Crônicas da meia noite. escrita por JeeffLemos


Capítulo 2
Abdução


Notas iniciais do capítulo

Uma história de alienígenas que pode te mostrar que nem tudo é como nós imaginávamos.



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As luzes vieram em um lampejo. Tudo estava claro demais e eu não conseguia distinguir o local em que me encontrava. A maior pergunta que preenchia minha mente naquele momento é “Onde eu estou?”. Minha cabeça estava a mil, e latejava como um milhar de sinos a tocar, ressoando incansavelmente. E o gosto elétrico na boca. Meu corpo formigava e parecia que eu estava deitado sobre agulhas. Agulhas que se remexiam e percorriam todo meu corpo. Eu estava preso. Deitado e amarrado em uma cama.

  Senti a presença de algo, olhei para o lado.

  Avistei uma silhueta.

   De começo, não consegui identificar. Era alta e muito desfocada. Eu não saberia dizer o que realmente era aquilo. Não era nada que eu conhecesse ou que um dia poderia querer conhecer.

   A silhueta parada a minha frente pegou uma injeção em cima da mesa, que só naquele instante eu percebi ali ao lado do meu leito. Ele a aplicou em mim, e o efeito foi imediato. Minha cabeça foi relaxando e o som ensurdecedor diminuindo pouco a pouco.

   A silhueta  saiu da sala.

  Enquanto isso eu pensava, e o medo começava a tomar conta de mim. Fechei os olhos e disse a mim mesmo que era apenas um pesadelo. Um horrível pesadelo de que eu iria me livrar assim que saísse do meu estado de suspensão.

   Quando abri os olhos, a silhueta estava parada a minha frente novamente. Eu podia ver as coisas ao meu redor mais claramente. Um local fechado, e muito pequeno. Parecia ser redondo. Só existia uma porta e nenhuma janela. Ao meu lado, na mesa, havia alguns instrumentos cirúrgicos que eu nunca havia visto na minha vida. E se alguma vez os tivesse visto, teria dito que são relíquias, pois me pareciam antiquados.

    Porém a luz que jogavam sobre meus olhos, impedia que eu distinguisse o ser parado a minha frente. A silhueta estava com uma agulha ligada a um tudo em uma das mãos.

   Ele enfiou a agulha no meu braço e então comecei a ter meu sangue drenado. Um fluído roxo que escorria pelo tubo até chegar a um reservatório posicionado na mesa a frente.

    A cada momento que eu ficava deitado naquele mesa, meu medo aumentava, e eu me sentia mais entorpecido, tudo ao mesmo tempo.

   A silhueta saiu novamente da sala e fechou a porta com um estrondo.Eu fechei os olhos novamente e comecei a ter medo de que aquilo não fosse um sonho. Comecei a me sentir fraco após algum tempo, eles já haviam drenado uma boa parte do meu sangue e eu já não tinha forças. Senti mais medo. E perdi completamente a esperança de que aquilo fosse um sonho.

   Desmaiei.

   Quando acordei, senti uma sensação estranha, uma dor incomoda no peito. Estava usando uma máscara de respiração e havia outros aparelhos a minha volta. Um deles parecia medir a freqüência dos meus batimentos cardíacos.

   Ainda um pouco atordoado, retirei a máscara e me esforcei para olhar para a direção do meu peito e a dor aumentou. Mas o pior não era isso. O pior de tudo era os traços de linha que cortavam da minha barriga até o meu peito.

   Alguém havia me aberto.

Será que levaram algo de mim? Eu estava ficando cada vez mais desesperado. Mas cada movimento que eu dava era como se tudo se remexesse dentro de mim.

   Ouvi o barulho da porta.

   A silhueta entrou. Mas não era mais uma silhueta. Agora eu podia ver claramente.

    O ser era alto, e tinha cabelos. Sim, na cabeça. Ele tinha cabelos curtos e um rosto sério. Mas seu rosto era a coisa mais estranha que eu já havia visto. Ele tinha olhos pequenos, um nariz protuberante e uma boca que tinha lábios por fora. Seu órgão auricular era externo. Ele tinha um corpo estranho. Era tudo proporcional. E não tinha antenas. Entrei em desespero e acreditei em todas as histórias que já ouvira sobre “humanos”.

   Quando eu era pequeno, costumava ouvir histórias sobre os seres humanos. Eram uma raça que vivia em uma galáxia muito distante da nossa e sua busca por conhecimento era inarredável.. Eles destruíram seu primeiro planeta em questão de milhares de anos e desenvolveram técnicas para viajar para outros lugares. E assim eles viveram. Usavam de um e quando este se esgotava iam para outro. Deixando assim um rastro de destruição por onde passavam. A alguns milhares de anos atrás, ouve um acidente com o planeta em que a raça humana se encontrava e toda a população foi dizimada.

    Quase toda.

   A partir do momento em que vi aquele ser, perdi as esperanças e deixei-me ser tomado pelo medo.

   Ele caminhou em minha direção, pegou outra seringa em cima da mesa, e aplicou outra injeção em mim. Eu fui perdendo o foco e então desmaiei.

   Quando abri os olhos novamente, estava em casa. Estava feliz. Tudo aquilo havia sido um sonho. Um pesadelo por qual nunca mais queria ser assombrado novamente. Eu me virei na cama, ainda sorrindo e coloquei a mão sobre o peito.

   E então, senti as linhas.


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