Android 001 escrita por The Usurper


Capítulo 5
04




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Acordei mais cedo que o normal nesse dia. Não consegui dormir direito, já que aquela cena do banheiro passou pela minha cabeça uma boa parte da noite.

Desci para fazer os exercícios de rotina na área de treinamento da casa.

Cheguei na arena e comecei a fazer os alongamentos necessários. Apenas para ouvir meu pai e meu avô descendo a escada para nosso treino matinal. E quando chegaram não conseguiram esconder o espanto de me ver chegar antes deles.

"Veja quem madrugou essa manhã. Axel, vejo que já está mais pontual." Meu pai soltou uma risada logo após esse comentário.

"Acho que esse não é o principal motivo aqui. Ele deve ter dormido mal pois alguma coisa aconteceu na hora do banho ontem. Lembra que ele voltou todo vermelho?" Magnus disse de uma maneira que me fez lembrar de tudo novamente. E me fez ficar totalmente vermelho.

"Não aconteceu nada!" Protestei. E ambos começaram a rir. Ignorei os dois e voltei aos alongamentos.

Após terminá-lo peguei uma das espadas de madeira e me virei para um dos bonecos de treino e comecei a realizar os golpes básicos que tinha aprendido. E meu pai e avô corrigiam os ângulos que a espada devia estar quando eu errava algum dos movimentos.

Após completar o treinamento básico me voltei para os golpes que meu avô e pai usavam em quando estavam em combate técnico, os chamados golpes especiais e esses precisavam de um ângulo certo para serem usados, e eram nesses que eu tinha mais facilidade de realizar, poucas vezes eu errava o lugar em que a espada deveria estar.

Após um desses ataques ouvi alguém me chamando. Olhei para trás e vi algo que queria evitar de ver logo cedo.

"Ax, que tal um treino de combate hoje? Já faz um tempo que não o faz e Electra acabou de comentar que gostou da forma que manobra a espada, se parece com o seu avô."

"Me fez lembrar um garoto impaciente que não sabe a hora certa de parar e que vai continuar até se cansar ou perder alguma coisa." O comentário dela me atingiu como uma pedra.

"Acho que não é uma boa hora para uma treino de batalha. Ela acabou de acordar de um sono muito longo." Respondi, pois não queria feri-la.

"Não se preocupe comigo, posso ter dormido por muito tempo, mas todas as sinapses e ligações estão perfeitas e nenhum de meus nervos está danificado. A única coisa que parece ter sido afetada pelo tempo são minhas memórias de quando conheci Magnus. E pelo estudo realizado por Sigma e Tau durante a noite não revelaram nada de estranho e meu corpo está perfeitamente regulado e com novos softwares que foram instalados durante meu sono. Portanto creio que sua preocupação seja irrelevante, a menos de que esteja com medo de se ferir. Farei com que Sigma e Tau entrem em modo de treinamento, assim você ganhará apenas manchas roxas no seu corpo." Ela respondeu tudo usando uma voz fria e monótona, mas sua última frase realmente me deixou bravo. Ela fez parecer que eu estava com medo de enfrentá-la.

"Tudo bem, se você acha que pode me derrotar entre na arena. Pai, vamos retirar os bonecos daqui para termos mais espaço." Me virei rapidamente para ela não ver que estava com raiva e comecei a retirar os objetos da arena, e logo ela estava pronta para nosso combate.

Eu já estava suado e meio cansado enquanto ela estava em perfeito estado e me lançou um olhar como se estivesse me analisando, e tenho certeza de ter visto desaprovação em seu olhar, mesmo não tendo certeza, já que seu rosto era totalmente inexpressivo.

Me posicionei na marcação da arena. Ela estava na outra marcação.

"Modo de treinamento. Sigma, Tau. Ativar aura de treino!" Ela comandou aos dois pequenos robôs e nesse momento 2 auras se ergueram e os envolveram. "Com isso você não terá muitos machucados, exceto arranhões, hematomas, pequenos cortes e se der azar uns ossos quebrados."

Assim que ela terminou de falar meu avô deu o sinal para começarmos. Ambos corremos na direção um do outro. Levantei a espada para lhe dar um golpe alto, porém fui obrigado a abaixar a espada e a defender. Tau estava vindo na minha direção e logo atrás dele vinha Sigma, recuei 2 passos na defesa e Electra me olhou mais uma vez.

Tentei outro ataque, esse foi uma estocada, ela apenas desviou com um passou para o lado e transformei a estocada em um arco lateral, Tau se desdobrou e virou um pequeno escudo que parou meu golpe. Sigma era uma pequena lâmina e vinha em minha direção, tentei escapar dele, mas ele fez um pequeno corte em minha bochecha esquerda. Agora ela começou a me atacar.

Uma pequena luz se juntou em suas mãos e delas saíram pequenas bolas de energia. Dei alguns passos para trás e para o lado. Tau e Sigma apenas flutuavam ao lado dela, como se esperassem suas próximas ordens. Fugi de algumas esferas mas a última me atingiu e um choque percorreu meu corpo. E logo em seguida Tau e Sigma acertaram meu tórax e o ar escapou de meus pulmões. Fui jogado para trás, sem ar e de costas para o chão, me recuperei do golpe, mas ainda estava desconcertado e nesse momento o indicador direito dela brilhou e dele saiu um pequeno feixe de luz que, de algum modo, consegui desviar, e pude sentir o calor que ele tinha.

Me levantei e corri para ela, uma estocada foi desviada, apenas rolei e me levantei. E nesse momento comecei a emendar os golpes básicos que eu sabia. Sigma e Tau começaram a se alternar nas defesas mas algumas vezes ela tinha que desviar. Decidir usar uma das técnicas de meu avô. Levantei a espada sobre minha cabeça e desci com toda minha força.

Porém meu pé escorregou, pois havia uma pedra solta e ela acabou saindo do lugar, e acabei caindo sobre Electra. Eu acabei apertando algo macio em uma das minhas mãos, pois tinha soltado a espada e essa devia estar próximo de onde eu estava. Olhei para a minha mão, e o que eu apertava era o seio esquerdo dela. Me levantei rapidamente e me afastei um pouco. Ela levantou lentamente e quando ficou de pé, veio lentamente em minha direção.

"E-Electra, foi um acidente, eu não queria apertar o seu peito..." Tentei me explicar. Pois não tinha sido minha culpa e esperava que ela me desculpasse por isso.

"Seu... Seu... GAROTO PERVERTIDO!" E me acertou um tapa no meu rosto, que fez rolar no chão por uns 2 metros. Sério, quanta força ela tem naqueles braços? "Esse treino acabou." Ela anunciou e saiu da arena. Me levantei e passei a mão na face esquerda, ela estava muito dolorida e sangrava por causa do corte e do tapa que ela me desferiu. Tentei me levantar, mas tudo girou e voltei a cair no chão.

Meu pai e meu avô vieram para ver como eu estava, e assim que olharam para mim começaram a rir.

"Ax, não sei como... mas creio... que essa... foi sua... melhor... derrota!" Meu pai não podia segurar o riso e sua fala foi totalmente entrecortada.

"Não se preocupe, aconteceu o mesmo comigo..." Vovô podia falar calmamente, mas pude ver que estava rindo e adorando a cena e ele não aguentou muito, pois logo ele estava rindo abertamente. E nem se davam o trabalho de tentar me levantar.

Passado uns dois minutos consegui sentar e meu pai, que estava rindo até o momento, me ajudou a levantar. Me dirigi para casa usando uma espada de madeira como apoio, pois ainda não estava completamente preparado para andar.

Me dirigi ao banheiro e quando estava me retirando a camisa, que estava toda suja de terra. El sai do banho usando apenas uma toalha e me olha, e sinto que um novo tapa estava sendo preparado, me afastei rapidamente. Mas não contava que Tau e Sigma estivessem ali atras de mim, Tau me segurou, na verdade me fez flutuar, e recebi um novo tapa, esse na bochecha direita, que me fez voar pela porta, que tinha sido aberta por Sigma. Então, esperei que ela se vestisse do lado de fora e quando ela saiu me lançou um novo olhar. E desceu a escada.

Eu estava muito vermelho e a cor estava igual ao meu cabelo e havia sangue no chão, provavelmente minha outra bochecha tinha voltado a sangrar, mas quando levei a mão a face esquerda não havia sangue. Limpei o chão e fui para o banheiro, quando olho pro espelho vejo que foi meu nariz que sangrou. Provavelmente eu bati com ele em algum lugar. Examinei e não parecia quebrado, apenas coloquei um papel e entrei no banho. E só lá que vi que ficaria com um hematoma bem grande no tórax, ela realmente não teve piedade... ela veio com tudo, não se segurou nem um pouco... mas a pior dor é o meu rosto, ambas as bochechas estão com marca de mãos. Parei de olhar os machucados e decidir relaxar, o máximo que meu corpo dolorido deixasse, e revisei os acontecimentos desse confronto. Nada que eu tivesse feito teria me feito ganhar dela hoje e de repente a imagem dela saindo do banho voltou a minha mente e mais uma vez fiquei vermelho. Melhor parar de pensar nisso e terminar meu banho...

Sai do banho e desci a escada, todos estavam me esperando na mesa do café, e hoje, não pude olhar nenhuma outra vez para ela. Pois eu estava completamente vermelho mais uma vez.

"Por que seu rosto está tão vermelho Ax? Tomou um banho muito quente?" Minha mãe perguntou.

"... Sim..." Apenas respondi hesitantemente, pois não podia contar o que tinha acontecido no banheiro essa manhã.

"E pelo visto ele se feriu mais quando foi ao banheiro..." Meu pai falou e começou a rir quando viu a outra marca de mão em minha face. "E parece que ele mereceu outra."

"Isso me lembra... já recebi muitas dessas ai..." Meu avô respondeu, não escondendo o riso quando viu que eu recebera um segundo tapa.

"..."Electra apenas ficou sentada em silêncio, como se esperasse alguma coisa.

"El, nos ajude a por a mesa." Chamou minha irmã e ela se levantou e começou a trazer algumas coisas para mesa. Logo a mesa já estava posta e todos poderíamos comer.

A café estava bom e mais tarde eu voltaria aos treinos, mas hoje vai ser impossível treinar após o café. Estou com dores em certos lugares, mas hoje a próxima tarefa do dia é caçar, já que hoje deve ter o banquete de chegada de uma certa pessoa, e minha mãe quer que peguemos algumas aves. Não sou muito bom com arcos, mas manejo de certas formas, prefiro usar armadilhas, mas algumas dão errado, então hoje seremos duas equipes. Vovô, papai, eu e Electra iremos caçar.

Tiramos na sorte, e acabei ficando com ela no grupo. Eles sorriram para mim, mas a única coisa que pude fazer foi abaixar a cabeça e me por a andar, porém ela segurou meu braço e disse que o melhor caminho não era esse.

"Por aqui. Tau e Sigma escanearam a área e parece haver pequenas formas de vida parecida com aves por esse caminho. Não sei utilizar o arco, mas é provável que tenha o arquivo de manuseio em meu sistema operacional. Se for o caso de você não acertar com o arco, não se preocupe, já vou estar atrás de você preparando uma descarga de fótons para que o animal morra sem dor com um único disparo."

Praticamente não entendi nada do que ela disse, mas parece que ela conseguirá matar o animal se eu errar.

"...Tudo bem..." Foi a única frase que pude usar, já que não tenho coragem de levantar o olhar par seu rosto. Apenas desviei a visão para o chão. "Vá na frente até o ponto." E fiz sinal para ela me passar.

Electra adiantou o passo e levantei apenas um pouco a cabeça para poder ver seus pés quando for a segui-la.

Ela passou por mim e passou a mão sobre meus cabelos. "A mesma cor do seu avô." E continuou a andar. Fiquei parado olhando para suas costas, de olhos abertos e com o rosto da mesma cor de meus cabelos. Tau parecia estar rindo de alguma coisa, como se ele pudesse ter expressões, Sigma continuava ao lado de sua mestra instruindo os próximos movimentos.

"Deve ser minha imaginação..." Ela não faria algo comigo depois do que aconteceu hoje, não depois daquilo. E isso me fez ficar ainda mais vermelho, como se fosse possível.

"Venha, ou você ficará para trás e talvez não chegue na hora do almoço." Sua voz me alcançou e me retirou de meus pensamentos.

E ela estava certa, logo ali perto havia algumas aves grandes e gorduchas, quando fui disparar a flecha que tinha pego Tau tocou meu ombro e evitou que eu atirasse.

"Nesse ângulo sua flecha não alcançará o animal, levante um pouco e traga para a direita, a sua. Mais um pouco... Agora foi muito. Ai. Agora levante um pouquinho mais... Esse ai. Puxe toda a corda e solte." Segui a voz dela e quando mirei, vi o vazio, não vi o animal. Ela quer me fazer errar... Não acreditei nela e voltei ao minha posição inicial. Ouvi ela reclamar, mas apenas isso.

Soltei a flecha e essa acertou... o chão... Quando ia me preparar para o segundo tiro, um raio passou por mim e acertou o animal exatamente onde ficaria sua cabeça, não foi apenas um, mas foram três com um único tiro. Apenas olhei para ela e seu rosto nada demonstrava.

Todos os animais já estavam em movimento quando viram a flecha presa ao chão, e ela acertou três desses na cabeça causando morte instantânea.

"Muito forte... Devia ter diminuído ainda mais a potência..." Seu murmurio chegou aos meus ouvidos. "10% foi forte para matar três... devia ter usado 3%..." Se isso foi 10% não quero ver isso nos 100%.

Peguei dois deles. Os pássaros eram grandes, uma média de uns 85cm cada, gorduchos, penas escuras e seus bicos... bem, não dava para ver... as cabeças foram completamente arrancadas e logo onde haveria a ferida a carne estava queimada.

"Devemos voltar. A nossa caça foi muito produtiva." Disse enquanto pesava os animais com meus braços. Não podia levar o terceiro, então pensei em deixar ele para trás, mas quando pergunto como devemos leva-los de volta, vejo que Tau estava levando o terceiro e Electra olhava para mim.

"... O que você quer?..." Perguntei tentando ser gentil.

"Quero que deixe Tau e Sigma levarem os corpos, eles conseguem levar até 10 desses." Veio e pegou ambas as aves com um único movimento enquanto levava para os robôs.

Tudo pronto e voltamos para casa. Ainda não podia acreditar que ela matou os animais de forma tão rápida.

"El, se eu tivesse usado aquele ângulo de tiro, eu teria acertado o animal?" Perguntei pois fiquei curioso devido ao seu aviso dos movimentos.

"Sim e não. Você teria uma chance de 45% de acerto, diferente daquela que você usou no fim que era 1%. Já que quando se trata de animais eles podem se mover no último segundo e fazer com que um tiro fatal apenas o machuque. Mas minhas previsões se mostraram certas. Você acertaria devido ao tempo que a flecha levou ao animal, mas isso só dá para ver agora. Mas como acertei o tempo certo quando você errou a flecha consegui pegar três deles." Ela continuou a explicação no caminho de volta. Não demorou muito para voltarmos. Ela entregou a carne a minha mãe e disse que voltaria para a floresta para trazer os outros.

Me ofereci para ir com ela, mas dessa vez ela negou. "Se você me seguir... a sua cabeça vai ser a próxima a ficar daquele modo." E apontou para um dos pássaros. Concordei e sentei na varanda enquanto observava ela entrar na floresta mais uma vez.

Decidi ajudar a limpar os dois pássaros que pegamos. E logo quando terminávamos o terceiro ela volta com meu pai e avô, todos os três caminhavam normalmente, porém eles trouxeram algumas ervas que eu não conhecia. Os dois adultos estavam estranhamente quietos, pois eles também não conheciam as folhas que estavam carregando.

"El, você ainda não nos contou para que trouxe essa quantidade de plantas..." Perguntou meu pai.

"Elas serão usadas para cozinhar as aves. As pesquisas feitas por Sigma me mostraram que é necessário alguns temperos especiais, e como precisamos preservar o que sobrar, tenho certeza que as outras que trouxe vão deixar a carna preservado por mais tempo do que se apenas congelá-la, além de já deixar um gosto bom nela."

Ela explicou quando deixou as ervas e começou a separar quais seriam usadas para qual função. Ela parecia não querer ajuda, pois quando perguntei se precisava ela apenas disse que não e me dispensou.

Não tinha nada para fazer até o almoço e decidi tirar um cochilo sob uma árvore. Fui até uma que havia próxima a casa e deitei para dormir.

"...onto. Já está pronto. Vamos comer." A voz me tirou do meu sono. Ela era fria e limpa, seu som era cortante como uma espada. Abri os olhos e El estava ali ao meu lado me chamando. "O almoço está pronto. Vamos, sua mãe está te esperando." E com isso me levantou com um puxão. Sem contar que eu estava totalmente encabulado por ser acordado por ela.

O almoço ocorreu normalmente. Sem muitos problemas. E após todos terminarem voltei para mais um treino, dessa vez sem lutas com ela. Sua força e seus movimentos me mostram quanta experiência ela possui. Apenas balançar a espada como faço não deve ajudar muito, mas me deixa confortável. E hoje estou mais cansado, já que tive aquela pequena batalha nessa manhã.

Continuei com o treino até que ela apareceu novamente.

"Quer mais uma luta de treino, Garoto Pervertido?" Sua voz parecia mais fria que o normal.

"Não me chame disso! Já falei que fui um acidente... As duas vezes... E você que me viu ontem? Isso não conta?" Retruquei.

"Claro que não. Foi completamente uma falta de dados sobre os horários e tempo de banhos, portanto isso não faz de mim uma pervertida. E como Tau e Sigma estavam desligados não podia ter total controle das informações e estruturas da residência. Mas você sabia que eu iria tomar um banho após nosso confronto, pois as informações estavam explicitas, já que tinha me sujado de terra e não seria muito digno de uma dama se apresentar completamente suja em um café da manhã..." Ela continuou com a sua desculpa.

"Tudo bem El. Entendi seu ponto de vista. Mas eu não sou nenhum pervertido. Agora voltarei ao meu treino." Virei para o boneco a minha frente e comecei a utilizar as técnicas que estava treinando na parte da manhã. Em certo ponto desviei o olhar para o lugar em que ela estava antes e vi que ela tinha pego um dos bonecos e o estava enchendo de golpes especiais. Esses se emendavam um no outro, como se fosse continuações. Seus movimentos eram fluidos e contínuos. Raios laser, esferas de energia, ataque direcionado com Tau e Sigma e por último uma lança formada pelos robôs preto e branco foi vista dividindo o boneco em dois.

Olhei para ela enquanto os dois voltavam a suas formas originais. Nem uma palavra saia de minha boca. E agora percebi o quanto ela estava se segurando na luta contra mim.

"... Tem algo no meu rosto?" Ela perguntou. Apenas balancei a cabeça. "Seus golpes são bons, mas eles ainda são rígidos. Não pense no próximo movimento, apenas sinta o que sua arma quer que você faça." Esse conselho parecia um dos quais meu avô sempre falava. "Eu sou a minha arma, então não se preocupe com isso." Dito isso ela se vira. Mas em um dos passos ela para e volta o olhar para mim. "Garoto Pervertido, vou tomar meu banho. Se decidir me olhar espero que saiba que não sairá com apenas um tapa." E voltou para dentro da casa.

Quem é que gostaria de olhar para ela... ah... a cena desta manhã... Como é que vou conviver com ela nessa casa, e se isso continuar a acontecer minha vida vai acabar cedinho...

"Mas eu não fiz por querer!" Gritei quando percebi que ela me chamou mais uma vez de pervertido. "E eu não sou um pervertido."

"Príncipe Lancelot, estamos a alguns dias de distância do local onde o alarme disparou." Um dos soldados comentou para mim.

"Não temos pressa. Ainda preciso identificar o motivo pelo qual meu pai parece ficar fora de si quando ele houve falar dela..." Comentei. "E creio que devemos começar a montar acampamento, logo mais o sol sumirá e a iluminação ficará precária."

"Sim senhor!" O soldado se curvou e foi avisar a todos para pararem e montarem acampamento.

"Qual é o motivo... ele a quer morta... mas ele também quer ela viva... alguma coisa aconteceu e ele ainda não terminou a história... Há pontos estranhos na história que é contada no reino." Desci do cavalo e comecei a balbuciar, mas logo parei. Pois estávamos pronto para uma noite na floresta. E pelo estado do local... essa não seria minha melhor viagem...


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