Meu Doce (In)Desejado escrita por Buzaid
Notas iniciais do capítulo
espero que gostem do encontro, eu ri muito escrevendo gente
Carolina caminhou, com certa dificuldade para dentro do restaurante. Os paparazzi a haviam bloqueado com todos aqueles flashes e perguntas indecentes e invasivas sobre " o que ela estava fazendo ali, com Henry Caldwell". Tentando ignorar a confusão que sua presença havia causado a princesa finalmente adentrou o Boulangerie.
Henry acenou falsamente e ela foi ao seu encontro. Como um "perfeito" cavalheiro o príncipe puxou a cadeira para que a jovem pudesse sentar e ela, já adepta àquele teatro, sorriu simpática.
- Eu não poderia começar meu dia de uma forma melhor, senão desta. - Henry exclamou com um tom irônico. Carolina apenas sorriu, quando na verdade o que queria fazer era sumir dali.
- Pode parar com essas frases montadas! - Afirmou então, não conseguindo se segurar.
- O que quis dizer com isso? - Henry continuava com suas ironias.
- As aparências enganam, querido. O importante é que nos vejam e não nos ouçam. - Carolina sorria enquanto falava, para que parecesse que estava tendo uma conversa agradável com o príncipe. - Podemos falar qualquer coisa desde que estejamos com um sorriso apaixonado no rosto. - Completou. Henry soltou um riso e em seguida pousou sua mão quente sobre a mão fina de Carolina. Nesse momento os flashes do lado de fora se intensificaram.
- Olhar para você bloqueia qualquer expressão apaixonada que eu consiga fazer. - Henry provocou.
- Creio, então, que você não seja capaz de ir até o fim com esse casamento. - Carolina respondeu logo em seguida, parecia que suas respostas estavam sempre na ponta de sua afiada língua. - Você ainda terá que forjar muitas expressões apaixonadas. - Piscou divertida, provocando-o.
- Não há neste reino homem melhor do que eu para esse casamento. - Henry afirmou irritado. Uma expressão simpática, porém, estava estampada em seu rosto incrivelmente belo. - Na história de Llyoal nunca houve um rei tão bom quanto eu serei. - Gabou-se por fim.
- Meu caro, em cinco segundos eu sou capaz de nomear no mínimo dez nomes que você nunca superará. - Carolina espetou.
- Você é irritantemente infantil. - Henry concluiu fazendo o sangue da princesa à sua frente ferver.
A discussão continuou durante todo o encontro. Ela apenas parava quando alguém se aproximava pedindo um autógrafo ou uma foto. Contudo nem mesmo quando o garçom chegou para anotar os pedidos Henry e Carolina conseguiram se controlar.
- Altezas, é um prazer atendê-los essa manhã. - O garçom afirmou orgulhoso de si. Aquilo provavelmente era o acontecimento mais emocionante desde que ele começara a trabalhar no Boulangerie. - Nós estamos completamente honrados com a presença dos senhores. - Disse então.
- Por favor me chame de Henry, Gral. - O príncipe afirmou educado ao ler o nome do garçom na pequena placa dourada que ele carregava no peito. - E somos nós que estamos honrados em estar aqui. - Gral sorriu sentindo-se lisonjeado. Carolina encarava Henry perplexa com tanta falsidade. Afinal era impossível que um homem grosso como ele conseguisse ser tão educado daquela forma.
- Faço dessas as minhas palavras. - Carolina disse. Gral sorriu envergonhado. A beleza da princesa o estava intimidando.
- Mas me diga, Gral. - O príncipe começou uma pequena conversa que claro, tinha o único intuito de irritar Carolina. - Antes da reunificação você morava aonde? No Norte ou no Sul? - Gral ficou levemente envergonhado com a pergunta, mas imaginou ser apenas uma brincadeira do príncipe.
- Eu moro em Middlecash. - Respondeu.
- No Sul! - Carolina sorriu vitoriosa.
- No antigo sul, Alteza. - Gral corrigiu-a.
- Sabe Gral, Carolina ainda não se acostumou com a idéia de que agora somos todos parte do mesmo reino. - Henry afirmou. Carolina o fuzilava. - Acho que a princesa era apegada demais a Llyoal do Sul. Mas eu não, eu sempre fui contra aquela separação de Norte e Sul. Tudo é muito melhor agora. - Fingiu orgulho. Carolina queria vomitar.
- Exato! - Gral, sim, sentia orgulho por pertencer ao novo reino de Llyoal. Era uma nova vida que ele e o povo estavam vivenciando e ele não poderia ter algo melhor.
- Gral, não dê ouvidos à Henry, ele sempre teve esse costume de fazer piadas de mau gosto. É claro que eu amo o novo reino de Llyoal. - Carolina afirmou irritada. Gral assentiu.
Após as sutis provocações entre Henry e Carolina na frente do garçom, o pedido fora finalmente realizado. A jovem escolheu um chá de limão com mel e gengibre e para comer um pão de maçã e canela, uma das comidas mais tradicionais do país. Henry preferiu um café forte e ovos mexidos com bacon, aliás com muito bacon.
- Que nojo! - Carolina exclamou assim que Henry deu a primeira garfada em seus ovos.
- É exatamente isso que eu sinto quando lembro que vou me casar com você! - Henry exclamou rindo.
- Nossa mas como você é engraçado. - Carolina rodou os olhos.
- Não faça isso! - Henry advertiu-a. - Lembre que estamos em público.
- Seu ego é tão, tão, tão grande que ofusca qualquer pessoa que esteja em um raio de 100 km. - Carolina afirmou. Agora fora a vez dela de rir.
- Não! - Henry disse. - O que ofusca não é meu ego, e sim minha beleza. - Carolina gargalhou, então. Era óbvio que ela achava Henry um homem demasiadamente atraente mas jamais admitiria isso para ele.
- Quem te disse isso? Sua mamãe? - Carolina não conseguia parar de rir.
- Sim! - Henry respondeu. - Minha mãe disse isso e todas as mulheres com quem eu já estive também! Aliás não foram poucas... - Provocou.
- Hum então quer dizer que além de você pagar pelo sexo você também pagava pelos elogios? - Carolina exagerou. Henry imediatamente apagou o sorriso que falsamente havia estampado em seu rosto.
- Para sua informação, Carolina, eu só estive na presença de uma prostituta em toda a minha vida, e para o meu azar vou me casar com ela! - Henry voltou a sorrir com deleite. Carolina apertou os dedos ao redor dos talheres que segurava, imaginando como seria prazeroso atirá-los no rapaz.
- Nunca mais me dirija a palavra! - Ela ordenou então. Limpou o canto dos lábios com o guardanapo de tecido e logo soltou-o sobre o tampo da mesa. Henry ainda sorria.
- Com prazer. - Ele respondeu.
Por orgulho nenhum dos dois falou mais nada durante o resto do encontro. Mesmo porque ficaram apenas mais alguns minutos ali. Depois saíram juntos do restaurante fazendo a festa dos paparazzi e do povo já aglomerado ao lado de fora do Boulangerie.
Henry levou Carolina até o carro e como um cavalheiro abriu a porta para ela. Em seguida fingiu um sorriso.
- Vou beijar seu rosto agora. - Ele cochichou. - Por favor, espere para vomitar depois que a porta do carro estiver fechada! - Completou então.
Assim que Henry se aproximou Carolina pode sentir o perfume amadeirado que ele exalava, infelizmente era um odor extremamente delicioso. O rapaz também sentiu o perfume de âmbar da jovem e concluiu que era doce demais para alguém tão amarga.
Em seguida os lábios dele tocaram a bochecha quente e vermelha da princesa. A princípio os dois ficaram sem graça mas logo se afastaram evitando um constrangimento maior.
Henry fechou a porta do carro assim que Carolina entrou. Um sorriso falso ainda estampava seu rosto incrivelmente belo. Ao redor do príncipe a multidão que estava aglomerada gritava perguntas sobre ele e Carolina enquanto os paparazzi continuavam com sua incessante chuva de flashes.
Uma limusine preta esperava pelo rapaz do outro lado da rua. Após alguns autógrafos e fotos ele caminhou até o carro e entrou.
- Fala Clive! - Henry falou ao fechar a porta. Clive, o motorista de confiança do príncipe, o encarou através do espelho retrovisor antes de respondê-lo:
- Fala Henry! - Clive respondeu no mesmo tom animado. - Como foi o encontro? Chato, insuportável ou os dois? - Brincou.
Embora Clive fosse o motorista, ele e Henry sempre tiveram uma relação muito próxima de amizade e confiança. Talvez a pequena diferença de idade e os pensamentos em comum fossem os responsáveis por deixá-los tão próximos e unidos.
- Foi mais do que insuportável e chato! - Henry falou. - Foi irritante! Essa mulher é louca! - Clive riu da afirmação do amigo.
- Todas são... só é preciso domesticá-las bem! -Afirmou fazendo o príncipe rir.
- Concordo, meu caro! - Henry disse ainda entre risos.
- Então, hoje você tem sua tarde livre! Para onde eu devo ir? - Clive indagou.
- Para onde eu vou em todas as minhas tardes livres... - Henry respondeu com um tom de malícia.
- Eu imaginei...
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