09 de agosto de 1996, Clair já estava um pouco mais de uma semana na toca, já tinha morrido de rir com as gracinhas de Fred e Jorge, aprendido poções novas com Gui, tendo Fleur como confidente, contado a Arthur como é o sistema escolar dos trouxas e como funcionava o relógio de pulso deles e Molly a tratava como uma rainha.

Gina mandou uma carta contando que Snape fugiu da escola, deixando então, o comando estava com Minerva.

Essa era a hora de todos irem a Hogwarts, mas, Arthur concluiu que seria arriscado demais para Clair ir lá agora, Fleur e Gui também ficariam em casa e só seguiriam para lá se precisassem de reforços.

Harry, Hermione e Rony também foram para lá. Chegou a hora dos Weasley irem para Hogwarts, Clair chorava muito, tinha medo do que poderia acontecer, ela tinha se apegado muito a eles, via Fred e Jorge como seus irmãos, Molly e Arthur a acolheram sem pedir explicações.

Sem trocar nenhuma palavra os quatro partiram, Gui e Fleur foram para a cozinha, Clair começou desesperadamente a fazer poções Felix Felices, a chamada sorte liquida, mas as mãos tremiam muito, mas ela conseguiu fazer alguns frascos.

Seria bom se Fawkes a fênix tivesse aqui, pensou Clair, as lagrimas de fênix tem alto poder curativo e nessa batalha com certeza haveria muitos feridos.

As horas passavam Clair não agüentava mais ficar ali sem noticias, sem saber como eles estavam. Clair subiu as escadas, precisava ficar sozinha para chorar, chorar pela morte de seu tio avô, única família que conhecera que foi morto por essa guerra das trevas, chorar de saudade de Carlinhos, chorar pelo risco que os Weasley estavam correndo, ah os Weasley, as melhores pessoas do mundo nos momentos mais difíceis.

Lá estava Clair, chorando, descontroladamente no quarto de Rony Weasley, o quarto estava empreguinado de um cheiro diferente, era o perfume de Rony Weasley, dava para sentir quando se abre as cortinas, quando se mexe no cobertor, Ron Weasley estava marcando presença. Clair achou uma coleção de figurinhas dos sapos de chocolate.

Ronald Weasley, que todos chamavam de Rony, o Roniquinho de Molly, fã dos Chudley Cannons, colecionador de figurinhas dos sapos de chocolate, o garoto da Grifinória, ruivo, que tinha medo de aranhas desde que Fred transformou seu ursinho de pelúcia numa aranha gigante quando era pequeno, o garoto que jogava xadrez de bruxo muito bem, o menino herói, Clair sabia tanto de um garoto que ela nem nunca viu o rosto.

A noite já estava terminando e todos sem dar noticias. Clair só tinha um nome na cabeça: Draco Malfoy, o garoto que estava destinado a matar seu tio avô, mas não conseguiu, era um covarde, Clair queria saber mais de um garoto tão novo e já com uma marca negra.

Harry Potter era o eleito, ele se sacrificaria pelas forças do bem e assim destruiria Voldemort e livraria o mundo das trevas, era só nisso que Clair pensava, naquela noite estaria decidido o destino da comunidade bruxa, ela passou toda a noite acordada, o sol já estava no céu.

Fleur gritou: - Eles chegaram!

E do lado de fora se avistava, Molly, Arthur, Gina e Jorge. Clair temia o pior, não via Fred, nem Ronald.

Com os olhos cheios de lagrimas Gina falou:

- Fred morreu – Ela não conseguiu terminar de falar, chorava muito e Arthur continuou :

- Os comensais da morte – E também começou a chorar.

Todos entraram sem acreditar no que ouviram, todos chorando, sentados, ninguém conseguia pronunciar nenhuma palavra, ficaram assim por horas, até que Gina tomou forças e falou:

- Mamãe destruiu Belatrix, enquanto Rony foi para a câmara secreta pegar a presa do Basilisco para destruir uma horcrux, Neville destruiu a ultima, Nagini, a cobra de Voldemort. 

Clair estava horrorizada:

- Nossa, mas que batalha sangrenta, Fred, Harry, Belatrix, Tom...

- Mas Harry Potter não morreu, todos acharam que estava morto, mas do nada ele entrou na luta com Voldemort.

Aquele dia se passou sem mais nenhuma palavra, o mais temido já tinha acontecido, Fred estava morto.

Assim, Clair passou quatro dias chorando no quarto de Rony até que Gina bateu na porta e viu a garota com olheiras e com olhos muito inchados.

- Vem comigo, Clair

Clair desceu junto com Gina, muda. A casa estava vazia, só as duas na sala.

- Sabe Clair, vejo que você está sofrendo junto com a gente, mal pude falar com você, mamãe me contou, sobrinha neta de Dumbledore, cresceu sozinha.

Clair só concordou com a cabeça.

- Carlinhos está vindo, Percy também.

As duas ficaram ali, conversando e chorando também.

14 de agosto de 1996, Fred já estava enterrado, Percy e Carlinhos iam chegar,  mas Clair tinha uma duvida :

-Gina, Harry estava destinado a morrer, meu tio Alvo, me disse em uma carta, como ele sobreviveu?

- O que morreu foi a parte da alma de Voldemort que vivia nele

- Entendi. Tenho uma carta para entregar a ele, outra para Hermione e um pacote para Ronald.

Nessa hora Hermione apareceu:

- Com licença...

Hermione foi surpreendida por um abraço de Molly,

- Hermione querida, estava a sua espera, e os meninos onde estão?

- Eles foram atrás de alguns comensais da morte, vim ficar pouquíssimo tempo, vou encontrar meus pais e tirar o feitiço Obliviate que coloquei neles, vim tomar um banho e já sigo a procura deles.

Clair estava na frente de Hermione Granger, a garota do trio mais espoleta de Hogwarts, a heroína.

- Prazer, Clair Bottonline, ouvi muitas historias sobre você.

Clair tirou a carta da bolsa antes que Hermione pudesse falar qualquer coisa.

-Estava no escritório de meu tio, creio que ele não teve tempo de lhe entregar

Hermione pegou a carta

- Mas isso aqui é de Dumbledore

- Eu sei, ele era meu tio avô, Minerva me trouxe pra cá

Hermione leu a carta

-Olha,isso é impressionante, Clair BottonLine Dumbledore, que história – Disse Hermione,  Clair assentiu com a cabeça.

Hermione tomou banho e seguiu em busca de seus pais