As Cores escrita por Isabell Grace


Capítulo 17
Meu Lar


Notas iniciais do capítulo

Hey! Olha eu aqui de novo! Já é o terceiro dia consecutivo. Não podem reclamar de mim hahahha. Hoje eu consegui escrever dois capítulos inteirinhos que vão ser o 24 e o 25. Mas e ai o que estão achando? Aceito sugestões. Não deixem de comentar.
Espero que gostem do capítulo de hoje. Beijos
Bell



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Eu não conseguia explicar o quanto eu estava feliz de voltar a viver naquele beco com Thalia. Aquele lugar, apesar de ser na rua e não ter nenhum conforto, era o único lugar que eu pude chamar de lar em toda a minha vida. Eu preferia estar ali a uma casa luxuosa ou em um orfanato cheio de crianças.

– Então, onde esteve esse tempo? – Thalia me perguntou.

– Depois que eu sai daqui, passei uma noite na pracinha e pela manhã uma senhora muito gentil me ofereceu pra morar na casa dela.

– E o que você disse?

– Eu fui. – respondi. Os olhos azuis dela se arregalaram como se estivesse surpresa. – Não me olhe assim, como se eu fosse o cara mais louco do mundo.

– Você é. – ela disse rindo. – Por que foi embora de lá, então?

– Bem, ela era uma boa senhora, tinha uma casa muito grande e bonita e vivia com os netos, mas alguma coisa na minha cabeça me disse que eu não devia ficar lá. Eu tive que fugir.

– Você sempre faz isso? – ela perguntou – Fugir das coisas?

– Pois é, acho que sim. – eu disse cabisbaixo. A verdade é que eu sempre fazia isso, fugia de tudo. Desde criança eu sempre me escondi de todo mundo. E mesmo que eu fosse bom nisso, eu não me orgulhava de não ter coragem de enfrentar as coisas. Eu sou um covarde.

– Não se preocupe. – Thalia falou. – Você não vai precisar fugir de mim outra vez. Nós agora somos uma família e a família não se separa. – Ela sorri e eu retribuo com outro sorriso sincero. Aquilo era tudo o que eu queria escutar dela, que eu era sua família, que estar com ela era o meu lar.

–Thalia?

– Sim?

– Algumas coisas estranhas aconteceram. Eu fiquei um pouco assustado.

– O que aconteceu? – ela perguntou curiosa, se aproximando mais de mim.

– Sonhos. Eu tive sonhos com monstros e deuses gregos, como aqueles do quadro da sua mãe. Eles falavam coisas que eu não entendia. Algo sobre eu ter que cuidar do que é deles e não decepciona-los no futuro. E também tinham monstros que queriam destruir a mim e você.

Ela mirava o chão como se não estivesse surpresa com o que eu dizia.

– Você não é o único. Ando tendo sonhos assim também. São bem estranhos e parecem bem reais. Também fico assustada com eles.

– Acha que querem dizer alguma coisa? – pergunto.

– Talvez. Talvez não. Ultimamente vem acontecendo tantas coisas que eu não consigo encontrar uma explicação concreta. Eu não gosto de estar confusa e sinto que estou muito longe de encontrar respostas.

– Olha, eu sei que não cumpri nossa última promessa, mas eu prometo que não vou estar descansado até que consigamos descobrir tudo isso. Confie em mim.

– Eu confio, Luke. Confio em você mais do que em ninguém.

Se eu pudesse apostar comigo mesmo, diria que eu estava mais vermelho que um pimentão. Esses elogios de Thalia me deixavam sem graça. Eu não estava apaixonado por ela (enfie isso na cabeça, Luke Castellan), a questão é que ninguém me elogiava tanto assim desde... Nunca. E não sei como reagir a elogios.

– Então, eu acho que eu deveria buscar alguma coisa pra gente comer, não é? – eu digo me pondo de pé. – Você fica ai? – ela balança a cabeça em afirmação.

Saio do beco e vou até o Walmart da praça. Entro na loja e ajo normalmente, apenas quando entro no corredor de biscoitos abro meu casaco e escondo a comida dentro dele. Estou pronto pra sair quando algo me pega de surpresa: A senhora, Marie, que me deu abrigo estava ali, em um dos corredores fazendo compras com os netos, Connor e Travis, brincando em volta dela. Por sorte ela não tinha me visto, mas um dos gêmeos disse:

– Olha lá vovó, aquele garoto que estava na nossa casa. – ele apontava pra mim. Me escondi atrás da prateleira antes que Marie pudesse dar atenção ao garoto.

– Não tem ninguém ali querido. – espiei por trás da prateleira e a vi acariciando os cabelos dele. Depois pegou na mão dos dois irmãos e saiu do corredor, sumindo da minha vista.

Aproveitei a oportunidade pra fugir dali com a comida. Sai da loja sem que os alarmes despertassem e sem que os seguranças me parassem.

E lá estava eu fugindo, com medo de enfrentar meus problemas de novo.


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