As Cores escrita por Isabell Grace
Notas iniciais do capítulo
Uau! Dez leitores! Obrigada galera. Obrigada pelo carinho e por estarem gostando da fic. Eu estou fazendo com muito carinho pra vocês.
Digamos que hoje eu estou 90% melhor da dor de garganta, só preciso parar de tossir. A má notícia é que eu vou voltar pra escola. A boa notícia é que eu escrevi bastante pra vocês e ai vai um capítulo novo pra vocês. Vamos desvendar o mistério daquela manchete de jornal (ou não).
Boa leitura e não se esqueçam de comentar! Beijos, Isabell.
De duas uma: Ou aquela notícia estava com um erro gravíssimo ou tinha alguma coisa muito errada. De cara descartei a primeira opção porque aquele jornal era simplesmente o The New York Times e era quase impossível um erro como aquele acontecer num jornal tão famoso como esse.
Mas como? Não pode ser. Thalia está viva. Muito viva por sinal. Sim, a mãe dela estava morta. O acidente retratado na notícia é real, mas Thalia não estava lá. Ela estava na escola, foi o que ela me contou.
- Achou alguma coisa interessante ai? – ela perguntou entrando no quarto. Os cabelos estavam molhados e usava uma roupa limpa. – Minha mãe costumava ter... – ela perdeu a voz assim que viu a manchete do jornal com a fotografia. – O q-que é isso? Luke, o que é isso? – ela gaguejava nervosa.
- Eu não sei. Eu achei aqui, encima da cama. Estava aqui quando eu cheguei.
- Luke... – os olhos dela lacrimejavam. Ela piscou e uma lágrima escorreu – Eu não estou morta Luke. Por que eles escreveram isso?
- Eu não sei. – isso me deixou mal. Eu queria ter uma resposta, eu queria poder acabar com o sofrimento dela. Mas eu não tinha uma solução, não sabia o porquê daquilo. – Realmente não sei.
- Os meus amigos da escola, meus professores, eles sabem que eu estava na escola aquele dia, eles estavam comigo quando eu recebi a notícia do acidente da minha mãe. Eles sabem que eu estou viva. Porque não disseram nada? – mais lágrimas escorriam do rosto dela.
- Talvez a redação do jornal realmente tenha errado quando escreveram a matéria. Talvez eles tenham publicado outra edição corrigindo o erro.
- Mas por que justo esta edição veio cair em nossas mãos? E como isso veio parar aqui? Ninguém vem aqui desde que minha mãe morreu. – agora ela soluçava e tentava enxugar as lágrimas que não paravam de descer – Luke me ajuda. Está tudo tão confuso.
Não resisti a dar outro abraço nela. Dessa vez, ainda mais sincero que o primeiro. Eu queria realmente ajuda-la. Eu também estava confuso e queria entender tudo aquilo.
- Eu vou te ajudar. Nós vamos entender o que está acontecendo. – prometi. Eu passava a mão nos cabelos molhados dela – Eu posso ir à sua escola, posso ir à redação do jornal saber sobre você. Posso perguntar sobre o acidente.
- Eu vou com você.
- Não. – protestei. Ela se soltou do abraço e olhou nos meus olhos. – Você não pode ir. Se confirmarem que você está morta, não pode aparecer assim viva, do nada.
- Tem razão. – ela concordou – Mas você vai? Faria isso por mim?
- É claro que sim. “Seria mais fácil se colaborássemos um com o outro” lembra? – eu disse repetindo as palavras dela.
- Obrigada Luke. – ela assentiu enxugando as lágrimas e respirando fundo.
Fui até o banheiro e tomei meu banho rápido. Depois juntamos mais algumas roupas e cobertores e voltamos para o antigo quarto de Thalia para sairmos pela janela. Ela deu mais uma olhada envolta e respirou fundo novamente. Então tomou coragem e disse:
- Vamos? Temos que voltar para o beco. Não podemos ficar aqui.
Eu olhei para a parede, onde estava o violão e o tirei de lá.
- O que você acha de levarmos isto? Aposto que sente falta de tocar umas músicas. E eu queria poder ouvir mais. – ela concordou dando um sorriso, então saiu pela janela.
Eu entreguei os objetos pra ela e também pulei pra fora do quarto. Depois fiz força pra fechar a janela. Peguei minha mochila e ofereci pra levar o violão.
- Ninguém toca no Joe, moleque. – ela disse se referindo ao instrumento – Mas leva minha mochila.
Eu peguei a mochila das mãos dela e coloquei no outro ombro. Ela colocou o violão nas costas e começamos a andar.
- Deu um nome pro violão? – eu perguntei rindo.
- Ah, eu estava esperando. – ela riu também – Qual o problema? Por que todo mundo ri quando eu digo que eu dei um nome pra ele?
- Porque ninguém dá um nome pra um instrumento musical. É tipo você dar um nome a uma gaita de, sei lá... Clarinha.
- Você já teve uma gaita chamada Clarinha? – ela perguntou com um sorriso malicioso no rosto.
- Já. – confessei envergonhado. – Mas eu tinha cinco anos. E era uma gaita velha que tinha no baú de brinquedos do orfanato. Isso não vai ao caso. Você acaba de perder toda aquela maturidade que eu disse que você tinha a partir do momento que decidiu chamar seu violão de Joe.
- Ok Clarinha. – ela ria me provocando.
- Vai continuar, Joe? – eu provocava também.
- Joe é melhor do que Clarinha.
- Cinco anos. Eu tinha só cinco anos. – eu falava rangendo os dentes, mas levando tudo a brincadeira. – Tá bem, mas por que Joe?
- Billie Joe. O vocalista do Green Day.
- Oh, Billie Joe, Billie Joe, por favor me beije. Eu te amo, eu vou colocar seu nome no meu violão. Gostoso. Ahhhhhh – eu imitava os gritos de Thalia como uma fã histérica. Ela me batia de leve com a cara fechada e eu ria.
- Você é um idiota, Luke. Um retardado e chato, muito chato. Eu devia ter te deixado morrendo naquele beco escuro e frio. Por que eu fui te ajudar? – apesar de tudo, ela ria também.
- Porque você gosta de mim. – falei. E no mesmo instante queria não ter dito isso. Porque eu gostava dela, quero dizer, como amigo. Thalia era minha amiga, como nunca ninguém foi. – Porque... Porque eu sou seu amigo. – disse, tentando corrigir o que tinha dito antes, mas estava na cara que eu estava envergonhado.
Caminhamos o resto do percurso em silêncio. Eu pensava no que tinha dito.
Será que eu gostava dela? Será que eu estava apaixonado? Não Luke, não confunda amor e amizade. Vocês se conhecem faz apenas um dia. São só amigos. Nada mais.
Acho que não é só ela que está confusa hoje, não é? – a voz na minha mente falou.
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Bem grande esse capítulo, não é? Será que Luke está apaixonado?