Tarde da noite, Ares, o deus da guerra, chega à casa de sua família, arrasado. Lutando uma guerra consigo ao mesmo tempo que xingava a seu pai em todos os idiomas possíveis, o que lhe vinha à mente.

Flashback On

Depois da janta, Ares, Avery e Clarisse sentaram no tapete da sala com as costas apoiadas no asento do sofá e espalharam várias peças de legos, de todos os formatos e cores, e construíram montanhas, castelinhos, navios, caminhões gigantes para logo em seguida Clarisse fechar seu punho e começar a destruir tudo e dar gargalhadas, apreciando a destruição que cometia.

Ares logo escutou um chamado de Zeus, seu pai, o manda-chuva do Olimpo desde... três mil anos atrás. A tensão logo se instalou no deus da guerra. Falou com Avery e partiu, dando um beijo na testa da pequena criatura deitada, esfregando os olhinhos.

Assim que se despediu, Ares pensou no Olimpo, e lá estava ele, em sua forma natural, um titã de armadura grega. Todos os outros deuses, até os menores, estavam esperando-o. Sentou-se em seu trono e assim deu-se início à assembleia.

Escutava-se somente a voz do deus dos deuses:

– Declaro agora, até o fim dos tempos, quando a terra perecer e a sabedoria nos falhar - Atena ofendeu-se, porém nada comentou - que todos os deuses se separem de suas crias. Estamos nos tornando mortais. Nossa soberania está declinando cada vez mais, todos os dias.

– Não podemos fazer isso! - Atena se pronunciou, apelando para seu pai e os outros deuses presentes - Não podemos negar sangue! - falava isso pensando em sua pequena Annabeth.

Alguns começaram a murmurar e até alguns xingamentos foram escutados.

Pai e filha travavam uma batalha silenciosa ao se encararem, e enquanto isso, tudo o que Ares conseguia pensar era que iria ser separado das únicas pessoas por quem verdadeiramente já tivera afeição positiva.

– Você pode ser a deusa da sabedoria e ter a democracia como mérito em sua cidade, mas eu tomo as decisões aqui. E está decidido. Hoje ainda despeçam-se de suas famílias e esperemos que os herois da profecia descubram seu destino - trovões e raios berravam nos céus olimpianos.

– Ainda faltam dezesseis anos, isso se não forem mortos - Hefesto protestou.

– Dezesseis anos não são nada comparado ao que já passamos. Esta assembleia está terminada. Que haja a paz - Zeus, antes de sair, olhou para Hera e a mesma o seguiu.

Ares não conseguia acreditar e logo Afrodite percebeu, no entanto não se manifestou por conta de seu marido ainda estar ali.

Apesar da desaprovação, até mesmo Hades, todos voltaram para seus lares. Devastados. De repente, o sentimento de soberania e liberdade de três mil anos se quebrou naqueles seres.

O deus da guerra se levantou, pesaroso, tirou seu elmo dourado com penachos vermelhos e o pôs debaixo do braços trabalhado. Hora de dizer adeus.

Flashback off