- Tokio Hotel, hum… Do you know them? – ele perguntou meio receoso, mas eu nem respondi, após as duas primeiras palavras qualquer outro som se tornou inaudível para mim. Aquilo era bom demais pra ser verdade! – Dani?

- Oh, sorry... What did you say? – perguntei ainda meio dispersa.

- Do you know them?

- Oh, yeah! Yes, I do! – respondi toda sorridente.

- Well, guess we have a fan here, right Dani? – Fátima perguntou me deixando super sem graça.

- Well, a super fan! – respondi corada.

- Really? That’s interesting… - disse enquanto olhava fixamente para o nada e apoiava o queixo na mão.

Depois dessa conversa que não durou muito, pois o celular de David tocou de novo (infelizmente dessa vez não era o Bill ou o Tom ou o Georg ou o Gustav), pensei em voltar para a piscina, mas no caminho tive uma surpresa um tanto quanto... Mara!

“Ai meu Deus! Eu não acredito que é ele! Que é que ele tá fazendo aqui? Ai ele ta só de bermuda nadando naquela água gelada e tão limpinha que me deixa ver todo aquele corpicho que ele esconde por baixo do uniforme! Ai como é lindo! Vou chegar de fininho e fingir que eu nem o tinha visto aqui.”

Pensava enquanto caminhava na direção da piscina. Infelizmente, eu não vi a bola de vôlei que tava na minha frente, embaixo do meu pé pra ser mais exata e levei o maior capote. Como se o capote já não fosse necessário, eu ainda sai rolando ladeira abaixo (sim, para chegar na piscina tínhamos que descer uma ladeira bem grande). O meu plano de chegar silenciosamente e fingir surpresa havia ido por água abaixo.

Eu não conseguia parar, tentava me agarrar a algumas plantas, mas tudo o que eu conseguia fazer era tirá-las da terra! Fui rolando até chegar à piscina e cair na água. Enquanto ainda tava submersa, pensava em como eu consigo estragar cada boa oportunidade que eu tenho.

“Merda! Merda, merda, merda... Mil vezes merda! Não acredito nisso! Tudo por culpa de uma maldita bola de vôlei que não devia estar no meio do mato, perto de um barranco!! Aiin o que o Henry vai pensar de mim agora? Que eu sou uma baita de uma estabanada, que não consegue nem andar direito sem cair! Ai meu ar ta acabando!”

Enquanto eu pensava nisso, fiquei flutuando dentro da água e nem percebi que a piscina era super funda! Eu sabia nadar, mas tava sem ar e comecei a me desesperar. Não sei como, mas eu tava me afogando. Eu acho que nunca bebi tanta água na minha vida inteira.

[...]

- Ei, você ta bem? Tá acordada mesmo? Fala comigo! – gritava alguém, mas eu não conseguia ver quem. – Como é o seu nome?

- Tô bem sim... Meu nome é Daniella. – respondi ainda com os olhos meio embaçados.

- Eu te conheço de algum lugar... Onde você estuda? – perguntou curioso.

- No Colégio Sigmund Freud.

- Espera... Você é a menina da toalha né?- perguntou com um sorriso no rosto.

- Ai que ótimo você lembra. – falei com a mão na testa e olhando pro céu como se pedisse a Deus que um raio caísse na cabeça daquele pedaço de mau caminho fazendo-o esquecer tudo o que viveu e presenciou nos últimos 15 dias.

Voltando: eu acordei deitada na beira da piscina com alguém me olhando e gritando no meu ouvido. Quando eu olhei na direção dele, vi que eu realmente era muito azarada. O Henry me olhava com uma careta muito fofa: era um misto de curiosidade e vontade de rir ao mesmo tempo. Eu não sei como explicar.