Crônicas Do Olimpo - A Maldição Do Titã escrita por Laís Bohrer


Capítulo 22
Promessas




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Existem festas, e existem festas enormes, maiores e de arrasar. E então existem as festas Olimpianas. Se alguma vez você tiver escolha, vá para a Olimpiana.

As Nove Musas deram início às melodias, e percebi que a música era o que você queria que fosse: os deuses podiam escutar as clássicas e os jovens semideuses ouviam hip-hop ou qualquer outra coisa, e era tudo a mesma trilha sonora. Sem discussões. Sem brigas para mudar a estação de rádio. Apenas pedidos para aumentar o volume.

Dioniso andava em volta fazendo crescer do chão barracas de refrescos, e uma bela mulher caminhava com ele de braços dados – sua esposa, Ariadne. Dioniso parecia feliz pela primeira vez. Néctar e ambrosia transbordavam das fontes douradas, e travessas de petiscos mortais lotavam as mesas do banquete. Cálices de ouro cheios com qualquer bebida que você quisesse.

Hansel trotou por aí com um prato cheio de latas de alumínio e enchiladas, e seu cálice estava cheio de café expresso duplo com leite, sobre o qual ele continuava murmurando como um encantamento:

– Pan! Pan!

Mesmo assim, eu não estava com humor para festejar, eu sei que estou sendo chata, mas sei lá... Tente viver metade da sua vida sem saber quem você é, então você descobre que tem um irmão e esse irmão morre. Ou ao menos seu irmão morrer, no mesmo dia, você conseguiria festejar?

Deuses continuavam chegando para me parabenizar. Fiquei agradecida por eles terem se reduzido ao tamanho humano, assim eles não esmagavam acidentalmente os convidados debaixo de seus pés. Hermes começou a conversar comigo, e ele estava tão animado que eu odiava ter que contar a ele o que tinha acontecido com o seu filho menos favorito, Luke, mas antes que eu ao menos reunisse coragem, Hermes recebeu uma ligação em seu caduceu e foi embora.

Apolo me contou que eu poderia dirigir sua carruagem solar a qualquer hora, e se alguma vez eu quisesse aulas de arco e flecha, estaria a disposição.

- É, obrigada. - falei. - Mas realmente, não sou nada boa em arco e flecha.

- Ah, bobagem! - disse ele. – Treino com alvos enquanto voamos na carruagem sobre os Estados Unidos? Melhor diversão que existe!

Dei algumas desculpas e costurei pelos grupos que estavam dançando nos jardins do palácio. Eu estava procurando Jake, na última vez que eu o vi estava quieto com seus pensamentos indecifráveis em algum lugar.

- Você não vai me decepcionar. - disse uma voz atrás de mim. - Eu acredito.

Me virei.

- Poseidon.

- Olá, Megan. - disse ele. - Você se saiu muito bem.

- Obrigada, mas eu estaria morta se não fosse por Percy. Queria agradecer a ele. - falei.

O elogio dele me deixou desconfortável. Quero dizer, eu me senti bem, mas sabia o quanto ele tinha se posto no limite, garantindo por mim. Teria sido muito mais fácil deixar os outros me desintegrarem.

Ele não respondeu. Apenas disse:

- Eu tenho orgulho dele, assim como tenho de você.

- Vou te dar motivo para isso.  - falei. - Não vou decepciona-lo.

Ele assentiu. Eu tinha problemas em ler as emoções dos deuses, mas imaginei se ele tinha algumas dúvidas.

– Seu amigo Luke...

– Ele não é meu amigo – eu disse abruptamente. Então percebi que provavelmente era rude interromper. – Desculpe.

– Seu ex-amigo Luke – corrigiu Poseidon. – Ele certa vez prometeu coisas assim. Ele era o orgulho e a alegria de Hermes. Apenas tenha isso em mente, Megan. Mesmo os mais valentes podem cair.

- É... Luke caiu, literalmente. - falei. - Mas não acredito que ele esteja... morto.

- Ele vai recuar e reagrupar antes de atacar você novamente.  - disse ele. - Vou fazer o máximo para destruir o barco dele com tempestades, mas ele está fazendo alianças com meus inimigos, os antigos espíritos do oceano. Eles vão lutar para protegê-lo.

- Mas é impossível, não é? - falei. - Quer dizer... Luke deveria estar morto com aquela queda!

– Eu não sei, Megan, mas tenha cuidado com ele. Ele está mais perigoso do que nunca. E o caixão dourado ainda está com ele, ainda ganhando força. E sua ex-amiga, Silena. Ela ainda esta com eles.

- Ela ainda é minha amiga, mas ela pensa que não é. - murmurei.

Mas se Poseidon me ouviu, não demonstrou.

Acho que ele queria falar mais, mas bem nesse momento, Bessie começou a mugir do outro lado do jardim. Alguns semideuses estavam brincando com sua esfera de água, alegremente empurrando para frente e para trás por cima da multidão.

- Melhor eu dar um jeito nisso. - disse ele. -  Não podemos deixar o Ofiotauro ser arremessado por aí como uma bola de praia. Fique bem, meu filho. Não devemos nos falar de novo por algum tempo

- Entendo. - falei.

Então ele se foi, eu ia continuar procurando por Jake na multidão quando uma voz me fez dar um pulinho de susto.

- Seu pai corre um enorme risco, você entende isso. 

Eu me encontrei frente a frente com uma mulher de olhos cinzentos.

- Atena. - saudei tentei não soar ressentida, depois da forma como ela me descartara no conselho, mas acho que não escondi muito bem.

Ela sorriu secamente.

– Não me julgue tão rigorosamente, meio-sangue. Sábios conselhos não são sempre populares, mas falo a verdade. Você é um imã para problemas.

- É... Eu sei. - falei. - Mas você nunca corre riscos?

Ela assentiu.

– Eu admito o argumento. Talvez você seja útil. E ainda... seu defeito mortal pode nos destruir tanto quanto a você mesmo.

Meu coração foi parar na minha garganta. Um ano atrás, Jake e eu tivemos uma conversa sobre defeitos mortais. Todo herói tinha um. Mas eu não sabia qual era o meu. Atena percebeu isso.

- Para salvar seus amigos, você destruiria o mundo. Megan Jackson.  - disse ela. - E Cronos sabe bem disso. Ele sabe como estudar seus inimigos. Primeiro, seu irmão foi tirado de você, depois sua amigo Hansel, e agora Jake. Em cada caso, aqueles que você ama foram usados para fisgar você em uma das armadilhas de Cronos. Seu defeito mortal é a lealdade pessoal, Megan. Você não sabe quando é hora de cortar suas perdas.

- Lealdade? - perguntei.  - Como isso pode ser um defeito?

- Depois de dois anos você ainda não sabe? - perguntou. - Exatamente, a lealdade aos seus amigos é tanta que você nem ao menos pensa antes de cometer algo idiota. Isso é bom e mal ao mesmo tempo.

Cerrei meus punhos.

- Eu deveria fazer o que? Deixa-los morrer?

– Os defeitos mais perigosos são aqueles bons com moderação – ela disse. – O mal é fácil de combater. A falta de sabedoria... isso é muito difícil, certamente.

Eu quis argumentar, mas descobri que não conseguiria. Atena era inteligente demais.

– Espero que a decisão do Conselho se prove sábia – Atena disse. - E Você deveria começar a vacilar em suas lealdades...

- Senhora Atena. - falei. - Eu realmente não concordo com sua opinião. Eu vou lutar do meu jeito e vou conseguir, muitos heróis já morreram no modo tradicional, se eu vacila-se em minhas lealdades me tornaria uma má pessoa e trairia os deuses me tornando egoísta... como Luke. A Senhora não pensou nisso, não é?

- Sim, pensei. - disse ela. - De qualquer modo, como eu disse, ou o mundo ou seus amigos...

Ela fixou em mim seu olhar frio e cinza, e percebi que terrível inimiga Atena seria, dez vezes pior que Ares ou Dioniso ou talvez até meu pai. Atena nunca desistiria. Ela nunca faria algo precipitado ou estúpido somente porque te odiava, e se ela fizesse um plano para te destruir, ele não falharia.

- Megan... - disse uma outra voz atrás de mim. - Problemas de novo?

- Sempre. - me virei para Jake.

- Senhora Atena. - ele parou quando viu a deusa. - Tia. 

– Vou deixar vocês – Atena disse. – Por agora.

Ela se virou e caminhou pelo meio da multidão, que se repartia diante dela como se ela estivesse carregando Aegis.

Suspirei.

- Os deuses não são seus maiores fãs não é? - perguntou ele, então me voltei para ele.

Me deixei sorrir.

- É, por isso eu prefiro os cavalos.

Ele riu.

- Eu também iria preferir.

- Jake, sobre o que seu pai disse, eu discordo totalmente ele... 

- Eu sei, obrigado, mas eu não preciso disso. - disse ele. - Eu não sou como os outros semideuses que querem reconhecimento de seus pais, Ares, é só o deus da guerra para mim. Nada mais.

- Só o deus da guerra. - falei.

- Você entendeu. - ele revirou os olhos. 

- Mas... O que você estava tentando me dizer no conselho? - perguntei.

A música estava tocando. Pessoas estavam dançando nas ruas. Ele disse:

– Eu, hã, estava pensando que fomos interrompidos em Westover Hall. E… acho que lhe devo uma dança.

Eu sorri para ele.

- Tudo bem então, Cabeça de Javali.

Ele ergueu sua mão formalmente.

- Me permite, cabeça de alga?

Então eu peguei sua mão, e não sei o que todo o resto ouvia, mas para mim soava como uma música lenta: um pouco triste, mas talvez um pouco esperançosa, também.

Comparada ao Monte Olimpo, Manhattan estava calma. Sexta-feira antes do Natal, mas era de manhã cedo, e dificilmente alguém estaria na Quinta Avenida.  Argos levou eu, Jake e Hansel de volta para o acampamento meio-sangue através de uma leve nevasca. A via expressa de Long Island estava quase deserta. Na viagem inteira eu apertava a boneca de pano que Percy me dera na minha mão. 

Então... Estávamos de volta no acampamento. 

Conforme nós subíamos a Colina Meio-Sangue até o pinheiro onde o Velocino de Ouro brilhava, eu meio que esperava ver Thalia ali, esperando por nós. Mas ela não estava.

Ela já havia partido com Ártemis e o resto das Caçadoras, para sua próxima aventura. É claro, eu estava bem feliz por causa dela. 

Quíron nos saudou na Casa Grande com chocolate quente e sanduíches de queijo.  Hansel espalhou a notícia para seus amigos sátiros sobre seu estranho encontro com Pã.  Dentro de uma hora, os sátiros estavam todos correndo em volta agitados, perguntando onde era a cafeteria mais próxima.

Jake eu nos sentamos com Quíron e alguns dos campistas mais velhos: 

Beatrice Rosetti, Beckendorf e os irmãos Stoll. Até Clarisse do chalé de Ares estava lá, de volta da sua missão secreta de exploração. Eu sabia que a missão devia ter sido difícil, porque ela sequer tentou me pulverizar. Ela tinha uma nova cicatriz no queixo, e seu cabelo sujo e loiro foi cortado curto e irregular, como se alguém a tivesse atacado com uma tesoura cega.

Eu estava bem quieta e inquieta quando ela disse:

- Tenho novidades. - disse ela. - Novidades ruins.

– Eu contarei a vocês mais tarde – Quíron falou com uma alegria forçada. – O importante é que vocês prevaleceram, e você salvou Jake. E a profecia se cumpriu... mais uma vez.

- É... Mais uma vez. - falei sem animação.

Por alguma estranha razão, eu me encontrei pensando sobre a Represa Hoover, e o estranho mortal que eu conheci, Daniel Kane. Eu não sabia por que, mas eu ficava relembrando seus comentários irritantes. Cheguei a tempo para o apocalipse Zumbi? Eu estava viva somente porque tantas pessoas tinham me ajudado, até um aleatório garoto mortal como aquele.

- Luke esta vivo.  - falei. - E Percy esta... Esta....

- Morto. - completou Jake.

Eu cerrei os punhos.

Travis comentou com Jake:

- Nos sabemos, você não precisava falar isso. 

Jake ignorou e disse:

 – Se a batalha final ocorrer quando Megan tiver dezesseis anos, pelo menos nós temos mais dois anos para pensar em alguma...

Antes que ele pudesse completar a fala, Nico di Angelo interrompeu a sala respirando pesadamente. Ele estava sorrindo, mas olhou ao redor ansioso.

- Ei! Onde esta... Onde esta minha irmã?

Silêncio absoluto. Eu encarei Quíron. Não podia acreditar que ninguém havia contado a ele ainda. E então eu entendi a razão. Eles estiveram esperando que nós aparecêssemos, para contar a Nico em pessoa.

Essa era a última coisa que eu queria fazer. Mas eu devia a Bianca.

- Ei, Nico. - falei. - Vamos caminhar, ok? Nós precisamos conversar.

Ele recebeu as noticias em silêncio, o que de alguma forma fez parecer pior. Quando já estávamos perto da floresta, não dentro, mas perto, eu contei.

- Zoë e Percy se sacrificaram como os heróis fazem... E Bianca fez o mesmo. Ela... Nos estávamos no ferro-velho de Hefesto, e ela pegou uma coisa, e um gigante de metal de Hefesto, Talos, apareceu e tentou nos matar, eu queria mesmo ter ido no lugar dela, e eu fui mas ela me empurrou e foi na frente... Então... É.

Eu senti como se estivesse somente tornando as coisas piores.

– Ela queria que você tivesse isso. – Mostrei a pequena estatueta de deus que Bianca tinha encontrado no ferro-velho. Nico a colocou na palma de sua mão e olhou fixamente para ela. - Foi o que ela pegou.

Nós estávamos no pavilhão-refeitório, exatamente onde nós tínhamos conversado pela última vez antes de eu ir para a missão. O vento estava dolorosamente frio, mesmo com a proteção climática mágica do acampamento. Neve caia levemente nos degraus de mármore. Eu imaginei fora dos limites do acampamento, devia estar acontecendo uma nevasca.

-  Você prometeu que iria protegê-la. – Nico falou.

Ele poderia muito bem ter me esfaqueado com uma adaga enferrujada. Teria machucado menos do que me lembrar da minha promessa.

- Nico... - comecei. - Eu tentei, eu ia morrer no lugar dela! Mas ela não...

- VOCÊ PROMETEU! - ele berrou.

- Olha, você não precisa gritar. - falei. - Eu sei como se sente, tá? Sua irmã não foi a única a morrer...

Ele olhou fixamente para mim, os contornos de seus olhos vermelhos. Ele fechou seu punho em volta da estatueta de deus.

– Eu não devia ter confiado em você. – Sua voz quebrou. – Você mentiu pra mim. Meus pesadelos estavam certos.

- Pesadelos? 

Ele atirou a estatueta no chão. Ela retiniu pelo mármore gelado.

- EU TE ODEIO, MEGAN!

Essa doeu bem lá no fundo...

- Nico...  Ela pode estar viva.

- ELA ESTA MORTA! - ele gritou. - EU DEVERIA SABER. ELA ESTA NOS CAMPOS DE ASFÓDELOS, DIANTE DOS JUÍZES PARA SER JULGADA! NESTE MOMENTO ELA ESTA SENDO AVALIADA!

- Espera... Como você.

- VOCÊ TINHA QUE TER MORRIDO NO LUGAR DELA!

Eu fechei os olhos, estremeci. Sabendo que o que ele dizia era verdade.

- Eu sinto isso... Ela esta morta.

– O que você quer dizer, você pode sentir isso?

Antes que ele pudesse responder, eu ouvi um novo som atrás de mim. Um sibilar, um tirintar que reconheci muito bem. Eu saquei minha espada e Nico arquejou. Eu me virei e me encontrei encarando quatro guerreiros esqueletos.

Eles sorriram um sorriso descarnado e avançaram com suas espadas na mão. Eu não sei como eles entraram no acampamento, mas isso não importava. Eu nunca conseguiria ajuda a tempo.

– Você esta tentando me matar! – Nico gritou. – Você trouxe essas... essas coisas?

– Não! Quero dizer, sim, eles me seguiram, mas não! Nico, corra. Eles não podem ser destruídos.

- Não acredito em você Megan... - disse ele.

O primeiro esqueleto atacou. Eu joguei sua lâmina para o lado, mas os outros três continuavam vindo. Eu cortei um ao meio, mas imediatamente ele começou a se juntar. Eu arranquei a cabeça de outro, mas ele continuou lutando.

- Corra Nico! – gritei. – Consiga ajuda!

- NÃO! - ele tampou os ouvidos. 

Eu não poderia lutar com quatro de uma vez, não se eles não morressem. Eu cortei, girei, bloqueei, estoquei, mas eles continuaram avançando. Era uma questão de segundos antes que os zumbis me dominassem.

- VÃO EMBORA! - Nico gritou mais alto.

O chão tremeu sob mim. Os esqueletos congelaram. Eu saí do caminho no momento em que uma fenda se abriu aos pés dos quatro guerreiros. O chão se partiu como uma boca aberta. Fogo irrompeu da fissura, e a terra engoliu os esqueletos com um sonoro:

CRUNCH!

Silêncio.

No lugar onde os esqueletos estiveram uma cicatriz de seis metros atravessava o chão de mármore do pavilhão. De outra maneira não havia sinal dos guerreiros. Horrorizado, eu olhei para Nico.

- O que... Como você?

- Vá embora. Me deixe em paz. - disse ele. - Eu te odeio, queria que tivesse morrido!

O chão não me engoliu, mas Nico desceu os degraus correndo, indo em direção à floresta. Eu comecei a segui-lo, mas escorreguei e caí nos degraus gelados. Quando me levantei, percebi em que eu havia escorregado.

Eu peguei a estátua do deus que Bianca havia retirado do ferro-velho para Nico. A única estátua que ele não tem, ela falou. O último presente de sua irmã.

Eu olhei para ela com pavor, pois agora eu entendia porque a face me pareceu familiar. Eu já a tinha visto antes.

Era a estátua de Hades, Senhor dos Mortos.

Jake e Hansel me ajudaram a revistar a floresta tudo qualquer canto, mas não encontramos Nico em lugar nenhum. 

- Então, o chão simplesmente se abriu? - perguntou Jake.

- Sim. - falei sem parar de andar.

- Então sabe o que significa isso, não é? - perguntou ele. - Temos que falar com Quiron.

- Não.

Hansel hesitou.

- O que quer dizer com... Hum.... "Não"?

Eu ainda estava tentando entender por que eu tinha dito aquilo, mas as palavras saíram de mim.

– Nós não podemos deixar ninguém saber. Eu acho que ninguém sabe que Nico é...

- Filho de Hades! - exclamou Jake. - Megan, você tem ideia do quanto isso é sério? Até Hades quebrou o juramento! Isso é horrível!

– Eu não acho que Hades quebrou o juramento. - falei.

- O que? - disseram eles dois em coro.

– Ele é pai dele – eu disse, – mas Bianca e Nico estiveram fora de circulação por um longo tempo, antes mesmo da Segunda Guerra Mundial. 

- O Hotel e Cassino Lótus! - exclamou Hansel. - É claro, eles foram mantidos presos lá! Há mais de setenta anos! Eles nasceram antes do juramento ser feito.

- Mas... Nos mal conseguimos sair de lá, como eles conseguiram? - perguntou Jake. Então eu parei. No meio da floresta, presa fácil, mas acho que os monstros ali deveriam estar hibernando ou algo assim.

Eu parei um instante antes de começar a falar.

– Bianca disse que um advogado veio, pegou os dois e os levou para o Westover Hall. Eu não sei quem fez isso ou por quê. Talvez seja parte dessa coisa de Grande Agitação. Eu não acho que Nico entende quem ele é. Mas nós não podemos sair contando para ninguém. Nem mesmo para Quíron. Se os Olimpianos descobrirem...

- Uma nova luta vai começar. - disse Jake. - É claro! Isso é a última coisa de que precisamos.

Hansel parecia agitado.

- Não se esconde nada dos deuses, não por muito tempo.

– Eu não preciso esconder para sempre – falei. – Apenas dois anos. Até eu ter dezesseis.

Jake me encarou.

- O que esta dizendo? Megan a profecia pode ser sobre Nico, você sabe...

- Eu sou a próxima criança dos três grandes a fazer dezesseis. - falei. - Se eu morrer, o juízo final vai pertencer a Nico. E eu não posso morrer. Eu escolho a profecia e ela vai ser sobre mim!

- O que esta dizendo? - Jake aprecia desesperado. - Esta querendo ser responsável pelo mundo inteiro.

- É a última coisa que eu quero!

- Então, por que?!

- Não vou deixar Nico correr mais perigo. - falei. - Devo isso a Bianca.

- ... que te odeia e quer te ver morta. - lembrou Hansel.

- Podemos encontra-lo! - exclamei. - Vamos convence-lo.

- "Nós"? - enfatizou Hansel.

- Sim, nós. - enfatizou Jake. Nós podemos convencê-lo que está tudo bem, escondê-lo em algum lugar seguro... Eu acho.

- Mas se Luke chegar até Nico... - começou Hansel.

- Ele não vai... Farei que se concentre em apenas uma coisa, isto é. Eu.


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