“Pare, Klaus! Você está machucando ela! Pense no que Elijah vai achar disso.”

Com o quase grito da lobisomem, a cozinha ficou em silêncio. Antes estivesse barulhenta, mas estava agitada e agora parecia que os ânimos estavam pra se acalmar.

Ninguém fez movimentos bruscos, só ficaram mais ou menos na mesma posição, esperando algo acontecer.

Katherine, em particular, estava esperando Rebekah aparecer.

A mesma não tinha dado sinal de vida até agora, mas a vampira podia ouvir ela falando no telefone com um cara, provavelmente Dean de novo.

As coisas que eles estavam falando vinham, com certeza, de duas mentes poluídas.

Klaus parecia tem voltado a si. Ele ainda estava com raiva, qualquer um poderia dizer isso, mas ele parecia um pouco mais controlado. O aperto que ele tinha sobre os pulsos da cópia estavam mais fracos, então ela tinha parado de tentar se soltar.

_Nik, o que você está fazendo?_ Rebekah perguntou, cansada do irmão, quando finalmente chegou à cozinha.

Tentando pegar respostas da sua nova protegida._ ele gruniu._ Falando nisso, você sabe por que eu não te contei meu segredinho? Porque eu sabia que seria fácil para ela enganar uma pessoa tão carente de amor como você.

“Solte ela.”

Pedido concedido, irmã. _ ele disse ainda irritado, soltando a morena.

Com as mãos fechadas em punhos, o hibrido saiu do cômodo, deixando claro para todos que ainda não estava de bem com nada do que estava acontecendo.

Aliviada, Katherine se deixou respirar de modo tranqüilo novamente, mas se sentindo de mau humor por estar passando por tudo aquilo. Ela nunca tinha pensado que iria querer estar no mesmo ambiente que Dean, Alisson e Jessica, mas agora, isso parecia o paraíso.

Agora que você chega?_ a vampira nervosa perguntou a Rebekah, acariciando os pulsos vermelhos com raiva antes de sair de perto da original e subir para o próximo andar.

Mas que inferno aconteceu aqui?_ Rebekah perguntou, mesmo que pudesse imaginar.

Provavelmente, o seu irmão psicótico tinha visto a pior inimiga, agora mãe do seu sobrinho ainda não nascido, como uma surpresa não bem vinda e surtado.

Ela também não estava feliz com a mudança da vampira para a nova casa, mas não iria fazer nenhuma loucura que ia acabar com a última chance da família continuar se falando. Ela não era tão espontânea.

“Mas Nik é...” _ ela pensou. Ele sempre tinha sido, desde que nasceu.

Acho que você pode imaginar. _ Haley falou, antes de ver a loira bufar e ir pelo mesmo caminho que Katherine tinha ido.

Era em momentos assim que ela realmente pensava que não ter uma família tinha, de fato, a poupado de uma grande quantidade de drama.

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Olhando sua imagem no espelho, Katherine passou rapidamente a mão direita no cabelo, tentando arrumar os fios que tinham ficado jogados para todos os lados.

Depois de acabar de voltar a parecer apresentável, a morena colocou uma jaqueta, sentindo fome, já que tinha acabado por sair da cozinha sem comer nada.

Com sua aparência normal, ela se sentia mais a vontade, ela se sentia mais ela e menos frágil. Ela odiou o que aconteceu, como ela pareceu fraca e precisou de Rebekah e Haley vir para o resgate.

Em geral, ela odiava se sentir indefesa e precisar da ajuda das pessoas. Odiava ser dependente dos outros.

Ela sempre odiou, e depois de quinhentos anos de ser uma vampira completamente independente, não poder se defender era a pior situação possível.

Além disso, ela também não estava feliz com a “cunhada”. A única coisa que ela tinha como proteção contra Klaus era a original, e a ela tinha chegado no último momento, como a policia em filmes de ação.

O hibrido podia ter deixado ela em pedacinhos e, honestamente, ela estava surpresa que ele não tinha. Ela não estava feliz por ser cuidada como um bebê ou uma humana, mas ela também não podia ficar dependendo da boa vontade de um inimigo. Ela não era burra.

“Você podia tentar usar cores que não sejam preto ou cinza.”

Esquece, Barbie. Cores felizes caem bem em você._ Katherine disse, não dando muita atenção a original que estava na porta, com os braços cruzados sobre o peito.

Verdade, mas não significa que você tem que andar pela minha casa como se fosse a um funeral._ Rebekah disse, suspirando.

Mesmo isso sendo um pesadelo, eu acho que é nossa casa agora. Então eu posso andar pela casa como eu quiser, quando eu quiser._ a cópia disse, continuando na frente do espelho, mas agora olhando para a loira.

Eu não deixaria Nik ouvir isso._ a loira falou, olhando bem para a outra garota, só confirmando se não havia nada sério._ Você não vai querer piorar sua situação com ele.

E porque você se importa? Da última vez que eu vi você, você estava bem a favor de qualquer coisa que me mantivesse longe do Elijah. _argumentou.

É, eu estava bem feliz por “Lijah” ter te deixado, eu não gosto de você._ a Mikaelson afirmou._ Mas eu acho que meu irmão mais velho perder seu “antigo amor” de quinhentos anos e, conseqüentemente, seu bebê por causa do meu outro irmão não seria o melhor jeito de reconstruir nossa família.

Talvez não._ Katherine concordou, encolhendo os ombros.

Isso era provavelmente o porquê de Klaus não ter esfaqueado ela com um pedaço da mobilha de madeira mais próxima.

Seria o pior jeito._Rebekah afirmou, logo continuando, de jeito insinuador._ Mas com certeza, se meu querido irmão ficasse sabendo do que houve aqui, ele não deixaria que esse pior acontecesse.

É por isso que veio aqui?_ a vampira perguntou. _Você veio dizer para eu manter a boca calada?

Mas pra “pedir”._ a loira disse, tirando um revirar de olhos da outra._ Você pode revirar os olhos, mas você sabe que isso arruinaria a relação de Elijah com Klaus.

E porque isso é um problema pra mim?_ Katherine perguntou, olhando para a garota interrogativamente._ É exatamente o que eu preciso.

Bem, pra começar, Klaus não ia ter motivos para não matar você._ a original explicou, cruzando os braços. _E depois, por mais que Elijah possa desistir de conviver conosco dessa vez, a família dele sempre vai ser importante pra ele. Ele passou muito tempo tentando nos manter juntos, e se você não é uma vadia egoísta total e completa, você não vai arruinar a última chance de nós fazermos isso.

Com todos os fatos na mesa, as duas vampiras ficaram se olhando.

Rebekah queria que a outra aceitasse ficar calada logo, para ela poder fingir que isso nunca aconteceu. Ela não gostava do fato de que ela estava pedindo favores a uma pessoa com quem ela não se simpatiza só para tentar manter sua família unida.

Isso fazia ela pensar em tudo que ela passou por causa de sua família e que ela não tinha ido embora ainda porque ela era alguém carente por amor, assim como Klaus a tinha a descrito mais cedo.

Já Katherine não gostava nem um pouco da idéia de fazer um favor a alguém que já fincou um garfo na mão dela, mas, ela iria ficar lá por um tempo. Ela nunca quis atrapalhar a relação de Elijah com sua família, isso significava bastante para ele, e, talvez não fosse ruim fazer as pessoas começarem a mudar de idéia sobre ela.

Está bem. Eu não estava planejando sair correndo pra contar pra ele de qualquer jeito._ Katherine falou, com indiferença.

Você não ia?_ perguntou.

Não. Diferente do que você e todo mundo pensa, eu não tenho nenhuma intenção de ser o motivo da separação de dois irmãos._ a morena falou, logo vendo o olhar da outra e tendo certeza de que ela estava pensando sobre os Salvatores. _Pelo menos não nesse caso.

Claro que você não tem._ Rebekah disse sarcástica, prestes a sair do quarto.

Mas se eu fosse você, começava a prestar mais atenção no que acontece nessa casa do que na conversa sobre sexo com seu namorado humano nº 2._ Katherine falou, obviamente se divertindo ao ver o olhar de interrogação da outra vampira._ O que? Dá pra ouvir o andar de cima enquanto um híbrido se acalma de um surto de raiva.

“E falando nisso, você devia seriamente pensar sobre falar mais baixo, ou só mandar mensagens quando o assunto é a noite anterior. Tem coisas que ninguém quer ou devia ouvir.”

Eu sei um pouco sobre isso..._a loira disse, se lembrando das coisas que já ouvira garotas falar sobre cada um dos seus irmãos, principalmente Kol.

Não tinha sido divertido.

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O que você quer?_ Klaus perguntou irritado, ouvindo as portas do seu estúdio serem abertas.

O hibrido estava parado em frente a uma tela, pintada completamente de preto, com a tinta ainda fresca.

Parece que você ainda está de mau humor._Rebekah falou, tentando resistir a vontade de dar a meia volta e sair de perto dele.

Não é mau humor. _ele respondeu, limpando as mãos sujas de tinta num pano úmido e depois o jogando no chão, perto da tela.

Você está certo, é só você exagerando._ ela respondeu._ Eu tive uma conversa...

Veio me contar que ela não vai dizer nada? Novidade: Eu já sei disso. _ o hibrido perguntou, fazendo Rebekah bufar. _ Agradeça ela pelo favor.

Todo o mundo escuta tudo aqui?_perguntou irritada.

Parece óbvio que sim._ ele respondeu.

Ótimo, você já pode voltar aos seus desenhos patéticos da sua obsessão loira._ ela disse, antes de se virar para sair.

E não tenha mais uma dessas conversinhas com seu humano em casa._ Klaus comentou._ Meus ouvidos ainda estão queimando!

Bufando, a irmã menor continuou a se mover, o ignorando e quase trombando com outra pessoa que estava entrando enquanto ela estava saindo.

Boa sorte com o maior idiota de todos os tempos._ ela disse à Haley, antes de seguir seu caminho.

E o que aconteceu aqui?_ a lobisomem perguntou, olhou para o quarto que estava, vamos dizer... desarrumado, com potes de tinta espelhados para todo lado.

Nada que seja da sua conta._ ele respondeu, ríspido.

Okay._ ela respondeu, vendo que o que ela veio fazer não ia dar em nada, como sempre. Por mais que ele tivesse demonstrado que não dava a mínima pro bebê, ela ainda tentava toda semana._ Só vim dizer que Sophie me ligou pra dizer que alguns resultados chegaram e que por enquanto está tudo bem com o bebê. Ela deve voltar em umas duas semanas pra levar eu e Katherine no médico. Talvez nós fiquemos sabendo o sexo desta vez.

Quando ela falou a ultima frase, não pode deixar de se sentir feliz. Já era para ela ter descoberto o sexo faz um tempo, mas a posição que o bebê estava não tinha ajudado. Ela estava excitada para ver se ia saber desta vez.

Bom._ Klaus disse, olhando para ela nos olhos._ Mas... porque você veio me dizer isso?

Você é o pai e eu posso estar prestes a descobrir o sexo do nosso bebê._ ela falou._ Eu pensei que talvez você fosse querer saber.

Chegando mais perto ele olhou para ela. Ela não sabia o que ele estava pensando, mas sabia que, ele não ia dizer que estava ansioso pra ser e pai e tudo mais.

Bem, eu não quero._ ele disse, de modo duro e frio, e saindo da sala, depois de pegar um dos seus cadernos.

Não pode se dizer que isso foi uma surpresa pra ela.

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O bipe do celular tirou a vampira grávida de seus pensamentos, e ela praticamente agradeceu por isso. Já era tarde da noite e ela estava assistindo Crepúsculo Amanhecer Parte I na TV.

Infelizmente para ela, era a única coisa passando á que os originais não pareciam se importar muito em arranjar uma teve a cabo.

Ela estava perto de começar a bater a cabeça na parede. A morena não achava mais a historia da gravidez vampira tão absurda, desde que ela estava vivendo uma situação bem parecida, mas ela ainda não conseguia agüentar o triangulo amoroso e os vampiros purpurina.

Oi?_ ela perguntou.

Katerina._ a voz na outra linha respondeu._ Como as coisas foram?

Ótimas, eu fui recebida com bolinhos feitos em casa._ Katherine respondeu, sarcástica.

Bom saber que nada sério o suficiente para afetar seu sarcasmo encantador aconteceu._ Elijah respondeu, feliz de que nada grave tinha acontecido.

Ao contrário do que muitos pensavam, ele não tinha gostado da idéia de deixar ela perto de seu irmão, mas aconteceu dele morar na casa mais segura sobre a qual ele sabia.

Não aconteceram, as coisas não foram tão ruins quanto eu pensei que seriam._ ela respondeu, tentando mentir o menos possível. Ela realmente tinha pensado que as coisas iriam ser piores.

Você iria me dizer se tivessem sido?_ele perguntou.

Se fosse algo perigoso, sim...? _a vampira respondeu, relutante.

“Katerina...”

Deus, Elijah, eu estou bem._ Katherine disse, como se ele estivesse exagerando, tentando convencê-lo. Ele podia ser bem persistente._ Por ao invés de ficar fazendo perguntas, você não volta pra cá logo? Isso iria resolver os problemas.

Não todos._ Elijah disse, mais para si mesmo do que para ela.

Já fazia um tempo desde que ele tinha tirado, literalmente, a verdade de Damon. Naquele momento, ele estava em um hotel, esperando pela chegada do dia para fazer algo sobre o que ele sabia e descobrir mais coisas.

Henrique podia ser nada, mas talvez ele não estivesse sozinho. Outra pessoa podia ser mais perigosa que ele. De qualquer jeito, ele ia ter que verificar.

Ele sempre ficava informado sobre tudo que estava acontecendo no mundo sobrenatural, isso fazia ele saber como lidar com cada inimigo do modo certo e não se dar mal, na maioria das ocasiões. Ele não ia parar de fazer isso agora.

Bem, que outros problemas não iam se resolver?_ ela perguntou, sem entender direito.

Eu disse que eu tinha assuntos para tratar._ Elijah respondeu, tentando não contar sobre Henrique._ Eu não posso resolvê-los daí.

Ele não queria mentir, e ele sabia que ela não surtaria nem nada parecido, ela podia agüentar a verdade e ele sabia disso, mas talvez não fosse a melhor coisa dizer antes de saber do que se trata. Por mais que ela fosse lidar com isso, ela ficaria preocupada, e isso não ajudaria na situação.

E quanto tempo você acha que vai levar para tratar desses “assuntos”, Elijah?_ Katherine perguntou, começando a se sentir irritada. Ela já estava grávida de quatro meses, e ele só tinha descoberto agora. Não era hora de cuidar de “assuntos”.

Eu não sei, Katerina._ ele respondeu, relutante, podendo ouvir o bufo que a ex(?) namorada deu._ Não vai demorar tanto. Você vai ficar bem sem mim aí por um tempo. Rebekah vai cuidar de você, e Klaus não vai se atrever a fazer mais nada.

“É, mas talvez, eu não queira você por perto só pra me proteger, idiota...”_ ela pensou.

Ela não sabia direito porque ela queria ele perto, ela só queria. E levando em consideração o fato de que ela ia ter o bebê dele, ele devia ouvir ela.

Mas a vampira também sabia que ele provavelmente tinha um motivo para ficar longe então...

Sim, eu vou._ ela afirmou, parecendo ansiosa para acabar com aquilo._ Você está certo.

Eu sempre estou. _ele respondeu provocando,sabendo que ela provavelmente iria rolar os olhos para trás.

Eu não me lembro disso._ Katherine disse, se fazendo de esquecida. Ela sempre odiou quando ele estava certo e ela, errada._ Boa noite.

Boa noite. Tenha cuidado, ambos vocês._ ele disse, sabendo que ela desligaria logo. Provavelmente, era pela voz dela estar ficando sonolenta.

Nós vamos._ Katherine disse antes dele desligar de vez, achando estranho eles estarem agindo como um casal de novo.

“Bem, nós somos uma família agora. De algum jeito bem estranho.”_ pensou.

De um jeito ainda mais estranho, esse pensamento não a incomodava tanto.