Em Cair Paravel

A rainha Lucia Pevensie caminhava sobre o piso do salão principal enquanto dava sequência a uma reunião com os líderes de seu exército. Na grande sala do trono se encontravam seu fiel conselheiro e amigo o senhor Tumnus Ecchi, assim como o chefe do batalhão de soldados Edmundo Keynes, e a líder dos arqueiros Susana Vankova. Lucia repassava as últimas ordens com seus aliados:

– Meu caro amigo, e conselheiro Tumnus... –dizia a rainha. – Você ficará encarregado de enviar um comunicado meu a Rabadash. Levará até ele um manuscrito contendo as informações que lhe passei esta manhã.

– Sim majestade... –este concordou com um aceno de cabeça.

– Quanto á você Edmundo, eu desejo que posicione seus soldados em três pontos estratégicos cobrindo todo o território a frente do palácio de Cair Paravel.

– Os soldados já foram devidamente informados de suas posições majestade, um grupo avançará pelo oeste enquanto o seguinte cuidará da parte leste. Ainda um terceiro grupo liderado pessoalmente por mim permanecerá à frente do palácio. –completou Edmundo.

– Muito bem. –Lucia caminhou até a única mulher além dela, presente na sala. – Quanto a você Susana posicione os arqueiros em dois grupos. Quero que metade dos seus homens permaneça atrás dos soldados de Edmundo próximos ao palácio enquanto a segunda metade avança a frente do mesmo ficando atrás dos cavaleiros assim como dos minotauros e o restante dos aliados.

– Se me permite majestade, eu sugiro que parte dos meus homens siga com os dois grupos do comandante Edmundo para um ataque surpresa. –disse com olhar firme e determinado enquanto encarava a rainha.

– Concordo. Que seja, mas ordene-os a seguir as ordens passadas pelo chefe de cada grupo.

– Sim majestade. –respondeu a moça de cabelos negros e olhos azuis dando um passo atrás.

– Quanto ao rei Pedro? –disse a rainha encarando seu conselheiro.

– Ele ainda não confirmou a data de sua chegada. –respondeu Tumnus.

– Pedro nos enviou um aviso de que estava unindo seu exercito para o caso de necessidade. –seguiu Edmundo. – Ele estará aqui em breve.

– Certo. –acenou a rainha. – Sendo assim eu declaro esta reunião encerrada. Exceto para você Tumnus... Ajudará-me com o pergaminho que desejo enviar a Rabadash...

– Por suposto que sim majestade.

– O restante está dispensado. –ela encarou cada líder.

Todos responderam com um aceno de cabeça enquanto faziam reverencia a rainha e logo se retiravam. Lucia andou até o trono passando as mãos sobre o grande encosto e seguindo rumo a sacada que dava para a vista panorâmica da praia. Com as mãos sobre o parapeito da sacada Lucia respirou profundamente e disse:

– Acha que existe alguma chance de Rabadash tomar o meu lugar no trono Tumnus?

– De maneira alguma majestade! –este sorriu. – Rabadash apenas está motivado por um desejo cego de vingança por ter sido rejeitado pela comandante dos arqueiros.

– Fico imaginando o que teria acontecido a Susana se tivesse aceitado se casar com Rabadash. –suspirou a rainha encarando seu amigo. – Quando recebemos sua visita em Cair Paravel, nunca poderia imaginar que seria um homem tão cruel e rancoroso. Eu até mesmo apoiei Susana a aceitar seu pedido de noivado...

– Felizmente Susana é uma mulher que não se impressiona fácil majestade! –sorriu Tumnus ficando ao lado da rainha e sentando-se sobre o parapeito.

– Ela é uma mulher e tanto! Corajosa, e muito inteligente!

– E muito bela tambem majestade!

– Não seja indiscreto Tumnus! –riu a rainha.

– De maneira alguma quis ser desrespeitoso. Majestade!

– Espero que este combate não dure muito tempo. É ridículo nossos reinos entrarem em uma guerra por conta de algo tão superficial quanto uma união não consumada. Se ao menos Susana tivesse dado esperanças a tal príncipe, mas ela sequer prometeu pensar no assunto.

– Alguns homens não costumam aceitar não como resposta, Lucia!

– Bom, de nada vai ajudar chorarmos sobre o vinho derramado não é? Já que Rabadash deseja uma batalha, ele terá uma... Agora vamos Tumnus, preciso repassar meu discurso para que envie-o ao príncipe. –disse se afastando da sacada e sendo seguida pelo amigo.

THIS IS THE CALL TO ARMS...