DING DONG.

A campainha toca, Dona Margarida estava tricotando, suas mãos hábeis faziam um trabalho majestoso e bonito.

– Já vai, já vai. - respondeu dona Margarida ao chamado da campainha.

Ao abrir a porta, tinha um jovem rapaz, com uma blusa listrada e uma calça jeans rasgada, seu cabelo castanho estava bagunçado e seus olhos eram vermelhos como sangue, segurava um machado de duas pontas.

– Olá, Vovó. - disse entrando - Se lembra de mim?

***

Scarlet batia num saco de pancada extremamente forte. Ela tinha uma pele clara e seus cabelos dourados como ouro, seus olhos azuis destacavam seu rosto arredondado.

– Wow! Vai com calma, formiguinha - disse o treinador.

– Não me chame assim! - rugiu Scarlet dando um olhar severo a ele.

– Desculpa, Scarlet. - disse.

– Vou pra casa. - disse ela pegando a mochila - Não vou vir por um tempo.

No caminho de casa, estava muito silencioso, não tinha carros passando ou crianças brincando na rua, estava mortalmente calmo.

Essas horas... Tenho certeza que algo esta preocupando a todos - pensou.

Caminhando devagar ela reconheceu o porquê de todos estarem com medo de sair de casa. Encostado num muro ela viu. Um rapaz alto, cabelo bagunçado, o rosto machucado, o casaco de pele de lobo e o taco de beisebol. La estava ele. Wolf, o líder de uma gangue temida na cidade, todos queriam distância dele.

Maldito seja, Wolf. - amaldiçoou em silêncio.

– Ora, ora. Quem temos aqui. - indagou Wolf - Scarlet Moore, a quanto tempo não te vejo.

– Wolf, ainda caçando lobos para a sua matilha? - disse Scarlet ironicamente.

Wolf deu um sorriso malicioso, aproximou-se de Scarlet e segurou seu queixo.

– Você parece não ter crescido, formiguinha. - disse Wolf soltando-a.

– Eu quero distância de você, Wolf, não temos mais assuntos a tratar. - disse friamente Scarlet se afastando de Wolf - Não volte a me procurar, nunca.

A sorte de Scarlet, é que Wolf não a seguiu como da ultima vez, ele apenas se virou, sussurrou algo para um de seus subordinados.

Chegando em casa, sua mãe estava sentada no sofá, parecia horrorizada com algo.

– Cheguei. - disse Scarlet para a mãe - Aconteceu algo?

A mãe de Scarlet olhou com desprezo e voltou a chorar.

Nenhuma novidade, aquele idiota coloca minhocas na cabeça da minha mãe, o que será que ele fez hoje? - pensou ela subindo as escadas.

Ao passar pelo quarto do irmão, viu que ele estava com um olho roxo, quis saber o motivo, então entrou dentro do quarto, puxou o irmão de um lado e examinou o olho.

– Quem fez isso? - perguntou Scarlet.

– Eu... Eu cai. - respondeu lentamente seu irmão.

– Quem fez isso?

– Um... um garoto da escola... mas foi eu quem provoquei.

– Foi o Jason, Daniel?

– Sim. - disse ele de cabeça baixa.

– O que você fez? Eu não disse para não chateá-lo? - disse Scarlet com um tom autoritário - Não importa, amanhã eu vou ver a vovó, quer ir junto?

– Quero, quero sim. - disse Daniel sorrindo.

Scarlet fechou a porta do quarto do irmão e foi para seu quarto. Trancou-o e foi tomar banho.

Ligou a banheira e esperou encher, colocou um sabão que sua avó havia lhe dado e esperou fazer espuma. Entrou na água e ficou por um bom tempo, imóvel.

Não havia percebido que tinha dormido e foi acordada com seu celular tocando.

– Alo? - disse Scarlet enxugando o sono dos olhos.

– Scarlet? Te acordei? Desculpa.– disse uma garota do celular.

– Não, tudo bem, oque você quer, Lys?

– Vai estar ocupada amanhã?

– Sim, vou ir para a minha avó.

– Que frieza... Tudo bem então, quando ficar livre me liga ok?

– Ta.

Desligou o celular e saiu da banheira.

Scarlet se vestiu e foi para a cama, pegou um livro de sua estante e começou a ler.