P. O. V Autora:

– Ágatha não explicou o projeto da nossa turma? – Steve, o professor de teatro, perguntou quando ficou a sós com Nico e Thalia.

– Olha, eu estava muito bem, obrigado, be... – Nico se calou, antes que se encrencasse – Enfim, nem somos do teatro, por que estamos aqui?

– Por que vocês cantam com a graça dos anjos! – Steve diz, como se explicasse que 1 mais 1 é dois.

– Trocadalho do Carrilho! – Thalia murmura

– Não ligue pra educação dela, apenas continue... – Nico pede, embora também achasse o trocadilho ridículo.

– Bom, todo ano a Yancy faz uma adaptação de algum musical famoso, e esse ano não podia ser diferente. Por isso, escolhemos fazer uma adaptação de O Fantasma da Ópera...

– Legal, ainda não entendi o que tenho a ver com isso! – Thalia boceja – A menos que me chamem para criticar a Christine: ela magoou o Érik. Na verdade, ela ferrou a vida de todo mundo: ferrou o Conde, o Visconde, o Persa...

– Pera, você leu o livro? – Steve a interrompe, tão surpreso quanto Nico

– Você não? – ela questiona confusa – Catarina me emprestou, depois que voltamos da... do Canadá! – não liguem para eles, ainda estão tontos do beijo.

– Ah, sim! – Nico murmura – Mas, é, o que temos a ver com isso?

– Ágatha sugeriu que fizéssemos algo diferente esse ano, algo que ela mesma escreveu enquanto ouviu The Phantom Of The Opera. – Steve passa o script para eles e espera pacientemente enquanto lêem

– Uau! – os dois exclamam, abismados

– Topam? – Steve praticamente implora. E rola a seguinte conversa, através de olhares.

– Se importa se discutimos isso? – Nico pergunta, já puxando Thalia para perto.

– O que você acha? – Thalia questiona, erguendo uma sombracelha

– Eu acho bem legal. Já assisti a peça algumas vezes, inclusive no Royal Albert Hall e é realmente incrível! – Nico dá de ombros

– Não precisa jogar na cara! – ela revira os olhos – Fazemos ou não?

– Você, eu não sei, mas eu já to dentro! – ele disse

– Mas, olha só a data, é um dia antes do casamento... Como vou fazer meu cabelo, as unhas... Nossa, não me reconheço mais! – ela balança a cabeça – To parecendo uma patricinha! Enfim, é, vamos participar! OUVIU, STEVE, A GENTE TÁ DENTRO!

– Abençoado seja Dionísio! – o professor grita, e nossos semideuses se entreolham – O quê? Todo mundo sabe que ele era o deus do teatro!

– É. Todo mundo sabe! – eles murmuram.

– Enfim, os ensaios começam amanhã. Conto com vocês aqui! – e eles são dispensados

Mas, autora, por que você ta narrando isso? Ora, ainda não perceberam que eu só apareço quando Afrodite tem algo para mostrar?

– Ainda não entendi como você vai fazer os dois se apaixonarem! – Perséfone resmunga

– É, até agora eles só estão, como dizem os jovens de hoje em dia, se pegando! – Hera diz.

– Vocês são muito apressadas. O amor se conquista aos poucos! – Afrodite diz – E nada melhor para isso, do que com um dos meus romances favoritos...

– Acho que seus planos não darão certo! – Hera diz – Estou sentindo uma perturbação ao redor desse casal. Uma não, várias!

– Virou Oráculo agora? – Afrodite questiona – Se eu disse que eles vão dar certo, é porque isso vai acontecer! Não percam sua fé em mim... Isso diminui meu poder!

– Quem é você? A Tinker Bell? – Perséfone pergunta

– Depois reclamam quando os maridos traem! – e com isso Dona Barbie sai.

P. O. V Valentina:

Meu dia não podia melhorar, mas cada toque de Eleazar me mostrava o contrário. O dia podia melhorar sim.

– Certo, o que faremos agora?? – ele pergunta, ainda massageando meus pés

– Não sei! Mas isso aqui ta maravilhoso! – comentei, me ajeitando melhor na cama.

– Folgada! – ele riu e parou de fazer massagem. – Quero aproveitar da melhor maneira que pudermos esse dia!

– Somos dois! – e eu podia sugerir “a melhor maneira” mas estava cansada de ser a namorada tarada. Eu passara um mês inteiro sem memória, agindo desse jeito, e apesar de ter sido prazeroso, também foi chato: um relacionamento é mais que sexo. – E se... – e nesse exato momento, o celular de Eleazar toca.

– Só um minuto! – ele me dá um beijo na testa, e atende o celular – Ok, por que você ta me ligando? O QUÊ? SÉRIO? Tá, manda o link pro bate-papo! – e ele desliga e corre para o computador.

– O que foi? – pergunto confusa.

– Catarina. Vídeo. Nós. Mico! – e com isso, ele queria dizer que Catarina tinha visto um vídeo em que nós pagávamos mico.

Mas eu nem tinha gravado a festa do pijama que demos no chalé 6... Ah não ser que...

– Creio em Bóreas Pai, Todo poderoso! – ele levou a mão à boca. – Olha isso aqui! – e ele ri e quase cai da cadeira.

– Do jeito que você ta rindo feito um psicopata, eu devo ta pagando um mico daqueles... – sentei em seu colo e ele parou de rir pra me abraçar. – To esperando... Ain, não! – tentei esconder o rosto nas mãos

– Não, olha isso! – ele segurou minhas mãos e beijou meu ombro enquanto ria.

E lá estávamos ele, eu, Catarina e Lorenzzo. E ela estava gritando, a plenos pulmões

“– Eu não posso estar te imitando, porque eu odeio o seu jeito de ser: toda delicadinha, cheia de estampinhas e vive se agarrando com esse seu namorado maluco. – minha irmã estava tão vermelha quanto os cabelos de Liv.

– Bem melhor do que se vestir como uma mendinga. Parece até que você não tem roupa, vive com as roupas do seu namorado! – eu gritava e estava realmente horrível, parecia que eu tinha roubado todas as estampas de bigodes do mundo.

– Deuses, que vexame! – Eleazar murmura, enquanto tentava me segurar

– Ele tem bom gosto para roupas! E eu tenho estilo, diferente de você, que parece que saltou de algum mangá! - Lyra disse. - E ao contrário de você, eu não sou ciumenta!

– O QUÊ VOCÊ DISSE? – se era possível eu falar mais alto, eu falei. Realmente, era um vexame.

– Ah, droga! - Eleazar murmurou de novo

E foi mesmo uma droga

– Eu disse que você é ciumenta!! – Cathy repetiu, e eu taquei um filé de peixe na sua cara - Ah, sua filha da puta! – e ela tacou Pepsi em mim

– A Puta também era sua mãe! – respondi, e taquei o hambúrguer de Lorenzzo em Catarina

– Não mesmo! – minha irmã responde, tacando seu próprio hambúrguer em mim, e eu soltei um berro ao ver que meu Fedora foi atingido.

– Eu vou matar você! – eu me joguei em cima da mesa e tentava estrangular Cathy. Mas Eleazar tentava me segurar e Lorenzzo tentava proteger Cathy.”

Pausei o vídeo, porque eu já sabia o fim dele: Nico e Thalia apareciam, diziam que Cathy partiria em uma missão com eles, e então uma visão nos faria desmaiar.

– Cara, eu ainda vou te matar por ter me deixado agir como uma louca viciada em sexo! – digo para o ruivo que se fingia de santo.

– Amor, você é um pouco louca! – ele me deu um beijo – E é um pouquinho viciada em sexo, sim! – ele riu – E eu estava tão feliz em te ter de volta, que não me importava como você estava agindo... Mesmo que você estivesse sendo ciumenta, nifomaníaca e insegura! Você ainda era ma bebé!

– Como é que você consegue ser fofo e safado ao mesmo tempo? – lhe dou um beijo na bochecha

– Faz parte do meu charme! – ele rir, fazendo cócegas em mim.

Que sou uma pessoa muito delicada, e começo a rir como uma louca fazendo-o perder o equilíbrio e cair no chão.

– O que eu disse sobre você ser louca? – ele disse, rindo – Você é completamente louca.

– Lembra o que disse sobre eu ser um pouquinho viciada em sexo? – pergunto, mordendo o lábio.

– Ah, Marie, Marie! – ele riu – Eu sou mesmo seu escravo! – ele sorriu enquanto me beijava

– Já disse que sempre foi! – respondi, tirando sua camisa, e aproveitando a tarde da melhor forma possível.

P. O. V Catarina:

– To chocadaney! – digo, pela milionésima vez depois de ter visto o vídeo. – Ai que vexame.

– Parafraseando o Semideus Pimentão de Plantão? – Lorenzzo pergunta, enquanto cozinha.

Namorado italiano que cozinha: Afrodite, muito obrigada!!

– Cara, isso... isso! Imagina se meus fãs vêem isso?

– Você tem fãs, Cathy? – ele pergunta, apoiando a mão na cintura, segurando uma colher de pau

– Pior que tenho! Eu tenho um vlog, junto com o Lucas e a Ágatha! Somos o Trio D’oro! – respondi, já procuando um dos nossos vídeos

– De ouro só tem os seus olhos, amor! – ele sorriu – Vocês três juntos não prestam!

– Prestamos sim! – lhe dei língua e ele me mandou um beijo – Ai, nossa, estamos infanits como Valentina e Eleazar!

– Se aqueles dois são infantis, atores pornôs podem apresentar programas de desenho animado! – e minha cara vai ao chão com esse comentário.

– Mai gente... – legal, agora to parafraseando a autora – Que louco!

– É um fato! Eles são fofos, mas sabemos que são safados. Adimita isso! – ele balançou a colher de pau e eu ri – Do que você ta rindo?

– De você, balançando essa colher de pau, como uma mãe nervosa brigando com o filho! – me joguei no sofá, de tanto rir

– Eu sabia que passar muito tempo com minha mãe ia dar nisso! – ele balançou a cabeça e me fez rir mais – Pare de rir, menina, me respeite!

– Ai, desculpa mãe! – eu ri mais ainda e ele também riu

– Pare de rir, ou você não come! – opa, agora a porra ficou séria. – Ah, te chantagear com comida funciona!

– Tem outras coisas que também funcionam! – levantei, olhando sugestivamente para ele – Por exemplo, eu acho que esse almoço pode esperar...

– A safadeza é coisa de família? – ele perguntou, secando a mão e desligando o fogão.

– Não sei se meus outros irmãos são assim, mas deve ser! – dei de ombros, enquanto o via dar a volta no sofá – Você vai demorar muito para chegar até aqui?

– Só quero me certificar de que não seremos interrompidos... – ele diz, me puxando pela perna (mania chata), e encaixando-a em seu quadril. – Mas a porta já está trancada, então eu sou todo seu!

– Só porque a porta ta trancada? – perguntei, desabotoando a camisa pólo, e distribuindo beijos por seu pescoço.

– Não... – ele ergueu minha camisa – Sou todo seu porque nasci pra isso!

– E ta esperando o que pra provar? – pergunto, me perdendo na vastidão de seus olhos verdes

– Sabia que eu amo você? – ele pergunta

– Sim! Mas eu te amo mais! – que meloso, Catarina... Mas é a real

– E é por isso que eu não vou fazer nada, enquanto você não me contar o que está acontecendo! – ele sorriu, ainda segurando-me pela cintura – Começa a falar, desde o comecinho, como você se meteu nessa história... E talvez no fim da narrativa, eu realize um desejo!

– Cara de pau, idiota, argh, aff! – resmunguei e suspirei – Muito bem, era uma vez uma Barbie Divina... – e começo contar a história de como poderia ficar sem ele, caso tivesse que lutar contra um bebê alado super desenvolvido.

Ou pelo menos tentei! Acho que pior do que ter seus desejos negados, é ter seus desejos negados e uma visão ao mesmo tempo

“ – Alguém viu o Nico? – Thalia pergunta, usando um belo vestido

– Ele saiu para procurar você! – respondia eu – Disse que tinha uma surpresa...

– Quanto tempo faz isso?

– Meia-hora, mais ou menos... – Eleazar respondeu, checando a câmera. – Será que ele se perdeu...

– O BOSQUE! – Thalia e eu gritamos ao mesmo tempo, e começamos a correr, nos desfazendo dos sapatos

– Ai, meus deuses! – ela choramingava – Eu prometi tanto que não o deixaria sozinho...”

– Cathy? Cathy, amor, volta! – Lorenzzo me sacudia, e eu ainda estava sentada em seu colo

– Ain, não! – escondi o rosto em seu pescoço

– Shh, ta tudo bem! – ele acariciou minhas costas nuas

– Não ta nada bem! Nem vai ficar... – chorei – Eu já sei quando vai acontecer algo de ruim ao Nico!

P. O. V Autora:

Se de um lado Catarina chorava, perturbada por suas visões e o medo de não saber se conseguiria salvar seus amigos, do outro lado mais alguém era perturbado por visões. Que sequer eram suas...

Eleazar estava ali, dormindo calmamente ao lado de sua amada, quando sua mente foi toldada por visões de um passado muito distante

“ – Pare de rir! – uma menina, usando uma regata prateada e tremendo de frio, grita para um garoto de olhos e cabelos escuros – Pare de rir, ou eu juro pelos deuses que você nunca mais verá sua irmã! – mas o menino não parava de rir. Mas não podíamos culpá-lo: ele era apenas uma criança.”

“ – Sai do meu caminho, criança infeliz! Não vê que há heróis de verdade tentando salvar o dia? – a mesma garota diz, sem nada ter mudado.

– Claro que to vendo, Fede! Eu estou tentando fazer isso... – a mesma criança diz, e só é possível dizer que é o mesmo por conta de seus olhos e cabelos. Eles não mudaram nada...

– Como se atreve a falar comigo desse jeito? Respeite-me!

– Ah, desculpe, esqueci que você tem idade pra ser minha avó! – Nico sorri, ironicamente. – Deveria eu te destruir, assim como devemos destruir Cronos?

– Eu te destruirei, se continuar agindo com tanta pretensão! – e ela esbarra nele, que ri – Do que tanto ri?

– Eu parecia tanto com ele, ao ponto de você me odiar desde sempre? Sabe, eu não tenho culpa de ser a sósia de seu... – e ele é calado por uma faca de caça, que é enconstada em sua garganta

– Não fale sobre ele! Se falar sobre ele para qualquer um, eu acabar com você...

– Tudo bem! Eu guardo o seu segredo... – ele deu mais um sorriso, que fez o coração dela parar por uma batida”

“ – Então, não sou a única a ter segredos por aqui, né? – ela pergunta, de braços cruzados na sua frente

– Você é a garota, diga-me você! – ele responde, sentindo uma comprensa ser feita em si. – Se me odeia tanto, por que está me ajudando?

– Infelizmente, eu não respondo por mim mesma. Minha tenente parece ter algum carinho por você, então me pediu para cuidar pessoalmente de você! – ela resmunga – Mas, agora que sei seu segredo, estamos quites...

– Como sabe? – ele pergunta, confuso.

– Tenho meus métodos...

– Eu também tenho os meus de descobrir as verdades... E posso saber muito mais sobre você do que imagina. Posso saber seus mais profundos segredos, e usá-los contra você! Segredos são armas, que guardamos em nossos bolsos, até a hora certa de detoná-los!”

E ele é arrancado desses sonhos tão rápido quanto entrou, e sem ao menos saber como.

– Hum... que horas te...? Amor, o que houve? – ele pergunta, alarmado, ao ver a namorada correndo de um lado para o outro, se vestindo apressadamente

– Preciso que me leve pra escola, o mais rápido que puder! – ela parou na frente da cama, com um pé descalço e o cabelo bagunçado

– Aquilo... Aquilo foram suas visões? Suas visões sobre o passado? – ele estava confuso

– Você também viu aquilo? – ela caiu sentada no chão – Oh, meus deuses, então é verdade! – e lágrimas brotaram dos olhos da Profetiza – Isso partirá os corações delas!!