La Revenge escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 32
Quando as trevas encontram a crueldade...




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Quando as trevas encontram a crueldade, um pacto sombrio é feito


Ao atender o telefone, Magali ouviu a voz adocicada de Irene no outro lado da linha.

- Oi, Magá!
- Oi. – Ela não conseguia se acostumar com Irene lhe chamando daquele jeito, mas também não tinha coragem para lhe pedir que parasse.
- Eu fiz aquela torta fria de que te falei. Vai querer um pedaço? Tá uma delícia!

A gulosa lambeu os lábios. Irene falava tanto daquela torta que ela acabou sentindo a maior vontade de experimentar. Não deu para resistir à tentação.

- Ah, eu vou querer sim!
- Então vem cá pra casa! Eu fiz bastante, você vai adorar!

Minutos depois, Magali já estava batendo na porta da casa da Irene com a boca salivando.

- Oi, você veio rápido! Entre, vamos! Aqui, eu também chamei as meninas pra elas provarem também.

Ela fez um pequeno muxoxo. Quanto mais gente, menos torta. Na cozinha estavam Cascuda, Marina, Aninha e Isa sentadas à mesa. Maria Melo não quis aparecer porque ia ter comida, coisa que ela abominava.

- Aqui está, meninas! Comam a vontade! – ela falou servindo a torta juntamente com uma garrafa de refrigerante, que todas aceitaram de boa vontade.

Magali comia com grande apetite, pois estava mesmo deliciosa. Ainda bem que Irene tinha feito uma grande quantidade, porque uma bandeja só não foi o suficiente para sua fome. As garotas logo notaram que ela estava comendo mais do que de costume sendo que antes se preocupava muito com a alimentação e boa forma.

- Magali, tá tudo bem com você? – Aninha perguntou ao vê-la devorando o quarto pedaço com um grande copo de refrigerante. Normalmente ela teria parado no primeiro pedaço. E sem refrigerante para acompanhar.
- Tá, ué! Por quê?
- Er... bem... você não come desse jeito desde que era pequena!
- Esquenta não, é porque tá muito gostoso e eu não comi direito hoje. Só dois sanduíches de presunto com queijo e vitamina de abacate no café da manhã, cinco churros no lanche, lasanha com arroz a grega no almoço e... que foi?

As garotas olhavam para ela com os olhos arregalados. O que tinha dado na Magali para voltar a ficar esfomeada daquele jeito?

- Calma, gente! Deixa ela comer. Eu fiz foi pra isso mesmo, né? Podem comer a vontade que também tem um pavê de sonho de valsa!
- Pavê? Eu queroooo! – Magali terminou de devorar o restante da bandeja e logo exigiu a sobremesa, comendo tudo avidamente sob os olhares assombrados das amigas. Definitivamente havia algo de errado com ela.

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No esconderijo do Capitão Feio, Agnes olhava ao seu redor sentindo nojo daquela sujeira e desorganização. Ela via criaturas sujas e nojentas trabalhando em um tipo de máquina enquanto seu mestre dava ordens segurando uma prancheta. Quando resolveu dar uma pausa, o vilão voltou-se para ela e perguntou com cinismo.

- Deixa eu adivinhar: sua “amiga” não cumpriu a promessa. Acertei?

Seus olhos brilharam de raiva ao responder.

- Ela me traiu! Quando teve o que queria, me descartou como se fosse lixo e agora tudo o que quero é me vingar!
- É justo. Como eu sempre digo, a vingança é a melhor forma de justiça.
- Mas eu não posso fazer nada enquanto continuar presa entre esse mundo e o outro.

Ele a olhou levantando uma sobrancelha.

- Sei. E você quer minha ajuda para lhe trazer para esse mundo.
- O feiticeiro que Penha contratou não consegue fazer o ritual de invocação sem a ajuda dela.
- Só porque ele não sabe fazer de outro jeito, não quer dizer que não exista outro jeito. Há infinitas formas de invocação.
- Então você pode me ajudar?
- Estudei magia oriental por alguns anos. Posso fazer isso sem problemas.

Agnes apertou sua bíblia com força contra seu corpo e falou tentando fazer a voz suplicante.

- Me ajude, por favor!
- E o que, exatamente, eu ganharei em troca? Como deve ter percebido, não sou Madre Tereza para fazer caridade.

O espectro fechou os olhos, encheu-se de coragem para vencer a repulsa e respondeu.

- Eu trabalharei para você. Farei o que quiser e garanto que posso ser muito útil.
- Útil para quê? – ele indagou provocador. Embora não fosse problema invocá-la, Feio só pretendia fazer aquilo se fosse realmente ganhar algo de valor.  
- Sou muito forte e poderosa. Posso lhe proteger.

Ele deu uma grande risada, deixando-a confusa.

- Sua tola, olhe para mim! Tenho cara de quem precisa ser protegido?
- Todo vilão precisa de alguém para proteger sua retaguarda. Além do mais, eu posso espiar quem você quiser, em qualquer lugar do mundo.

O vilão se interessou.

- Pode, é? Você conseguiria entrar em um lugar sem ser vista?
- Claro. É simples.
- E tirar de lá qualquer objeto que eu mandar?
- Sim, posso fazer isso.

Aquilo sim lhe interessou muito. Havia peças que ele não podia adquirir e tentar roubá-las poderia ser arriscado porque elas eram muito bem vigiadas. Se aquele espectro pudesse trabalhar para ele roubando as peças, então ele estava disposto a invocá-la. Era uma chance que ele não podia desperdiçar.

- Antes, vamos fazer um teste.

Os dois foram até o museu da cidade, que naquela hora estava fechado. Era noite e tudo estava tranqüilo.

- Eis aqui o seu teste. Vê esse escudo? – ele mostrou para ela uma foto. - Conheço um colecionador milionário que me pagaria muito bem por essa relíquia. Só que o museu está fortemente guardado e a essa altura eu não quero me arriscar.
- Por isso você quer que eu entre e pegue esse escudo.
- Exato. Esse ofuda irá invocá-la temporariamente. Se passar no teste, farei com que a invocação seja definitiva e o seu trabalho será roubar tudo aquilo que eu mandar.  
- Está certo.

Feio lançou-lhe o ofuda, fazendo com que o corpo de Agnes se materializasse primeiro na forma monstruosa, que foi reduzindo o tamanho e se transformando gradualmente em uma garota de aspecto meigo.

- Vá depressa. O efeito é temporário.

Ela desapareceu dali e reapareceu dentro do museu, se tornando invisível para os guardas. Não foi preciso procurar muito para encontrar o escudo que o Feio queria. Era uma peça antiga, da idade média e estava muito bem guardado por um sistema de alarme. Se a peça fosse movida um único centímetro do lugar, o alarme dispararia na mesma hora. Aquilo não a intimidou e ela pegou o escudo rapidamente, desaparecendo logo em seguida.

Quando ouviu o alarme do museu sendo disparado, ele ficou preocupado e pensou em sair dali quando Agnes reapareceu na sua frente segurando o escudo.

- Você disparou o alarme! Agora saberão que o escudo foi roubado!
- Iam descobrir mais cedo ou mais tarde. Aqui está.
- Ah, que beleza! Isso vale pelo menos dois milhões de dólares! Agora vamos sair daqui. Mas antes...

Ele lhe atirou outro ofuda e pronunciou palavras num idioma desconhecido. Agnes sentiu uma onda de energia varrendo seu corpo.

- Agora você está definitivamente nesse mundo e conforme nosso acordo, me servirá lealmente. Nem pense em me trair! Eu posso mandá-la de volta num estalar de dedos!

Os dois saíram dali, desaparecendo na escuridão enquanto os guardas percorriam o museu freneticamente procurando pelo ladrão do escudo.


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