Imperdoável escrita por Mayu


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

boa leitura



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Miku se levantou preguiçosamente. Não esperava nada daquele dia, aliás, nada de bom. Seus fios pareciam cheios de nós. O céu estava carregado, e não teria qualquer carona. O relógio marcava 7:27, e não tinha certeza se conseguiria se arrumar de forma decente e ir para a escola no tempo restante para o sinal tocar.

Sem qualquer paciência, fez só um rabo de cavalo simples, sem sequer pentear o cabelo, e partiu para a escola, com o uniforme amassado e a franja caindo sobre os olhos. Bateu a porta ao sair, sem falar com ninguém.

Correu, levando seu guarda-chuva nas mãos.

Chegou na escola só a dois minutos do sinal e correu para a sala, onde chegou com um minuto de atraso. Notou alguns comentários sobre sua provável aparência horrível, mas nem mesmo deu atenção.

Felizmente as aulas pareceram correr, sendo assim, logo era hora do almoço.

Miku não era a única tendo um péssimo dia. Len também, estando na escola pela primeira vez desde de sua transferência urgente. Rin nem havia dado sinal que eram irmãos, apesar de todos notarem claramente depois do sobrenome Kagamine ter sido mencionado. Ele não havia dormido, suas costas doíam e se sentia mais triste e só do que nunca. Mesmo que brigasse com ela, sua mãe sempre estava lá. Agora era ele e o mundo.

Sempre que tentava se esquecer disso, passava a mão pelo cabelo e as colocava no rosto tentando suprimir a vontade de gritar. Também não conseguiu pegar no pão que havia comprado para a hora do almoço. Não sentia a mínima vontade de comer. Tinha ido à lanchonete também, pois vários dos olhos da turma caíam sobre si, e aquilo era algo que não gostava.

Kaito notou que o loiro estava sentado só numa mesa de quatro pessoas, e mesmo sem ter sido convidado, foi ali que se sentou.

– Ei, você não vai comer isso? – perguntou, ajeitando seus óculos. Len permaneceu em surpresa por alguém ter falado consigo por algum tempo, até que o azul se pronunciou novamente. – Aconteceu algo?

– Realmente, isso é de sua conta?

– Calma, só estava fazendo uma pergunta. – suspirou. –Vi seus sapatos. Você é do segundo ano, certo? Eu também. Qual sua classe?

– Segundo C. – Len passou sua mão esquerda no cabelo. – Creio que você está na A ou B, certo?

– A, na verdade. – Kaito disse enquanto levava um onigiri à boca. – Bem, você está na classe de minhas três melhores amigas.

– E eu daria tudo para não estar lá. Pois é a de minha irmã.

– Seria bem oportuno podermos trocar de turmas agora, não?

– Com toda a certeza.

No mesmo momento, o relógio marcou 12:40. Len se levantou da cadeira, deixando Kaito sozinho com seu almoço e um pão da loja de conveniência ainda embalado. E foi-se sem nem dizer tchau.

“Hoje não parece ser um bom dia para ninguém” pensou o de cabelos azuis. “Nem mesmo Miku, quando a vi, parecia tão animada quanto normalmente.”

Foi para a aula novamente, também, pouco mais tarde que o loiro. Guardou o pão para mais tarde. Quando chegou na sala, apenas Luka Megurine estava lá. Era uma garota de cabelos rosados e um rabo-de-cavalo baixo e óculos, que parecia estar sempre envergonhada. Não apenas isso, também parecia ter um pouco de medo de qualquer um que se aproximasse num raio de um metro. Apesar de nunca ter comentado nada sobre, Kaito já tentou, uma vez, falar com Megurine. Mas ela simplesmente o ignorou enquanto corava e olhava para o lado.

Depois que as aulas passaram novamente, e se deu finalmente o primeiro sinal da chuva no dia, o sinal novamente tocou, anunciando a volta da casa para aqueles que não participavam de qualquer clube ou atividade extracurricular, e também para aqueles que não passeariam com os amigos, como era o caso do grupo de Rin. Esta mandou Len, que ainda não sabia direito o caminho de casa, ser levado por Piko, um garoto da classe A que se ofereceu para levar por não ter mais nada o que fazer.

Luka, por sua vez, dirigiu-se logo para um prédio cheio de pequenas rachaduras e pintura cheia de defeitos, degastada pelo tempo. Aquele era o prédio onde seu primo Yuuma morava. Num dos andares mais altos, o penúltimo, perdendo apenas para o da namorada dele. A garota de cabelos rosa estava preocupada com o primo. Assim como Yukari, via-o ficar, dia a dia, com grandes olheiras, pele que empalidecia, olhos que lentamente se fechavam... Tudo aquilo dirigia sua mente ao pânico completo. Yuuma era, provavelmente, a única família que lhe restava, no final. Se o perdesse não saberia mais onde se apoiar.

Quando chegou lá, ele logo atendeu a porta. Seu cabelo estava mais longo que ela poderia se lembrar também, mas ao mesmo tempo, parecia mais ralo, como se estivesse caindo.

– Olá Yuuma – Luka tentou sorrir, mesmo vendo o estado deplorável do apartamento.

– Luka! – logo a puxou para um abraço apertado no qual a prima corou e tentou retribuir, mesmo não tendo muita prática. – O que a traz aqui?

– Eu... – engasgou-se levemente com o ar – estou preocupada com você. Sinceramente, primo, quantas vezes por semana você realmente tem uma refeição no almoço? Eu acho que você está vivendo de fast-food e café. Estou errada?

Yuuma preferiu não responder. A mais nova entrou no apartamento e estendeu seus braços.

– Além de tudo, veja o estado disso! Precisa arrumar! Yuuma, você precisa se tratar desse vício em fumo, se você ficar muito pálido vão acabar te desempregando e você não vai ter nem um lugar para cair morto! – chegou num ponto em que Luka estava realmente gritando, enquanto algumas lágrimas de desespero desciam pelo seu rosto, e ela as secava.

– Desculpe... eu... não consigo. – ele bagunçou um pouco o próprio cabelo. – Para mim, a única forma de continuar indo é com o cigarro. É com isso que me sinto bem e relaxado. Só assim me sinto capaz de fazer alguma coisa... Mesmo assim, eu sou inútil. É, isso que eu sou. Eu sou um completo inútil...

– Não, Yuuma. Você tem dependências químicas. Isso tudo não questão de ter capacidade ou não.

O de cabelos pretos fechou os olhos. Em algum lugar, fundo em seu coração, sabia que a prima estava certa. Mas não tinha nenhuma condição de largar o seu vício agora. Não agora.


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Notas finais do capítulo

eu não me sinto nem um pouco no direito de pedir qualquer coisa por esse capítulo. eu demorei e ele está insatisfatório.
posso parecer idiota reclamando disso quando poderia simplesmente melhorá-lo, mas não tenho a paciência para tal.



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