Houve Uma Vez Uma Primavera escrita por Aline Carneiro


Capítulo 4
Capítulo 3 - Nada em comum?




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O que James não sabia, e se continuasse por aquele caminho não saberia nunca, é que estava muito mais próximo de ser admirado do que odiado por Lilly Evans, coisa que, por outro lado, ela certamente jamais confessaria, nem mesmo sob a mais sofisticada e cruel tortura. Havia dois motivos para as recusas sistemáticas de Lilly às investidas de James, ocultos sob milhões de camadas de desculpas esfarrapadas e irreais que ela dava para si mesma e para as amigas quando perguntavam por que ela dizia sempre não ao capitão do time de quadribol: primeiro; ela acreditava firmemente que James tinha titica de galinha na cabeça e, segundo, ela morria de medo de aceitar um convite e aquele ser o último.
Lilly podia ter acabado de fazer 17 anos, mas sua percepção para algumas coisas ia além das aparências; ela já percebera que, mesmo sendo o pior dos exibicionistas, James Potter evitava sistematicamente humilhar pessoas realmente boas, mostrando um certo senso de justiça tosco, mesmo que realmente não economizasse munição para atingir pessoas elitistas, preconceituosas ou a turma que ele reconhecia ser chegada nas artes das trevas. Freqüentemente ele bancava o herói para proteger calouros, principalmente contra garotos que realmente eram mais cruéis e metidos a valente que ele. O próprio Severus Snape, que um dia fora seu único amigo na escola e ela mesma defendera mais de uma vez, parecia ser capaz de coisas muito piores que os ridículos feitiços de levitação e poções de voz fina que James costumava usar contra ele.
Certa vez um garoto mais novo da Lufa Lufa que acidentalmente derrubara tinta num pergaminho que Severus e Mucilber, um outro colega da Sonserina, escreviam na Biblioteca aparecera dias depois no grande salão em estado de puro pânico, gritando que as gárgulas negras queriam pegá-lo. Madame Pomfrey descobriu que ele fora intoxicado com a poção do terror extremo, e embora ninguém apontasse culpados, alguns alunos disseram ter visto Severus, Mucilber e Rabastan Lestrange na estufa, rondando as violetas do pântano, ingrediente essencial para  tal poção. Também não escapara de sua percepção que, ao contrário de James, Severus, em vez de exibir, procurava esconder muito bem todo tipo de conhecimento e habilidade que tivesse para algum momento posterior onde pudesse realmente fazer mal ao inimigo.
Para ela, Severus Snape fora a pior das decepções. Conheciam-se desde muito cedo, e ele que mostrara a ela que suas estranhas habilidades eram um dom, fora a primeira pessoa que dissera a ela o que ela realmente era. Até o chapéu seletor gritar a palavra “Sonserina” quando foi posto na cabeça de Severus, eles haviam sido melhores amigos. Mas a separação de casas aos poucos foi se tornando um abismo entre eles, ao ponto de, no ano anterior, um rompimento praticamente definitivo os afastar de vez. Em pensar que apenas cinco anos antes eles tinham ficado surpresos ao conversar após a cerimônia de seleção e descobrir que o Chapéu Seletor quase mandara a ambos para uma terceira casa, a Corvinal. Por algum motivo, o Chapéu os acabou jogando em caminhos opostos e, agora, incompatíveis.
Lilly era bonita e admirada, só que por algum motivo, poucos rapazes pareciam de fato interessados nela. Talvez sua origem, seu ótimo desempenho acadêmico e seus modos reservados intimidassem a maioria dos garotos; mas, por outro lado, nada parecia intimidar James Potter. Ela o observava com um interesse muito bem disfarçado, mas mentia para si mesma dizendo que o detestava: no fundo gostava de saber que ele nunca desistia de chama-la para sair. Mas tinha medo que, uma vez conquistado esse objetivo, ela se tornasse mais uma das garotas na fila de ex-ficantes, casos e conquistas do apanhador da Grifinória e ele contasse vantagem a custa dela, como sabia que ele fizera antes, com muitas outras.
Por falar em medo, esse era um sentimento sempre presente na vida Lilly. Não aquele medo irracional e covarde, que provoca fugas vergonhosas, mas o medo instintivo que qualquer ser humano normal teria diante de uma situação de perigo iminente. Já havia tempo que ela percebera que convivia dois tipos distintos de bruxos: os que não se importavam com origens e árvores genealógicas e os que julgavam inferiores os trouxas, os mestiços e os nascidos trouxas. E seu medo era justamente por que ela percebia o endurecimento progressivo do discurso dos últimos, entre os quais, infelizmente, parecia ter encontrado abrigo seu ex-melhor amigo, Severus.  
Muita gente não parecia notar, ou fingia que não percebia, mas estava bem claro para ela que havia uma marcha silenciosa porém muito bem organizada de bruxos que queriam “tomar providências” contra os nascidos trouxas e os “amantes de trouxas”. Sentira-se alerta ainda no primeiro dia do quarto ano letivo, quando uma menina mais velha impedira a irmã, da turma de Lilly, de dividir a cabine com ela no Expresso de Hogwarts. Depois, outras pequenas manifestações foram acontecendo, e ela só não terminara totalmente isolada e insegura por que era bem humorada e boa aluna. Mas a verdade é que, ao contrário de James, ela não tinha um confraria de amigas sólida e firme, mas um grupo de colegas que a tratavam com simpatia, mas não dividiam com ela nenhum segredo, nenhuma confidência.
Havia ainda um segundo dilema na sua vida: embora fosse muito bem aceita pelos pais, havia a irmã sempre pronta a lembrar-lhe que ela não era, na rigorosa acepção da palavra, uma garota “normal”. Ser Lilly Evans era estar oscilando perigosamente entre dois mundos, sem saber ao certo a qual deles pertencia e se sentir um tantinho desajustada em ambos; embora ela estivesse seriamente inclinada a crer que não seria feliz longe do mundo dos bruxos, mesmo tendo considerado mais de uma vez a hipótese de se formar, procurar alguma outra profissão não-bruxa, e viver placidamente entre os trouxas, fingindo ser como eles, usando seus poderes apenas para ajuda-la nas pequenas dificuldades cotidianas.
“Mas que vidinha mais chata eu teria, nesse caso...” – ela pensava, e tornava ao dilema de dizer sim ou não a James Potter. “Se pelo menos ele facilitasse as coisas, descendo do pedestal estúpido  em que se coloca” – completava para si mesma – “ele age como se acreditasse ser bonito como Sirius, inteligente e esforçado como o Remus, simpático como o Peter e talentoso como de fato é, e isso não é nada bom. Se além de tudo, conseguir alguma coisa comigo, vai ser a cabeça mais inchada dessa escola!” – ela pensou, ainda irritada, revirando na cama, logo depois de ter fugido da festa que acabara para ela com a transformação de seu par em sapo.
Reprimiu uma gargalhada e sentou-se na cama, pensando na cara do rapaz voltando à forma humana, catando a roupa no chão, confuso. Um minuto antes, quando eles conversavam, ela teria adorado ter coragem para fazer aquilo... Lockhart era o rapaz mais chato e egocêntrico que já conhecera. Chegava a ser irônico ter aceito a companhia justamente dele na festa. Havia alguma razão na idéia de James, que aquilo era para afrontá-lo: nada o afrontava mais que um ego ainda maior que o dele.
Não se podia, entretanto, negar a bravura de James Potter. Detonar um veterano  no meio de uma festa, diante de um professor importante, diretor de uma casa e mais umas cem testemunhas era, no mínimo, uma das coisas mais corajosas, ainda que tremendamente estúpidas, que alguém poderia fazer. Talvez algum dia ele temperasse essa coragem e seu talento com alguma sensatez e aí...
–    Nunca – disse ela pra si mesma – eu nunca vou sair com James Potter.
–    Deu para falar sozinha? – disse alguém, assustando-a.
Marlene McKinnon, a menina que acabara de responder ao comentário dela, não primava muito pelo brilhantismo, mas era uma das melhores pessoas que Lilly conhecia. Não eram tão amigas, embora suas camas ficassem uma diante da outra, porque Marlene fazia parte da corte de amigas da menina mais bonita e popular da Grifinória, Lucilla Brown. Lucilla fora a única garota que James Potter chegara a  sair mais de duas vezes, antes de dispensá-la, pouco antes dos exames dos NOMs. Marlene gostava de Lilly, mas não se aproximava muito porque Lucilla simplesmente detestava o fato de seu ex-namorado viver implorando para sair com Lilly aos brados.
–    Ahn... olá, Marlene. Eu acho que peguei no sono e falo dormindo...
Um sorriso esperto apareceu no rosto da outra. Ela deu de ombros e disse:
­ – Saiu muito cedo da festa, incrível que já esteja de pijama, Lilly! O professor Slughorn estava te procurando há pouco.
Lilly sorriu. Slughorn era seu maior incentivador, seu professor favorito. Nunca pronunciara uma só palavra sobre sua origem, mesmo sendo o chefe da Sonserina. Pelo contrário, cada vez que ela ganhava pontos para a Grifinória ele suspirava e dizia “ah, se o chapéu seletor tivesse colocada você em minha casa....
– Ele deve ter achado que eu fiquei aborrecida com aquele panaca... mas eu não liguei, estou acostumada com as patetices do Pot...
– Não, não tem a ver com isso não, quero dizer, creio que não. Ele disse que precisava ter uma conversa contigo amanhã à tarde e pediu para que você passadinha no gabinete dele lá pelas cinco horas, mesmo sendo domingo.
Lilly sentiu-se um pouco intrigada, mas disse simplesmente.
– Se é isso que ele quer... deve ser alguma tarefa da monitoria. A festa estava divertida?
–    Muito. No final Sirius Black ameaçou subir numa mesa para dançar e acabou expulso também. Foi o melhor lance da festa, esse você perdeu.
–    Nossa, definitivamente  esses garotos se acham demais...
–    No caso de Sirius – suspirou Marlene – ele pode se achar o quanto quiser...
Com esse comentário Lilly deu de ombros, virou-se para o lado e fechou os olhos, tentando dormir para não pensar mais nem em James Potter nem em nada que a estressasse mais.

No dia seguinte, depois de passar a tarde estudando, Lilly bateu timidamente na porta da sala do professor. Slughorn atendeu muito efusivo e simpático, como sempre.
–    Minha querida! Que ótimo te ver, pedi que você viesse hoje por que preciso fazer uma pequena viagem para Londres. Sente-se aí, fique à vontade! – apontou-lhe uma poltrona bem no canto da sala, que voltara ao normal e não parecia ser a mesma da festa na véspera.
–    Marlene me disse ontem à noite que o senhor queria falar comigo.
–    Sim, sim, com certeza! Vou direto ao assunto, Lilly: James Potter te importuna muito?
–    Ti... – gaguejou– Potter é insuportável e irritante mas... não, não, eu apenas procuro não ligar para ele... e...
–    Bem, querida, ontem ele passou bastante dos limites. Eu gostaria de saber se você quer que eu peça uma advertência mais severa para Dumbledore. Já aconteceu aqui antes, digo, não dessa forma, mas já pusemos feitiços repelentes entre alunos que não se davam bem para que um nunca conseguisse enxergar o outro, se você quiser pode se providenciar... claro que seria só até vocês se formarem e...
O coração dela pareceu afundar no peito. Não ver James nunca mais enquanto estivesse em Hogwarts, não vê-lo pregando peças, pedindo a ela para saírem, não ouvir sua voz irritante e nem vê-lo ouriçar os cabelos, ou tentar se exibir para ela. Era simplesmente insuportável apenas pensar nisso.
–    Não, professor! – disse, parecendo muito mais indignada do que gostaria de parecer. O professor encarou-a com estranhamento.
–    Lilly Evans, não me decepcione! Não quero crer que anda provocando esse rapaz para que ele fique no seu pé e ande o tempo todo azarando qualquer um que se aproxima de você!
–    Não, não se trata disso, professor! Mas, pense bem, que espécie de lição é essa? Potter não se conformaria com isso e provavelmente daria um jeito de anular o feitiço e...
–    Está dizendo que um simples estudante como James Potter vai conseguir anular um feitiço colocado nele e em você por Dumbledore em pessoa? Acho pouco provável, muito pouco provável, querida.
–    O senhor não entende... James definitivamente é o sujeito mais teimoso do mundo, e não sossega até conseguir que as coisas, de um jeito ou de outro, acabem saindo da forma que ele quer. Eu tenho certeza que ele daria um jeito nisso.
–    Se é assim, só posso crer que ele cedo ou tarde vai conseguir namora-la. Não há uma única alma nesse castelo que não saiba do interesse dele por você... e do constrangimento que esse interesse provoca – o professor sublinhou as últimas palavras com um sorriso carregado de malícia. Sabe, Lilly... por um tempo eu achei que você e um outro aluno acabariam juntos... mas de uns tempos para cá você e Severus estão bem distantes, não?
–    Severus era – ou melhor, ainda é – um amigo. Se não andamos mais juntos é porque ele... bem, ele me parece mais feliz andando com seus colegas de casa.
–    Ai ai...  – suspirou o professor – meu saudoso mestre, o professor Libatio Borage, dizia que nunca encontraríamos um homem e uma mulher bons no preparo de poções que se casassem. Você e Severus são os melhores da turma... mas parece que seu destino não é esse... quem sabe você prefira rapazes bons em transfiguração... tem certeza que não quer que eu providencie o feitiço? Você teria paz até o fim dos seus estudos.
–    Professor – Lilly desconversou, embaraçada – definitivamente não acho que precisemos chegar a esse ponto!
–    Bem, de qualquer forma a decisão é toda sua. Última chance, os formulários de solicitação estão bem aqui, na minha gaveta.
Lilly calou-se por um instante, a mente trabalhando furiosamente. Se chegasse nos ouvidos de James que recusara-se a aceitar a tal proteção ele provavelmente se sentiria cheio de si. Por outro lado, ela sabia perfeitamente que embora brigasse e gritasse, no fundo adorava a atenção que ele dava a ela. Era um dilema grande demais para ser resolvido apenas num estalar de dedos. Fixou os olhos num quadro na parede, que retratava um bruxo muito esquisito, careca e com uma densa barba preta, que parecia muito interessado na conversa deles.
– O que o senhor acha? ­ – Perguntou para o professor.
–    Bem, – começou a responder o homenzinho no quadro, aparentemente encorajado pelo fato dela ter olhado para ele antes – que um caso como esses...
–    Ela está falando comigo, trisavô!
–    Ah, perdoe – respondeu o homem no quadro, sumindo constrangido pela moldura.
–    Perdoe-me,  Lilly, eu sempre esqueço que ele gosta de participar de conversas. Eu acho que você deve pensar um tempo, mas considerar firmemente a proposta. É um ano decisivo, provavelmente você vai conseguir um bom emprego no Ministério quando se formar e James... bem, todo mundo sabe que James é filho de pais velhos, muito mimado por isso e provavelmente vai viver apenas para gastar imensa fortuna de sua família quando acabar Hogwarts, o que é um desperdício de talento, como sabemos. Talvez se não a vir por aqui até a formatura acabe esquecendo essa obsessão tola por você e descubra alguma outra vocação.
Lilly sorriu amarelo. Como assim, “obssessão tola”? Então ela  não era interessante o suficiente para despertar nada verdadeiro num precioso herdeiro da elite bruxa? Teve até vontade de responder, mas se calou, como fazia freqüentemente, e apenas assentiu.
–    Está certo professor. Vou pensar no assunto. Mais alguma coisa?
–    Não, minha querida. Pode ir.
Lilly saiu da sala com uma tristeza súbita e inexplicável dentro de si, enquanto seguia pelo longo corredor que levava à escadaria. Não queria absolutamente admitir para si mesma que sentiria mais falta de James Potter do que de qualquer estudante naquela escola. Mas não conseguia simplesmente imaginar um mundo onde ela e ele estivessem próximos e não pudessem se ver. James a irritava muito, mas ela sabia, no fundo sabia, que adorava essa irritação, essa provocação constante. Chocada percebeu que a verdade era que correspondia aos sentimentos de James por ela com igual intensidade a que ele demonstrava, só não quisera jamais admitir. E para seu azar ou sorte, como não existem coincidências vãs, assim que percebeu isso, deu de cara exatamente com James, que descia a escadaria, provavelmente a caminho da sala de Slughorn.
Como se estivesse escrito no seu rosto, no seu corpo e por toda parte o que acabara de descobrir, ela parou como se tivesse sido flagrada fazendo algo muito errado. James a encarou muito preocupado.
–    Evans... você está bem?
–    E... eu... – ela tremia, sentia o coração disparado e não conseguia pensar. Apoiou-se na parede, quase sem respiração. James a amparou, segurando seus braços.
–    O que você tem?
Ela continuava tremendo, oscilando entre uma vontade louca de abraça-lo e seu lado racional berrando que não fizesse uma besteira dessas. Nunca o vira de tão perto: as sobrancelhas escuras muito franzidas, o rosto repentinamente empalidecido e preocupado, os pulsos esguios mais firmes segurando-a pelos braços num contato que parecia elétrico. Tudo nele era legítimo, era real, e ela soube que realmente não podia viver sem isso. Mas, como sempre acontece com momentos muito mágicos, ele durou só até o rapaz abrir a boca, tentando ser engraçado:
–    Tudo isso é só por que me viu?
A presunção dele agiu como o estopim na pólvora, e a explosão foi proporcional a intensidade do que Lilly acabara de descobrir.
–    Quem você pensa que é, Potter? Eu como algo que não me cai bem no almoço, me sinto estranha e você acha por isso que estou passando mal POR SUA CAUSA? Óbvio, que estou, lógico, definitivamente! – emendou, irônica –  Como eu sempre te digo: você me dá NÁUSEAS!
–    Qual é seu problema, garota? Eu estou só brincando!
–    Esse é o SEU problema, você está o tempo TODO brincando! – ela desvencilhou-se dele, muito irritada.
–    Para quem parecia infartando há um minuto você ficou boa muito depressa!
–    Você me irrita tanto que...
–    ...sou a cura para todos os seus males – disse com um sorriso, de fato, encantador.
–    VÁ PARA O INFERNO! – ela respondeu e subiu muito irritada consigo mesma e com James, o podre, Potter.


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