O Diário Sobrenatural II escrita por acciosuuh


Capítulo 9
Adeus




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- Cassie, Cassie, CASSIE ACORDA. - Jake já estava gritando.

- Oi, o que houve Jake? - acordei assustada.

- Ligaram para o meu celular do hospital, porque você não atendeu o seu.

- Ah, eu devo ter deixado em casa, quando sai apressada para o hospital. O que queriam?

- Teu pai, ele acordou.

- Sério? Vamos para lá agora. - me levantei ligeiro, já estava na porta quando percebi que ainda estava de pijama.

- Sério Cas? Vai de pijama?

- Não né bobo. - entrei no banheiro para trocar de roupa.

- Cas?

- Tu fica tão linda dormindo comigo.

- Ai meu Deus, tu dormiu a noite toda comigo?

- Sim, minha mãe me acordou cedo hoje.

- O que? Teus pais não piraram comigo?

- Não, eles não são tão brabos quanto parecem.

- Ata que bom, falando nisso que horas são?

- Onze e vinte.

- Ata.

- Minha mãe ta fazendo almoço para nós, e ai depois vamos para o hospital.

- Eu não quero comida.

- Tu precisa comer Cassie, e vai.

- Ok pai.

1 horas depois...

- Oi, eu quero ver meu pai, Sr. Joseph Wall. - falei para recepcionista.

- Pode ir.

- Obrigada. - O doutor estava saindo do quarto do meu pai - Dr. Vincent. - gritei.

- Oi Cassie.

- Oi, como ta meu pai?

- Está melhor ele saiu do coma, mas agora a pouco teve uma recaída e entrou de novo, me desculpe Cassie.

- Meu Deus. - me abracei no Jake.

- Ela pode entrar para ver ele Doutor?

- Claro.

- Vamos Cas. - Jake me levou até o quarto, meu pai estava respirando através de aparelhos, estava todo machucado, e com um ar de tristeza.

- Jake eu não consigo ficar aqui, ver ele assim é muito ruim e me lembra mais ainda da minha mãe. - comecei a chorar.

- Eu sei que é difícil, mas você tem que enfrentar isso e eu estarei aqui, do teu lado. - sentei do lado da cama e dei um beijo no rosto do pai.

- Jura que não vai sair do meu lado?

- Juro.

Ficamos algum tempo ali e depois ele me levou para casa para pegar algumas roupas:

- Eu não consigo Jake.

- Eu vou entrar com você. - ele pegou a minha mão, entrei de olhos fechados em casa, quando os abri cada parte da casa me lembrava dela, minha mãe.

- Cassie, aqui ta teu celular ó. - estava em cima do sofá, Jake me alcançou ele.

- Tem duas mensagens de voz.

- Oi filha, estamos bem, estamos na estrada por isso você não conseguiu falar com nós, chegaremos em casa hoje. Porque chegou tão cedo da casa do lago? Faz a janta para nós! Beijos da mamãe.”

“- Filha, esses são os últimos minutos que me restam - na voz dela havia sofrimento - quero que escute com atenção, caso teu pai não sobreviva procure Samuel Winchester, Sam! Prometa que vai ficar bem e que jamais vai fazer besteira. Eu te amo com todas as minhas forças. Se cuida meu anjo, eu...”

- Era ela Jake. - sentei no sofá, as lágrimas rolavam no meu rosto, coloquei a mensagem de voz novamente para o Jake ouvir.

- Meu Deus Cas, eu nem imagino como você está. - ele sentou do meu lado e me abraçou, ficamos algum tempo assim.

- Não posso ficar aqui chorando, preciso reagir, - me levantei ligeiro - eu não POSSO CHORAR JAKE. - meu desespero foi ao auge.

- Calma, por favor, calma - ele tentou me abraçar.

- Não Jake, não, não vou me acalmar, droga, minha vida está uma merda, olha o que Deus fez para mim, tirou minha mãe, meu pai entre a vida e a morte e meu melhor amigo pode nunca mais acordar, e tu quer que eu me acalme? ME DIZ COMO?

- Cassie eu sei que está difícil tudo isso na sua vida, mas calma, tudo tem um jeito, eu sei como é perder alguém que tu ama, meu pai faleceu não faz muito tempo, eu fiquei igual a você, questionava tudo, mas isso passa. A dor ameniza, a única coisa que não diminui é a saudade, cada dia que passar o machucado que está dentro do seu coração vai cicatrizar, mas teu amor por ela só vai aumentar. O beijo, o abraço, a voz, o carinho dela vai ser suas maiores lembrança e seu maior desejo de tê-la de novo, mas não é por isso que você vai desistir, é por essa lembrança dela que você vai crescer, e vai aprender a ser uma adulta, vai aprender a ser como ela.

- Me desculpa Jake, eu me descontrolei me desculpa.

- Ta tudo bem, vem cá. - ele me abraçou bem forte e depois me deu um beijo na testa e se sentou no sofá - Você tem todo o direito de se questionar, de ficar assim, perder quem se ama não é fácil.

- Obrigada por estar aqui comigo. - ele sorriu o sorriso dele era tão lindo, passou alguns minutos em silêncio - Seu sorriso é tão lindo. - ele sorriu sem graça.

- Obrigado baixinha.

- Baixinha? Eu tenho 1,63 ok?

- Baixinha.

- É, mas tu gosta.

- Adoro. - por incrível que pareça ele conseguia me fazer rir - Eu amo esse seu sorriso.

- Mentiroso e invejoso, só por que eu disse que teu sorriso era lindo agora tu veio me copiar, que feio.

- A é, é assim? - levantou-se ligeiro e veio correndo em minha direção.

- Duvido que me pegue. - sai correndo pela sala, depois de uns dez minutos correndo ele conseguiu me pegar, e me levantou para cima.

- Viu, eu consigo.

- Ta agora me põe no chão. - ele me largou, quando virei para ir à cozinha, ele me puxou para perto dele, me deixando a centímetros de beijar ele.

- O que eu posso fazer com você baixinha? Deixe-me pensar.

- Fazer? Vai é me soltar para que eu possa fazer algo para nós comer.

- Não.

- A é, então ta.

- O que? O que ta pensando em fazer? - perguntou ele com uma cara de cachorro carente.

- Isso. - pela primeira vez eu que beijei ele, o beijo não estava mais tão calmo, agora havia um pouco de paixão, fogo, desejo, tudo misturado.

- Uou. - o beijo demorou uns cinco minutos sem parar - Me deixou sem fôlego. - comecei a rir - Do que está rindo?

- De ti, claro, por que eu te peguei de jeito. - ri mais ainda.

- Boba. - ele iria aprontar algo, mas foi interrompido pelo celular dele - É minha mãe, enquanto eu atendo por que você não vai vendo as suas coisas?

- Ok. - subi para o quarto, não sabia o que fazer: 1. Ficar em casa ou 2. Ir para a casa do Jake. Resolvi tomar um banho.

            Sai bem bela do banheiro só de calcinha e sutiã, (preto de renda), Jake estava sentado na minha cama, levei um susto.

- Ai meu Deus, sai daqui guri.

- Uou, agora sim você me mata, agora fiquei sem fôlego e sem vida também. - de vergonha fiquei parada que nem uma tonta na frente dele rindo.

- Eu aposto que te tiraria mais o fôlego se eu tirasse o resto de roupa que ainda tenho.

- NOSSA menina ousada.

- Claro, aprendi com um tal de Jake.

- Jake? Quem é esse?

- Um carinha que to pegando faz uma semana, eu acho.

- Hm, cara de sorte esse.

- É né, até acho que sou muita areia para o caminhãozinho dele.

- Não, eu acho que ele é muito para teu caminhãozinho. - ele tava chegando mais perto de mim - Sabe, ele é lindo, alto, loiro, gostoso, tem um tanquinho.

- Tanquinho? Nunca vi, acho que não ein.

- Quer ver?

- Ui, claro. - ele tirou a camisa e chegou um pouco mais perto.

- Hm, isso tanquinho, acho que não ein.

- É, vai desdenhando. - ele chegou e me puxou pela cintura e me beijou com tudo. O clima já estava pegando fogo, em meio aos beijos Jake passa a mão por todo meu corpo, a cada toque dele eu me arrepiava, e parecia que ficava queimando cada parte que ele tocava. O celular tocou - Droga.

- É do hospital Jake. - falei assustada.

“­- Cassie Wall?

- Sim, é ela.

- Venha o mais rápido possível para o hospital, seu pai acordou e está em crise e não para de chamar seu nome.

- Estou indo.”

 - Meu pai acordou Jake, precisamos ir para lá agora. - ele pegou ligeiro a camisa e colocou e me ajudou a achar uma roupa para mim, joguei umas numa mochila para ir para o Jake depois.

15 minutos depois chegamos ao hospital, passei direto para o quarto do meu pai.

- Pai, pai o que houve? - entrei correndo quase no quarto.

- Cas... - ele mal conseguia falar - Cas... s..a..m - não dava muito para entender o que ele falava - Samuel. - falou bem baixinho e seu batimento cardíaco foi à zero.

- Não, não, não, não, não, NÃO, PAAAAAAAAAI. - começou o desespero, o choro, os médicos tentando trazer ele de volta, me tirando do quarto e Jake me segurando para eu não invadir o lugar.

23h55min: Lumus

Oi diário, decidi continuar a escrever, acho que só assim conseguirei desabafar com alguém, enquanto escrevo minhas lágrimas escorrem em meu rosto, hoje eu vi meu pai dar o seu último suspiro e morrer, foi uma dor sem tamanho, agora sim minha vida não tinha sentido, muito menos rumo. Ninguém consegue imaginar a dor de uma pessoa que perde as pessoas mais importantes na sua vida. Jake me trouxe para a casa dele, me deu um chá para me acalmar, mas está difícil. Os médicos ainda precisam liberar o corpo para podermos velar, eles precisam fazer a autopsia.

Não posso evitar me sentir assim, as duas pessoas que eu mais amo na vida partiram, e suas ultimas palavras foram “Samuel”. Meu dia começou bem com uma mensagem de voz da minha mãe, dizendo que aqueles eram seus últimos minutos e que se nenhum deles sobrevivesse era para procurar Samuel Winchester, Sam. Não dei bola no começo, mas agora que meu pai se foi e sua ultima palavra foi essa, preciso descobrir o que esse homem tem haver com a minha vida, e por que Deus me tirou meus pais? POR QUÊ? Nunca fiz nada de tão errado para ser tão castigada, eu não sei como vai ser minha vida daqui para frente.

EU NÃO AGUENTO MAIS.


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