Crônicas Do Olimpo - A Maldição Do Titã escrita por Laís Bohrer


Capítulo 2
Desespero do Cabeça de Javali


Notas iniciais do capítulo

http://www.youtube.com/watch?v=P5d3MRcy-aM



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Eram apenas meus passos ecoando no vazio, eu apertava Anaklusmos em minha mão, na sua forma de caneta, eu tentava ouvir um ruído enquanto perseguia o Dr. Espinheiro, mas nada. Apenas inha respiração arfando na atmosfera em que o perigo estava no ar. Eu conhecia essa sensação de muitas e muitas vezes.

Ouvi um vulto e vi uma sombra, mas esta desapareceu naquele instante, mais uma dor aguda... Eu via a mim mesma lutando contra uma fúria no Orfanato Dixon. E Bum! No momento seguinte eu estava de volta a realidade com a mesma rapidez da qual eu sairá.

Estranho... pensei.

Então eu ouvi um grunhido doloroso saído de uma porta no fim do corredor. A porta levava a um corredor escuro. Eu ouvi sons de pés se arrastando mais a frente, e então mais um doloroso grunhido. Eu desencapei Anaklusmos.

A caneta cresceu em minhas mãos até que eu estava segurando uma espada grega de bronze com um metro de comprimento e punho envolvido em couro. A lâmina brilhava ligeiramente, lançando uma luz dourada na fileira de armários.

Eu corri pelo corredor, mas quando eu cheguei ao final, não havia ninguém lá. Eu abri uma porta e me achei de volta no corredor da entrada principal. Eu me virei. Eu não via Dr. Espinheiro em lugar algum, mas ali no lado oposto do ambiente estavam as crianças di Angelo. Eles estavam paralisados em terror, olhando fixamente para mim.

Eu avancei lentamente, baixando a ponta da minha espada.

– Esta tudo bem agora. - falei calmamente. - Não vou machucar vocês.

Não recebi resposta. Me perguntei aonde o Dr. Espinheiro havia se metido. Talvez, tenha sentido a presença de Anaklusmos e recuado... Monstros odeiam armas de bronze celestial.

– Eu sou Megan. - falei. - Vou levar vocês para um lugar seguro.

Os olhos de Bianca se arregalaram. Ela cerrou os punhos enterrando as unhas na pele e fazendo sangrar. Era tarde demais eu percebi o que seu olhar significava. Ela não estava com medo de mim. Ela estava tentando me alertar.

Rodopiei, algo fez WHIISH! Uma Dor aguda explodiu em meu ombro. Uma força como uma mão gigante me puxou para trás e me lançou contra a parede. Golpeei o ar com minha espada, mas nada havia para receber o golpe.

Uma risada fria ecoou pelo corredor.

– Sim, Filha de Poseidon... Eu sei quem você é... - Disse o Dr. Espinheiro.

Tentei me libertar, meu casaco e camiseta estavam pregados na parede por algum tipo de cravo – um projétil como uma adaga com trinta centímetros de comprimento. Ela havia esfolado a pele do meu ombro quando passou pelas minhas roupas, e o corte queimava. Eu havia sentido algo como isso antes. Veneno. Eu fiz força para me concentrar.

Eu não iria desmaiar.

Uma silhueta negra se movia diante de nos agora. Uma Luz fraca revelou o rosto do Dr. Espinheiro, deixando este sinistramente sinistro. Ele ainda estava em sua forma humana, porém... Sinistro. Tipo Hades de TPM, só que menos pior. Ele tinha dentes perfeitamente brancos e seus olhos castanho/azul refletiam a luz da minha espada.

Tentei balançar minha espada de novo, mas ele estava longe demais para eu fulmina-lo com o bronze celestial e transforma-lo em pó.

Um segundo projétil foi atirado de algum lugar atrás do Dr. Espinheiro. Ele não pareceu se mover. Era como se alguém invisível estivesse atrás dele, atirando facas. Perto de mim, Bianca ganiu. O segundo espinho cravou na parede de pedra, a milímetros do seu rosto.

– Vocês três... Virão comigo. - disse ele. - Qualquer ruído ou grito por ajuda... Vou mata-los.

Hora do Pânico. A Ideia de ser sequestrada por um porco-espinho humano não era agradável... Entendem? Realmente eu não sabia que tipo de monstro ele era, mas eu poderia me defender com meu escudo, era apenas um toque no relógio em meu pulso e... é, mas também tinha os Di Ângelo.

Eu precisava de ajuda, e só tinha uma maneira de conseguir.

Fechei os meus olhos.

– O que esta fazendo, Filha do Mar? - disse Espinheiro.

Abri meus olhos e continuei me arrastando.

– Ah... É, meu ombro, esta doendo. - falei.

– Meu veneno não vai mata-la, apenas causa dor. Ande!

Dr. Espinheiro nos guiou para fora, e eu tentei me concentrar. Imaginei o rosto de Hansel. Foquei-me nos meus sentimentos e no perigo. No último verão, Hansel criou uma conexão empática entre nós. Ele podia me mandar visões em meus sonhos para que eu soubesse que ele corria perigo.

Mas em vice e Versa eu ia descobrir agora...

Ei! Menino-Jegue! pensei. Dr. Espinheiro é um maniaco atirador de espinhos, dá pra tipo assim... ME SALVAR LOGO ANTES QUE EU VIRE ESPETO?

Dr. Espinheiro nos levou para a mata. Nós seguimos por um caminho de neve, palidamente iluminado por lamparinas antigas. Meu ombro doía. O vento soprando pelas minhas roupas rasgadas era tão frio que eu me senti um picolé de Megan.

– Tem uma clareira logo à frente – disse Dr. Espinheiro. – Vamos chamar seu transporte.

– Transporte? - perguntou Bianca.

– Quieta, garota inútil!

– Não fala assim com a minha irmã! - exclamou Nico.

A Voz de Nico hesitou um pouco, mas eu fiquei surpresa pela sua coragem. (Lay e outras Niquetes : O NICO É MUY FOFO! *--*) Meu ombro latejava, tentei fazer o necessário e o possível para ser uma boa prisioneira... Enquanto tentava chamar a atenção de Hansel.

Hansel! Maçãs! Latas de Diek Coke! Traga seu traseiro peludo aqui A-GO-RA... por favor, rápido.

– Alto – disse Dr. Espinheiro.

A floresta tinha se aberto. Chegamos a um penhasco que dava vista para o mar. Ao menos, eu senti o mar lá embaixo, centenas de metros abaixo. Eu podia ouvir ondas se agitando e podia sentir a brisa fria e salgada. Mas tudo que podia ver era escuridão e neblina.

Dr. Espinheiro nos empurrou contra a beirada. Eu tropecei, e Bianca me segurou.

– Obrigada. - murmurei.

– O que raios ele é? - ela murmurou de volta.

Estremeci... "Raio" não era minha palavra favorita.

– Eu não sei...

– Como o enfrentamos?

– Ainda não pensei nessa parte. - falei.

– Estou com Medo... - disse Nico.

Ele estava segurando algo – um pequeno soldado de metal de brinquedo.

– Calados! – Dr. Espinheiro disse. – Olhem para mim!

Nós viramos para o monstro.

Os olhos de Dr. Espinheiro brilharam de fome. Ele puxou algo de dentro do casaco. Primeiro pensei ser um canivete, depois percebi que era apenas um telefone. Ele apertou um botão e disse:

– Mercadoria pronta para a entrega. - disse ele.

Teve uma resposta truncada, e percebi que Dr. Espinheiro estava no modo walkie-talkie. Isso parecia muito moderno e assustador – um monstro usando celular... Estranho...

Eu olhei para trás, imaginando o tamanho da queda.

Dr. Espinheiro riu.

– Vá, Filha de Poseidon. - disse ele. - Vá para o Mar e salve-se!

– Filha de Poseidon? - perguntou Nico.

– Explico isso depois. - falei.

– Você tem um plano, não é? - perguntou Bianca.

Hansel! Plano 'fail' Venha até mim!

Talvez eu conseguisse fazer os di Angelo pularem comigo no oceano. Se sobrevivêssemos à queda, eu podia usar a água para nos proteger. Eu já fiz coisas assim antes. Se meu pai estivesse de bom humor, e ouvindo, ele podia ajudar. Talvez.

– Eu a mataria antes de você alcançar a água – disse Dr. Espinheiro, como se estivesse lendo meus pensamentos. – Você não sabe quem eu sou, sabe?

– É... - comecei. - O Pai do Spike do X-Men?

Houve um pequeno movimento atrás dele, e outro míssil assobiou tão perto de mim que raspou na minha orelha. Algo estalou atrás do Dr. Espinheiro – como uma catapulta, mas mais flexível… quase como um rabo.

– Não brinque comigo, menina. - disse ele. - é triste, mas pediram você viva, se não...

– Quem? - perguntou Bianca. - O que esta...

– Luke! - exclamei. - Você trabalha para ele!

A boca do Dr. Espinheiro se mexeu com desgosto quando eu disse o nome do meu antigo inimigo – um antigo amigo que tentou me matar algumas vezes. Há!

– Confusa, Jackson? - perguntou ele. - Logo o general irá lhe explicar, Ah! Ele esta esperando para conhece-la.

– Jackson... - repeti lentamente. - Você... Quem é ele? General? O que você sabe sobre mim?

– Mais do que você, pelo menos, foi o que me disseram.

Dr. Espinheiro olhou para o horizonte.

– Seu transporte chegou.

Eu me virei e vi uma luz à distância, uma luz procurando algo, sobre o mar. Depois ouvi o barulho de pás de helicóptero, cada vez mais alto e perto.

– Para onde está nos levando? – perguntou Nico.

– Você deveria se sentir honrado, garoto. Terá a oportunidade de se juntar a um grande exército! Assim como aquele joguinho bobo que você brinca com cartas e bonecas.

– Não são bonecas! São miniaturas! E você pode pegar seu grande exército e...

Não duvido de nada...

– Não, não – Dr. Espinheiro interrompeu. – Você vai mudar de ideia sobre se unir a nós, garoto. E se você não quiser, bem... existem outras finalidades para meio-sangues. Temos várias bocas monstruosas para alimentar. A Grande Agitação está vindo.

– A Grande Agitação? - repeti.

Tudo para fazê-lo falar enquanto pensava em um plano.

– O movimento de monstros – Dr. Espinheiro sorriu malignamente. – Os piores que existem, os mais poderosos, estão acordando. Monstros que não são vistos há milhares de anos. Eles vão causar mortes e destruição do tipo que mortais nunca viram antes. E logo teremos o mais importante monstro de todos – aquele que trará a queda do Olimpo!

– Tá legal... - disse Bianca. - Ele é pirado.

– Temos que pular do penhasco... - falei para ela.

– Tá... Você também é pirada.

– Eu sei...

Eu nunca tive a chance de tentar convencê-la, porque justo naquele momento, uma força invisível bateu em mim.

Olhando bem, os movimentos de Jake foram incríveis. Ele jogou a mim e os Di Ângelo para a neve.

Por um momento, Dr. Espinheiro ficou surpreso, então, sua primeira chuva de mísseis passou inofensiva pelas nossas cabeças. Isso deu a Thalia e Hansel uma chance de um ataque pelas costas – Thalia equipada com seu escudo mágico, Aegis.

Se você nunca viu Thalia em direção à uma luta, nunca ficou com medo de verdade. Ela usa uma lança longa que expande a partir de um bastão extensível que ela carrega no bolso, mas essa não é a parte assustadora. O escudo é uma cópia baseada em um que seu pai usa – também chamado Aegis – um presente de Atena.

O escudo tem a cabeça da górgona Medusa moldada em bronze, e mesmo que não vá te transformar em pedra, é horrível. Várias pessoas entrariam em pânico e correriam assim que o vissem. Mesmo Dr. Espinheiro estremeceu e rugiu quando o viu.

Thalia atacouportando sua lança.

– Por Zeus!

Pensei que o Dr. Espinheiro viraria Pó ali mesmo, mas... é Thalia, nem todo mundo é perfeito. Thalia atacou sua cabeça, mas ele rosnou e jogou a lança para longe. Sua mão se transformou em uma pata laranja e enorme, com garras enormes que soltaram fagulhas contra o escudo de Thalia durante o golpe. Se não fosse por Aegis, Thalia teria sido fatiada como pão de forma. Mas ela conseguiu rolar para trás e cair de pé.

O som do helicóptero estava ficando mais alto atrás de mim, não me virei para olhar. Dr. Espinheiro lançou outra chuva de mísseis contra Thalia, e dessa vez, eu consegui ver como ele fazia aquilo. Ele tinha um rabo de couro, parecido com o de um escorpião, só que com espinhos.

Os mísseis rebateram em Aegis, mas a força do impacto derrubou Thalia na neve.

Hansel atacou. Ele colocou sua flauta nos lábios e começou a tocar uma melodia frenética que parecia algo que piratas dançariam em um dia de sorte na caçada ao tesouro. Grama surgiu da neve. Em segundos, ramos grossos de erva daninha se prenderam nas pernas do Dr. Espinheiro, paralisando o mesmo.

Dr. Espinheiro rugiu e começou a se transformar. Ele cresceu até estar na sua verdadeira forma – seu rosto ainda era humano, mas seu corpo era de um imenso leão. Seu rabo lançou espinhos assassinos e venenosos em todas as direções.

– Manticore! - ouvi Jake gritar tirando o capuz. Uma hora sua jaqueta ficara presa no rabo do monstro, então ele tirou o casaco, foi uma ideia ótima. Mas a jaqueta voou para longe.

– Quem são vocês? – Bianca di Angelo exigiu uma resposta. – E o que é aquilo?

– Manticore? - engasgou Nico. - Ele tem três mil pontos de ataque e mais cinco para lançamentos!

– O que Hades você disse?! - exclamei.

Mas não tinha tempo para me preocupar com isso. O manticore arrebentou as cordas mágicas de Hansel com as garras e se virou para nós com um rosnado.

– Se Abaixem! - gritou Jake.

No último momento lembrei que eu também tinha um escudo. Eu encostei no meu relógio de pulso, e um trançado de metal se espiralou em um grosso escudo de bronze. No momento exato. Os espinhos bateram contra o escudo com tanta força, que amassaram o metal.

– Foi um presente do meu irmão! - exclamei indignada.

Ouvi um track e um guincho, e Hansel pulou ao meu lado com um baque.

– Rendam-se! – gritou o monstro.

– Nunca! – Thalia gritou do outro lado do campo de batalha.

Ela se jogou bravamente na direção do monstro e, por um segundo, achei que ela passaria direto por ele. Mas então veio o som de um trovão e um raio de luz atrás de nós. O helicóptero apareceu pela neblina, pairando logo adiante do penhasco. Era lustroso, preto, em estilo militar totalmente armado, com anexos dos lados que pareciam mísseis guiados a laser.

O helicóptero tinha que ser manejado por mortais, mas o que estava fazendo aqui? Como mortais podiam estar trabalhando com monstros? A luz cegou Thalia, e a manticore a jogou para longe usando o rabo. O escudo voou pela neve. A lança voou na outra direção.

– Thalia! - gritei.

Corri para ajudá-la. Desviei um espinho logo antes de acertar o peito dela. Levantei meu escudo sobre nós, mas sabia que não seria o bastante.

– Megan...? - ela parecia confusa.

Dr. Espinheiro riu.

– Agora percebe como não há esperanças? Rendam-se, pequenos heróis.

Estávamos em uma cilada, entre o monstro e um helicóptero totalmente armado. Não havia chance para nos.

Então ouvi um som claro e agudo: o chamado de uma corneta de caça, sendo tocada na mata.

A manticore parou. Por um momento, ninguém se moveu. Só o barulho da neve caindo, do vento e das pás do helicóptero.

– Não pode ser... - murmurou o monstro.

Sua frase foi interrompida quando alguma coisa passou por mim como um feixe do luar. Uma flecha de prata brilhante brotou no ombro do Dr. Espinheiro.

Ele cambaleou, gritando em agonia.

– Malditas Sejam...

Ele liberou seus espinhos. Empurrei Thalia a desviando do ataque que foi na direção da mata de onde veio a flecha.

Flechas prateadas foram atiradas na direção do Manticore. Foi quase como se as flechas tivessem cortado os espinhos no ar e os dividindo em dois, mas meus olhos devem ter me pregado uma peça. Ninguém, nem os filhos de Apolo no acampamento, podiam atirar com tanta precisão.

O manticore puxou a flecha de seu ombro com um grito de dor e agonia. Sua respiração estava mais pesada. Tentei acertá-lo com minha espada, mas ele não estava tão ferido quanto parecia. Ele desviou os meus ataques e bateu seu rabo contra meu escudo, jogando-me de lado.

– Ugh! - gemi.

– Megan! - ouvi Jake gritar.

Então os arqueiros saíram da mata. Eram garotas, uma dúzia delas pelo menos. A mais nova devia ter 10 anos. A mais velha, uns catorze, como eu. Elas usavam casacos de esqui e jeans, e todas estavam armadas com arcos. Elas avançaram em direção à manticore com expressão determinada.

Ao meu lado, Thalia resmungou.

– Ah, maravilha.

– O que quer dizer com...

Uma das arqueiras mais velhas deu um passo a frente com seu arco na mão. Ela era alta e graciosa com pele em tom de cobre. Diferente das outras, ela tinha um tiara prateada entrelaçada no alto de seus longos cabelos negros, de forma que ela parecia um tipo de princesa persa.

– Permissão para matar, minha senhora?

Eu não podia ver com quem ela falava, porque ela mantinha os olhos no manticore.

O monstro lamentou.

– Não é justo! Isso é Interferência! É contra as Leis Antigas.

– Há! Não mesmo. – outra garota disse.

Eu era a única ali que estava boiando. (Lay : Falando em Boi, já perguntou se é Friboi?) Essa era um pouco mais nova do que eu, talvez doze ou treze anos. Ela tinha cabelo castanho avermelhado preso em um rabo de cavalo e olhos estranhos, amarelos prateados como a lua.

– A caça de todas as bestas selvagens está no meu alvo. E você, criatura abominável, é uma besta selvagem – ela olhou para a garota mais velha com a tiara. – Zöe, permissão concedida.

A mantícore rosnou.

Sorte maldita, Filha do Mar, não ficará assim... - rugiu. - Se não posso tê-los vivos, terei-os mortos!

Ele investiu em mim e Thalia, sabendo que estávamos fracos e atordoados. Eu não podia mais lutar, o veneno no meu ombro doía horrores, eu já senti dor pior sim, mas... Nunca vou acostumar a isso. Pelo menos, não ainda. Como sempre, eu pensei que iria morrer agora mas naquele dia aconteceu uma coisa na qual eu realmente nunca pensei o quão poderia acabar comigo...

– Megan! - ouvi Jake gritar. - Não!

– Para trás, meio-sangue! – disse a garota com a tiara. – Saia da linha de tiro!

Mas Jake olhava fixamente para mim, eu estava paralisada, Thalia resmungava algo sobre as arqueiras, Jake ignorou o aviso da tal Ze e investiu no monstro. Saltou nas costas do monstro e perfurou a juba dele com seu sabre. A manticore uivou, girou em círculos com seu rabo balançando enquanto Jake se segurava como se sua vida dependesse disso.

– Fogo! – Zöe ordenou

– NÃO! - berrei.

Mas as Caçadoras fizeram suas flechas voarem. A primeira acertou o pescoço da manticore. Outra acertou seu tórax. A manticore cambaleou para trás, gemendo.

– Isso não é o fim, Caçadoras! Vocês pagarão por isso!

E antes que alguém pudesse reagir, o monstro, com Jake ainda nas suas costas, saltou do penhasco e caiu na escuridão.

Meu coração disparou depois disso. Corri na direção do penhasco e parei na ponta dele.

– JAKE! - berrei com toda a força dos meus pulmões.

Mas nossos inimigos ainda existiam. Houve um snap-snap-snap vindo do helicóptero – barulho de tiros. A maioria das Caçadoras se dispersou em pequenos buracos na neve a seus pés, mas a garota de cabelo castanho avermelhado apenas olhou calmamente para o helicóptero.

– Mortais! - exclamou. - Não tem permissão de testemunhar minha caçada!

Então ela apenas estalou os dedos e o helicóptero explodiu sendo reduzido à poeira – não, não era poeira. O metal negro se dissolveu em um bando de pássaros – corvos, que se dispersaram na noite.

As Caçadoras vieram para nos. Eu me virei ignorando tudo olhei para o penhasco sem fim.

Aquela chamada Zöe parou assim que viu Thalia.

– Tu novamente.

– Zöe Doce-Amarga. – A voz de Thalia tremeu de ódio. – Timing perfeito, como sempre.

Zöe examinou o resto de nós.

– Quatro meio-sangues e um sátiro, minha senhora.

– Sim – a garota mais nova disse. – Alguns dos campistas de Quíron, percebe-se.

– Jake! - chamei, odeio admitir... Dane-se, eu estava chorando mesmo...

Duas caçadoras me impediam de pular no penhasco e salvar Jake. E sim, eu faria isso.

– Me soltem! - me debati.

– Megan, A Filha de Poseidon. - disse a menina de doze anos. - Tenho observado você há anos... É um prazer conhece-la finalmente.

– Me deixe ir! - exclamei. - Quem você pensa que é?!

Zöe deu um passo à frente.

– Deixe-a. - disse a garota. - Não sinto desrespeito, Zöe. Ela é simplesmente distraído. Ela não entende. E além do mais, estou bem interessada nela...

– Me soltem suas...

– Peço que se acalme Megan... Seu amigo esta fora das linhas de ajuda. - disse ela. - E você não tem condição de sair por ai pulando em penhascos assim...

– Quem é você? - repeti. - Com que direito você...

Ela suspirou apenas.

– Eu sou Ártemis, A deusa da caça.


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