A escuridão se transformou em luz, mesmo com os olhos fechados a luz passava. Abri os olhos por pura curiosidade, mas nada vi apenas luz, eu notava que a luz envolvia meu corpo formando uma túnica de luz para mim, segundos depois a luz da minha túnica se transforma em tecido, para ser mas exato era ceda, a mas pura ceda que eu já vi. Em minha frente uma explosão aconteceu, uma explosão de luz, fechei meus olhos para me proteger da luz, quando abri eu notei que estava no lugar mas lindo do mundo, montanhas cobertas de gelo, uma floresta linda circulava um palácio imponente, o palácio mas lindo que já vi em toda minha vida, um rio de águas cristalinas passava ao lado do palácio, era com certeza a paisagem mas linda que eu já.

Sabia que deveria ir ate aquele palácio, passei pela a bela ponte de pedra que passava pelo o rio de águas cristalinas. Em seguida cheguei em frente a uma enorme porta de carvalho, devia ter uns trinta metros de altura e outros doze largura, havia desenhos incríveis na porta, mas o desenho que me chamou mas atenção foi a de um leão, o mesmo leão que tem na bandeira de Saladin. Arrepiei-me quando veio um pensamento em minha mente, talvez aqui é o palácio de Aslan, talvez eu realmente fui perdoado. Balancei a cabeça tentando limpar meus pensamentos, não era o momento de pensar em nada. Continue entrando palácio a dentro, passei por um corredor que tinha desenhos incríveis de cada lado das paredes, mas o que me chamou mas atenção foi o chão, ele era feito de ouro, ouro puro, andei mas alguns passos e sai em um imenso salão oval, o chão também era de ouro cravado de diamantes, no centro do salão tinha um imenso trono feito de ouro também e em frente ao imenso trono havia um pequeno trono feito de madeira também. Senti um impulso enorme dentro de mim, tinha que sentar naquele trono, eu sabia disso, então andei ate o trono pequeno e me sentei. Nesse momento aconteceu outra explosão de luz, foi nesse momento que eu a vi, uma mulher alta, linda, de pele morena, com feições hispânicas bem marcadas, vestindo um manto largo de cores escuras. Estava sentada ereta e regia como um juiz da suprema corte no imenso trono de ouro que antes não tinha ninguém. Sua beleza era estonteante.

“Quem eis?” Perguntei.

“Você sabe por que estais aqui Brom filho de Eragon e Arya?” Como uma brisa varrendo a poeira, a voz dela afastou a minha pergunta para fora do salão. Eu quase podia sentir as palavras chovendo sobre minha cabeça e se dissolvendo na minha coluna vertebral, lançando arrepios deliciosos para todos os lados. Estremeci e decidi que não queria falar. Só desejava que ela falasse, comigo ou com qualquer um, desde que eu a ouvisse. Mas a mulher esperou.

“Não eu não sei” Respondi com sinceridade, pois sabia que não poderia mentir para ela.

“Você será julgado, todos os seus crimes, todas suas falhas, tudo será mostrado e você ira me dizer se deves aqui permanecer ou se deve ir a onde seu inimigo Fallom estar nesse momento” Dizia ela com aquela voz incrível, eu senti novamente arrepios, mas dessa vez foi arrepios de medo.

Nesse momento tudo ficou escuro, quando a luz voltou eu estava ao meu lado em uma batalha, eu me vi matando todos aqueles seres, eu vi o brilho em meus olhos e vi que não lamentava, nunca senti tanta vergonha em minha vida. Novamente tudo ficou escuro, agora eu estava em outra batalha minha, estava matando novamente, já tinha perdido as contas de quantos tinha matado, senti algo úmido e quente em minhas mãos, só ai notei que minhas mãos estavam ensopadas de sangue, tentei gritar mas nada saiu da minha boca. A escuridão tinha tomado conta de mim novamente, agora estava em Farthen Dûr, no momento que tinha matado Orik, vi novamente a luz deixar os olhos dele, e me perdi em dor e agonia. Estava novamente naquele salão oval, mas não sentado no trono de carvalho, eu estava ajoelhado no gelado chão de ouro e chorava como uma criança.

“Sou um monstro, fui coisas terríveis, não sou digno de estar aqui” Dizia para a mulher em meio ao choro.

“Por que pensa isso?” Dizia uma outra voz, não era mas uma voz de mulher, era de um homem, um homem velho com uma voz poderosa e cheia de sabedoria, ousei levantar meu rosto para ver quem era, no momento que eu o vi meu coração disparou, em minha frente estava um leão, quando digo um leão não podemos comparar com o leão animal, era um leão imenso, era maior que um cavalo, sabia exatamente quem era, aquele que estava na minha frente era Aslan, o deus do povo de Saladin. Tentei olhar Aslan de frente, só consegui ver de relance a juba de ouro e uns grandes olhos, régios, soleníssimos, esmagadores.

Abaixei meu olhar na hora, não me senti digno o bastante de olhar para ele.

“Não sou digno nem se olhar pra vós grande Aslam” Dizia para ele “Não sou digno de estar em sua presença! Sou um monstro” Chorava sem parar.

“Olhe meu filho, o que ver?” Ele dizia.

Imediatamente tudo se iluminava, e eu estava em um grande quarto, sentados na cama estava meu pai e minha mãe, eles choravam sem parar, minha mãe abraçava meu pai como se tentasse tomar a dor dele, meu pai chorava como eu nunca tinha visto antes, meu coração se apertou ao vê-los assim. Novamente veio a luz, e agora eu estava em uma pequena sala, lá estavam meus amigos, Vanir, Dusan e Elva. Dusan chorava sentado no chão, ele parecei desolado, Vanir que chorava também estava ao lado dela dando tapinhas nas costas do Dusan, Elva estava no outro lado da sala, ela chorava em silencio com a cabeça encostada na parede, parecia estar sofrendo muito também. Novamente tudo se iluminou e eu estava na sala do trono de novo.

“Por que acha que eles estão chorando? Por você ser um monstro?” Dizia uma voz feminina, ergui meus olhos e vi a bela mulher novamente, só ai notei que ela e Aslan eram a mesma pessoa.

“Por que eles me amam! Eles estão sofrendo pela a minha morte, poderoso Aslan” Respondia com sinceridade.

“Eles não se consideram um monstro! Eles consideram você uma pessoa honrada, um herói” Dizia a mulher “Você realmente agiu como um monstro em vários momentos de suas vidas, mas não morreu como um, você se arrependeu dos seus erros e mudou o futuro, morreu com honra, como um verdadeiro rei, se não acredita em mim te mostrarei o futuro”

No momento que ela terminou de fechar a boca a luz veio de novo, eu estava em Eragon, a capital de Alagaësia, a cidade estava em festa, as ruas estavam lotadas, o que me surpreendeu foi ver que não tinha só humanos festejando, tinha anões, elfos e ate drows, todos como se fossem um único povo, dei um passo e estava em uma imensa varando no palácio principal, nessa varando se encontrava sete tronos, sendo que um era maior que os outros seis e ficava no centro dos sete, reconheci minha avó, Matrona Malice e Nasuada. E lógico meu pai que estava sentado no maior dos tronos e minha mãe que estava no trono ao lado dele, também havia um anão que eu não sabia quem era, e para minha surpresa um Urgal ocupava um dos tronos.

“Olhe Brom, essa é sua conquista, seu pai aceitou o fardo que você deixou para ele, ele se tornou imperador de Alagaësia, senhor de todas as raças, sua mãe é a Imperatriz, a paz reina no mundo, todas as raças de Alagaësia podem se sentar juntos, todos reunidos em nome de seu pai, e claro em meu nome, pois seu pai converteu Alagaësia em meu nome, um único deus, esse sou eu, criador de todos” Dizia Aslan em sua forma de mulher, ela estava ao meu lado.

“Então eu consegui? Meu plano deu certo?” Perguntava sorrindo, estava me sentindo livre.

“Consegui Brom, você se tornou um recipiente e recebeu todo o ódio de Alagaësia, quando morreu levou esse ódio com você! Agora todos estão junto pela a paz, parabéns” Dizia ela.

Novamente a luz veio e eu estava na sala do trono, agora sentado no trono de carvalho, a mulher não era mas mulher e sim o Leão, o poderoso Aslan, ele me olhava com olhos bondosos, e eu consegui o olhar nos olhos.

“Seu julgamento foi feito meu filho, e eu o considero mas que suficiente para viver em meu palácio em honras e glorias pela a eternidade” Ele dizia com aquela voz firme e poderosa.

Meu coração se preencheu de alegria, eu podia pular e saltar ou ate mesmo dançar, Rei Lucca me contava historias sobre o palácio de Aslan, a honra eterna em viver ao lado dele. E agora estava eu, aqui na presença de Aslan. Mas algo ainda estava faltando, eu queria saber a onde ela estava, o amor da minha existência.

“Lord Aslan! A onde estar Alanna?” Perguntei.

“Esperando-te nos jardins” Ela dizia dando um sorriso de leão, fazendo ,meu coração disparar, eu iria a encontrar novamente, ver a face dela, ouvir a voz dela, me senti completo novamente.

“Posso despedir dos meus pais?” Ousei perguntar.

“Seja rápido” Ele dizia me surpreendo, eu perguntei mas não acreditava que poderia.

A luz iluminou tudo novamente, agora eu voava pelo um céu noturno, mas estava montado em Aslan, segurando em sua juba, estávamos sobrevoando a cidade, em seguida sobrevoávamos o palácio, ia ate o pátio a onde podia sentir a presença do meu pai e da minha mãe, apareci bem na frente deles, não sabia que aparência devia ter, talvez minha aparência normal, era certeza que usava a túnica branca pois ainda podia vê-la em meu corpo. Só sei que os rostos dos meus pais diziam tudo, minha mão me olhava e sorria, meu pai quase voltava a chorar.

Eles tão belos e jovens, nem pareciam ser pais de um homem adulto como eu.

“Papai, mamãe vim dizer adeus” Dizia sorrindo “Grande Aslan deixou”

“Obrigado meu senhor” Dizia minha mãe para Aslan “Obrigado por deixar eu ver meu filho novamente”

“Sempre que fechar os olhos me vera mamãe! Eu estarei em seu coração, sempre! E um dia nos reencontraremos no palácio de Aslan” Dizia para, sorria, era incrível como minha mãe era forte! Parecia invencível.

“Eu te amo meu filho! E me orgulho de você” Ela dizia com firmeza, mas uma lagrima solitária escorria pela a bela face dela.

“Também te amo mamãe! Você é a melhor mãe do mundo” Dizia sorrindo.

“Me desculpa?” Meu pai perguntava olhando para mim.

“Não fez nada de errado em toda minha vida que merecesse um pedido de desculpa” Dizia para ele “Eu que devo pedir desculpa, e alertar que te deixei um grande fardo, mas que eu já sei que você ira dar conta do fardo se tornando ainda mas grandioso”

“Você sabe que você é meu orgulho né?” Ele dizia chorando.

“E você é o meu! Eu te amo pai! Nos veremos de novo certeza” Dizia para ele.

“Esperarei ansioso por esse dia” Ele me falou, abrindo aquele largo sorriso, aquele que ele reserva para seus filhos.

“Adeus meus amados, amo vocês, meus irmãos e amo muito meus companheiros! Cuida deles ta! Dusan perdeu a irmã também e Vanir só parece ser forte! Já a Elva é a mas sentimental de todas, não deixe ela se isolar! No mais você já sabe o que fazer pai! “Dizia para eles, pude olhar novamente o rosto deles, pela a ultima vez, não, não pela a ultima vez, pois iremos viver juntos novamente algum dia.

Não estava mas na sala do trono, estava em um jardim aos pés do palácio, o rio cortava o jardim, mas nesse lado ele estava calmo e raso, na margem do rio eu a vi, ela usava um vestido rosa claro, seus cabelos loiros estavam soltos e decorados com flores. Os olhos azuis dela se encontram com meus olhos, o sorriso que ela deu iluminou meu dia, em seguida ela veio correndo em minha direção, foi uma verdadeira explosão de sentimentos quando nossos corpos se encontraram em um abraço apertado, o perfume de rosas que vinha dela preencheu meus pulmões, senti a suavidade dos lábios dela no momento que nossos lábios se tocaram, a gente se beijou com amor e paixão, e eu senti novamente o sabor dos lábios daquela que eu amava com tudo.

“Eternamente juntos?” Ela perguntou encostando a cabeça em meu peitoral.

“Eternamente minha vida! Eternamente” Dizia com toda a certeza do mundo! E sorria sentindo toda a aquela felicidade me invadir.