Um ano depois...

Bella

Alice insistiu em fazer uma festa para comemorar o meu aniversário de 18 anos e é claro que eu acabei concordando para deixa-la feliz, mas hoje cedo ela me parecia muito estranha, ela estava me escondendo algo e de Edward também, pois nem ele conseguia entender os pensamentos dela.

Escutei Edward chegando e desci para me despedir de meu pai que estava assistindo ao jogo de baseball. Durante a transformação e primeira semana, eu fiquei com os Cullen, mas como eu conseguia manter o controle perto de humanos – o que assusta Jasper até hoje – voltei a morar com meu pai.

—Tchau, pai! – disse da entrada da sala fazendo ele se virar.

—Tchau, Bell’s! E não esqueça, quero você em casa as onze.

—Ok. – disse assentindo e sai.

Edward estava me esperando encostado em seu volvo prata.

—Oi – disse sorrindo e lhe dando um selinho.

—Oi – ele disse sorrindo também.

—Tudo bem? – perguntei enquanto ele abria a porta para eu entrar no carro, como ele sempre fazia.

—Sim, por que a pergunta? – respondeu já dentro do carro.

—Por nada. É que você está estranho ultimamente. – Na verdade ele tem estado estranho dês de a minha transformação. Eu sei que ele não gostou porque acha que isso é algo terrível, mas ele nunca fala sobre isso.

—A Alice está me confundindo com seus pensamentos. Ela está me escondendo algo.

—Eu notei que ela estava estranha hoje cedo.

 O caminho até a casa dele foi silencioso. Edward estacionou o carro, desceu e veio abrir a porta para eu sair.

—Espero que Alice não tenha exagerado. – falei baixo para que somente ele ouvisse.

—Por incrível que pareça, ela não exagerou dessa vez. – ele respondeu e eu sorri.

Quando entramos na sala encontramos velas e flores espalhadas pelos cantos, uma pequena pirâmide de presentes em cima da mesa e uma Alice sorridente junto de todos os outros. Realmente ela não havia exagerado.

—Feliz Aniversário! – ela disse vindo até mim.

—Obrigada! – disse a abraçando.

Ela me soltou e de repente tirou do bolso a câmera que ganhei da minha mãe.

—Espero que não se importe. – ela disse sorrindo. –Sorria! – e logo apertou o botão da câmera, tirando uma foto minha e de Edward.

—Alice! – protestei. Ela mostrou a língua e foi pegar o primeiro presente da pirâmide sob a mesa.

—Esse é do Emmett. – ela disse me entregando uma caixa grande. Sacudi a mesma, mas não fez nenhum barulho.

—É para seu primeiro jogo de baseball como recém-criada. – Ele disse dando o sorriso bobo de sempre.

Abri a caixa e dentro dela tinha um uniforme de baseball azul e branco.

—Obrigada, Emmett! – Disse e no mesmo momento já me encontrava no abraço de urso dele.

—Esse é da Rose. – Alice disse me entregando uma caixa retangular assim que Emmett me largou.

—É um colar, foi a Alice que escolheu.

Rose e eu não nos falávamos muito, só quando era realmente necessário.

—Obrigada. – Disse sorrindo.

Depois de todos os presentes serem entregues Rosalie, Emmett e Jasper foram caçar, Alice ficou com Esme e Carlisle na sala e eu e Edward subimos para o quarto dele. Edward sentou no sofá e eu sentei ao seu lado.

—Mudei de ideia. – disse olhando séria para ele.

—Sobre o que? – ele me perguntou confuso.

—Sobre você me dar um presente de aniversário. – disse sorrindo – Sabe, tem uma coisa que eu quero, se você concordar é claro.

Sentei no colo dele dando beijos em seu pescoço até chegar à boca. O beijo foi ficando intenso. Edward estava com uma mão nas minhas costas e outra na minha cocha esquerda. Comecei a desabotoar sua blusa, mas fui interrompida pelos dedos de Edward.

—Bella, não. – ele disse sério.

—Por quê? – ele não respondeu então me levantei. - Desde a minha transformação você tem agido como se eu ainda fosse uma humana frágil e delicada.

Ele demorou alguns minutos para responder, se levantou e ficou me encarando.

—Esse é o problema, você não é mais uma humana frágil e delicada que precisa que eu tenha cuidado sempre que estou perto de você. – ele disse um pouco alterado. – Em parte é bom não ter que me preocupar a cada segundo com você perto de mim ou da minha família, mas... – ele baixou a cabeça e ficou encarando o chão.

—Mas? – perguntei com medo da resposta.

—Você mudou Bella. – ele disse baixo, ainda olhando para o chão.

—Eu sei que você não gostou da minha transformação, mas você sabia que isso iria acontecer, a Alice já tinha previsto isso.

—Eu sei, mas eu pretendia não deixar isso acontecer, eu não queria isso para você. Você deveria ter uma vida normal e feliz, Bella. – ele disse ainda evitando os meus olhos.

—Eu estou feliz, eu tenho você. – disse indo na direção dele, mas parei quando ele se afastou.

—Em que exatamente eu mudei? – perguntei séria.

—Bella...

—Responda! – gritei. Ele me olhou sério e então respondeu:

—Você age como se fosse a melhor coisa do mundo ser imortal. Parece que gosta de ser... – ele não terminou a frase, mas eu sabia o que ele iria dizer.

—De ser um monstro? É isso? – falei irritada. – Eu estou agindo assim por que, para mim, a imortalidade significa ficar com você para sempre e isso me deixa feliz.

Ele ficou me encarando por um tempo com uma expressão que dizia “sinto muito”. Eu estava com uma pergunta na ponta da língua, a qual eu temia a resposta, respirei fundo, mesmo sem necessidade, e olhei para ele.

—Você não me ama mais? – perguntei com a voz baixa. Ele ficou quieto e continuei olhando para ele.

Ele me encarou por alguns segundos, mas desviou o olhar e respondeu:

—Eu não sei. 

Assim que ele respondeu, sai do quarto correndo em velocidade sobrenatural e sai da casa sem dizer nada a ninguém, presumindo que eles haviam escutado tudo.

Corri o mais rápido que pude. Quando cheguei em casa, encontrei Charlie dormindo na sala. Subi para meu quarto, trancando a janela e deitando na cama. Fiquei a noite toda pensando nas coisas que ele disse.

Como ele não sabe se me ama ou não?