Meu Doce (In)Desejado escrita por Buzaid


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu sei que andei muito ausente e demorei muito para continuar postando a história! Tive alguns problemas escolares que AINDA BEM foram resolvidos e agora estou de volta para continuar postando Meu Doce (In)Desejado!! Espero que continuem aiii :)
Beeeeijos



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Desde que Henry apareceu na televisão - quando eu digo televisão eu digo todas as emissoras do mundo inteiro - fazendo aquele discurso tão apaixonante e falso sua credibilidade entre o povo cresceu tanto que muitos episódios de escândalo envolvendo o rapaz foram ofuscados e aos poucos caindo no esquecimento... Como a vez em que ele fora flagrado no banheiro da recepção de um importante Shake, trocando uns beijos com uma das esposas do figurão. A desculpa usada pelo príncipe foi "o Shake tem tantas esposas que fica difícil saber quem é ou não casada com ele, eu não sabia, juro!", mas claro que ninguém acreditou e na manhã seguinte não se falava em outra coisa. A mulher, ou melhor, ex-mulher do Shake nunca mais fora vista em público e Henry demorou um mês à ser visto, mesmo assim tudo o que Llyoal comentava era aquele episódio.

Outro caso que repercutiu feito fofoca em cidade de interior fora a vez que o príncipe deu perda total em uma Ferrari vermelha e ficou duas semanas hospitalizado após sofrer um acidente durante a disputa de um racha ilegal em terras de Llyoal do Sul.

– Você não acha que está muito velho para essas coisas? - Victória indagou ao filho em uma de suas visitas à ele no hospital. Henry soltou um riso tão debochado que abriu dois pontos dos vinte e um que tomou em seu abdômen.

– Minha alma pertence à um garoto de quinze anos. - Afirmou então quando conseguiu se recuperar da dor dos dois pontos que abriram.

Assim que Victória deixou o quarto, Rupert, que ainda era vivo, se aproximou da cama do filho e com um ar de deboche questionou:

– Antes de você bater o carro, quem estava ganhando o racha? - Henry o olhou com o mesmo ar de gozação e então respondeu, evitando rir para não abrir mais pontos.

– É claro que eu estava! Filho de peixe peixinho é! - Rupert sorriu cheio de orgulho e deu um tapinha camarada na cabeça de Henry.

Victória podia jurar que mesmo se fazendo de forte o filho, desta vez, tinha aprendido a lição e que começaria a se comportar no instante que colocasse seus pés para fora do hospital. Mas nem três meses haviam se passado e Henry já havia se envolvido em outro escândalo quando tentou sair de uma lanchonete sem pagar a conta e alegou então "vivo às custas dos impostos que vocês mesmo pagam, ou seja, vocês que irão pagar minha conta de qualquer jeito! Pensem bem, não fará diferença alguma!". Victória quase morreu de vergonha ao assistir o depoimento do filho na televisão e teve um pequeno início de depressão que fora curado após longas sessões de terapia.

Quando Rupert morreu Henry ficou longos meses fora de escândalos e a rainha achou que finalmente ele havia mudado, pois tinha percebido o quanto desnecessária e infantil sua atitude estava sendo. Mas o príncipe, pós trauma e choque, se rebelou ainda mais e era constantemente flagrado dirigindo alcoolizado e vários casos com mulheres aleatórias, inclusive uma prima de terceiro grau, Ivy Butler , foram sendo descobertos e noticiados em todos os meios possíveis de comunicação.

Agora, porém, a rainha tinha certeza de que finalmente Henry havia tomado um rumo diferente longe de confusões e escândalos. Aquele casamento arranjado com Carolina não poderia ter calhado em hora melhor. Henry havia se tornado o mais novo queridinho da Europa, e agora a única frase do rapaz que repercutia na mídia sem parar era: "Estou apaixonado desde a primeira vez que Carolina e eu nos olhamos. Foi como se tudo em minha vida de repente tomasse um novo rumo e agora, entendo e vejo que minhas atitudes no passado eram tão erradas pois havia um buraco em meu coração... Um buraco que agora foi preenchido por esta incrível mulher ao meu lado."

– Admito, rapaz, falar de minha filha daquele jeito foi uma jogada de mestre! - Albert congratulou Henry com um belo sorriso brilhante nos lábios. Em seguida fez um leve movimento com a taça de Champagne que carregava nas mãos, como se homenageasse Henry com aquele drink.

– Fico feliz que pense assim, Albert! - Henry disse simpático. Parecia estar feliz, mas na verdade queria correr dali. Não tinha paciência para Albert e seus papos chatos, principalmente quando não tinha sua mãe para amenizar o alto nível de tédio que as conversas do rei atingiam.

Reunidos em South Whintchersbarg Henry e os Lamont compartilhavam de um encontro quase agradável, no elegante jardim inglês do palácio. Cercado por um enorme e extenso gramado de um verde vivo e amplas alamedas o jardim era composto por grupos de maravilhosas plantas coloridas de grande e pequeno porte, como pinheiros, lavandas e jasmins. Com tanta vegetação ao redor o jardim se tornava um lugar muito intimo nos momentos em que Albert, Luzia e Carolina desejavam ficar longe dos empregados que estavam espalhados por quase todo o palácio. De lá também, era impossível que as lentes potentes dos paparazzi invadisse a privacidade dos Lamont, o que tornava o local ainda mais querido por eles.

Henry e Victória haviam sido convidados para o almoço que Carolina "prometera" preparar e que até então havia ficado pendente. Como forma de agradecer o que Henry "fez" pela princesa na noite em que ela supostamente passou mal Luzia relembrou do almoço. Victória, porém, tinha um importante e intimo encontro com sua mãe - inevitavelmente a rainha escolhia quatro dias ao mês para visitar a mãe, que sofria de Mal de Alzheimer e que recebia tratamento em uma clínica local - por isso não pode comparecer ao encontro. Mas insistiu, muito, que ele acontecesse. Henry precisava enfrentar os Lamont sozinho, uma hora ou outra aquilo tinha que acontecer...

– Eu estava pensando, meu caro. Acho que depois do comovente discurso que você deu, você e minha filha devem aparecer em público em um clima mais romântico do que nunca! - Albert sugeriu pensativo. Já havia pensado em inúmeros encontros que Henry e Carolina poderiam ter.

– Hum... - Henry obviamente detestou a idéia. - ... acho melhor que façamos isso no próximo evento, não acha? - Albert franziu o cenho desaprovando a desanimação com a qual Henry lhe respondeu. Mal sabia o rei a tamanha força que o jovem fez para não lhe responder algo do tipo: "neeeeeeem fudendo!".

– Acho isso uma péssima idéia! - Albert tinha o rosto inteiramente coberto por uma rala barba quase grisalha. Isso fazia com que quase todas as suas expressões tomassem um ar sombrio, difíceis de serem desvendadas, por mais explícitos e diretos que seus comentários e respostas fossem. - O próximo evento é o jantar beneficente de 4 de outubro! - Albert exclamou. - Ainda faltam 10 dias. Não podemos esperar tanto tempo... - Henry havia pensando em no mínimo vinte respostas que certamente eram motivos o suficiente para esperar 10 ou até mais dias para a próxima aparição dele e Carolina em público, mas certamente não conseguiria convencer Albert com elas pois a maioria envolvia as palavras "odeio", "nem sob meu cadáver", "sou muito jovem para casar" e "Carolina".

– Certo... - O príncipe falou vagamente. - Como quiser... - Completou ainda sendo impreciso.

– Quando Luzia e Carolina voltarem da cozinha combinamos isso com mais exatidão! - Albert exclamou dando um pequeno tapinha amigo nas costas de Henry.

Se passaram longos 15 minutos e sem notar Albert e Henry haviam bebido uma garrafa inteira de Champagne. Durante aquele tempo de um quarto de hora tudo o que podia ser ouvido era o canto dos pássaros que faziam seus ninhos nas árvores ao redor...

– Acabou! - Henry comentou ao virar a garrafa verde escuro de Chandon e apenas uma gota gelada e lenta deslizar para o fundo da taça de cristal que segurava.

– Acho que bebemos demais! - Albert comentou ao soltar um soluço constrangedor por fim. Henry segurou-se ao máximo para não rir. Pelo visto a fraqueza pela bebida era algo que Carolina havia herdado do pai.

– Pelo visto sim... - O jovem comentou com um ar de deboche imperceptível para os sentidos mais "alterados" de Albert.

Ao fim do macio e fofo gramado, Luzia e Carolina surgiram seguindo uma pequena trilha de pedrinhas brancas e redondas que as guiou diretamente para a refinada mesa de metal branco que Albert e Henry compartilhavam.

– Desculpem a demora, Carolina se atrapalhou um pouco com o forno! - Luzia comentou ao sentar. Carolina fitou a mãe desaprovando o comentário, pois aquilo era mais um motivo para Henry zombá-la.

– Espero só não comer nada queimado! - Henry esboçou um sorriso zombeteiro.

– Pode ter certeza de que você nunca comeu algo tão delicioso! - Carolina logo declarou com o mesmo sorriso escarnecedor de Henry.

– Desculpe, Carol... - Carolina odiava quando Henry a chamava de "Carol". Mesmo ele sendo seu futuro marido eles não tinham esse tipo de intimidade, e se dependesse dela nunca teriam. - ... mas ninguém supera a comidinha caseira da minha mamãe! - Henry estava se divertindo. Albert gargalhou com a afirmação, seu rosto estava tão vermelho que poderia explodir a qualquer momento.

– Albert, você está bêbado? - Luzia questionou perplexa. Fazia tempo que não via o marido com o riso frouxo e alto daquele jeito.

– Imagine! Sou duro como uma rocha! - Albert clamou dando um tapa em seu próprio peito. Em seguida retirou, de dentro do cooler escovado de 8 latas Anabell, outra garrafa de Chandon. Fez um pequeno esforço e ao fim conseguiu abri-la sem usar um saca rolhas! Sorriu vitorioso e encarou a esposa: - Viu só? Duro como uma rocha! - Afirmou, então, enquanto completava sua taça com aquela Champagne gelada e novinha.

– Albert! - Luzia não sabia ao certo o que dizer. Mas ao ver o quão alegre Albert parecia estar ela não conseguiu repreende-lo.

– Sim? - O rei indagou.

– Nada! Apenas me sirva também... - Pediu com gentileza ao estender-lhe sua taça de cristal. Mesmo um pouco atrapalhado o rei conseguiu servir a esposa, a filha e o futuro genro.

O cheiro da típica comida caseira llyonense embriagou à todos assim que o primeiro garçom surgiu com uma elegante bandeja de prata. Lá vinham as batatas cozidas mergulhadas em um cremoso molho quatro queijos à base de noz moscada. Em seguida o arroz com amêndoas e passas também veio e para quem preferisse havia um segundo arroz com lombo desfiado. Uma carne assada com cenouras encobertas por um molho madeira, legumes refogados e um suflê de milho também faziam parte do apetitoso cardápio preparado pela princesa.

Henry já havia devorado todos os pratos com o olhar antes mesmo de escolher o que realmente queria comer. Estava tudo com uma cara tão deleitosa que ele se sentiu em uma propaganda de natal da Coca-cola, ou até mesmo em um comercial de salsichas, daqueles em que toda a família se reúne em volta de uma mesa extremamente saborosa para almoçar. Fazendo pouco gosto da comida, para não dar bandeira de que na verdade tinha adorado o que viu, Henry pegou um pouco da carne assada e das batatas com molho quatro queijos.

– Bom apetite! - Albert exclamou com uma animação exagerada. Mal dava para vê-lo atrás de tanta comida que havia pego.

Assim que Henry colocou um pouco da batata e da carne na boca uma explosão de sabores tão apetitosos tomaram conta de seu paladar, ele teve que se segurar para não deixar que nenhum elogio lhe escapasse por entre os lábios. Quando Luzia educadamente indagou se o rapaz havia gostado ele deu de ombros e disse: "até que sim!". Infelizmente, Carolina nem sequer ligou para o comentário pois estava muito ocupada pegando um pouco mais do suflê de milho.

Durante o almoço Albert, mesmo bêbado, insistia no fato de que Henry e Carolina deviam sair em público novamente. Desta vez, porém, o rei queria algo bem romântico que acalentasse os coraçõezinhos apaixonados de toda a população llyonense. Sem deixar que algum dos dois dissessem algo Luzia e Albert foram embalados em uma longa série de especulações e idéias. "E se eles fossem para Paris!?" o rei exclamou animado. "E se eles dessem um passeio romântico pelo Henno?" Luzia sugeriu. O Henno era um lindo e volumoso rio que cortava o país de cima à baixo. Normalmente os passeios que eram dados por ele eram extremamente românticos, dignos de casais muito apaixonados. "E se eles fossem para Paris?" Albert sugeriu novamente animado com a idéia, mas não obteve resposta. "E se eles fossem ao cinema?" Henry e Carolina fizeram uma careta de reprovação tão grande que Luzia descartou a sugestão na hora. " Ainda acho que eles devem ir para Paris!" o rei ainda bebia sua Champagne e ficava cada vez mais animado. "E se eles forem ao planetário? Lá é tão romântico..." Luzia juntou as mãos frente ao corpo.

– Não, Albert! Paris não... - Henry exclamou assim que o rei abriu a boca. - Já sei onde eu vou levar Carolina! - Disse com um sorriso de satisfação, como se tivesse tido uma grande idéia.

– Aonde? - Luzia e Albert exclamaram em coro. Carolina apenas encarou Henry temendo a resposta.

– É surpresa! - Ele disse animado. - Essa sexta vocês saberão. - Completou. Todos ficaram levemente desconfiados pois sabiam que Henry não era uma pessoa a quem se podia depositar cem por cento de confiança. Mesmo assim ninguém ousou dizer nada pois o rapaz parecia muito certo do que falara.

Naquele instante o celular de Henry e o de Carolina vibraram quase que simultaneamente. Ao olhar no visor o rapaz tentou evitar uma grande expressão de surpresa.

De: Ivy Butler

Mensagem: Olá priminho querido! Adivinhe quem está de volta ao país?? Venha me encontrar no lugar de sempre dentro de uma hora!

Henry se ajeitou na cadeira de uma forma desconfortável. Um pequeno sorriso malicioso quase brotou em seus lábios mas ele esforçou-se ao máximo para mantê-los enrijecidos.

Carolina também pareceu surpresa ao olhar o visor de seu celular.

De: Edward Brack

Mensagem: Carol, precisamos conversar, tenho algo que eu preciso te contar... Me encontre no lugar de sempre dentro de uma hora.

Carolina pigarreou e colocou seu Iphone sobre o tampo de vidro da mesa. Ela sentia seu coração bater descompassado dentro do peito e de repente desejou poder adiantar o tempo em uma hora...


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