Houve Uma Vez Uma Primavera escrita por Aline Carneiro


Capítulo 12
Capítulo 11 - Primavera em Hogwarts




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Os dias seguintes para James foram tão bons que parecia até que não havia ameaça nenhuma em lugar algum no mundo. Andava tão absurdamente alegre desde que todo mundo descobrira que ele e Lilly namoravam, que deu uma bobeira abrindo o mapa do maroto de forma tão acintosa num corredor quando ele e Sirius preparavam-se para mapear a sala precisa que foi flagrado pelo zelador Filch, aparecido do nada, vindo de uma sala lateral. Imediatamente, o mapa foi arrancado da sua mão, diante do olhar aborrecido e irritado de Sirius.
– O que é isso, malfeitor?
– Nada... – James tinha a esperança que o olhar de aborto de Filch não visse o que havia no mapa, mas ele viu.
– Ora ora ora... um mapa com o paradeiro de todos os estudantes... eu nunca pensei que umas pestes como vocês fossem um dia fazer algo útil! Imagina quantos eu vou poder flagrar fazendo besteira usando esse mapinha! Agora ele é meu!
James e Sirius se entreolharam. Filch disse:
– Que beleza, que beleza... vejam isso: o pirraça está no terceiro andar, provavelmente atirando bombas de bosta no corredor... aquele cretino me paga, agora ele não me escapa mais – Filch saiu disparado pelo corredor, sem ver que Sirius apontava a varinha para o mapa conforme ele se afastava dizendo, baixinho:
– Malfeito, feito!
Os dois se olharam alguns segundos com a expressão desolada de quem perdeu um tesouro.
– Fizemos besteira. – disse James.
– VOCÊ fez besteira. Eu disse para virmos com a capa de invisibilidade. Agora não vamos ter saco de fazer outro mapa. Esse deu um trabalho dos diabos!
– Ah, mas sabe o que é engraçado? Você viu como o Flich ficou babando de felicidade quando vu o mapa?
– Eu adoraria estar presente quando ele perceber que virou um pergaminho em branco... a gente pode armar uma detenção com ele e tentar resgatar o mapa daquela famigerada gaveta de coisas confiscadas...
– Não... – disse James – acho que estamos meio velhos pra esse tipo de molecagem, Sirius.
– Verdade. Vamos deixar para lá, talvez nosso velho mapa acabe nas mãos de outros estudantes igualmente sagazes que aprendam a driblar nossa proteção contra babacas... e se fizerem isso, vão provar que merecem o mapa.

***

Enquanto isso, Severus Snape havia arregimentado seu pequeno grupo para um estudo prático de legimência e oclumência. Ele normalmente preferia estudar sozinho, mas seria impossível treinar sem um interlocutor, e como os Lestrange, Avery, Mucilber e Rosier vinham se aproximado mais dele depois da reunião em que todos tinham sido consagrados como Comensais da Morte, ele propusera que, como legítimos companheiros, estudassem os mistérios da mente, o que os outros haviam aceitado com entusiasmo.
Não era contra as regras da escola estudar estes tópicos, que não eram consideradas práticas de artes das trevas, mas era o tipo de grupo de estudos que exigiria algum tipo de registro, o que eles ignoraram, talvez por já ter um senso de grupo clandestino. Era a primeira vez que Severus fazia algo fora do regulamento de forma planejada e consciente, e pela primeira vez percebia o quanto aquilo era libertador.
Nas horas vagas ensinara também os companheiros a usar os pequenos feitiços que inventara, como o levicorpus, o muffiatto e o sectumsempra. Mas era no estudo da legimência que ele realmente se aplicava, e logo estava apto a ler as mentes dos companheiros de tal forma que eles pediram que se apressassem no estudo da oclumência, de tanto que sentiam-se embaraçados com ele fuçando suas mentes, procurando pequenos segredos ocultos e divertindo-se com isso. Também se tornou logo o melhor deles em oclumência, e não raro fantasiava sobre o dia em que estivesse tão bom nquilo que nem o Lord das Trevas conseguiria perscrutar sua mente. Seus pensamentos pertenceriam só a ele.
Estranhamente, Regulus Black não se interessara pelo grupo, mesmo tendo sido convidado. A personalidade do rapaz havia sido profundamente afetada quando ele se tornara um Comensal da Morte consagrado. Regulus parecia agora um pouco paranóico, arredio, andando pelos cantos segurando o braço esquerdo, como que esperando alguma surpresa ruim. O aspirante entusiasmado e fanático parecia ter finalmente se dado conta que não era fácil seguir o caminho das trevas. Numa noite quase no fim do período letivo, Severus o viu sozinho, absorto com o olhar fixo na chama de uma vela, parecendo refletir profundamente diante dos livros abertos e pensou em conversar, mas achou melhor usar aquela oportunidade para treinar sua legimência.
Sentou-se disfarçadamente diante do rapaz e tentou entrar em seu pensamento. Ele parecia recapitular um relato lido em carta, provavelmente escrita por Bellatrix de um assassinato de trouxas, Severus via claramente que ele imaginava gritos e confusão quando de repente sentiu-se expulso da mente do rapaz. Regulus o encarava com olhar duro e frio quando disse:
– Nunca mais tente isso. Bella me advertiu contra você.
– Ela ensinou oclumência para o priminho? – Severus tentou brincar, mas Regulus levantou-se e subiu para o dormitório, segurando o braço com a marca das trevas como se essa queimasse.
Orgulhoso demais por ter lido o pensamento do garoto, ele nem percebeu o horror que vira dentro daquela mente. E por muito tempo, ele não seria capaz de perceber tal horror.

***

James levou Lilly para a sala precisa no dia em que completaram um mês de namoro. A sala estava decorada com tudo que a garota gostava, nos mínimos detalhes. Havia uma mesa com flores e uma vitrola com discos de musica pop trouxa que o intrigou muito e até um poster dos Beatles na parede!
– Caramba, eu adoro eles, como você descobriu?
– Errr... não faço a mínima idéia. – ele explicou a dinâmica da sala para ela, que aproveitou para colocar um disco tocando Let it be. Ele parou para ouvir e disse:
– Ei, que música legal.
– Música de trouxas.
– E ainda tem gente que diz que os trouxas não sabem de nada...
Ela se aproximou e os dois se beijaram. Ele entregou uma caixa de bombons a ela, que riu. De repente ela se lembrou de algo e perguntou:
– Vendo esses chocolates eu me lembrei de uma coisa. Onde foi parar o último bombom com amortentia?
– Por favor, não estrague o momento, Lilly! Espero que esse bombom não apareça nunca!
– Ok... let it be!
– Isso – ele disse e tornou a beijá-la.

***

– Deu um bocado de trabalho – disse Peter.
– Ah, confessa que você tem uma quedinha pela Berta, vai – debochou Sirius – foi fácil pedir para ela que dissesse onde a Skeeter guardou o último bombom.
– Eu gostaria que vocês não achassem que só porque eu sou gordo também gosto de garotas gorduchas. E eu queria entender por que aquela nojenta guardou o bombom.
– Facil – disse Remus – quando ela percebeu que tinha sido enfeitiçada, resolveu usar os bombons para pregar uma peça em James e na sua coleguinha de jornal, guardando o último para outro momento. Provavelmente ia usá-lo numa outra vingancinha, mas nosso amigo Sirius nos salvou!
– E não sei do que você está reclamando, Peter. Fui eu quem tive que sair com aquela gralha loura pra recuperar o último bombom. Ainda bem que o Xenófilo já descurtiu dela e está namorando a Lana. Já pensou se ele me desafia para um duelo?
– Ia ser fácil – debochou Peter – era só você dizer que tinha uma criatura do tipo Ratacumba Invisível no ombro dele que ele ia esquecer automaticamente o duelo...
– O importante é que recuperamos o bombom com poção ainda dentro da validade – disse Remus – Quanto tempo será que vai demorar pra ver se funcionou?
– Não sei, mas acho que a gente vai descobrir logo – terminou Sirius com um sorriso malvado.

***

Enquanto isso, na sala de professores, a professora Minerva terminou de corrigir uma prova e aproximou-se da bombonière, doida por um doce. Abriu o pote e pegou um bombom de cereja, muito feliz.

Fim


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Notas finais do capítulo

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