Android 001 escrita por The Usurper


Capítulo 6
05




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"...ce... cipe... Príncipe." Me chamaram enquanto eu lutava contra a vontade de ficar dormindo. "Príncipe Lance. Nevou durante a noite, não teremos nenhum rastro dela a partir de hoje." O soldado informou-me quando sai da cabana a qual usei para dormir.

"Porém sabemos o lugar que ela esteve dormindo. Então já sabemos por onde começar." Falei enquanto sentia algum desconforto. "Devemos comer e partir, a viagem será mais árdua a partir desse trecho."

Me desloquei pelo acampamento falando com todos os soldados que tinham se juntado a essa estranha missão. Pela conversa que pude ouvir alguns deles duvidavam de meu pai. Bem... não há como não duvidar dele.

Comemos um ensopado rápido e começamos a andar assim que o acampamento estava arrumado.

"Senhores, mais um dia se passou e dentro de um ou dois dias devemos alcançar o lugar no qual a mulher dormia." E nos viramos para seguir viagem.

"Tau, Sigma. Iniciar modo de combate Delta." Electra se movia levemente enquanto inciava o modo de combate. Eu apenas tentava atacar a garota a sua frente, ela se desviava de tudo com facilidade.

"Axel! Seu corpo está errado! Não saia balançando a espada como se ela não fosse parte de você. Imagine que ela faz parte de si!" Magnus tentava explicar para seu mim como usar a espada.

A garota transformou um dos pequenos robôs em uma lança e a jogou. Desviei, mas acabei dando um passo mais largo do que devia e isso me fez perder o equilíbrio.

"Xeque-mate." A garota deu um tapa no meu rosto e caí no chão. Ela pisou no meu peito e apontou um dedo brilhante para o meio da minha testa.

"Certo. Podem parar!" A voz de Magnus a faz parar e sair. Apenas levei a mão esquerda a minha cabeça. Demorou alguns segundos para que eu me levantasse. "Agora me diga como você conseguiu essa linda derrota Ax?" Magnus não estava brincando. A garota poderia ter me matado.

"Fui desviar do golpe dela, mas escorreguei e ela me venceu..." Eu estava triste, era a décima quinta vez que perdia para ela. E ela nem parecia se importar com o que fazia.

"Não." Electra falou. E isso me surpreendeu. "Você não está sentindo o que seu avô tenta te ensinar. Você se acha forte, mas não é nada disso. Tau poderia te derrotar sem que eu o comandasse." Seu rosto estava calmo como de costume. Como ela conseguia ficar assim?

"Mas... não sei como fazer isso..." Revelei para ela enquanto ficava vermelho e abaixava minha cabeça.

"Magnus... já entendi o problema do garoto. Dentro de dois dias iremos partir. O levarei ao lugar onde poderá aprender qual é sua aptidão. Creio que ele não seja como você. O comportamento é o mesmo, mas não sei o que. Ele é diferente, mas igual a você..." Electra dirigiu para o senhor que estava ao lado dela.

"Mas já vai partir? Mal colocamos os assuntos em dia." Meu avô parecia triste em vê-la partir, mas ele já devia estar esperando algo assim. "Contudo... tem certeza que vai levar esse moleque bagunceiro com você?" Ele disse enquanto abria um sorriso.

"Não. Não quero que ele venha comigo obrigado. Porém sinto que está na hora de partir. E o Garoto Pervertido precisa de uns conhecimentos de magia... creio que isso o ajudará... e bem... se ele vier me fará companhia. Ele seria uma ótima isca quando precisasse fugir." Ela falou levemente e sem gaguejar. Mas... era uma piada né?

"EI! Eu não sou pervertido! E eu acho que quero ir com você, acho que gostarei de um pouco de ação..." E esse foi mais um dia comum aqui na casa... exceto pela notícia de nossa partida.

A minha família aceitou facilmente o meu pedido de sair em viagem... parece que isso é uma tradição de família... Meu pai e meu avô saíram em uma jornada com a mesma idade que possuo. E como estou acompanhado de uma garota... todos estão olhando de forma estranha para mim. Começamos a nos preparar logo que demos a notícia. Nossa viagem aconteceria em dois dias e isso deve ser tempo mais que suficiente para arrumar tudo.

"Não encontramos nenhum sinal dela. Mas parece que alguém veio recentemente a este lugar. Há muito pouca poeira para 60 anos." Um soldado relatou enquanto eu inspecionava uma das cápsulas que estavam ali.

"Muito bem, mande-os procurar alguma máquina como essa que possa ter sido usada." Bati na lateral do tanque metálico.

Não demorou muito até um deles levantar a voz. "Senhor, parece que ela esteve aqui."

Me dirigi para o lugar que o soldado estava e comecei a inspecionar o objeto. Os cabos estava em uma posição diferente, pareciam ter sido soltos do corpo de alguém. Havia um formato de corpo na almofada, assim como todas as outras.

"Me tragam uma lanterna!" Gritei, algo parecia estar errado naquela cápsula. A sensação de que alguém esteve ali era alta. Assim que me entregaram a lanterna iluminei o interior da esfera, e para minha surpresa encontrei um fio de cabelo branco. "Aqui está a prova. Ela realmente esteve aqui!" Peguei o fio e mostrei a todos. "Vamos! Ela não pode estar muito longe! Estamos a cinco dias viajando. Deve ter que ter uma casa por aqui e ela pode ter se abrigado lá!"

Todos os soldados saíram em disparada. Eu demorei um pouco a sair. O lugar deveria ter sido belo. Mas com o tempo as máquinas deviam ter começado a explodir ou a apresentar defeitos, agora são apenas lixo.

"Príncipe Lance! Devemos partir. E se não tiver uma casa aqui por perto... Ela estará há 5 dias daqui... ou não, se ela estiver a pé." Pelo visto não posso ficar mais aqui. Coloquei o fio de cabelo em meu bolso e sai no vento frio para tentar encontrar uma casa que não devia existir.

"Corra seu palerma!" Nós corríamos. Nós não devíamos estar sendo seguidos, mas para ela o perigo devia estar chegando. "Tau, Sigma." Os ajudantes dela levitavam ao redor dela. "Vasculhem a área e tente determinar um ponto em que podemos desaparecer de vista rapidamente." As instruções dela pareciam cada vez mais estranhas.

Estávamos terminando de nos preparar para a viagem quando meu avô chegou e me entregou uma espada. Ele disse que essa arma tinha sido entregue para ele por uma amiga diferente. 'Bem, eu já devo até saber quem foi.' Eu não aguentei e a retirei da bainha. Ela era magnífica. Uma lâmina de metal vermelho, seu peso era ideal para atacar e defender. Era larga e seu corte parecia afiado. Ela tinha 90cm, o mesmo tamanho das espadas de madeira que usávamos e o peso era quase igual.

"Cuide dessa arma e ela cuidará de você." Foram as últimas palavras dele.

"Vamos Pirralho. Não temos o dia todo." Electra parecia impaciente. Usava um vestido negro que lhe chegava aos joelhos. Seu cabelo estava solto e caia em suas costas. "Ande, vamos logo. O gato comeu sua língua? Precisa de um tapa para voltar a funcionar?" Seu tom de voz era o mesmo... mas era possível saber que ela falava a verdade, ela ia me dar um tapa se eu demorasse muito. "Magnus, obrigado por ter cuidado de mim por todos esses anos. E a sua família também. E pelo que percebo a burrice é hereditária." Ela falou essa frase enquanto olhava tanto para mim quanto para meu avô.

Ele sorriu. "Acho que você tem razão. Por isso que as mulheres da minha família são inteligentes."

"Não era você que estava me apressando?" Falei para ela enquanto me punha a caminhar.

"Tem certeza que vai sair com essas roupas?" Ela estava já tinha me alcançado. Eu usava uma calça vermelha e uma camisa branca. Usava botas e estava usando um casaco preto. Assim como ela. E a espada nova estava em minha cintura.

"Tem algum problema com isso?" Virei meu rosto furioso para ela. Ela estava... mais branca que o normal ou eu estava imaginando?

"Axel. Se esconda." E ela se dirigiu rapidamente para a floresta enquanto subia agilmente os galhos de uma árvore.

"Huh?" Não tive muito tempo para pensar, abaixei em uma moita que me cobria. Eu já estava me perguntando o motivo pelo qual ela falou isso quando ouvi passos... muitos deles.

"Nada aqui senhor! Apenas árvores!" Um homem falou.

"Avance mais. Se tiver alguma casa nesse lugar ela pode ter se abrigado lá! Todos, continuem a marchar!"

Passos passavam próximo do lugar onde estávamos escondidos.

Esperei ela dizer que era livre sair. Já tinham se passado alguns minutos desde que os sons tinham sumido quando ela apareceu do meu lado.

"Agora já sabemos o que eles procuram." Electra deu essa infromação. "Vamos, temos que nos locomover rapidamente, eles tem cavalos. Agora comece a correr e me siga, Garoto Pervertido." E ela disparou floresta adentro. Corri atrás dela.

"Eu... não... sou... pervertido!" Respondi enquanto corria.

Bati a porta de uma casa que encontramos após algumas horas de procura, o sol ainda estava alto no céu. Um senhor respondeu a porta.

"Já voltaram? Esperei que fosse demorar mais para vol..." Ele se espantou quando me viu na porta de sua casa. "Quem é você e o que veio fazer aqui?" Ele parecia estar esperando outras pessoas, e pela sua reação...

"Eu sou o filho mais novo do rei Klaus de Le Grasol, Lancelelot de Le Grasol. E gostaria de lhe fazer algumas perguntas, se não for te incomodar."


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Notas finais do capítulo

Demorei, mas finalmente saiu. Os outros livros também estão progredindo, mas hoje fiquei com vontade de terminar esse capítulo.
E se puderem, não esqueçam de comentar, seu comentário é importante para saber o que acha da história.



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