Garota-Gelo escrita por Bia


Capítulo 37
Casamento - I


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente :3
O capítulo nem saiu tarde, naah, magina u-u UHASSAHUSAUHUHA
Espero que vocês gostem,
Boa Leitura ♥



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Quatro dias se passaram desde aquela notícia de desgraça. O dia do casamento para os convidados é pior para os noivos, acredite.

Marcela ligou para uns três mil fulanos de “Alto Corte” – o que eu presumi que são tesouras gigantes – para fazer as roupas do povo dessa casa.

Eram quatro horas da tarde, e eu fui obrigada a tomar banho.

– Mas eu tomei ontem! – Berrei para a minha mãe que me empurrava em direção ao banheiro.

– Larga de ser porca, Katrina!

Ela me empurrou e eu quase voei na privada.

– E toma direito, hein! – Ela berrou e fechou a porta com tudo.

Dei língua para a porta.

O chuveiro estava tão quente, mas tão quente, que eu senti meus olhos derreterem. Lavei o cabelo como se não houvesse amanhã e vários fios bandidos se desprenderam.

Quando desliguei o chuveiro, levei um susto com a gritaria na sala.

Saí debaixo do chuveiro e enxuguei o rosto, para tentar ver melhor. Amarrei a toalha no meu corpo e abri a porta do banheiro.

– Caiu um balão aí na sala? – Eu brinquei.

Eles olharam para mim.

Foi aí que eu vi o que estava acontecendo. Uma caixa, não, várias caixas estavam empilhadas na frente deles. Engoli em seco.

– Não...

Jonas sorriu.

– Você vai amar seu vestido, flor.

Ele pegou de uma caixa menor um vestido de seda roxo escuro.

Ele o ergueu para mim e eu pude ver que era caro. O vestido tinha umas dobras na barra, o que dava um ar de... Riqueza.

Pisquei.

– É, talvez eu vá nesse casamento, no fim das contas.

*

Todas nós estávamos prontas.

O vestido tinha caído direitinho em mim. O comprimento chegava ao ossinho da perna, onde havia duas dobrinhas “sexys”. Ele era regata, mas chegava até o ombro de largura. A gola era redonda e não era profunda.

Amarrei meu cabelo em uma trança meia-boca sobre o ombro esquerdo e Jonas colocou um arquinho preto com uma flor roxa escura no meu cabelo. Calcei uma sapatilha obviamente mais velha que estava no meu guarda-roupa há séculos. Ela era tão confortável, mas tão confortável, que acho que poderia ir até Marte que não machucaria nem um pouco os meus pés.

Desci a escada e vi o visual de todos:

Isadora estava com uma roupa de velha vermelha, cheia de rosas bordadas. Usava um coque com uma renda preta. Mamãe estava com um vestido preto com um decote fabuloso. As pernas estavam até que cobertas, levando em conta que se tratava de minha mãe. O salto era maior do que... O pênis do professor de matemática. Essa é velha, eu sei. Os cabelos louros e enrolados dela estavam presos em um rabo de cavalo, que chegava mais ou menos na bunda.

Camila estava de vestido branco, com uma tiara branca, e sapatilhas pretas. Vai entender.

Jonas estava o mais chique dali. Ele vestia um smoking preto, com gravata de seda.

– Ai... – Ele disse. – Que inveja... Queria estar usando esses vestidos fabulosos.

Sorri.

– Mas você pode.

Todos me olharam.

– Mas não.

Ri e dei de ombros.

– Qual o problema um homem usar saias? Vai falar isso perto dos escoceses que eles te dão um pau, hein.

Jonas fungou.

– Se todos fossem igual a você, Katrina... O mundo seria tão melhor.

Eu e todos os presentes na sala começamos a dar risada.

– Desculpe, Jonas... – Lancei minhas mãos para cima. – Eu não posso ter um clone. Ninguém conseguiria ser tão sexy quanto eu, além de mim mesma.

Eles riram e jogaram uma almofada na minha cara.

– Isso é bullying.

*

Nós estávamos prontos e eu já fui abrindo a porta de casa, que no caso, estava arrumada. Pedro passou por aqui ontem e a arrumou, enquanto eu estava escondida no meu quarto.

Saí pulando de casa.

– Vou comer coxinha, vou comer coxinha! – Eu cantei.

Mas toda a minha animação escoou pelo ralo quando eu vi Pedro estirado na calçada do outro lado da rua. Eu recuei, assustada. Virei-me para trás. O bando estava ocupado demais para notar minha presença.

Atravessei a rua cuidadosamente e quase chutei Pedro. O desgraçado estava apenas dormindo. Ele inspirava e seu peito enchia.

Sorri. A mangueira da casa dele estava a menos de quatro metros de nós. O pulei com cautela e peguei a mangueira.

Aproximei-me sorrateiramente dele e a abri devagarzinho. Quando um jato de água espirrou no seu rosto, ele abriu os olhos, assustado. Comecei a dar risada enquanto ele se levantava, meio perdido.

Quando Pedro estava todo molhado e rindo que nem um doido, fechei a mangueira e a joguei no chão.

Ele sorriu enquanto assentia.

– Então é assim? Me pega desprevenido quando eu estava observando as estrelas e tirei um cochilo? Vem aqui, Katrina...

Fiquei séria.

– Não...

Pedro pegou meu pulso e me girou, fazendo com que minhas costas batessem com tudo em seu peito. Ele pegou a mangueira e eu gritei.

– CALMA! – Berrei.

Ele parou no meio do caminho e me olhou, assustado.

– Não vai sair ratos daqui. É apenas água. – Ele pareceu me avaliar. – Aliás, aonde vai vestida desse jeito?

– A bosta do casamento da minha tia encalhada.

Ele riu.

– Está linda demais para apenas um casamento.

Bufei.

– Não vou ficar dançando com aqueles vagabundos. Vou beber com os marmanjos, e se der sorte, descolar cinquentinha. Empresta-me seu RG?

Ele riu e me apertou mais fortemente.

– Vê se não bebe muito. Seu fígado agradece.

Eu ri.

– Você sabe que eu vou beber.

Ele sorriu.

– Se é assim, se diverta. Cuidado para não beber demais e dar em cima de um velho. – Ele beijou minha bochecha. – Sério, cuidado.

Comecei a dar risada.

– Nem minha mãe é assim. Para de dar uma de irmão mais velho, cowboy. – Tirei o braço dele do meu pulso. – Me larga, estou sufocando aqui.

Ele sorriu e me largou. Pedro avaliou minha trança.

– Gosto quando você prende o cabelo.

Bufei.

– Chamou meu cabelo de feio na cara dura, hein.

Ele riu.

– Nunca disse que seu cabelo é feio. Só estou dizendo que eu gosto quando você o prende. Seu rosto se realça e dá para ver suas minúsculas sardas. Eu já disse que amo suas sardas?

Fui para trás. Eu estava começando e me relembrar de sua confissão. Fiquei quente.

Pedro riu.

Ele aproximou seu rosto da minha orelha e sussurrou:

– Se lembrou daquela nossa conversa? Ótimo. Não quero que se esqueça, porque meus sentimentos em relação a você não mudaram nada.

Afastei-me dele com a mão na orelha. Pressionei os lábios.

– Você é um...

– Katrina, sua vagabunda, pare de flertar e entra no carro! – Me chamou mamãe.

A encarei.

A limusine preta de Marcela estava estacionada na frente da nossa casa, e minha mãe estava acenando alegremente naquele vidro sobre o carro.

Pedro deu um tapinha nas minhas costas.

– Vai lá. Se diverte bastante. Depois continuaremos essa conversa.

Acenei com a cabeça e atravessei a rua correndo. Entrei no carro que nem um raio e me sentei ao lado de Isadora, na janela.

Comecei a me abanar com a mão. Eu estava fervendo. Em especial as pernas. Eu queria morrer por isso.

Jonas riu maliciosamente.

– Eu vi o calor que estava ali fora. Um banho de mangueira não é nada demais, não é?

Dei-lhe língua.

– Vai usar saias para lá.

*

Eu dormi o caminho inteiro no colo de Isadora.

Eu tive um sonho estranho.

Marcela e eu estávamos comendo cupcakes. Ela comia um laranja, e eu um azul.

Quando ela mordeu, ela caiu da cadeira.

– Marcela! – Eu gritei e subi em cima da mesa, para vê-la.

Ela estava dando risada, se curvando por causa do ataque incontrolável de riso.

Ela começou a se debater e meteu a cabeça na cadeira. Ela coçou o coro cabeludo por causa da batida e começou a rir.

Ela tentou pegar o cupcake, mas eu bati em sua mão.

Deram-me um tapa na bunda.

Eu, como ainda estava dormindo, me sentei no banco e gritei bem alto e com bom som:

– LARGA O CUPCAKE, DROGA!

E foi aí que eu mandei um chofer assustado largar um cupcake.

*

A igreja que aconteceria o casamento definitivamente me deixou sem palavras. Aquilo era uma casa de gigantes, e não uma igreja.

A cúpula era enorme e era toda de vidro, dando uma visão linda para o... O céu nublado e chuvoso.

O caminho que a noiva iria fazer estava coberto de rosas vermelhas. Eu, obviamente, fui pisando em uma por uma até chegar a um banco na meio de todos os bancos.

Eu me sentei na ponta, deixando um pequeno espaço para o meu pé, que mais tarde repousaria sobre o banco.

Jonas se sentou do meu lado direito, e assim se sentou Marcela, mamãe, Isadora e Camila no colo de Marcela. Bocejei e me afundei no banco. Encostei a cabeça no braço do Jonas.

– Odeio casamentos. Vou dormir. – Fechei os olhos com força.

Ele tossiu.

– Você dormiu trinta minutos, e ainda quer dormir mais?

Ri.

– Uhum. Sou Katrina, mas pode me chamar de: o bicho preguiça ruivo.

Ele riu.

– Preguiça é um pecado. E estamos na igreja.

Sorri.

– Mas preguiça é bom. Ela me impede de cometer todos os outros pecados.

Jonas riu alto.

Os olhares se viraram para nós. Ele tossiu e me deu um tapa no ombro.

– Cadela.

– Franga desenfreada.

Ele ia rir alto outra vez, mas interrompeu colocando a mão na boca. Ele tossiu e ao mesmo tempo começou a dar risada.

– Morre não, Jonas.

Ele se curvou e eu caí raspando a cara em suas costas. Ouvi risadas e mamãe dando um tapa nas costas dele.

Criei coragem e me ajeitei no banco. Abri os olhos e me espreguicei.

Uma senhorinha desgraçada roubou o lugar do meu pé, se sentando bem apertadinha comigo. Fiquei esmagada e comecei a empurrar Jonas, ele empurrou Marcela que derrubou Camila. Ela começou a chorar.

Vocês não tem ideia do quão irritante é o choro de Camila. Começa: iiiii... Aí vai aumentando e para em: AAAAHH!

Todos começaram a nos olhar. Apontei para a vovó.

– É ela.

A senhora me olhou.

– Que cabelo bonito você tem...

Sorri.

– É, eu sei.

Ela riu.

Depois que eu estava mofando no colo de Jonas, a música começou a tocar. Limpei a baba e me ajeitei na cadeira.

Pârapâpâpâpârarararara, tchutchutchurururururu...

Tia Rosa passou por nós naquele vestido... Ai, caramba.

Ela não estava de branco, nem de azul nem de verde. Tia Rosa estava de... Vermelho.

Lancei minhas mãos para cima.

– Orgulho, família! – Eu gritei.

Mamãe me deu um tapa na cabeça e eu ri baixinho junto com Jonas.

Tia Rosa me olhou de relance com severidade, depois voltou a sorrir falsamente, como todas as noivas fazem.

Quando ela já estava no altar com o noivo, provavelmente o primeiro cara que quer uma ex-militar que é acusada de matar o marido, ela sorriu e o padre começou a falar coisas que eu nunca vou entender.

Só entendi aquela parte:

– Rosa Dias, você aceita Luís Souza como seu futuro esposo?

Fiz uma cruz com os dedos e coloquei minha testa nas pernas.

– Não, não, não, não, não... – Eu murmurei freneticamente.

– Aceito.

Bati as mãos na coxa e joguei minhas mãos para cima.

– Ah! – Eu gritei e cruzei os braços.

Todo mundo olhou para mim.

Olhei pra os lados.

– Querem uma foto? Três reais cada. – Eu disse.

O pessoal começou a dar risada e eu sorri para a minha tia, que provavelmente queria me esganar.

*

Depois que todo aquele melodrama acabou, me levantei para ir embora. Quando estava quase saindo, me agarraram pelo ombro.

Já estava pronta para dar uma voadora na cara da pessoa, mas vi que era minha tia.

– Vamos tirar uma foto, sua mal-encarada.

Sorri.

– Demorou, encalhada.

Ela riu e colocou sua mão sobre o meu pescoço. Nós duas nos agarramos e os desgraçados dos fotógrafos começaram a tirar as fotos bem na hora que minha tia fez cosquinhas em mim e eu ri que nem uma doida.

Depois que tiramos as fotos, ela me encarou.

– Você vai à festa, né?

Pisquei.

– Que festa?

Ela sorriu.

– Só venha.

E me deixou sozinha nos degraus da igreja, cercada por fotógrafos.

Bufei.

– Adoro minha família.


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Notas finais do capítulo

Oi, gente :3
Esse capítulo tá meio monótono (Meio não, totalmente ;-;), mas o próximo vai ficar meio tenso ASUHSAHSAHU
Mas bem, espero que vocês tenham gostado,
Comentem Bastante! ♥