Meu Doce (In)Desejado escrita por Buzaid


Capítulo 17
Capítulo 16




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Assim que as notícias da chegada de Ivy ao país atingiram o solo real de North Whintchersbarg Victória entrou em desespero e logo proibiu Henry de encontrar a jovem ameaçando cortar "o bem mais precioso" dele fora se ele a desobedecesse. Mal sabia a rainha que o filho já tinha estado com Ivy e feito coisas com ela que provavelmente lhe causariam um ataque nos nervos ao ficar sabendo.

5 dias se passaram e a preocupação no palácio era outra: o encontro de Henry e Carolina. Por mais que Victória insistisse o rapaz não abriu a boca para lhe contar aonde ele levaria a tão queridinha princesa do Sul, apenas garantiu "é um lugar que nunca pensou que fosse vê-la frequentar". Claro que o comentário apenas deixou Victória ainda mais preocupada pensando que o filho fosse levar Carolina para um daqueles rachas ilegais que ele costumava participar ou então para uma casa de shows eróticos.

O segredo de Henry, porém, se manteve intacto até o momento em que ele fora buscar Carolina em South Whintchersbarg e então não havia outra saída senão contar.

– Então aonde vai me levar? - A princesa questionou irritada ao entrar na limusine preta do príncipe. - Sabia que foi quase impossível achar uma roupa?

– Fique sab...

– Espera ai! - Carolina bradou interrompendo Henry, que sorria em deboche. - Você está vestindo um moletom! - Ela analisou o rapaz. Ele trajava uma calça jeans escura e rasgada, bem estilo Abercrombie & Fitch, uma camiseta branca e por cima um moletom aberto cinza de capuz, nos pés um tênis vermelho completava o visual.

– Carol fiqu...

– Eu não acredito nisso! Olha para mim, eu estou muito arrumada!! - Carolina exclamou inconformada. Ela estava com uma calça skinny preta, uma batinha branca e por cima uma jaqueta de couro da Gucci. Nos pés uma bota, salto 12, da Prada dava o toque final.

– Você quer calar a boca, por favor? - Henry indagou irritado por tantas interrupções. - Me ouça! - Ordenou. - Não se preocupe com a sua roupa, está até que adequada para onde estamos indo.

– E onde estamos indo? - Carolina insistiu nervosa. Sua cabeça e seu coração ainda doíam ao lembrar do que houve com Edward há quatro dias atrás e tudo o que ela não precisava no momento era de Henry fazendo aquele suspense idiota.

– Estamos indo assistir a um jogo de basquete na Arena dos Servants! - Henry sorriu vitorioso, pois sabia que a princesa iria odiar a idéia. Afinal, que mulher gosta de basquete? Ele pensou de forma machista. Carolina arregalou as sobrancelhas mostrando seus lindos dentes brancos em um sorriso animado.

– Jura? - Henry assentiu não entendendo tanta animação. - Henry Caldwell pela primeira vez você me surpreendeu... - Ela admitiu, como se desse uma trégua nas brigas, que eles provavelmente ainda teriam naquela noite.

– Você gosta de basquete? - Indagou com surpresa. Carolina percebeu o desapontamento no tom de Henry, como se ele quisesse levá-la à um lugar que fosse desagradável e entediante para ela.

– Sou apaixonada por basquete! - Carolina respondeu com exagero para provocá-lo. - Principalmente quando os Chameleons estão em quadra... - Contou empolgada. Aquilo era tudo o que ela estava precisando.

– Ótimo, porque hoje o jogo é Servants vs. Chameleons. - Henry afirmou com os lábios cerrados. Carolina podia ser surpreendente às vezes, ele tinha de admitir.

– Está na cara que os Chameleons vão ganhar! - Ela comentou com certeza.

– Isso é o que veremos. - Henry respondeu irritado. Ele era Servants de coração.

Assim que chegaram, Carolina ficou surpreendida com o tamanho gigantesco daquela arena - a arena dos Chameleons era quase um terço daquela e mesmo assim a jovem já a achava grande. Seu lugar e de Henry era na primeira fileira - ou pé na quadra, como costumavam falar - que era a parte mais "civilizada" pois além dos acentos marcados era reservada para celebridades e figuras importantes.

O longo caminho até seus acentos se tornou ainda maior com a multidão que se aglomerou, por entre cotoveladas e empurrões lutavam para tirar uma foto do casal. Foram necessários seis seguranças para levá-los ao lugar e mesmo assim Henry pode sentir algumas mulheres passando as mãos em seus cabelos castanhos querendo saber se eram tão sedosos quanto pareciam.

– Está muito cheio aqui! - Carolina comentou. Um jogo de basquete, normalmente, tinha um público menor por isso suas arenas eram conseqüentemente menores do que os estádios de futebol, por exemplo. Contudo para Carolina a lotação daquele lugar era equivalente à lotação de um pequeno estádio e o barulho também...

– Você ainda não viu nada, muita gente vai chegar! - Henry comentou com seu rosto mais próximo ao da jovem, sabia que todos naquele lugar estariam de olhos neles enquanto o jogo não começasse. Sem dúvidas todos os flashes naquele momento eram dirigidos ao casal.

– Nossa se mais alguém chegar isso aqui vai ficar com uma superlotação! - Carolina afirmou impressionada.

– Eu esqueci que você gosta de lugares mais privados, né? - Henry pareceu irônico. - Como... um hotel, por exemplo! - Sorriu sombriamente. Ele ainda não havia se esquecido do que tinha visto quando estava no Provence Fields... Carolina ficou séria por um instante, como se tivesse digerindo àquelas palavras tão sugestivas. Quando ela pensou que as coisas não pudessem piorar mais, elas pioravam. Aquilo só podia ser um pesadelo mesmo! Primeiro Henry descobre sobre o seu romance com Edward, o seu segredo mais sagrado e íntimo nas mãos daquele idiota. E agora isso! Ele descobre aonde ela e Edward tinham suas intimidades... Para a sua semana fechar com chave de ouro só uma coisa podia acontecer, ela concluiu: um raio cair em sua cabeça, não uma, mas duas vezes!

– O que quis dizer com isso? - Ela perguntou por entre seus lábios enrijecidos. - O que você sabe, Henry?

– Eu?! - Henry fingiu-se de desentendido de forma descarada. - Magina, Carol, eu sou um santo... Eu não sei de nada não... - Sorriu por fim fazendo o sangue da princesa borbulhar e seus nervos soltarem faíscas.

– Você está mentindo! - Ela afirmou procurando não esboçar nenhuma expressão irritada. Por mais difícil que fosse ela manteve seu semblante limpo e calmo.

– Não estou não... - Henry provocou-a.

– Está sim!!

– Não estou!

– Henry!

– Carol!

– Pare de mentir!

– Eu já disse que não estou mentindo! - Ele afirmou ao soltar uma gargalhada tão debochada que se seu abdômen ainda estivesse com vinte um pontos todos se soltariam...

– Tudo bem então... - Carolina deu de ombros, ao mudar de estratégia.

– Pare de insistir, eu conto... - Henry disse gozando da jovem. Ela bufou. - Eu te vi no Provence Fields, no domingo!

– Impossível! - Agora fora a vez da jovem mentir.

– Carolzinha, olhe não precisa mentir! - Ele afirmou como se pudesse entendê-la. - Eu sei o que eu vi, e eu te vi lá.

– E o que você estava fazendo lá? - Carolina indagou ao arregalar as sobrancelhas, como se desafiasse Henry.

– Eu só digo se você me dizer. - Ele impôs respondendo ao desafio.

– Nem sobre meu cadáver! - Carolina aproximou o seu rosto do rosto de Henry, seus olhares estavam fixados um no outro.

– Pois então, você vai morrer curiosa... - Henry declarou.

– Não ligo! - Afirmou sem se importar.

Antes que Henry pudesse dizer mais alguma coisa ofensiva ou provocativa os jogadores do Servants entraram na quadra. Animado o príncipe levantou e aplaudiu. Em seguida fora a vez de Carolina levantar animada quando os jogadores do Chameleons entraram na quadra.

– Lamento informar, mas esse jogo já é nosso! - Carolina provocou.

– Eu aposto o quê você quiser que os Servants irão ganhar! - Henry virou-se para a jovem, ficando frente à frente com ela.

– Pois, então, se os Chameleons ganharem você me diz o que estava fazendo no Provence Fields no domingo! - Carolina fitou Henry certa de que aquela aposta já era dela.

– E se eles perderem, você é quem põe na roda o seu segredinho... - Henry negociou. Carolina estava tão certa de que seu time venceria que ela estendeu sua mão e Henry fechou o acordo ao apertá-la.

A partida começou acirrada mais logo os Servants passaram à frente ao fazer quatro cestas de 3 pontos. Carolina começou à ficar nervosa e gritava "Vamos! Vamos! Vamos!" toda vez que alguém do seu time tocava na bola.

– Vão perder, só se for... - Henry debochou.

– Vamos reagir! Isso sim! - Carolina cruzou os braços e ajeitou seu corpo no acento, fechou os punhos para que a vontade de roer as unhas passasse.

Conforme o tempo foi passando o Chameleons conseguiram reagir e mantiveram o placar com um ou dois pontos de diferença para os Servants. E ao final do primeiro período a torcida amarela e branca dos Servants foi à loucura com a vitória do time.

– Ainda tem mais três períodos! - Carolina comentou confiante.

– Exato, 3 períodos que seu time será massacrado... - Henry provocou-a alegre.

– Tenho certeza de que não! Vamos vencer o jogo... - Ela respondeu prevendo a discussão que teriam à respeito disso.

– Ahhhh vão sim! - Ele afirmou irônico ao girar os olhos azuis.

Antes que Carolina pudesse respondê-lo uma voz no auto-falante chamou a atenção de todos dentro da arena. Estava na hora da Kiss Cam, ou melhor dizendo "Câmera do Beijo".

– Eu não sabia que eles tinham isso aqui! - Carolina comentou enquanto olhava para o telão suspenso à sua frente.

A Kiss Cam é uma tradição comum em jogos de basquete nos Estados Unidos, é basicamente um momento, no intervalo do jogo, aonde alguns casais aparecem em um telão repleto de corações vermelhos e cupidos, para que se beijem.

– Eu sei, que coisa mais idiota! - Henry deu de ombros. Ele realmente achava aquilo desnecessário. Carolina não lhe respondeu. Apenas ficou sorrindo divertida enquanto assistia aos inúmeros casais que, mesmo envergonhados, davam um beijo bem romântico e melado na Kiss Cam. Até um pedido de casamento foi flagrado pela câmera, fazendo o coração da princesa se apertar ao lembrar de Edward...

Carolina continuou com seus olhos azuis grudados no telão quando de repente, uma surpresa: ela e Henry eram quem apareciam nele. Não havia como negar, seus rostos envergonhados e surpresos estavam no telão envoltos por uma moldura de corações vermelhos e cupidos lorinhos com seus arcos e flechas. Eles se olharam constrangidos, sem saber como agir.

Ambos, sabiam que um dia esse isso iria acontecer, porém esperavam que fosse na igreja quando o padre dissesse "agora pode beijar a noiva" e não no meio de um jogo de basquete com toda a arena olhando, filmando e fotografando.

– Não tem jeito! - Henry murmurou aproximando seu rosto do rosto de Carolina. Ela observava a aproximação com um gelo no estômago tão intenso quanto o ice barg que derrubou o Titanic.

Henry pousou sua mão quente na bochecha enrijecida da princesa e então selou seus lábios nos dela. A princípio o beijo foi duro, seco e muito enrijecido. Contudo aos poucos ambos foram se soltando e deixaram tudo fluir naturalmente, para a alegria da platéia que ovacionava o casal com aplausos e gritos animados.

O hálito de Carolina tinha gostinho de maçã, e por algum motivo desconhecido, isso cativou Henry que quis beijá-la com mais intensidade. Ela também sentiu algumas faíscas se ascenderem querendo continuar com o beijo. "Ele não é o Edward!" Carolina pensou, então, nervosa, nunca ninguém poderia substituir Edward, ele sim a fazia ansiar por mais beijos e não Henry. Se assustando com essa idéia Carolina logo se afastou e então a câmera desviou seu foco para um casal no fundo da arena, sentado na arquibancada de madeira.

– Isso foi constrangedor! - A jovem comentou sem graça.

– Só se foi para você... - Henry deu de ombros fazendo-se de indiferente.

– Eu disse constrangedor? - Carolina indagou irritada. - Me perdoe a palavra certa era "nojento". Isso foi nojento! - Concluiu.

– Concordo plenamente. Quando eu chegar em casa vou acabar com um vidro de Listerine! - Afirmou ao dar um sorriso vitorioso.

– Muito maduro da sua parte esse comentário! - Carolina debochou.

Alguns minutos depois o segundo período do jogo começou e após muitas cestas de 3 pontos e algumas faltas os Chameleons passaram na frente. "Quem é que vai perder mesmo?!" Carolina provocou Henry toda animada. O rapaz estava de pé devido à emoção do jogo e acompanhava com seu olhar minucioso cada toque que os jogadores davam na bola.

O terceiro período foi o de mais emoção pois ora um time passava na frente ora outro passava e foi assim até o seu final que, para afligir os milhares corações reunidos naquela arena, deu empate. O quarto período, então, acabou sendo o decisivo.

A princípio tudo parecia equilibrado mais logo o armador dos Servants conseguiu uma cesta de três pontos e depois outras quatro de dois pontos. Ele sem dúvidas era o melhor jogador em quadra...Conforme o tempo foi passando os Chameleons conseguiram alcançar com contra-ataques planejadíssimos e super bem executados. Carolina levantou, ficando de pé ao lado de Henry, assim que seu time fez o ponto do empate. Agora faltavam exatos 54 segundos para o jogo acabar e apenas um dos times teria tempo de fazer o ponto da vitória.

A bola estava com os Servants que rapidamente atravessavam toda a quadra por entre dribles e passes. 40 segundos. Até que um dos alas dos Chameleons conseguiu roubar a bola e passá-la para o armador. 23 segundos. Fazendo uma típica jogada de "oito" três jogadores começaram à revezar a bola até o outro lado da quadra. 10 segundos. Toda a platéia estava de pé deixando que o nervosismo dominasse cada nervo de seus corpos. O jogador de número 6 dos Chameleons atingiu o garrafão com a bola laranja quicando em baixo de seus dedos. Quando a contagem regressiva começou ele flexionou as pernas e "quatro, três dois..." arremessou, a bola girou pela cesta até entrar, "um... acabou!!" a torcida azul e vermelha gritou em êxtase balançando suas bandeirinhas e cartazes.

– Uhuulll ganhamos!!! - Carolina exclamou batendo palmas e dando pequenos pulinhos de vitória.

– Esse juiz é um ladrão! - Henry exclamou irritado.

– Ladrão nada... A vitória foi justa! - Ela rebateu ainda animada e sorridente.

– É melhor nós irmos embora. - Ele afirmou ao puxá-la pelo pulso.

A volta para a limusine preta foi menos conturbada do que a ida até os acentos reservados da quadra. Isso porque a torcida estava muito ocupada comemorando ou xingando o juiz e o técnico dos Servants.

Henry também estava muito decepcionado, primeiro porque gostaria de ter levado Carolina a um encontro irritante e não a um que ela pudesse se divertir, segundo por causa daquele beijo delicioso com gostinho de maçã que havia mexido com a sua cabeça e terceiro pelo resultado absurdo e "roubado" daquele jogo! Agora ele havia perdido a aposta para a princesa e teria que contar o que ele estava fazendo no Provence Fields...

– Não pense que eu esqueci da nossa aposta! - Carolina declarou assim que entraram na limusine. Contudo a aposta não era a única coisa que a princesa não havia esquecido, o beijo eletrizado de Henry também ecoava no fundo de seus pensamentos bem ao lado de Edward e suas últimas palavras.

– Eu não pensei isso. - Henry respondeu com os lábios semi-cerradas. Seu olhar vagava pelo concreto da rua através do vidro escuro da janela. Clive, às vezes, olhava pelo retrovisor, interessado na conversa.

– Então me diga o que você estava fazendo no Provence Fields ? - A jovem indagou com um gosto de vitória implícito em sua pergunta.

– Clive, meu amigo, suba a divisória, por favor! - Henry ordenou sério ao notar que o motorista estava de ouvidos atentos à sua conversa. Clive apertou um botão que logo acionou uma divisória preta que subiu separando o banco de trás da limusine com o da frente.

– Não me enrole, Henry! - Carolina afirmou irritando o último nervo "calmo" do príncipe.

– Eu não estou enrolando! - Ele rebateu irritado. - Bom eu conto o que eu estava fazendo lá se você jurar silêncio! - Argumentou.- Mesmo porque, Carolina, eu consigo descobrir facinho o motivo que te levou visitar o hotel no último domingo e já até desconfio que esse motivo se chama Edward. - Declarou com um tom ameaçador. Carolina encarou Henry com ódio no olhar, como se o fuzilasse.

– Certo! Eu juro. - A jovem mostrou os dedos das mãos e então afirmou.

– Bem, eu vou ser direto mesmo porque eu não te devo grandes explicações. - Henry deu de ombros sentindo-se humilhado. Há uma hora e meia atrás ele podia jurar que essa situação aconteceria de forma inversa. - Eu tenho uma suíte no hotel pois é para lá que eu levo as minhas garotas! - Contou com um sorriso malicioso como se estivesse se vangloriando por isso.

– Que tipo de garotas? - Carolina questionou.

– Todos os tipos! - Henry respondeu para a surpresa da jovem.

– Eu já devia ter desconfiado! - A princesa afirmou dando de ombros. Depois virou seu rosto visando olhar a paisagem que corria através da janela. Henry fez o mesmo deixando que um silêncio crasso e pesado nascesse ali...


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