Meu Doce (In)Desejado escrita por Buzaid


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem do encontro, eu ri muito escrevendo gente



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    Carolina caminhou, com certa dificuldade para dentro do restaurante. Os paparazzi a haviam bloqueado com todos aqueles flashes e perguntas indecentes e invasivas sobre " o que ela estava fazendo ali, com Henry Caldwell". Tentando ignorar a confusão que sua presença havia causado a princesa finalmente adentrou o Boulangerie. 

Henry acenou falsamente e ela foi ao seu encontro. Como um "perfeito" cavalheiro o príncipe puxou a cadeira para que a jovem pudesse sentar e ela, já adepta àquele teatro, sorriu simpática.

    - Eu não poderia começar meu dia de uma forma melhor, senão desta. - Henry exclamou com um tom irônico. Carolina apenas sorriu, quando na verdade o que queria fazer era sumir dali.

    - Pode parar com essas frases montadas! - Afirmou então, não conseguindo se segurar. 

    - O que quis dizer com isso? - Henry continuava com suas ironias. 

    - As aparências enganam, querido. O importante é que nos vejam e não nos ouçam. - Carolina sorria enquanto falava, para que parecesse que estava tendo uma conversa agradável com o príncipe. - Podemos falar qualquer coisa desde que estejamos com um sorriso apaixonado no rosto. - Completou. Henry soltou um riso e em seguida pousou sua mão quente sobre a mão fina de Carolina. Nesse momento os flashes do lado de fora se intensificaram. 

    - Olhar para você bloqueia qualquer expressão apaixonada que eu consiga fazer. - Henry provocou.

    - Creio, então, que você não seja capaz de ir até o fim com esse casamento. - Carolina respondeu logo em seguida, parecia que suas respostas estavam sempre na ponta de sua afiada língua. - Você ainda terá que forjar muitas expressões apaixonadas. - Piscou divertida, provocando-o.

    - Não há neste reino homem melhor do que eu para esse casamento. - Henry afirmou irritado. Uma expressão simpática, porém, estava estampada em seu rosto incrivelmente belo. - Na história de Llyoal nunca houve um rei tão bom quanto eu serei. - Gabou-se por fim.

    - Meu caro, em cinco segundos eu sou capaz de nomear no mínimo dez nomes que você nunca superará. - Carolina espetou. 

    - Você é irritantemente infantil. - Henry concluiu fazendo o sangue da princesa à sua frente ferver. 

    A discussão continuou durante todo o encontro. Ela apenas parava quando alguém se aproximava pedindo um autógrafo ou uma foto. Contudo nem mesmo quando o garçom chegou para anotar os pedidos Henry e Carolina conseguiram se controlar.

    - Altezas, é um prazer atendê-los essa manhã. - O garçom afirmou orgulhoso de si. Aquilo provavelmente era o acontecimento mais emocionante desde que ele começara a trabalhar no Boulangerie. - Nós estamos completamente honrados com a presença dos senhores. - Disse então.

    - Por favor me chame de Henry, Gral. - O príncipe afirmou educado ao ler o nome do garçom na pequena placa dourada que ele carregava no peito. - E somos nós que estamos honrados em estar aqui. - Gral sorriu sentindo-se lisonjeado. Carolina encarava Henry perplexa com tanta falsidade. Afinal era impossível que um homem grosso como ele conseguisse ser tão educado daquela forma.

    - Faço dessas as minhas palavras. - Carolina disse. Gral sorriu envergonhado. A beleza da princesa o estava intimidando.

    - Mas me diga, Gral. - O príncipe começou uma pequena conversa que claro, tinha o único intuito de irritar Carolina. - Antes da reunificação você morava aonde? No Norte ou no Sul? - Gral ficou levemente envergonhado com a pergunta, mas imaginou ser apenas uma brincadeira do príncipe.

    - Eu moro em Middlecash. - Respondeu.

    - No Sul! - Carolina sorriu vitoriosa.

    - No antigo sul, Alteza. - Gral corrigiu-a.

    - Sabe Gral, Carolina ainda não se acostumou com a idéia de que agora somos todos parte do mesmo reino. - Henry afirmou. Carolina o fuzilava. - Acho que a princesa era apegada demais a Llyoal do Sul. Mas eu não, eu sempre fui contra aquela separação de Norte e Sul. Tudo é muito melhor agora. - Fingiu orgulho. Carolina queria vomitar.

    - Exato! - Gral, sim, sentia orgulho por pertencer ao novo reino de Llyoal. Era uma nova vida que ele e o povo estavam vivenciando e ele não poderia ter algo melhor.

    - Gral, não dê ouvidos à Henry, ele sempre teve esse costume de fazer piadas de mau gosto. É claro que eu amo o novo reino de Llyoal. - Carolina afirmou irritada. Gral assentiu. 

    Após as sutis provocações entre Henry e Carolina na frente do garçom, o pedido fora finalmente realizado. A jovem escolheu um chá de limão com mel e gengibre e para comer um pão de maçã e canela, uma das comidas mais tradicionais do país. Henry preferiu um café forte e ovos mexidos com bacon, aliás com muito bacon.

    - Que nojo! - Carolina exclamou assim que Henry deu a primeira garfada em seus ovos.

    - É exatamente isso que eu sinto quando lembro que vou me casar com você! - Henry exclamou rindo.

    - Nossa mas como você é engraçado. - Carolina rodou os olhos.

    - Não faça isso! - Henry advertiu-a. - Lembre que estamos em público.

    - Seu ego é tão, tão, tão grande que ofusca qualquer pessoa que esteja em um raio de 100 km. - Carolina afirmou. Agora fora a vez dela de rir.

    - Não! - Henry disse. - O que ofusca não é meu ego, e sim minha beleza. - Carolina gargalhou, então. Era óbvio que ela achava Henry um homem demasiadamente atraente mas jamais admitiria isso para ele.

    - Quem te disse isso? Sua mamãe? - Carolina não conseguia parar de rir.

    - Sim! - Henry respondeu. - Minha mãe disse isso e todas as mulheres com quem eu já estive também! Aliás não foram poucas... - Provocou.

    - Hum então quer dizer que além de você pagar pelo sexo você também pagava pelos elogios? - Carolina exagerou. Henry imediatamente apagou o sorriso que falsamente havia estampado em seu rosto.

    - Para sua informação, Carolina, eu só estive na presença de uma prostituta em toda a minha vida, e para o meu azar vou me casar com ela! - Henry voltou a sorrir com deleite. Carolina apertou os dedos ao redor dos talheres que segurava, imaginando como seria prazeroso atirá-los no rapaz.

    - Nunca mais me dirija a palavra! - Ela ordenou então. Limpou o canto dos lábios com o guardanapo de tecido e logo soltou-o sobre o tampo da mesa. Henry ainda sorria.

    - Com prazer. - Ele respondeu.

    Por orgulho nenhum dos dois falou mais nada durante o resto do encontro. Mesmo porque ficaram apenas mais alguns minutos ali. Depois saíram juntos do restaurante fazendo a festa dos paparazzi e do povo já aglomerado ao lado de fora do Boulangerie. 

Henry levou Carolina até o carro e como um cavalheiro abriu a porta para ela. Em seguida fingiu um sorriso.

    - Vou beijar seu rosto agora. - Ele cochichou. - Por favor, espere para vomitar depois que a porta do carro estiver fechada! - Completou então. 

    Assim que Henry se aproximou Carolina pode sentir o perfume amadeirado que ele exalava, infelizmente era um odor extremamente delicioso. O rapaz também sentiu o perfume de âmbar da jovem e concluiu que era doce demais para alguém tão amarga.

Em seguida os lábios dele tocaram a bochecha quente e vermelha da princesa. A princípio os dois ficaram sem graça mas logo se afastaram evitando um constrangimento maior.

    Henry fechou a porta do carro assim que Carolina entrou. Um sorriso falso ainda estampava seu rosto incrivelmente belo. Ao redor do príncipe a multidão que estava aglomerada gritava perguntas sobre ele e Carolina enquanto os paparazzi continuavam com sua incessante chuva de flashes. 

    Uma limusine preta esperava pelo rapaz do outro lado da rua. Após alguns autógrafos e fotos ele caminhou até o carro e entrou.

    - Fala Clive! - Henry falou ao fechar a porta. Clive, o motorista de confiança do príncipe, o encarou através do espelho retrovisor antes de respondê-lo:

    - Fala Henry! - Clive respondeu no mesmo tom animado. - Como foi o encontro? Chato, insuportável ou os dois? - Brincou. 

    Embora Clive fosse o motorista, ele e Henry sempre tiveram uma relação muito próxima de amizade e confiança. Talvez a pequena diferença de idade e os pensamentos em comum fossem os responsáveis por deixá-los tão próximos e unidos.

    - Foi mais do que insuportável e chato! - Henry falou. - Foi irritante! Essa mulher é louca! - Clive riu da afirmação do amigo.

    - Todas são... só é preciso domesticá-las bem! -Afirmou fazendo o príncipe rir.

    - Concordo, meu caro! - Henry disse ainda entre risos.

    - Então, hoje você tem sua tarde livre! Para onde eu devo ir? - Clive indagou.

    - Para onde eu vou em todas as minhas tardes livres... - Henry respondeu com um tom de malícia. 

    - Eu imaginei...


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