ao mercado. -Castiel disse se enrolando na coberta.
–Mas bebê, só tem miojo e cereal nessa casa, se eu vou passar as férias com você, eu não posso comer essas coisas gordurosas. -Ela disse puxando a coberta de Castiel.
–Então vamo mais tarde mãe. Caramba, que saco.
–Vamos agora, quanto mais cedo melhor. Levanta rápido vai.
Castiel levantou resmungando, e acabou batendo o dedinho do pé na quina da cama:
–AAAIEEEE!
–O que foi bebê?-Ela disse preocupada.
–Nada mãe, nada.Culpa sua.-Ele resmungou.
Castiel lavou o rosto, passou a mão no cabelo, e saiu do banheiro vestindo uma camiseta dizendo:
–Já to pronto. Vamo logo, antes que eu desista.
–O que? Você vai desse jeito? Ta parecendo um mendigo filho, sinceramente. Vou pegar uma coisa melhor pra você. -Ela disse abrindo o guarda-roupa.
Ela jogou uma bermuda cinza e uma camiseta preta em cima da cama e disse:
–Veste.
–Aaaargh. -Castiel resmungou enquanto voltava pro banheiro pra trocar de roupa.
–Bem melhor agora. -Ela disse quando Castiel abriu a porta.
–Não sei pra que, tudo isso, pra ir à esquina.
–Não vamos á esquina. Vamos naquele mercado da Rua Cup. Eu vou ligar o carro, e você fecha tudo, ouviu?
–Tá.
Castiel pegou o celular trancou a porta e desceu pro estacionamento pra encontrar sua mãe.
No mercado...
–Peixe... Peixe... Peixe. Ah aqui. Akemi para de correr com esse carrinho. -A mãe de Akemi disse brigando com ela.
–Mãe posso ir na ala, dos CDs?
–Vai, mas não corre com o carrinho e volta logo ein.-Akemi saiu “voando” com o carrinho.-Ô menina teimosa.
De repente Akemi bateu com tudo em outro carrinho e caiu no chão. Sua mãe ouviu o barulho e saiu correndo pra ver. Akemi se levantou meio zonza e disse:
–Desculpa, exagerei na velocidade. -Mas quando olhou, viu que era Castiel que estava com o outro carrinho.
Ele esticou a mão para ajudá-la sorrindo:
–Sua atrapalhada.
–Não sou nada, você ta sozinho?-Akemi perguntou se levantando.
–Não, infelizmente minha mãe vai passar as férias comigo,e resolveu me acordar cedo hoje pra variar.
Quando Castiel terminou de falar, sua mãe veio correndo:
–Ah então vocês voltaram?-Ela disse levantando a sobrancelha.
–Mãe, depois eu te explico. Agente tem que ir agora né? Tchau Akemi. -Castiel disse puxando sua mãe.
–Calma bebê, eu queria conversar com sua namô. -Ela disse enquanto Castiel a puxava.
... Depois de tudo, Akemi chegou em casa e ajudou sua mãe a preparar tudo. Depois que terminaram, enquanto Helena não chegava Akemi ficou em seu quarto lendo, mas ouviu um movimento e imaginou que sua Tia já havia chegado, ela desceu as escadas e viu sua tia na porta abraçando sua mãe:
–Nossa como minha sobrinha cresceu. -Helena disse e correu para abraçar Akemi.
Helena era a única irmã da mãe de Akemi, e era a mais velha, embora fosse de aparência jovem:
–Ai Tia, ainda bem que você chegou.
–Huuum, o cheiro está bom. Eu to morrendo de fome, depois nós duas temos que ter uma conversinha.
Logo depois do almoço Akemi subiu para o quarto e voltou a ler seu livro, ela desceu as escadas para cobrar a conversa com sua Tia, mas ouviu uns cochichos e se escondeu atrás da parede para ouvir a conversa:
–Até quando você vai esconder isso dela? Ela tem o direito de saber!-Sua tia dizia com braveza na voz.
–Ela viveu até agora sem ele. Pra que contar agora? Só vai fazer ela sofrer. Eu não posso dizer nada.
–Se você não vai contar nada. Eu mesma conto.
Akemi ouviu os passos de sua tia subindo as escadas, voltou pro quarto e pulou com tudo na cama abrindo o livro.
–Akemi minha linda, posso entrar?
–Podee.
Helena se sentou na beira da cama de Akemi e disse:
–Eu posso te contar uma história?
–História? Eu to bem grandinha pra ouvir histórias não acha?
–Mas não é uma história comum... Quando eu te contar você irá entender.
Continua...