Diário, sob os Olhos de Um assassino escrita por KXD


Capítulo 3
Capítulo 3




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      Oh! Feriados, mesmo eu tenho o direito de aproveitar umas semanas de férias não é mesmo? Acendo um charuto cubano, estico-me sobre uma cadeira de sol, observando o mar azul do Caribe e as banhistas, sim, o sexo feminino ainda me atrai, não sou um compulsivo pela morte, apenas um apaixonado por ela.

      Abro meu note book enquanto aprecio uma deliciosa Piña colada, muito gelo e rum, os e-mails de sempre e meu bom e velho colaborador convidando-me para um novo trabalho, irônico, da minha idealização de paraíso teria de ir até a minha idealização de inferno, África, que Deus me proteja.

      Tomo avião a contragosto, simplesmente é algo que me incomoda fazer, eu preciso de férias também, mas o pagamento desta vez é bom e com adicionais, vou poder descansar por um longo tempo, República Democrática do Congo ai vou eu.

      O alvo desta vez é uma mulher, odeio matar mulheres, vamos chamá-la de Sra. Maria, nada mais perfeito que o nome da mãe do filho de Deus para alguém que esta preste a vê-lo, mulher instruída, boa educação, forte presença política e um número incontável de inimigos e infelizmente, um deles me chamou.

      Realmente é quente neste lugar, odeio calor, coloco meus óculos escuros ao sair do avião e pego um taxi empoeirado até meu hotel, que com muita consideração era 3 estrelas, deito-me na cama com lençóis de algodão e leio calmamente as instruções do trabalho, fazer parecer um assalto, comparando a sanduíches, digamos que este é o Mac Chiken com fritas e refrigerante.

      Assaltos, nada mais simples do que isso nesse lugar esquecido do mundo, tranquilamente afio minha faca, quinze centímetros de lâmina de aço inoxidável, uma ótima faca, principalmente para cozinhar, adoro cozinhar, será um desperdício me desfazer desta obra prima.

      Analiso demoradamente a rotina de minha “caça”, um dia simplesmente cheio, sem muitas pausas ou oportunidades, dessa vez vai ser mais difícil do que de costume, espero então até tarde da noite, refletindo e planejando cada passo, nada pode sair errado, mas mergulhado em meus pensamentos, mal tenho tempo pra olhar para o céu e perceber o quanto a Lua é linda nesse lugar esquecido por Deus.

      Outro dia, passo número dois, caminho pelas ruas ao redor procurando brechas nas paredes, becos sem saída, prédios abandonados, coincidência ou não encontro o lugar perfeito, um prédio abandonado com um bom espaço interno, vai ser aqui.

      Ah! Noite do “crime”, minha indefesa vítima deixa o trabalho, pelos meus cálculos, em breve passará próxima de mim, molho um lenço em clorofórmio, CHCl3 para os químicos de plantão, um potente anestésico que quando inalado provoca perda dos sentidos, principalmente do tato.

      Lenço encharcado, rosto coberto, luvas e espaço preparado, ela passa, como uma alma eu deixo meu esconderijo agarro-a com força e agilmente a puxo pra dentro da escuridão amarro-a a uma mesa, começo a compor meu cenário.

      Saibam que uma cena de crime é quase como uma obra de arte, devo estar atento a todos os detalhes, cada peça é como uma cor, motivos são sentimentos, que sentimento eu colocarei hoje em meu “quadro”, penso por alguns instantes, estupro é uma desculpa ótima, decido-me.

      Ato-lhe os pulsos então com fita adesiva, os tornozelos afastados de forma a garantir uma abertura satisfatória das pernas, eu prendo-os com fita também. Abro-lhe a blusa com a lâmina e corto o sutiã, exponho os seios, belos admito, corto-lhe também a calcinha temos que ser convincentes, algumas escoriações e arranhões aqui ou ali, vou poupá-los dos detalhes mais sórdidos, mas garanto, não a estuprei de fato. Terminada a pintura é hora de assiná-la, cravo-lhe a faca no coração, levo a bolsa que abandonarei alguns metros daqui, vazia obviamente, sumo na noite.

      Hora de receber o pagamento, diamantes, mas infelizmente o contratante queria me ver pessoalmente, abro uma exceção, encontro o homem, devidamente mascarado e disfarçando a minha voz, queria me pagar menos que o combinado, não gostei, protesto.

      O homem ri na minha cara, e seus capangas apontam fuzis em minha direção, infantilidade, imbecilidade, como uma zebra ameaçando um leão. Saio do ponto de encontro, carregando meu pagamento justo e certa “indenização”, limpo minhas roupas do pó e queimo o que está sujo de sangue. Viro-me jogo o resto de cigarro no chão. Vejo o covil em chamas.

      Crianças estúpidas, não se quebram pactos com o Demônio.


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