Crônicas Do Olimpo - A Maldição Do Titã escrita por Laís Bohrer


Capítulo 3
O Destino de Cada um...


Notas iniciais do capítulo

Maaaaaseeeee um capítulo, agora vamos logo....



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Eu sabia que estava tremendo dos pés a cabeça, mas não era pelo frio, talvez... Só um pouco. Depois de aquela garota de doze anos me dizer que era Ártemis eu disse algo como:

– Certo... E eu sou Zeus!

– Parece impressionada com minha idade, achei que não estaria depois de Héstia e tudo o que você já enfrentou... - disse ela autoritária.

Odeio quando os deuses mostram o quanto sabem sobre mim. Tipo assim "Eu conheço você, mas você não me conhece."

Mas Hansel foi totalmente inesperado.

Ele engasgou, então se ajoelhou apressadamente na neve e começou a tagarelar:

– Obrigado, Lady Ártemis! Você está tão... você é tão... uau!

– Levanta dai, garoto-jegue! - disse Thalia dando um tapa em Hansel.

Disparei.

– Vocês ai! - exclamei. - O que pensam que estão fazendo? Jake esta desaparecido!

– Uau – Bianca di Angelo disse. – Espere aí. Só um minuto!

Todos olharam para ela. Ela apontou o dedo para todos nós em volta, como se ela estivesse tentando ligar os pontos.

– Quem... São vocês?

A expressão de Ártemis se suavizou.

– Poderia fazer uma pergunta melhor, minha querida menina, poderia perguntar quem é você! Quem são seus pais?

Bianca olhou nervosamente para seu irmão, que ainda estava olhando com temor para Ártemis.

– Nossos pais estão mortos – disse Bianca.

Bufei irritada me livrando das caçadoras que ainda me seguravam.

– Já pensei algo parecido antes...

Ela vacilou. Acho que ela podia dizer por nossas expressões que não acreditamos nela.

– O que quer dizer? - perguntou ela. - Eu estou falando sério!

– Vós sois meio-sangues – disse Zöe Doce-Amarga.

– Oi? - perguntei confusa do jeito que ela falou. Era difícil saber de onde era o seu sotaque. Soava antiquada, como se ela estivesse lendo de um livro realmente velho.

– Um dos vossos pais era mortal. O outro era um Olimpiano.

– Um atleta... olímpico?

– Não – disse Zöe. – Um dos deuses.

– Legal! – Nico disse.

– Não! – a voz de Bianca tremeu. – Isto não é legal! Parem de brincar com a gente!

Mas Nico teve uma relação diferente, ele começou a dançar como se precisa-se ir ao banheiro.

– Demais! Zeus tem mesmo relâmpagos que fazem seiscentos pontos de dano? Ele ganha pontos de movimento extras por...

– Cala a Boca, Nico! - exclamou Bianca. – Este não é o seu estúpido jogo Mitomagia, ok? Não existem deuses!

Por mais chateada que eu pudesse estar com relação a Jake, e irada por causa das caçadoras, eu não podia deixar de sentir por Bianca, sabia exatamente como ela se sentia. Como se tudo o que viveu fosse apenas um pesadelo e ela estivesse acordando agora.

Thalia deve ter sentido algo parecido, pois a raiva nos seus olhos acalmou um pouco.

– Bianca, eu sei que é difícil de acreditar. Mas os deuses ainda estão por aí. Confie em mim. Eles são imortais. E quando eles têm filhos com humanos normais, crianças como nós, bem... Nossas vidas são perigosas.

– Tipo o garoto que caiu?

Thalia se afastou. Mesmo Ártemis olhou triste.

– Não se preocupe com Jake. - disse a deusa. - Ele foi até corajoso...

– Não! - exclamei. - É culpa minha, eu vou...

– Peço que fique calma Megan. - disse Ártemis. - Você é uma grande guerreira, mas se deixa levar demais pelas suas emoções.

– O que quer dizer? - perguntei.

– Ele se foi. Consegue senti-lo? Você é filha de Poseidon, não? - lembrou ela. - Algumas magias estão em movimento. Eu não sei exatamente como ou por que, mas o seu amigo desapareceu.

Não importa! Eu ainda queria pular do penhasco atrás de Jake, mas eu tive a sensação de que Ártemis estava certa. Jake se fora. Se ele estivesse lá no mar, eu seria capaz de sentir a sua presença.

Mas eu não sentia nada... Mesmo assim eu não conseguia e nem queria acreditar que ele estava... Morto.

– Ei! - exclamou Nico. - E sobre o Dr. Espinheiro? Foi incrível como você atirou nele com flechas! Ele está morto?

– Ele era um manticore – disse Ártemis. – Esperemos que ele esteja destruído por agora, mas monstros nunca morrem verdadeiramente. Eles retornam de novo e de novo, e devem ser caçados quando reaparecem.

– Ou eles caçam você. - acrescentou Thalia.

Bianca raciocinou.

– Isso explica... Nico, você se lembra do verão passado, daqueles caras que tentaram nos atacar em um beco em Washington?

– E aquele motorista de ônibus – disse Nico. – Com os chifres de carneiro. Eu disse a você que eram chifres.

– Hansel tem observado vocês. - falei.

– Hansel? - Bianca o olhou. - Você é um meio-sangue.

– Na verdade... - ele tirou os tênis revelando seus cascos.

Bianca arregalou os olhos.

– Hansel ponha seus tênis, esta assustando ela. - disse Thalia impaciente. (Hansel : Ninguém tem paciência comigo T.T)

– Você... - Bianca apontou para mim. Depois para Hansel. - Você é um jegue?!

Hansel ficou emburrado.

– Um bode. Metade Bode. Sou um sátiro! - disse ele.

– Bianca – eu disse, – nós viemos aqui para ajudar vocês. Você e Nico precisam de treino para sobreviver. Vocês precisam vir para o acampamento.

– Acampamento?

– Acampamento Meio-sangue. - falei. - É onde os meio-sangues aprendem a sobreviver e outras coisas. Vocês podem se juntar a nós, e ficar durante todo o ano, se quiserem. Assim... Como eu e Thalia.

– Ótimo, vamos lá! – Nico disse.

– Espere – Bianca sacudiu sua cabeça. – Eu não...

outra opção. - enfatizou Zöe.

– Não, não há mesmo. - disse Thalia.

Thalia e Zöe se encararam. Eu não sabia sobre o que estavam falando, mas eu podia dizer que havia uma história ruim entre elas. Por alguma razão, elas seriamente se odiavam.

– Temos sobrecarregado essas crianças o suficiente – anunciou Ártemis. – Zöe, vamos descansar aqui por algumas horas. Arrume as barracas. Trate os feridos. Recupere os pertences de nossos convidados na escola.

– Sim, minha senhora.

– Bianca venha comigo, quero falar com você. - disse a deusa.

– E quanto a mim? – Nico perguntou.

Ártemis considerou o menino.

– Talvez você possa mostrar a Hansel como jogar Mitomagia, para distrai-lo um pouco... - Ártemis olhou para Hansel. - Um favor para mim?

Hansel engasgou... De novo.

– Pode apostar! Vamos, Nico!

Eles saíram em direção a floresta e eu fiquei sozinha com Thalia. Ártemis levou uma Bianca que parecia confusa ao longo do precipício. As caçadoras começaram a abrir suas mochilas e montar o acampamento.

Zöe lançou mais um olhar zangado para Thalia, depois saiu para supervisionar as coisas. Logo que ela tinha ido embora, Thalia remexeu seu pé com frustração.

– Que raiva dessas caçadoras! Elas acham que são tão... Argh!

Não respondi, a verdade é que eu não ligava a minima para as caçadoras. Fui para a ponta do penhasco, aonde estava ali pendurado no ar, uma jaqueta de veludo preta com um capuz. Era a jaqueta da invisibilidade de Jake. Peguei a jaqueta na mão.

– E você! - ouvi Thalia exclamar para mim. - Você não percebe o que fez não é?! O que estava pensando lá no ginásio, Megan? Você teria capturado Dr. Espinheiro totalmente sozinha? Você sabia que ele era um monstro!

Virei o rosto para a filha de Zeus, eu estava sem expressão, mas diferente de vários momentos em que desafiei o perigo com as palavras, deixei ela descontar sua raiva em mim.

– Se tivéssemos ficado juntos poderíamos tê-lo pego sem o envolvimento das Caçadoras. - disse ela. - Jake ainda estaria aqui, você pensou nisso? Não!

Segurei o folego, eu ia chorar, mas não... Eu não podia. O Vento frio batia no meu rosto, Thalia esperava uma resposta e como não a teve ela me deu as costas.

– Eu sei! - exclamei alto o suficiente para ela ouvir, mas ela não parou. - Eu sei... - murmurei.

Assim que Thalia sumiu e me deixou sozinha, eu deixava as lagrimas correrem seu percurso natural, imaginei se foi assim que Jake se sentiu quando pensou que eu tinha ido embora para sempre. Deixei minhas lagrimas virarem gelo. Tentando aceitar os fatos. E que diferente de mim... Ele não ia voltar.

As Caçadoras armaram seu acampamento em uma questão de minutos. Sete grandes tendas, todas de seda prateada, em uma curva crescente de um dos lados de uma fogueira. Uma das meninas soprou um apito canino prata, e uma dúzia de lobos brancos apareceram do bosque. Eles começaram a circular o acampamento como cães de guarda.

Jake também deixara para trás seu sabre celestial, peguei a arma e fiz com seus movimentos, coloquei a arma no bolso da minha calça esperando que esta rasgasse o tecido em segundos, mas não. Ela entrou perfeitamente, mágica. E tão leve quanto uma pluma.

Falcões nos observavam das árvores, os seus olhos cintilando na luz do fogo, e eu tive a sensação de que eles estavam de guarda, também. Mesmo o clima parecia se dobrar à vontade da deusa. O ar ainda estava frio, mas o vento morreu e a neve parou de cair, por isso era quase agradável sentar perto do fogo.

Quase... Com exceção da dor no meu ombro e a culpa me pesando no chão. Ainda não queria acreditar que Jake se fora. E mesmo tão irritada como eu estava com Thalia, eu tinha uma sensação que de que ela estava certa. A culpa foi minha.

Lembrei de mim e Jake dançando no baile juntos, meu coração pesou em mim mais ainda. Então por alguma razão, a cena do nosso primeiro encontro veio a minha mente. Nos tentamos nos matar no caça a Bandeira a partir dali ele passou a ser meu fiel companheiro de aventuras, e eu Idem. Coloquei a jaqueta de Jake nos meus braços e fui na direção da fogueira.

Vi Thalia remexendo na neve da beira do campo, andando entre os lobos sem medo. Ela parou e olhou para trás para Westover Hall, que agora estava completamente escuro, assomando na encosta além da floresta. Imaginei sobre o que ela estaria pensando.

Sete anos atrás, Thalia tinha sido transformada em um pinheiro por seu pai, para evitar que ela morresse. Ela se defendeu contra um exército de monstros no topo da Colina Meio-Sangue para dar a seus amigos Luke, Grover e Benjamin Chase e Annabeth tempo para fugir.

Ela voltou a ser humana há apenas alguns meses, e de vez em quando ela ia repousar tão imóvel que você poderia pensar que ela ainda era uma árvore.

Finalmente, uma das caçadoras trouxe a minha mochila.

Hansel e Nico voltaram de sua caminhada. Hansel ajudou a tratar do meu ferimentos.

– É verde! – Nico disse com alegria.

– Quieta... - disse Hansel, mas ele parecia prestes a desmaiar. - Aqui, coma alguma ambrosia enquanto eu limpo isso.

Eu estremeci enquanto ele limpava a ferida, mas o pedaço de ambrosia ajudou. O sabor era de bolo caseiro, dissolvendo em minha boca e enviando uma calorosa sensação pelo meu corpo inteiro. Entre isso e a mágica pomada que Hansel utilizou, senti meu ombro melhor dentro de dois minutos.

Nico remexeu através da sua própria mochila, que as caçadoras tinham embalado por ele, mas como elas tinham escapado do Westover Hall sem ser vistas, eu não sabia.

Nico colocou um monte de estatuetas na neve – pequenas réplicas de batalhas de deuses e heróis gregos. Reconheci Zeus com um relâmpago, Ares com uma lança, Apolo com sua carruagem solar.

– É uma bela coleção. - falei para ele.

Nico sorriu.

– Eu tenho quase todos eles, mais as suas cartas holográficas! Bem, exceto por algumas realmente raras... Tipo Hades e essas...

– Você começou a jogar isso há pouco tempo?

– Este ano na verdade. Antes que... – Ele juntou suas sobrancelhas e hesitou.

– O quê? – eu perguntei.

– Eu esqueço. Isso é estranho.

Ele pareceu abalado, mas não durou muito.

– Ei, posso ver aquela espada que você estava usando?

Mostrei Anaklusmos para ele. Expliquei como ela se transformava de uma caneta em uma espada bastando retirar a tampa.

– Posso? - perguntou ele.

– Ah... Claro. Por que não?

Ele destampou Anaklusmos.

– Mas cuidado que...

Tarde demais, ele deixara a espada mágica cair no chão. Era incrível como para alguns Anaklusmos pesava.

– ... Ela pesa. - falei.

– Como você carrega isso no bolso? - perguntou ele.

– Já perguntei algo parecido... - disse Hansel.

Ele colocou a tampa de volta e ficou girando ela no dedo.

– Legal! - uma hora ele deixou a caneta escapar e esta rolou pela neve até cair do penhasco. - Opa...

Por um momento eu vi Jake caindo ao invés da caneta.

– Ah... Sem problemas. - falei tirando Anaklusmos do bolso. - Vê? Ela sempre volta.

– Puxa! Isso é demais! - disse ele. - Mas... Nunca acaba a tinta?

– Eu... Hm... Não escrevo muito com ela.

– Você é realmente filha de Poseidon?

– É.

– Então você deve surfar muito bem, não é?

Olhei para Hansel que com muito esforço tentava não rir.

– Nunca tentei, na verdade. - falei para ele. - Mas... Talvez.

Então Nico continuou fazendo mais perguntas.

– Você briga muito com Thalia já que ela é filha de Zeus? - perguntou.

– Não exatamente... Eu...

– Quantos pontos de dano você tem?

– Eu... Não sei. - admiti.

– Você é a namorada de Jake? - perguntou ele.

E Bingo! Partiu, vou colocar um semideus dentro de uma bolsa de carne e dar de almoço para os lobos. Mas então, Zöe Doce-Amarga veio até nós.

– Filha do Mar. - disse ela. - Minha senhora deseja falar com você.

Ela tinha olhos castanhos escuros e um nariz ligeiramente empinado. Com sua tiara prateada e expressão orgulhosa, ela parecia tanto com realeza que eu tive de resistir ao impulso de me sentar reto e dizer “Sim, minha senhora.” Ela me estudou com desgosto, como se eu fosse um saco de roupa suja que ela tinha sido enviada para buscar, talvez seja porque eu desrespeitei a senhora dela.

Zöe me levou para a última barraca, que não parecia diferente das outras, e acenou para que eu entrasse. Bianca di Angelo estava sentada ao lado da menina de cabelo castanho avermelhado, que eu ainda tinha problemas em pensar como sendo Ártemis, mesmo depois de Héstia.

O interior da tenda estava quente e confortável. Tapetes de seda e almofadas cobriam o chão. No centro, um braseiro de ouro parecia queimar sem combustível ou fumaça. Por trás da deusa, em um aparato de carvalho polido, estava o seu grande arco de prata, esculpido para se assemelhar aos chifres de uma gazela. Penduradas nas paredes estavam peles de animais: urso preto, tigre, e vários outros que eu não reconheci.

Achei que um ativista dos direitos dos animais teria um ataque cardíaco ao olhar para todas aquelas peles raras, mas talvez uma vez que Ártemis era a deusa da caça, ela podia reabastecer o que ela tenha tirado. Pensei que ela tinha outra pele de animal estendida ao lado dela, e então eu percebi que era um animal vivo – um veado com pelo brilhante e chifres prateados, sua cabeça descansando contente no colo de Ártemis.

– Olá Megan. - disse ela. - Entre.

Eu me sentei em frente a ela no chão da tenda. A deusa me estudou, o que me deixou desconfortável. Para uma menina ela tinha os olhos de um velho.

– Ainda surpresa com a minha idade, imagino. - disse ela.

– Um pouco... - admiti.

Eu poderia aparecer como uma mulher crescida, ou como fogo resplandecente, ou qualquer outra coisa que eu quisesse, mas é isso que eu prefiro. Esta é a média de idade das minhas Caçadoras, e de todas as jovens donzelas para quem eu sou patrona, antes que elas se extraviem.

– Oi?

– Crescerem. - simplificou. - E convivam com rapazes. Tornem-se tolas, preocupadas, inseguras. Esqueçam de si mesmas.

– Oh... - falei.

Zöe se sentou à direita de Ártemis.

– Bom... - me ajeitei desconfortável.– O que quer comigo?

– Acalme-se... - disse a deusa para a princesinha persa. - Sabe, Megan... Bianca me disse algumas coisas perturbadoras que o monstro disse. Mas ela pode não tê-las entendido. Gostaria de ouvi-las de você.

Então eu contei a ela.

Quando terminei, Ártemis pôs a mão sobre seu arco pensativamente.

– Eu temia isso...

Zöe sentou mais a frente.

– O cheiro, minha senhora?

– Sim.

– Cheiro? – perguntei.

– As bestas que não caço fazem seculos... – Ártemis murmurou. – Presas tão antigas que quase me esqueci delas.

Ela me encarou atentamente.

– Nós viemos aqui hoje à noite monitorando o mantícore, mas ele não era o que eu procurava de verdade. Diga-me uma vez mais, exatamente o que o Dr. Espinheiro disse.

– Hm... "Quieta! Garota inútil!"

– Não, não... Depois disso.

– Ah... Ele disse que alguém chamado "o General" iria explicar as coisas para mim. - falei.

O rosto de Zöe empalideceu. Ela se virou para Ártemis e começou a dizer algo, mas Ártemis levantou a sua mão.

– Continue Megan.

– Ele continuou falando sobre a tal "Grande Agitação", mas não faço ideia do que isso signifique. E ele disse “Em breve teremos o mais importante monstro de todos, o que deve provocar a queda do Olimpo”

A deusa ficou tão imóvel que poderia ser uma estátua.

– Devo caçar este monstro, creio eu.

– Talvez... ele estivesse mentindo – eu disse.

– Não, não esta. Eu sei. - disse a deusa.

Zöe parecia estar se esforçando muito para não ter medo, mas ela assentiu.

– Vamos partir imediatamente, minha senhora.

– Não, Zöe. Devo fazer isso sozinha.

– Mas, Ártemis...

– Esta tarefa é muito perigosa mesmo para as Caçadoras. Você sabe onde devo iniciar minha busca. Você não pode ir lá comigo.

– Você sabe como é esse monstro? - perguntei.

– Não, mas eu vou traze-lo para o olimpo. - disse ela. - Zöe pareceu que ia protestar, mas no fim disse:

– E agora há uma última decisão a ser feita. – Ártemis se virou para Bianca. – Você fez a sua escolha, minha menina?

Bianca hesitou.

– Eu ainda estou pensando nisso.

– Espere – eu disse. – Pensando sobre o quê?

– Elas... elas me convidaram para me unir à Caça.

– O que?! - exclamei. - Mas você não pode! Você tem que vir para o Acampamento Meio-Sangue para que Quíron possa treinar você. É a única maneira para você aprender a sobreviver.

– Não para ela... – disse a deusa.

Eu não podia acreditar que estava ouvindo isso.

– Bianca, o acampamento é legal! Ele tem um estábulo com pégasos e uma arena de combate e... Quero dizer, o que você ganha ao se juntar às Caçadoras?

– A Imotalidade, para começar. - disse Ártemis.

Olhei para a deusa.

– É brincadeira não é?

– Minhas Caçadoras me seguem em minhas aventuras. Elas são minhas servas, minhas companheiras, minhas irmãs-em-armas. Uma vez que juram fidelidade a mim, elas se tornam imortais... a menos que caiam em batalha, o que é pouco provável. Ou quebrem seu juramento.

– Juramento?

– Para esquecer o amor romântico para sempre – disse Ártemis. – Para nunca crescer, nunca se casar. Para ser uma donzela eternamente.

– Não entendo... - comecei.

Tentei imaginar o que ela estava dizendo. Ser imortal. Passar meu tempo somente com garotas em idade escolar para sempre... Isso não podia ser verdade.

Então você só vai pelo país recrutando garotas meio-sangues. - acusei.

– E mortais, ninfas e outras. - disse Ártemis. - A Estrela, Megan. Ela foi uma brava caçadora.

– Como é que é? – mas não precisei de resposta, sabia que ela estava falando da estrela da qual herdei o "Nome". Arregalei os olhos. - Você esta brincando! A Filha da...

– Uma ótima caçadora, tenho que dizer. - disse ela.

– Bianca, isso é loucura – eu disse. – E com relação ao seu irmão? Nico não pode ser um caçador.

– Certamente não – concordou Ártemis. – Ele vai para o acampamento. Infelizmente, isso é o melhor que meninos podem fazer.

Pensei em discordar... Mas, eu sou uma garota e sou contra o machismo... É, é bom me sentir superior as garotos as vezes. Tipo...

– Você pode vê-lo de vez em quando – Ártemis assegurou a Bianca. – Mas você estará livre de responsabilidade. Ele terá os conselheiros do acampamento para cuidar dele. E você terá uma nova família. Conosco.

– Uma nova família – Bianca repetiu sonhadoramente. – Livre de responsabilidade.

– Bianca, você não pode fazer isso – falei. – É loucura.

– Eu aceito. - disse Bianca.

Me perguntei se eu estava com o capuz de Jake sobre a cabeça pois será que Bianca estava me vendo!?

– O que preciso fazer? - Bianca perguntou.

– Apenas repita. - disse Ártemis. - Eu me submeto à deusa Ártemis.

– Eu... E-eu me submeto à deusa Ártemis.

– Eu abandono a companhia dos homens, aceito eterna virgindade, e me junto à Caça.

Bianca repetiu as mesmas linhas.

– É isso? Só isso? - perguntei. - Tipo... Nada de fogos, ou fumaça verde?

– Se eu aceitar então é obrigatório. - disse Ártemis. - Eu aceito.

As chamas no braseiro se alegraram, lançando um brilho prateado sobre a sala. Bianca não parecia diferente, mas ela respirou fundo e abriu seus olhos amplamente.

– Me sinto mais... Forte... - disse ela sorrindo.

– Agora lembre-se de seu juramento. - disse a deusa. - Ele é sua vida agora.

Eu não podia acreditar que eu vim de tão longe e sofri tanto apenas para perder Bianca para algum clube eterno de garotas. Como eu fui... fraca.

– Agora deixe eu e Megan sozinhas, por favor. - disse a deusa. - Tenho uma missão para ela.

– Ah... Tá. - Bianca foi a direção a porta, imaginei Nico irado ao saber disso.

Assim que estava sozinha com a deusa, me senti prestes a virar um prato de frutos do mar. Mas não foi isso que aconteceu, a deusa me olhava atentadamente.

– Não fique chateada Megan. - disse Ártemis. - Temos sempre vagas abertas.

– O que... O que quer dizer? - mas ela não precisava responder para eu saber.

– Tenho estado interessada em você deste sua primeira missão. Ouvi vários boatos...

– Aonde quer chegar?

Ela suspirou.

– Megan... Também gostaria que se junta-se a caçada.






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Notas finais do capítulo

Ártemis* : E a quem quiser, estamos sempre a busca de novas caçadoras! *--* Menos homens é claro...
Lay : Ahahahaha, vocÊ acha que a Meg vai mesmo aceitar o oo deusa casta? Ela AMA o Jake.
Megan : Mas ele não deixaria de ser meu amigo não é? "AMA"? Como assim?
Lay : *facetap* Tchau #PartiuMeJogarNasCostasDeUmaManticoreECairDeUmPenhasco...
Megan : Eu...
Lay : ATÉ O PROXIMO CAPÍTULO ><'



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