As Cores escrita por Isabell Grace


Capítulo 2
O Fugitivo


Notas iniciais do capítulo

Então, cá estou eu pra postar o primeiro capítulo de As Cores pra vocês. Eu espero de verdade que vocês gostem. Escrevi essa fic com todo o amor, carinho, dedicação e meu coração shipp Thaluke.
Por favor, me façam feliz e não deixem de comentar, favoritar, ler, indicar, sei lá...
Pra quem lia minha fic Clato, sabe que eu costumava escrever cerca de 600 a 700 palavras por capítulo. Nessa fic vão ser pra mais de 800. Aliás que quiser ler minha fic Clato "Se Eu Morrer Jovem", sinta-se a vontade por favor.
Boa leitura pra vocês, beijos Isabell.



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Meu nome é Luke. Luke Castellan, quer dizer, pelo menos eu acho que é isso. A verdade é que eu não sei quase nada sobre mim, não sei quase nada sobre a minha vida. Só sei que agora eu preciso correr e me esconder em algum lugar, qualquer lugar que ninguém possa me ver.

                Na realidade, esconder é a única coisa que eu tenho feito ao longo dos meus precoces doze anos de idade. Não que seja uma coisa para me gabar, mas eu sou bom nisso.

 Durante toda a minha vida eu morei em um orfanato chamado Kids NY em um bairro próximo ao centro de New York. Dizem que minha mãe morreu no meu parto e ninguém nunca soube nada do meu pai, não sabem se ele morreu, se fugiu ou se está por ai fingindo que não tem um filho, o que acredito ser o mais provável. De qualquer forma, se um dia ele aparecer, eu espero que suma novamente, depois, é claro, de ouvir umas poucas e boas que eu vou literalmente gritar pra ele.

Vocês devem esta pensando: “Ah, mas Luke, porque essa revolta toda? Seu pai deve ter tido motivos para te abandonar.” Não, não teve. Não existem motivos para um pai abandonar um filho. Não se ele não estiver morto e eu aposto que o meu não está. Além disso, por culpa dele eu fui obrigado a passar a vida nesse inferno chamado orfanato que sei lá quem me colocou porque nunca ninguém me mostrou os registros e também não me interessa saber. O que interessa é que eu odeio aquela droga de lugar e todas as pessoas que estão lá. Odeio as outras crianças, odeio os monitores, os professores e se bobear até a galera da limpeza eu odeio.  Todo mundo me tratava mal e zombava de mim, principalmente pelo fato de que eu sofro de dislexia e déficit de atenção, ou seja, Luke Castellan a piada nas aulas. Principalmente literatura, quando o senhor Linus, um velho em uma cadeira de rodas, falava sobre deuses gregos e todas aquelas coisas mitológicas que não me entrava na cabeça. O senhor Linus não dava aula no orfanato fazia muito tempo. Ele era a pessoa mais próxima do legal daquele lugar, mas ele queria que eu desse o máximo de mim e eu não consigo dar o máximo de mim.

A única diversão que eu tinha por lá era roubar os brinquedos e lanches das outras crianças e rir escondido da cara de preocupação delas. Tá ai outra coisa que eu sou bom: roubar. Ninguém nunca me pegou roubando alguma coisa antes. É por isso que eu acho que vou me sair bem morando na rua, pelo menos por enquanto, até eu achar outro lugar pra morar, mas nunca mais volto para aquele maldito Kids NY.

E neste momento, aqui estou eu, correndo e tentando me esconder em algum beco, loja ou algum outro lugar pra que nenhum segurança ou qualquer outra “coisa” daquele orfanato me encontre.

Acho que devo ter passado uma boa meia hora correndo sem parar porque quando paro pra descansar em um banco de praça minhas pernas pareciam estar mais pesadas por causa da dor.

Tenho certeza que ninguém viu você, Luke. Você conseguiu. – uma voz dizia na minha mente. Eu gostava de ouvir essa voz, eu não sei quem era, nem porque aparecia na minha cabeça algumas vezes, mas eu realmente gostava dela, sempre me dava conselhos bons. – Agora você precisa roubar alguma coisa pra comer – Tudo bem, esse não é lá o melhor conselho que eu poderia receber da “consciência” (eu resolvi chamar essa voz na minha cabeça assim, até encontrar um nome melhor).  Apesar de minhas habilidades para furto, eu sei que, eticamente, roubar não é correto, mas eu realmente estou com fome e não vou aguentar muito tempo sem comida.

Em uma das esquinas da praça havia uma daquelas lojas Walmart que vendem de tudo. Levanto-me do banco, coloco a mochila nas costas e entro na loja. Pra minha sorte é sábado à noite, a hora em que a loja ficava mais cheia. As pessoas inventavam de fazer churrasco no domingo e deixam para comprar tudo de última hora, fora aquelas famílias malucas que dão na telha de comprar eletrodomésticos, roupas ou qualquer outra coisa que a loja vendesse a essa hora. Dai levam suas crianças pirracentas que faziam escândalos querendo levar qualquer brinquedo de última geração que brilhasse na luz. Bem, pelo menos eram crianças arrumadinhas e cheirosas, melhor do que a maioria dos órfãos asquerosos que cheiravam a ovo podre no Kids NY.

Vou direto para o corredor de alimentos e começo a encher meus bolsos com barrinhas de cereal e pacotes de doce. Na mochila coloco latas de refrigerante e sanduíches frios e dentro do casaco vão pacotes de salgadinho Cheetos e barras de chocolate. Só por precaução, visto o capuz do moletom e então saio em disparada para a rua. Os alarmes começam a soar e o barulho me dói os ouvidos.

- Para! Para com esse barulho. – eu sussurro para mim mesmo, implorando. E no mesmo instante os alarmes param, como mágica, como se me obedecessem.

Entretanto, o mais estranho foi que os dois seguranças da porta nem se quer me perseguiram, foi como se nem ao menos tivessem me visto. Tudo bem, melhor pra mim. Se eu roubasse aquela loja todo dia e ninguém me notasse, estava ótimo.

Só pra prevenir, continuei correndo. Afinal, o que mais fiz foi correr hoje, né? Fugir de todo mundo. Viro uma esquina um tanto mal iluminada, onde acredito que ninguém vá me encontrar, mas não diminuo o passo.

Até eu tropeçar em alguma coisa e cair no chão.


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