Garota-Gelo escrita por Bia


Capítulo 42
Vermelha


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente :3
Só quero avisar que esse capítulo tá tenso. Ontem eu não consegui fazer porque chorei HUASUHSASAUUS Sofia tá aqui para provar que eu sou assim UHUHSAHUASS
Os motivos? Só lendo mesmo.
Mas sério, espero que vocês me perdoem pelo atraso, e gostem :3
Boa Leitura ♥



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  Era sábado.

  Ai, que delícia.

  Eu estava dormindo tão profundamente que nem sonhar eu sonhei. Só sei que a partir de uma e meia da manhã, senti um peso no estômago, mas eu estava com muita preguiça de abrir os olhos e descobrir o que era.

  Acordei com uma coisa gelada na minha bochecha.

- Não... Sem picolé. – Eu resmunguei.

 Abanei o nada, tentando tirar aquilo de mim.

  Abri os olhos.

  Hércules estava com o corpo deitado na minha barriga e o focinho perto da minha nuca. O encarei.

- Não, sai.

  Eu o empurrei, mas Hércules pesa mais do que eu.

  Ele somente se endireitou e escorregou direto para o colchão vazio de Marcela.

  Chutei as cobertas e juntei as sobrancelhas quando vi que um raio de Sol safado atravessava a janela e se posicionava bem em cima da minha virilha.

  Hércules não perdeu tempo e começou a brincar com ele. Ele pulava na minha cama e ficava nas duas patas, tentando pegar o raio entre a janela.

  Sorri.

- Nunca vai conseguir pegar o Sol desse jeito. – Me sentei na cama e abri a janela.

  O dia estava incrivelmente claro e eu e Hércules desviamos o olhar da janela. Vi galáxias por três segundos antes de começar a piscar.

- Deus, larga de ser bipolar. – Eu resmunguei.

  Sentei-me na cama e caminhei até o guarda-roupa.

  Vesti uma camisa qualquer por cima da camisola, mesmo.

  Desci a escada e Hércules passou voando e latindo por mim.

  Ele se sentou na base da escada e eu o encarei.

  Seu olhar dizia tudo: estou com fome, descabelada.

  Sorri.

- Curte um miojo?

*

  Só depois que eu comi um mamão e dei um pedaço de manga para Hércules que eu descobri que estava sozinha em casa e que havia um bilhete na geladeira.

  Ainda com o mamão na boca, o li.

  Querida Katrina, nós saímos para fazer compras com a família do Pedro! Só o coitado está aí, tem que estudar. Não se preocupe, vamos comprar algo bem legal para você.

  Dê um beijinho em Hércules,

 Jonas.

PS: não te acordamos porque achamos que você possivelmente iria gritar para Hércules: estraçalha! 

  Ri sozinha.

- Não pensei em fazer isso, mas tá aí uma ótima ideia.

  Olhei o relógio.

  Meio dia e trinta e cinco.

  Olhei para Hércules.

- Almoço comido. Quer dar uma volta?  

  Ele olhou para mim e emitiu um som de cachorro estranho.

  Assenti.

- Então vamos.

  Abri a porta e Hércules saiu correndo lá para fora. Sorri e a fechei atrás de mim.

  Ele desceu a rua em disparada, mas todas as vezes que viu que eu definitivamente não iria correr, ele caminhou ao meu lado bonitinho.

  Chegamos à pracinha e fui acompanhada por uma moça com um poodle nos braços. Nos sentamos ao mesmo tempo no mesmo banco e olhamos nossos cachorros.

- Boa sorte. – A moça disse para o poodle. – E se diverte bastante. Não fique muito longe onde eu não possa te ver. – Ela afagou seu focinho e deu um carinho no rabinho dele. – Vai lá.

  E a bolinha de pelos correu feliz a encontro de seus amiguinhos poodles.

  Olhei para Hércules.

- Boa sorte, cara. – Dei um tapinha na cabeça dele. – Não deixe que te roubem outra orelha. Mate alguns chihuahuas por mim. Se divirta.

  Ele latiu fortemente e correu para um grupinho onde só tinha cachorros grandes e gordinhos.

  Suspirei e olhei para a moça ao meu lado.

- Cachorros. – Eu disse.

  Ela arqueou as sobrancelhas e forçou um sorriso.

  Logo depois se levantou rapidamente e correu até seu poodle, o levando de volta para casa.

  Fiquei tensa.

- Será que eu estou tão descabelada assim?

*

  O Sol na minha cabeça não parecia nada, porque eu sentei debaixo de uma macieira e fiquei observando enquanto Hércules corria para cima e para baixo, brincando com um rottweiler.

  Eu encostei a cabeça no tronco e fiquei encarando as folhinhas débeis cair e dançar.

  Fechei os olhos com força e os abri novamente.

- Quando será que vão te cortar e colocar um banheiro público aqui? – Mordi o lábio e comecei a dar risada. – Peço desculpas pelos humanos idiotas. Na realidade, todo humano é idiota, querendo ele ou não. Eu sou idiota. As pessoas dizem que eu sou excêntrica. – Fiz uma careta com o próprio comentário. – Não sou excêntrica. Só porque estou falando meus problemas pessoais para uma árvore não quer dizer que eu seja excêntrica. Mas voltando... As pessoas são idiotas e vão te machucar.

  Uma bola caiu na minha frente e quicou, caindo nas minhas pernas.

- Ei, você! – Um menino gritou lá longe. – Para de conversar com essa árvore idiota e pega a bola! E rápido, não tenho o dia inteiro!

  Observei a bola no meu colo.

  A peguei e a joguei para trás da árvore, a fazendo cair na rua. Sorri inocentemente.

- Se quiser a bola, vai lá e pega. Não sou sua empregada. – Gritei e cruzei os braços. – E para sua informação, essa árvore é mais útil do que você.

  Alguns garotos que estavam ao seu lado deram um tapinha em sua cabeça e ele ficou sem graça.

  Olhei para a árvore.

- Te defendi. Agradeça-me, ingrata.

  Hércules apareceu lá longe, correndo feito louco na minha direção. Ele parou na minha frente, totalmente ofegante e se sentou na minha frente. Ele estava com um graveto na boca.

  O encarei.

- Uma vez. Se contente apenas com isso e vamos para casa.

  Levantei-me e peguei o graveto de sua boca. O joguei com toda a minha força para longe.

  Hércules correu feito uma bala e desapareceu no morro.

  Suspirei e joguei as mãos para a cintura, o esperando.

  Depois de longos três segundos, ele apareceu correndo.

  Estendi minha mão antes dele chegar, em um gesto de “chega, vamos para casa agora”.

  Foi aí que o meu agradecimento chegou.

  Uma maçã vermelhinha e pesada caiu na minha mão. A princípio, levei um susto, mas sorri quando saquei.

  Olhei para a árvore.

- Obrigada. Mas uma notinha de cem, você não quer me dar, né?

  Logo depois, uma maçã caiu na minha cabeça. 

*

  Cheguei em casa totalmente exausta.

  Desabei no sofá e liguei a TV.

  Hércules ficou lá fora, para fazer suas necessidades.

  Um arrepio terrível atravessou minha espinha. Estralei o pescoço e me sentei no sofá.

  Hércules abriu a porta só encostada e a fechou com um coice.

  Ele se sentou no tapete e eu desliguei a TV quando ouvi um barulho estranho lá fora.

  Vários sussurros e barulhos de chaves cintilaram.

  PA!

  Um som de arma disparando assustou Hércules, que pulou no meu colo.

  O empurrei para o chão e caminhei até a cozinha. Abri de leve uma fresta da cortina e pude observar um cara no chão, e uma mancha gigante vermelha sob ele. Quatro homens estavam na sua volta, discutindo.

  Estreitei ainda mais os olhos quando vi que Pedro também observava tudo da janela do seu quarto.

  Meu coração disparou quando um deles apontou com a arma para a minha casa. Quando olhei novamente para a janela de Pedro, ele não estava mais ali.

  Iam assaltar a minha casa.

  Peguei a faca de peixeiro dentro da última gaveta e fui até a sala. Encarei Hércules.

- Sua hora tá chegando.

  Geralmente, eu não penso muito, como vocês sabem.

  Fiz burrada.

  Escancarei a porta da minha casa e encarei o grupinho ali.

- Querem assaltar a minha casa? – Eu gritei. – Podem vir. Estão armados? Tô nem aí. – Dei de ombros.

  Eles sorriram como se dissessem: ah, é só uma ruivinha.

  Um deles deu um passo para frente, e não demorou muito para que eu me virasse para Hércules.

- Hércules... – Eu disse em um tom doce enquanto lançava a porta para trás. – Pega.

  Só tive tempo de ver as presas delicadas de Hércules aparecerem. Ele correu em direção aos caras feito doido e pulou no armado.

  Os outros caras estralaram a língua quando viram uma pele sendo arrancada. Bati palmas, feliz.

  Um dos caras correu na minha direção e eu me assustei. Abaixei na hora que ele ia me pegar e meti a faca no seu pé.

  Ele gritou tão alto que eu fiquei surda.

  Pedro saiu da casa dele, totalmente afobado.

  Ele pegou o braço de um cara e o lançou para trás, o imobilizando.

  Não tive tempo de ver o que aconteceu, porque retirei a faca do pé do homem e tentei correr, mas ele me pegou pela gola da camisa e me jogou no chão.

  Eu gritei e tentei o esfaquear, mas ele pegou a faca das minhas mãos e a jogou longe. O fiquei encarando, totalmente puta. O desgraçado se sentou na minha cintura e pegou minhas mãos, as prendendo em cima da minha cabeça.

- Me larga, seu bosta! – Eu gritei.

  Ele sorriu.

- Olhando assim, até que é bonitinha.

  Fiquei incrédula. Cuspi no seu nariz. 

  Ele fechou a cara.

- Mas é uma desgraçadinha.

  Ele desprendeu uma de suas mãos e ficou me segurando apenas com uma. Ele tateou o cinto e tirou uma arma dali.

  Ele a pressionou a arma contra a minha testa e eu sufoquei.

- Vai morrer... – Ele disse com uma voz infantilizada. – Diga “bye, bye”.

  Fechei os olhos com força.

  De repente, seu peso não estava mais sobre mim e eu consegui respirar.

  Abri os olhos e vi o cara sendo socado pelo pobre Pedro. Sua camisa estava rasgada na manga e sua bochecha estava sangrando.

  Atrás dele, Hércules estava atacando o cara que Pedro estava conversando. Um último garoto estava parado no meio da rua, tremendo.

 Eu precisava chamar a polícia. E já.

  Levantei em disparada e corri pela rua, tentando chegar até o telefone público.

- Bruno, se mexe! – O cara que Hércules tinha atacado gritou. Olhei de relance para trás. – Ela vai chamar a polícia, mata ela!

  Arregalei os olhos e... Tudo ocorreu em câmera lenta.

  Vi o garoto sacando a arma e apontando para mim. Vi Hércules correndo na direção dele e...

  Toda essa imagem foi substituída por uma camiseta branca e rasgada nas mangas. 

  Me abraçaram forte e o som da arma sendo atirada invadiu minha mente.

  Dei três passos para trás, tentando aguentar o peso de Pedro.

  Tudo ficou branco e eu não consegui pensar em mais nada. Pedro me abraçou mais forte, e eu circundei minha mão, o apertando nas costas.

  A única coisa que eu consegui pensar nessa hora era como a minha mão ficou quente e molhada para valer. 

  Quando ergui minha mão para ver o que era, ela estava vermelha. 

   Muito vermelha. 


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Notas finais do capítulo

Oi, gente :3
Prevejo uma Barbara muito puta comigo em menos de três segundos HUAUAHSHUAHUAS
Mas isso foi necessário u-u Vamos ver o que vai acontecer agora. Porque né. USAUHUHSAHUSAHAS
Mas é isso, espero que vocês tenham gostado,
Comentem Bastante!