Desejos escrita por KiorieJune


Capítulo 9
Capítulo IX – Desespero duplo




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Sem se importar com o desespero das moças, aproximaram-se lentamente saboreando cada segundo de terror injetado em ambas as faces. Com um sorriso malicioso nos rostos, arrancam os cintos e desabotoam as calças sem perda de tempo, demonstrando intenso prazer e maldade em seus atos. Com movimentos rápidos e brutos, seguram-nas com violência, impedindo qualquer ato que poderia trazer-lhes a liberdade daquele momento.

POW

 

O homem que segurava May olhou para o lado e viu seu companheiro cair no chão, e quando olhou para trás viu uma moça com um olhar raivoso sendo lançado contra ele e um pedaço de madeira grosso na mão.

 

—“Larga ela ou eu arrebento a sua cabeça também, desgraçado!” – Kiori não perdeu o contato visual com seu inimigo, nem mesmo quando Minako saiu correndo do local.

 

—“Vagabunda!!” – gritou o homem soltando a amiga da moça e indo contra ela com as mãos miradas em seu pescoço, no entanto a única coisa que conseguiu foi uma paulada nos braços, o que o deixou ainda mais endiabrado.

 

—“May-chan! Sai daqui!!” – disse se posicionando na frente da amiga e sem desviar o olhar do homem.

 

—“Kio não vou te...”

 

—"VAI!!!" - Gritou tão alto que May não ousou recusar, porém ficou um pouco até ver a rasteira que Kiori deu o rapaz, correndo em seguida, jurando que sua amiga estaria bem atrás. Mas esta havia ficado, pois o homem que derrubara primeiro, levantou-se e a derrubou, pegando-a pelos cabelos e a arrastando pra perto de si.

 

 

—“AOI!!!! RUKI!!!!” – Minako correu como nunca havia corrido antes, na esperança de ter tido tempo em sua escapada e contar logo aos meninos o que ocorreu, contou tudo aos dois que estavam presentes, porém Aoi não esperou o resto e correu! Correu pra socorrer Kiori, pois o medo de perdê-la foi tão grande, que não o fez pensar duas vezes.

 

“Kiori... Sua boba... O que você fez? Porque não nos chamou? Sua besta!” – Pensamentos tristes invadiram-lhe a cabeça, imaginando cenas enquanto corria o máximo que suas pernas lhe permitiam. Assim que chegou arregalou os olhos e cerrou os punhos, pois sua ‘amiga’ estava com o pescoço entre as mãos poderosas daquele homem, e uma de suas bochechas roxas, sendo arrastada para a beira do penhasco – “Larga ela, desgraçado!!!” – rosnou ele socando a cabeça do que segurava a garota pelo pescoço.

 

A outra pessoa bêbada ‘voou’ para cima do agressor de seu amigo e com ele travou uma briga que se resumia a socos, na maioria dadas pelo raivoso rapaz. A luta só terminou quando o moreno ouviu um grito seguido de um barulho de alguma coisa batendo contra a água.

 

—“KIORI!!!” – gritou ele deixando o inimigo ali e pulando logo após na água para resgatar a moça.

 

 

Enquanto isso na praia as seis pessoas já haviam resolvido o problema dos dois homens e aguardavam aflitos a volta de Aoi.

 

—“onde eles estão? Já deveriam ter voltado!” – disse May agoniada para o grupo.

 

—“calma May-chan... eles já devem chegar e....OLHA! ali estão!” – diz um sorridente Kai apontando para o rapaz que saída da água carregando o corpo da moça em seus braços.

 

—“Kio-chan!” – exclama Minako com o coração mais aliviado ao ver a amiga nos braços do rapaz que tinha uma expressão seria e ao mesmo tempo triste e pensativa a cada passo q dava para se aproximar do grupo.

 

—“E os caras?” – pergunta o moreno à Uruha que se aproxima dos dois colocando uma toalha no ombro da moça.

 

—“Pedimos para entregarem seus cartões de identidade e ‘gentilmente’ pedimos também que se retirassem” – responde – “Também já chamei um médico... ele deve chegar em breve”.

 

—“hm....Estou bem, não preciso de um médico!” – diz Kiori saindo dos braços do amigo e ficando em pé com firmeza. Um silêncio tomou conta do local com um minuto e foi quebrado pela aflição contida do Shiroyama.

 

—“...Por quê?... Por quê você não nos chamou? Você....poderia ter se machucado ainda mais!!! POR QUÊ NÃO ME CHAMOU KIORI?” – Aoi agora lançava um olhar confuso e questionador contra ela, ao mesmo tempo que colocava as mãos em seus ombros.

 

—“N- Numa hora daquelas eu... não parei para pensar se...”

 

—“Pois pare para pensar, Baka!” – interrompeu. Seus olhos antes sérios e raivosos começaram a se encher de lágrimas.

 

—“D-desculpa...Yuu-chan...” – ao vê-lo naquele estado ela não resistiu, o abraçou forte e se desculpou por tê-lo preocupado tanto.

 

—“Tive medo... de te perder de novo....” – ele fala em sussurro, num tom que somente ela ouvisse e logo após... Sente algo pesar em seus braços.

 

A morena havia desmaiado e estava muito pálida, o que fez com que o hematoma em seu rosto ficasse mais evidente ainda e as pessoas a sua volta desbotassem em preocupação. Com rapidez ela foi levada para dentro da casa onde o médico já a esperava.

 

 

Era noite e chovia forte fora daquela pequena capela, tão forte que chegava a trovejar. Trovejos fortes estes, tão barulhentos que assustavam a pobre menina que chorava encolhida ao pé da imagem da Virgem Maria com as mãozinhas nas orelhas tentando em vão não ouvir aqueles sons.

—“som de choro... quem está ai?” – pergunta o velho padre que administrava aquela capela.

Como o choro era fraco imaginou que era de uma criança, o religioso saiu procurando a jovem seguido o som das lamurias, já que não recebeu resposta, até finalmente achar a pequena.

—“Oh meu anjinho, o que acontecer com você?” – ele a pega nos braços e assim que os trovões soam novamente o padre pode ver a menina se encolhe contra o seu corpo e então perceber o problema – “coitadinha, veio se refugiar aos pés de Nossa Senhora, foi?” – lançando um sorriso gentil ele a leva para dentro dos seus aposentos e chama mais um irmão para que ligue para os pais da menina – “Venha vamos lhe secar e ligar para seus papais, devem estar preocupados, não? Sabe o número deles?”

—“Mamãe! Papai!” – alegre a menina corre para os braços dos pais que acabavam de entrar correndo na capela.

—“Kiori!! Minha filhinha, você está bem? Como veio parar aqui...?” – exclamava a nervosa mãe da menina, a pegando no colo e abraçando fervorosamente em meio as lagrimas.

—“Muito obrigado padre Kimihyro, estávamos desesperados atrás dela” – agradecia um robusto homem apertando a mão do padre.

—“que isso... foi o mínimo q pudemos fazer”.

—“obrigada novamente padre, a sua benção”.

—“Deus lhes abençoe, meus filhos”.

Atordoada com o sonho, Kiori abre os olhos e estranha o lugar, rapidamente flashes de memória invadem sua mente e esclarecem o que aconteceu.

 

—“eu....desmaiei?” – sussurra passando a mão nos cabelos, tentando ao mesmo tempo se livrar da sonolência que atingia suas pálpebras e sua cabeça – “Y-Yuu-chan?” – ao olhar para o lado ela vê o amigo sentado numa cadeira ao lado de sua cama com a cabeça pousada levemente sobre o ombro esquerdo e aparentemente envolvido num sono profundo – “...Q-QUE KAWAII!!!!....*¬*~...” – grita uma voz em sua mente.

TOC...TOC....TOC

 

—“P-Pode entrar” – o.o

 

—“com licença, olá Kio-chan” – cumprimenta Ruki entrando no quarto e caminhando lentamente até a cama.

 

—“Oi Takanori-chan” – ela abre um lindo sorriso

 

—“como está se sentindo?” – pergunta o ruivo sentando-se na beira da cama e olhando com preocupação para a amiga.

 

—“melhor eu acho... um pouco confusa... o que aconteceu?”.

 

—“bem...” – ele então explica tudo que ocorreu desde a subida ao penhasco até o diagnóstico do médico com calma e um tom de voz baixo para não acordar a outra pessoa que ali descansava.

 

—“então... quer dizer que eu desmaiei por culpa de uma desnutrição?”.

 

—“sim”

 

—“Kami-sama...” – O_O’’’ Kiori não consegue segurar a surpresa, esta que da mesma forma que veio vai embora rapidamente e um silêncio se instala no ambiente. Neste momento ela olha distraidamente para o lado oposto de Ruki e fica observando o outro amigo dormir pesadamente.

 

—“Ele se recusou a sair do seu lado até que acordasse... Que nem aquela vez em que você se perdeu na tempestade”.

 

—“Parece que... o tempo passou... mas continuamos sendo aquelas crianças, né Takanori-chan?”.

 

—“sim... e não Kiori, cada um de nós mudou.... Da sua maneira... amadurecemos... mas... pelo visto.... Vocês dois continuam com os mesmos sentimentos de antes”.

 

—“heim?” – a morena faz uma cara de interrogação para o amigo, pois não entendera a colocação dele.

 

—“um amor infantil....” – diz ele para esclarecer e ao mesmo tempo fazer com que a moça despertar-se.

 

—“T-Takanori-chan” – tarde demais, ele já havia saído do quarto deixando aquelas palavras circulando na cabeça da moça por um bom tempo.

 

 

Depois de sair do quarto e deixar Kiori e Aoi sozinhos, Ruki caminhou até a sala onde viu uma silhueta conhecida. Aproximou-se em silêncio até que pode ver lagrimas caindo dos olhos da garota de madeixas castanhas... Ela estava... Chorando. Sentou-se do lado da garota e tocou suavemente a mão da mesma.

 

Ela por sua vez sentiu o toque de uma mão sobre a sua e olhou para o lado a fim de encontrar o dono da mesma.

 

—“Ru-Ruki??” - Sentiu o rosto corar ao encarar os orbes do homem à sua frente, em nenhum momento imaginou que fosse ele ali do seu lado.

 

—“O que aconteceu? Por que está chorando?” - Perguntou o ruivo visivelmente preocupado.

 

—“Kio-chan... Eu... Não pude fazer nada por ela... Eu... Sou uma verdadeira inútil... Uma péssima amiga...” - Desviou os olhos dos dele e encarou o chão.

 

—“Não é assim May... Não havia nada que pudesse fazer... O mais certo foi ter chamado todo mundo, sozinha não havia nada que pudesse fazer” - Aproximou-se um pouco mais de May e rodeou o corpo da mesma com seus braços, a envolvendo num abraço.

 

—“Eu sei... Mas se eu não tivesse insistido em ir, nada teria acontecido...” - Disse em voz baixa se aconchegando nos braços do ruivo.

 

—“Você não previa que isso pudesse acontecer” - Sentiu as lágrimas molharem seu colete e levantou suavemente o rosto da jovem encarando os orbes castanhos. – “Aqueles caras continuariam soltos do mesmo jeito, uma hora algo iria acontecer... Não foi sua culpa”.

 

—“Arigatou...Ruki..” - Sentiu seu rosto esquentar, mas continuou mantendo o contato visual mesmo assim.

 

O moço deslizou a mão pelo rosto de May, que ao sentir o toque em sua face fechou os olhos sem que percebesse. O rapaz começou a diminuir a distancia entre as duas faces à medida que fechava os olhos e já podia sentir as respirações se mesclando. Tocou suavemente os lábios da garota à sua frente e...

 

—“MEU SAKEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!!!!!!!!!!” - Gritou um certo loiro desesperado ao ver uma garrafa em pedaços e o conteúdo da mesma espalhado pelo chão. Gritara tão alto que acabara por assustar o casal, que coincidentemente estavam no cômodo ao lado.

 

O loiro caminhou até o cômodo ao lado onde pode ver um certo casal com rostos corados. Sorriu maliciosamente, mas resolveu deixar a brincadeira pra depois.

 

—“Algum de vocês viu quem destruiu a minha última garrafa de sake?” - Ò-Ó

 

—“Não, eu não vi quem "destruiu" a sua maldita garrafa de sake!” - Disse o menor extremamente irritado.

 

—“Não precisa ser tão grosso assim! Eu só fiz uma pergunta baixinho mal educado!” - Disse o loiro irritado.

 

—“Er...Com licença, preciso ir lá fora um momento” - Disse May enquanto corria para longe da sala.

 

—“May espera!” - Gritou o ruivo, mas a garota já havia ido. – “Uruha... Seu... Seu... DESGRAÇADO!” – ò.ó

 

—“Que foi Takanori-chan? Cortei o clima?” - Perguntou cinicamente com um tom de voz malicioso.

 

—“Seu idiota!” - Disse Ruki enquanto se jogava no sofá – “Não estou com paciência para brincadeira Uruha”.

 

 

Enquanto isso o casal que havia sido deixado sozinho mais cedo estava para travar um dialogo, pois o rapaz havia acabado de acordar, isso significa que pode finalmente ver os orbes que zelavam pelo seu sono a um bom tempo.

 

—“hm...Kio-chan? Olá...está acordada a muito tempo?” – disse se ajeitando na cadeira

 

—“Não muito... acabei de acordar para falar a verdade” – ela sorria ao ver o desconserto do rapaz ao perceber seu olhar focado nele.

 

—“E... como se sente?”

 

—“bem melhor... obrigada”

 

—“que bom” – diz retribuindo o sorriso visivelmente aliviado

 

—“Por que Yuu-chan? Estava preocupado?” – perguntou a moça com uma certa curiosidade na voz.

 

—“...” – ele nada falou só abaixou o rosto para que ela não visse o rubor de sua face.

 

—“desculpe”

 

—“Pelo que?”

 

—“Por sempre ser um estorvo pra você”

 

—“Sua boba! Nunca mais diga isso” – ele se levantou protestante contra a afirmação da garota, sentou-se ao seu lado na cama e a abraçou – “você nunca foi um incomodo para mim, nunca”

 

—“nem daquela vez que eu soltei uma bombinha no quintal do Sr. Fujioka e ele soltou o seu Rottweiler atrás de nós dois?” - ’-‘~.

 

—“hahahahahahaha!!! Não! Nem daquela vez! E também parte da brincadeira foi minha idéia! Não pegue todos os créditos!”.

 

Ambos riram divertidos da situação até o momento que o guitarrista percebeu que ainda estava abraçando a ‘amiga’, na mesma hora ele há soltou um pouco envergonhado e se levantou passando as mãos ligeiramente nos longos cabelos pretos para disfarçar um pouco.

 

—“hm...Kio...eu...queria te...perguntar uma coisa” – agora a mão dele já passava para a nuca e a coçava com um nervosismo aparente – “você... gosta de dançar?”

 

—“hm...gosto...por que?”

 

—“Por que... hã... V-Você gostaria de ir a uma danceteria comigo amanhã?”.

 

—“Só... nós.... dois?”

 

—“Bem... é... mas... se quiser podemos chamar o resto do pessoal por mim tudo bem!”

 

—“Eu...” – “um amor infantil” – como um flash a voz de Ruki ecoou na mente dela e a fez tomar a decisão certa (?) – “Eu aceito! Aceito ir com você a danceteria amanhã” – disse dando ênfase ao ‘você’ e sorrindo logo após para ele que retribuiu o sorriso.

 

—“Combinado! Então eu....eu...você quer comer algo? deve estar com fome...eu...vou pegar algo pra você!!” – disse apressado e visivelmente feliz girando a maçaneta do quarto até que ouviu Kiori chamar pelo seu nome – “oi?”

 

—“Obrigada...” - ^^

 

—“De nada”

 

 

—“aff...Ruki, você vai ficar mesmo com essa cara o resto da noite?” – pergunta o loiro sentado no sofá, já entediado com o semblante de raiva do menor sentado na poltrona a sua frente.

 

—“é a única que eu tenho!!” - ¬¬

 

—“que seja então...” – disse pegando um cigarro e colocando na boca, porém quando ia acedê-lo recebeu um olhar cortante do outro o que o fez tirar a chama de perto do instrumento – “sei, sei.... A promessa, to saindo” – o loiro se odiou profundamente quando agora que viu que a promessa que os cinco fizeram de não fumarem dentro da casa nem perto das moças estava sendo cumprida a risca.

 

Já do lado de fora ele finalmente acendeu o seu cigarro, porém quando deu a primeira tragada começou a ouvir um som familiar, som de baixo, mas não era um som qualquer... A pessoa que tocava o instrumento retirava a agitava melodia de Silly god Disco. Curioso, mas ao mesmo tempo já imaginando quem era ele caminhou até a fonte da música e vitorioso confirmou a suspeita.

 

—“aff...como o Reita-sama consegue fazer essa seqüência???....isso aqui é um monstro!!” – a ruiva reclamava baixo olhando impaciente para a folha de papel ao seu lado ao mesmo tempo que tentava fazer a seqüência que para ela era tão difícil.

 

O outro que a observava a distancia nada falava só quando a viu passar toda a música e finalmente chegar à parte que não dava conta que resolveu se pronunciar, antes lógico, ele havia dado uma ultima tragada no cigarro, joga-o no chão, pisa e chuta para longe.

 

—“Já tentou mudar a sua concha?”.

 

—“U-Uruha-sama!?”.

 

—“huhu, olá... te assustei?”

 

—“um pouco” - ^^”

 

—“perdão, é que... não pude deixar de ouvi-la tocar” – disse simpático sentando-se ao lado da moça – “posso?” – pediu apontando para o baixo, ela assentiu e o colocou em suas mãos com cuidado, rapidamente o loiro o posicionou nas mãos e passou toda a música até chegar à parte em que ela encontrava dificuldades – “viu? Tente segurar assim” – disse mostrando e logo após entregando a ela.

 

—“entendi...hm....vamos ver...” – ela pegou o baixo e tentou fazer a mesma concha que o guitarrista fez a pouco, no entanto não adiantou muito, continuou errando o tom.

 

—“hm...tente separar um pouco mais esses dois dedos aqui e bater não muito suave”

 

—“assim?” – Minako seguiu fielmente as instruções do ‘professor’ e para sua surpresa conseguiu fazer perfeitamente o que lhe arrancou um largo sorriso nos lábios – “ah! Arigato Uruha-sama!!”

 

—“ehh.....não tem nada para me agradecer....você é uma ótima aluna!” – “Por que meus rosto está tão quente? Não bebi nada hoje...”

 

—“Nem! Você é que é um ótimo professor!”.

 

—“hahahaha ok, vamos fingir que é verdade!”

 

—“é serio!”

 

Quantas horas se passaram desde aquele momento? Não sabiam, aqueles dois conversavam tão animadoramente e sobre motivos tão diferentes do que foi o estopim daquela conversa. O que iniciou com uma parte não bem tocada de uma música, acabou em que tipo de queijo cada um gosta... Estranho não?

 

—“Nooosssa! Olha a hora!” – assustou-se a moça vendo que já eram quatro horas da manhã.

 

—“É já está tarde, melhor ir se deitar, moças bonitas não devem ficar acordadas até tarde” – um sorriso cínico e divertido apareceu nos lábios do loiro após falar tal coisa que instantaneamente fez a moça corar.

 

—“para com isso, nem sou!” - #¬¬#

 

—“Aham... e eu sou um mendigo q toca nas esquinas de Tóquio para conseguir um trocadinho pra comer” – disse o loiro muito irônico.

 

—“...engraçadinho”

 

—“eu faço o que posso” – xD divertido ele joga os cabelos para traz e faz pose de galã

 

—“hahaha, você não existe Uruha” – agora ela ria enquanto se levantava e junto consigo o baixo – “vou dormir... boa noite”

 

—“Boa noite, Minako-chan” – com um breve aceno de ‘até logo’ o loiro a viu desaparecer casa adentro – “hmmm... que mulher”.

 

 

No dia seguinte, seis das oito pessoas que habitavam aquela casa se encontravam aglomerados na sala de estar, sendo que quatro delas disputavam uma emocionante partida de Mahjong, enquanto os outros dois passavam músicas em seus instrumentos musicais, um no baixo e outro na guitarra, porém sem se dispersarem da conversa que o grupo travava.

 

—“Ano-san, não querendo mudar completamente de assunto, mas... alguém viu a Kiori e o Aoi-kun hoje?” - pergunta o rapaz magro e cheio de tatuagens para o resto do grupo.

 

—“hm....eu vi eles hoje cedo, mas agora....os dois sumiram” – diz Ruki jogando logo após de Miyavi.

 

—“hmm... eu acho esse sumiço dos dois MUUUIIIITO estranho” – xD comenta malicioso o loiro que acabava de tocar a ultima nota na sua guitarra.

 

Neste mesmo momento todos os rapazes trocaram olhares maliciosos enquanto as duas moças riam da ‘falta de informação’ dos outros quatro.

 

—“Por que eu estou sentindo que vocês duas sabem algo que nós não sabemos?” – Kai resolveu finalmente se pronunciar lançando um olhar desconfiado para as duas.

 

—“é que nós sabemos de algo que você não sabem, ne Minako-chan?”

 

—“Creio que sim!” - ^^.

 

—“Vocês querem fazer o favor de falarem logo? O Uruha ta pra gozar ali só de imaginar onde esses dois estão” – Miyavi falou sem malicia nenhuma na voz, no entanto o olhar malicioso que o loiro estava lançando desde que a idéia foi posta no ar somado à fala do moreno rendeu risadas de todo o grupo, menos é claro do rapaz ‘avacalhado’.

 

—“CALA BOCA MIYAVI!!!” – o guitarrista quase pegou seu instrumento e deu na cabeça do ser (por enquanto) vivo que ainda jogava Mahjong com os outros.

 

—“Meninos... Meninos... Acalmem essas testosteronas e vamos conversar como pessoas civilizadas” – pediu Minako segurando o braço do guitarrista e o fazendo sentar com calma.

 

—“Ok, senhorita civilizada, então diga-nos, onde o casal de pombinhos mirins foi....” – ¬¬ ironizou o enfezado homem-das-pernas-maravilhosas (n/a: OMG *¬* e q maravilhas).

 

—“a uma danceteria no centro de Okinawa” – respondeu May fazendo o ultimo movimento da partida – “ganhei!”.

 

—“NANI???” – assustaram-se todos da mesa.

 

—“Ei...ei...ei...” - chamou Uruha, tentando desviar o olhar dos outros que ainda estavam assustados com a derrota para o comentário que ia fazer – “não existe nenhuma danceteria no centro de Okinawa a anos”

 

 

Enquanto isso no centro de Okinawa...

—“Nhyaaa... já estamos andando há horas Yuu-chan, acho que não tem nenhuma danceteria por aqui.

 

—“Tem sim! Quer ver? Vamos perguntar para aquele senhor ali!” – segurando a mão da garota ele vai puxando-a de forma um pouco agitada até um vendedor de frutas que calmamente arrumava sua nova mercadoria – “senhor, por favor, pode nos dar uma informação? Sabe onde fica a danceteria que havia aqui?”.

 

—“Não existe nenhuma danceteria aqui no centro há anos, meu jovem”.

 

—“Viu?! Teimoso!!” - -_-“

 

—“Desculpa Kio-chan” - >.<”

 

—“Ta tudo bem, mas e agora? O que iremos fazer?”.

 

—“estamos no centro de Okinawa, podemos ir ao shopping, ou então nessas lojinhas pra turistas, o que você acha?”.

 

—“hm...eu estou com frio...” – diz passando uma mão na outra e olhando distraidamente para o céu – “Ouvi no radio hoje de manhã que o tempo vai virar... espero que não tenha uma tempestade com trovões”.

 

“Por que raios ela está falando isso?” – estranhando o moreno segura novamente a mão da acompanhante a fazendo olhar novamente para si – “então... que tal tomar um chocolate quente?”.

 

—“Aceito!!” - ^__^~

 

Andando mais um pouco o casal pode avistar uma movimentada cafeteria ao fim da rua, entraram e avistaram porque o estabelecimento era tão movimentado, alem de confortáveis instalações havia um grupo de rapazes tocando suaves músicas para os casais que ali se apresentavam em abundancia. O nosso casal em questão sentou-se em uma mesa colada na grande janela do estabelecimento que coincidentemente ficava em diagonal para o palco, dando uma vista privilegiada.

 

—“Muito boa tarde, sou Haruhi, em que posso ajudá-los?” – perguntou a simpática e ligeira garçonete com seu bloquinho de notas e patins.

 

—“Boa tarde...você tem chocolate quente com chantily?” – pergunta Kio dando uma rápida olhada no cardápio.

 

—“Temos!”

 

—“Me veja um, sim?”

 

—“sim senhorita, e o senhor? Deseja algo?”

 

—“Um capuccino”

 

—“Ok, virei o mais rápido possível com os seus pedidos”

 

Após a retirada da garçonete os dois continuaram a se deliciar com a música do ambiente, porém o assunto entre os dois havia morrido e só pode ser escutada uma palavra daquela mesa após uma anunciação do vocalista que fez a distraída Kiori voltar a sua atenção para o palco.

 

—“Muito bem gente, agora eu gostaria de oferecer esta música a uma grande amiga minha, pois há tempos eu não a via e agora a reencontrei por acaso, Kiori...esta é pra você...”

 

—“Rapha-kun?” – sussurrou surpresa ao ouvir aquela voz quer desde o colegial não escutava.

 

anata no tame ni ikite ii ka na?
anata wo suki ni natte ii ka na?
I wanna be your lover

te wo nobaseba todokisou na sukitooru sono egao
mabataki sae oshii hodo I can’t take my eyes off you baby
kono kimochi wa uragirenai kizutsuite mo kamawanai sa
mune no uchi wo tsutaeru dake atsui uchi ni

anata no tame ni ikite ii ka na?
tatta hitotsu no yume wo wake aitai
anata wo suki ni natte ii ka na?
sotto tsutsumi konde mamoritai yeah

 

A moça continuava a olhar para o vocalista sorrindo e vez ou outra mexendo os lábios e cantando junto com ele, mas sem deixar o som de sua voz sair.


kazari kotoba wa iranai kakehiki nado niawanai
kakusu koto wa nani mo nai I can’t take my eyes off you baby

kono kimochi ni uso wa nai sa sora no ao to onaji gurai
ima mitsumeta tokimeki kara nigetakunai

anata no hoka ni nani mo iranai
donna kanashimi sae mo koeteyukeru
taisetsu na hito dakishimetetai
futari kara hajimaru kirameki wo yeah

anata no tame ni ikite ii ka na?
tatta hitotsu no yume wo wake aitai
anata wo suki ni natte ii ka na?
sotto tsutsumi konde mamoritai yeah

kako nado iranai asu ga aru kara
yuuki wo dashina yo jiyuu ni nareru

kodoku wo koete yatto deaeta
tenshi ga sasou kiseki ni yeah

 

Aoi olha enciumado a cena, ainda mais quando ‘cantorzinho de meia tigela’ como ele o chamava em seus pensamentos pegou o seu dedo indicador na direção à mesa onde o casal estava sentado e o movimentou como se estivesse chamando Kiori, aquele gesto somado ao gesto seguido deste que foi um movimento para cima e para baixo com os dois dedos que utilizamos para fazer o ‘V’ de vitória e uma piscadela para a moça fez o sangue do Shiroyama ferver, afinal... O que aquele moleque tinha que ele não tinha? Ele, Shiroyama Yuu era o grande guitarrista base do the GazettE!!! Então... Por que Kiori não parava de olhar pra outro?

 

aibu mitomete ai wo yurushite
kokoro wo hodoite
come to me, yeah

 

“E afinal que diabos foi aquele gesto?” – pensou indignado analisando o gesto rápido que ele fez ao mesmo tempo que cantava aquela da frase em inglês (n/a: destacada acima) – “será que ele quis dizer...‘venha até mim, irei te conquistar’??será? argh! Eu vou arrebentar a cara desse...desse...grrr!!!”

 

anata no tame ni ikite ii ka na?
tatta hitotsu no yume wo wake aitai
anata wo suki ni natte ii ka na?
sotto tsutsumi konde mamoritai yeah

anata no hoka ni nani mo iranai
donna kanashimi sae mo koeteyukeru
taisetsu na hito dakishimetetai

futatsu ga hitotsu ni…

[You - KAT-TUN] 

 

A música acabou e com ela a apresentação do grupo, no entanto nem assim o Shiroyama conseguiu a atenção da acompanhante, quando os integrantes estavam arrumando os instrumentos, ela se levantou e disse que iria falar com um amigo do Brasil e já voltava.

 

Ele não teve outra alternativa a não ser concordar, não queria demonstrar para ela o que estava sentindo em relação a tudo aquilo... Aquele ciúme ardente que rugia dentro do seu peito e queria pular no pescoço do ‘concorrente’, que ódio sentia... Um ódio que só aumentou quando viu a morena abraçar o vocalista e o mesmo tirá-la do chão num abraço forte.

 

 

—“Rapha-kun!!!” – chamou a moça pulando no pescoço do outro.

 

—“Kio-chhaannn!!” – ele abraçou forte a cintura dela chegando até a surpreendê-la quando a tirou do chão – “quanto tempo meninaaa!”.

 

—“Verdade!! Desde a formatura! Olha como você cresceu! Nem te reconheci!”.

 

—“É cresci sim, mas olha só para você!!.... Não mudou em nada, continua linda como sempre”.

 

—“hummmmm... galanteador como sempre!” – disse ela soltando o rapaz e deixando um tom de deboche na voz.

 

—“hahaha...e ai? Gostou da música?”

 

—“claro que sim!! Você sabe que amo essa música! Mas... espera...como sabia q eu ainda gostava de KAT-TUN?”

 

—“é que eu ainda falo com a May sabe...” – xD

 

—“aahhh então quer dizer que vocês dois ficam trocando informações sobre a minha vida é?” – disse fingindo ofensa e colocando as mãos na cintura.

 

—“hahahaha bobona! Claro que não só...comentamos sobre você as vezes”

 

—“Sei... sei... ah!! Rapha-kun! Vem cá quero te apresentar a um amigo meu!” – animada ela o pega pela mão puxando-o até a mesa que estava vazia (?) – “Ano...cadê o Yuu-chan?” – ela olha para os lados e nada vê, somente a garçonete que atendeu-lhe – “senhorita, sabe onde está o rapaz que estava comigo?”

 

—“Sim... ele pagou a conta e saiu já faz um tempo” – respondeu simpática, pediu licença e foi atender outra mesa.

 

—“S-Saiu?” – sussurrou entristecidamente olhando para a porta.

 

—“Hum... era seu namorado?” – perguntou o amigo preocupado pela brincadeira que fez para Kiori no meio da música.

 

—“ah! Não! Não! Imagine ele....ele é meu amigo!!” – na mesma hora ela o olha assustada e corando muito.

 

—“huhuhu... você gosta dele, não é?” – Raphael sorriu olhando para a menina que apenas corou ainda mais e balançou a cabeça afirmativamente – “e....hmm... deixa eu adivinhar...ainda não falou para ele, não é?” – novamente ela balançou a cabeça afirmativamente ainda corada – “então... o que está esperando para ir atrás dele?” – perguntou sorrindo como se aquilo fosse a coisa mais obvia do mundo.

 

—“m-mas....”

 

—“Kio... ache-o... diga o que sente... e me mande uma mensagem no celular dizendo que está bem e está com seu amor” – pediu entregando-lhe seu cartão com o numero de seu telefone.

 

—“mas... e se ele não gostar de mim?”

 

—“ele gosta... pode ter certeza...”

 

—“como você sabe?”

 

—“pela cara que ele fez quando pisquei pra você, agora vai antes que ele se distancie mais!” – não foi preciso mandar outra vez, rapidamente ela pegou a bolsa preta e o casaco na mesa e saiu correndo pela porta de vidro.

 

 

“hunf... ela prefere dar atenção a um... um... cantorzinho de meia tigela a mim! Quem ela pensa que é? O que ela pensa q eu sou? Idiota? Só pode!! Um idiota sem coragem de dizer o que sente antes que ela arranja-se outra pessoa” – Aoi andava distraído pelas ruas, tão compenetrado em seus pensamentos que se misturavam em ódio e lamurias que não percebeu a nuvem negra pairando sobre a sua cabeça.

 

“Se bem que ela disse que era um amigo do Brasil... Mas... o jeito que abraçou ele... será que era um ex-namorado? Ou será que era um amigo mesmo? Se sim por que ela ficou tão encantada??? Só porque era cantor? Mas eu também sou cantor!! Não cantor... vocalista.... Mas sou guitarrista!!” – Pensamentos dolorosos invadiam a mente dele, agora se recriminava por ter deixado-a sozinha com aquele desconhecido, pelo menos para ele, no entanto outro pensamento de magoa vinha contra o pensamento de culpa e..... ele ficou mega-confuso (n/a: XD), tão confuso que só percebeu q ia chover quando a chuva já estava caindo forte sob sua cabeça.

 

Núvens negras no céu
Parece que vai chover
Raios e trovões
Ao anoitecer

 

Rapidamente ele procura o abrigo mais próximo que tinha ali naquele parque, uma frondosa arvore de cerejeira. Cansado de todos aqueles pensamentos confusos ele puxa seu i-pod do bolso da jaqueta vermelha que vestia sobre a regata branca. Ao som daquela batida ele assistia a dança das águas que caiam do céu juntamente com os trovões que soavam em uma freqüência de tempo longa, no entanto foi despertado pela vibração que sentiu no bolso da calça jeans, era seu celular, ao olhar no display viu que era da casa de praia... Não atendeu... Poderia ser Kiori.... Não queria falar com ela agora...

 

Parou de vibrar... Voltou.... Não atendeu novamente... Na terceira vez seguida ele atendeu um pouco irritado.

 

—“Moshi moshi”

 

—“Alô, Aoi-sama... a Kio-chan está com você?”.

 

—“Não May...não está... da ultima vez q a vi estava em um café com uma ‘amigo’ de vocês lá do Brasil”

 

—“o Raphael?”

 

—“acho q sim... ela o chamou de ‘Rapha-kun’” – pronunciou o nome do outro com um certo desdém.

 

—“é ele mesmo!! Ele me ligou dizendo que a Kio-chan saiu atrás de você e que não deu noticias até agora...”.

 

—“e...?”

 

—“e está chovendo!!”.

 

—“e...?”

 

—“está trovejando!!”

 

—“e...?”

 

—“PORRA AOI! VAI ATRÁS DA KIORI, SEU MERDA!!! ELA MORRE DE MEDO DE TROVÕES!!! DA PROXIMA VEZ TOME CONTA DIREITO DA SUA ACOMPANHANTE!!” – era a voz de Ruki, pelo visto havia tirado o telefone da mão de May para dar aquele ‘esporro’ e desligar na cara do moreno.

 

“e como é que eu iria saber?” – com a cabeça abaixada e ainda com o celular na orelha ele pergunta-se em pensamento, e logo uma lembrança invade seu subconsciente trazendo-lhe a resposta.

 

 

—“estamos no centro de Okinawa, podemos ir ao shopping, ou então nessas lojinhas pra turistas, o que você acha?”.

—“hm...eu estou com frio...” – diz passando uma mão na outra e olhando distraidamente para o céu – “Ouvi no radio hoje de manhã que o tempo vai virar... espero que não tenha uma tempestade com trovões”.

 

Chove tanto lá fora
O céu parace cair
Mesmo com essa tempestade
Eu vou ter que sair

 

“Shiroyama seu idiota!!” – desesperado, ele mete o celular de qualquer jeito no bolso novamente e sai correndo a procura dela...

 

Núvens negras no céu
Parece que vai chover
Raios e trovões
Não me trazem você

Chove tanto lá fora
O céu parece cair
Mesmo com essa tempestade
Eu vou ter que sair

Eu vou te procurar
Em qualquer lugar
Mesmo com raios e trovões
Eu vou te encontrar

[Ao Anoitecer - 4ventos] 

Continua...

 


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